11 maio 2021

O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO


Deus é um Ser pessoal, que se comunica com a humanidade. Quando Deus criou o primeiro casal, visitava o Jardim do Éder todos os dias e conversava com eles. Entretanto, com a entrada do pecado no mundo, esta comunicação direta foi interrompida e Deus passou a falar através de visões, sonhos, mensageiros ou porta vozes, que podiam ser anjos ou profetas. 


1. Conceito.  Quando falamos sobre profeta atualmente, muitas pessoas imaginam que estamos falando de alguém que prevê o futuro. Mas, o significado bíblico de profeta não é esse. Em hebraico há três palavras usadas para se referir a profeta: Navi, chozeh e roeh. Estas três palavras aparecem em 1 Crônicas 29.29: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente (Roeh), e nas crônicas do profeta (Navi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente” (Chozen). 

a. Navi. Alguém que proclama uma mensagem recebida; um porta voz, mensageiro ou anunciador. Esta palavra aparece mais de 300 vezes no Antigo Testamento. A palavra aparece também na forma feminina para se referir a Mirian, Hulda, Noadias e à esposa do 

profeta Isaías.

b. Chozeh ou hozen. Significa uma pessoa que tem visões. É traduzida como vidente. Nos dias do profeta Samuel, os profetas eram chamados de “Chozeh” (vidente) e eram consultados, para saber a vontade de Deus, antes de tomar decisões.

c. Roeh. Também significa vidente, com o sentido de alguém que faz previsões sobre o futuro. 


2. O ofício de profeta. O primeiro a ser chamado de profeta no Antigo Testamento foi Abraão (Gn 20.7). No Novo Testamento descobrimos que o primeiro profeta foi Enoque, o sétimo depois de Adão, que viveu muito antes de Abraão (Jd 14). O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus, por inspiração, revelação, ou visão para transmiti-la ao povo. Os profetas não eram adivinhos, ou apenas pessoas que previam o futuro, como muitos imaginam. O ministério profético consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. 


No início da monarquia, no reino unido de Israel, o profeta exercia um papel muito importante. Os dois primeiros reis, Saul e Davi, foram ungidos pelo profeta Samuel, que era também juiz e sacerdote. Neste período, os profetas eram uma espécie de conselheiros do palácio. Após a divisão das tribos, principalmente no Reino do Norte, vieram muitos reis ímpios e os profetas foram perseguidos e mortos, pois, as suas profecias denunciavam o pecado e as injustiças dos reis. (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).


No antigo Testamento havia três tipos de profetas: 

a. Profetas literários ou canônicos. São os que deixaram as suas profecias escritas. 

b. Profetas não literários. São os que profetizaram, mas não escreveram, ou os seus escritos se perderam.

c. Profetas cúlticos. São aqueles cujas profecias estavam ligadas ao culto. (2 Cr 29.21-24). Em alguns salmos aparece esta categoria de profeta. 


A Bíblia hebraica é dividida em três partes: Torah, Neviim e Ketuvim (Lei, profetas e escritos). Este conjunto de livros é resumido na abreviatura “Tanaka”, que é um acrônimo destas três palavras. A nossa versão do Antigo Testamento está dividida por assunto: Lei, história, poesia e profecia. Os chamados livros proféticos em nossa Bíblia vão de Isaías a Malaquias. Estes livros se dividem em duas categorias: os profetas maiores (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel) e os profetas menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Esta classificação como maiores e menores é devido ao tamanho do livro e não tem relação com a importância do profeta. 

3. O profetismo. O profetismo foi um movimento que surgiu no século VIII d. C. para tentar resgatar o monoteísmo judaico, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais e despertar o povo para a chegada do Messias. Este movimento começou nos dias do profeta Amós e durou até Malaquias, quando veio o chamado silêncio profético, que durou até a chegada de João Batista. 


Os profetas do Antigo Testamento representavam a Palavra de Deus e não podiam ser questionados. Por outro lado, havia um rigor muito maior em relação aos falsos profetas. Eles poderiam ser mortos se mentissem ou não cumprissem o que Deus ordenou. 


Pb. Weliano Pires

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