(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 03: O perigo do ensino progressista)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos das teorias progressistas. O movimento progressista é muito amplo e envolve várias teorias, que não seria possível estudar todas em uma única lição. O comentarista se deteve em apenas três delas, que estão relacionadas ao campo da teologia. Falaremos neste tópico sobre a desconstrução da Bíblia, sobre o Teísmo aberto e sobre a Teologia da desmitologização.
1- A desconstrução da Bíblia. O maior obstáculo às ideias progressistas é exatamente a Bíblia Sagrada. Tudo aquilo que eles ensinam vai na contramão das Escrituras. Por isso, eles lutam com todas as forças para desconstruir a Bíblia. O ensino progressista nega a inerrância, inspiração e infalibilidade das Escrituras. O primeiro argumento dos progressistas para desconstruir a Bíblia é negar a sua inerrância, alegando que há erros e contradições nos textos bíblicos. Entretanto, apesar de ser o livro mais investigado e mais atacado de toda a história da humanidade, não há comprovação de nenhum erro ou contradição nos textos originais da Bíblia. Os manuscritos originais são absolutamente isentos de erros ou falhas, pois foram inspirados por Deus.
É verdade que não existem mais os manuscritos autógrafos, que são aqueles que foram escritos diretamente pelos escritores bíblicos. Entretanto existem os manuscritos apógrafos, que são aqueles que foram copiados diretamente dos manuscritos autógrafos, ou seja, os copistas leram o manuscrito original e o copiaram manualmente, pois, não havia impressão. Existem atualmente cerca de 25.000 manuscritos apógrafos. Os copistas judeus eram muito rigorosos quanto a isso. Se errassem em um mínimo detalhe, inutilizavam a cópia imediatamente e começavam outra, para preservar a exatidão do texto sagrado.
Os críticos da Bíblia e teólogos liberais, tentam desacreditar a inerrância da Bíblia, argumentando que os manuscritos originais não existem mais. Eles ignoram a rigidez do trabalho feito no campo da crítica textual, que é a ciência que procura reconstruir um texto original por meio de uma análise cuidadosa e um exame dos manuscritos que possuímos agora. Para se ter uma idéia da confiabilidade dos manuscritos apógrafos da Bíblia, em mais de 95% dos casos, os originais podem ser reconstruídos com uma certeza prática. Nas poucas divergências que há entre as cópias, que a crítica textual não tem sido capaz de determinar com toda a certeza a redação original, nenhum ensino essencial da fé cristã foi afetado.
Outro fator importante é que as primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais. Para efeitos de comparação, na maioria dos livros antigos da humanidade, existem de dez a vinte manuscritos, que surgiram com distância aproximada de mil anos após a escrita do original. Mas, ninguém questiona a autenticidade destes documentos.
O segundo artifício usado pelos progressistas para desconstruir a Bíblia é a interpretação de acordo com as suas conveniências. Relativizam a interpretação da Bíblia e dizem que cada um pode dar a um texto bíblico o sentido que lhe convier, de acordo com a necessidade do momento. Há várias Igrejas que se dizem evangélicas, principalmente no meio pentecostal e neopentecostal que adotam esse tipo de interpretação bíblica. O resultado é desastroso, pois leva as pessoas a práticas antibíblicas, usando o seu próprio entendimento do texto bíblico, fora do seu respectivo contexto. Com isso, procuram reinterpretar e ressignificar as Escrituras, para adaptá-las à concupiscência humana. Deturpam o conceito de pecado, como vimos na lição passada, distorcem também os atributos de Deus e retiram o aspecto sobrenatural da Bíblia, como veremos a seguir.
2- O Teísmo aberto. Teísmo é a crença na existência de Deus como um ser pessoal. Dentro do Teísmo há vários tipos de crenças. As principais são:
Monoteísmo, que acredita em um Único Deus pessoal;
Politeísmo, que acredita na existência de vários deuses pessoais;
Henoteísmo, que é a crença em vários deuses, sendo que um é superior a todos;
Teísmo aberto, que crê em um Único Deus pessoal, mas retira os seus principais atributos incomunicáveis: onipotência, onisciência, onipresença e soberania.
O Teísmo aberto diz que Deus é limitado, não conhece o futuro e não exerce controle sobre o Universo e a vida humana. Chegam ao cúmulo de dizer que “Deus foi surpreendido pelo pecado no Éden e forçado a redesenhar a história.” Esta teologia aparece de forma sutil, pois, os seus adeptos não admitem publicamente que crêem em um Deus limitado. Mas os seus ensinos trazem exatamente isso.
Este não é o Deus da Bíblia. Deus é o criador e sustentador de todas as coisas. Ele é transcendente, pois é infinitamente superior a tudo o que nós podemos imaginar. Entretanto, Ele é também imanente, ou seja, Deus se interessa e se envolve com a sua criação. Deus é onisciente, pois conhece todos os mistérios. Ele conhece o futuro antes que ele aconteça e nunca é pego de surpresa. Deus é também onipotente e soberano. Ele tem todo o poder e cria as próprias leis, sem ter que dar satisfação a ninguém. Infelizmente, muitos teólogos que outrora eram ortodoxos, se envolveram com o ensino progressista, se enveredaram pelo Teísmo aberto e se tornaram apóstatas.
3- A Teologia da Desmitologização. A terceira teoria progressista apresentada pelo comentarista é a teoria da desmitologização. Esta teoria iniciou-se em 1958, com o teólogo alemão, Rudolph Bultmann, que propôs analisar o significado real da linguagem usada na Bíblia. Para Bultmann, havia mitos na Bíblia e era preciso separá-los da verdade. Nessa perspectiva, Céu, Inferno, tentação, demônios e possessões, a doutrina da concepção e do nascimento virginal e até mesmo a promessa da vinda de Cristo são apenas mitos. Para os progressistas, portanto, a Bíblia só seria um livro crível, se fossem retirados dela os milagres, prodígios, as revelações e tudo o que é sobrenatural.
A Bíblia não é apenas um livro de história, ou de mitos religiosos, como os escritos sagrados de outras religiões. A Bíblia é a infalível, inerrante, perfeita, completa e inspirada Palavra de Deus. Os seus milagres, podem não ser explicados pela ciência, mas são confirmados por testemunhos e pela arqueologia bíblica. A mensagem bíblica produz transformação de vidas e de nações inteiras que seguirem os seus ensinos.
REFERÊNCIAS:
BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
BÍBLIA DE ESTUDO APOLOGÉTICA. 1 Ed. 2000. ICP- Instituto Cristão de Pesquisas
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