(Comentário do 1º tópico da Lição 08: A promessa de paz)
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos da paz no plano de Deus. Inicialmente, mostraremos o conceito de paz no dicionário, no Antigo Testamento e no Novo Testamento. Na sequência, falaremos da paz na bênção sacerdotal, que é um estado de plena satisfação em Deus. Por último, falaremos da Paz do Senhor Jesus, que traz quietude e tranquilidade ao nosso coração diante das aflições desta vida.
1- O significado de paz. A palavra portuguesa “paz” vem do latim “pax” que significa “ausência de guerras e conflitos”. O dicionário de língua portuguesa traz as seguintes definições para a palavra paz: “estado de calmaria, de harmonia, de concórdia e de tranquilidade; calma; ausência de guerras e conflitos; anulação de hostilidades entre nações, mediante acordos de amizade”.
A palavra hebraica traduzida por paz no Antigo Testamento é Shalom, formada pelas letras hebraicas Shin, Lâmede e Men. Significa o estado de integridade e completude, advindos da comunhão com Deus, que faz o ser humano desfrutar das suas bênçãos, como veremos abaixo, na paz expressa na bênção sacerdotal de Números 6.24-26. Shalom é a saudação usada pelos israelitas ao longo dos séculos.
O Novo Testamento usa a palavra grega “eirene”, traduzida por paz. O nome próprio “Irene” vem desta palavra. Na cultura grega, a paz significava a ausência de conflitos e disputas. Nos jogos olímpicos, os gregos suspendiam as guerras e disputas. Por isso, até hoje as olimpíadas trazem a ideia de harmonia entre os povos. Esta é a ideia de paz que existe no mundo. Entretanto, a ideia de paz na Bíblia não é sinônimo de ausência de conflitos e guerras. No Novo Testamento há pelo menos três tipos de paz: a paz com Deus, a paz de Deus e a paz com o próximo. Ao longo desta lição, discorreremos sobre estes tipos de paz.
2- A Paz na bênção sacerdotal. No texto de Números 6.24-26, Deus falou para Aarão e seus filhos, como eles deveriam abençoar o povo de Israel: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz”. No deserto, o povo de Israel dependia exclusivamente de Deus. Sendo assim, os sacerdotes proferiam estas palavras, rogando ao Senhor que os abençoasse, dando-lhes proteção, misericórdia e paz.
Para o povo israelita, ter paz não significava viver sem conflitos, pois, ao longo da sua história, eles enfrentaram muitas guerras, muitas delas ordenadas por Deus. Desfrutar de Shalom significava estar em perfeita comunhão com Deus, tendo a aprovação dele, e alcançar a sua proteção, misericórdia, saúde física e espiritual e plena satisfação. Deus é chamado na Bíblia de “O Deus de Paz” (1Ts 5.23). Um dos Nomes de Deus é Yahweh Shalom (O SENHOR é Paz) (Jz 6.24).
3- A Paz do Senhor. Nas suas últimas instruções aos seus discípulos, antes da crucificação, o Senhor Jesus lhes disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou, como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27). Jesus não ofereceu uma paz que consiste em ausência de conflitos, pois no mesmo discurso, Ele falou que o mundo os odiaria e os mataria por causa do Seu Nome.
A Paz que o Senhor Jesus dá é o resultado da paz com Deus que é a restauração da comunhão com Deus, mediante a justificação pela fé. Quando o ser humano vive no pecado, ele é inimigo de Deus e não tem paz, pois o Príncipe da Paz é Jesus. Ao receber Jesus como Senhor e Salvador, a comunhão com Deus é restabelecida e o ser humano passa a ser filho de Deus e ter paz com Ele.
Tendo paz com Deus, o homem passa a viver num estado de calmaria e contentamento, independente das circunstâncias adversas que porventura tenha que atravessar. Jesus disse aos seus discípulos: “Tenho vos dito estas coisas para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. (Jo 16.33). Observe que Jesus disse “em mim tenhais paz”, ou seja esta paz vem dele e não das circunstâncias que estamos vivendo. Quem está em Cristo, tem paz interior e com o próximo.