Comentário do 3º tópico da Lição 5: O casamento é para sempre.
O casamento foi instituído por Deus, com regras e objetivos bem definidos. Com a entrada do pecado no mundo, como em todas as outras áreas, aquilo que Deus instituiu foi corrompido pela natureza pecaminosa do ser humano. Assim, teve início a poligamia, o homossexualismo, o divórcio, a prostituição e outras coisas que contrariam a vontade de Deus para o relacionamento conjugal.
1- O casamento na perspectiva bíblica. No princípio Deus criou um homem e uma mulher e os uniu, tornando-os uma só carne. Ao contemplar Eva pela primeira vez e recebê-la das mãos de Deus como sua esposa, Adão declarou: "Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem, o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gn 2.23,24). A partir da criação do primeiro casal e desta declaração de Adão que foi citada por Paulo aos Efésios (Ef 5.31), podemos compreender que Deus colocou os seguintes princípios para o casamento:
a) Dever heterossexual. Deus criou e uniu um homem e uma mulher e não dois homens ou duas mulheres. Portanto, homossexualismo, bissexualismo, polissexualismo, pansexualismo e coisas do tipo não fazem parte do plano de Deus.
b) Deve ser monogâmico. Deus criou e uniu apenas um homem e uma mulher e não um homem para várias mulheres e vice-versa. Por isso Deus abomina a infidelidade conjugal. O casamento é comparado à relação entre Cristo e a sua Igreja. Sendo assim, da mesma forma que Ele não aceita a idolatria, também não tolera o adultério.
c) Os cônjuges devem deixar pai e mãe e unir-se um ao outro. Deus não criou o casamento para os pais e sogros continuarem liderando e se intrometendo na nova família. Podem e devem aconselhar, pois tem mais experiência, mas não querer que os filhos vivam de acordo a vontade deles.
d) Deve ser vitalício. Deus criou o casamento para durar até que a morte os separe. Paulo disse que "a mulher está ligada ao marido pelo casamento enquanto ele viver." (Rm 7.2). Há também outras duas exceções que veremos abaixo, que podem dissolver o casamento.
2- O que fazer para que o casamento seja para sempre? Não é fácil ter um casamento bem sucedido e fazê-lo perdurar até à morte, como a Palavra de Deus ordena. Isto porque, embora seja uma instituição divina, o casamento é formado por seres humanos, que têm suas falhas e imperfeições. Além disso, ao contrário do que dizem os filmes e as poesias românticas, não existem ‘almas gêmeas’, que nasceram um para o outro e que correspondem, perfeitamente, aos anseios do outro. Vejamos abaixo, algumas recomendações importantes para um casamento duradouro:
a) Escolha bem. Deus nos deu o livre-arbítrio. Podemos e devemos escolher o que fazer, como fazer, se queremos e com quem fazer. No caso do casamento, não é diferente. Precisamos responder às seguintes perguntas para nós mesmos: Quero casar? Nem todos tem essa vocação. Quem não gosta de dar satisfações da sua vida ou gosta de dormir sozinho, ir pra onde quer, etc. não deve casar. Com quem? Não devemos nos prender a um jugo desigual.
b) Cultive o amor. Nenhum casamento sobrevive se não houver amor. Mas, amor é diferente de paixão ou afeição. Amor está relacionado ao compromisso que temos com a pessoa amada. A paixão é passageira e normalmente está relacionada ao objeto apaixonante. Seja a beleza física, a voz, os cabelos ou a curiosidade pelo desconhecido. Quando o objeto apaixonante varia, a paixão vai embora e apaixonado diz: “Não amo mais”. Na verdade, ele não está mais apaixonado. O amor é uma escolha que fazemos de buscar identificar e satisfazer as necessidades (não as vontades) da pessoa amada, sem esperar nada em troca.
c) Ore pelo casamento. Ore antes de casar e durante o casamento. Apesar de termos o livre-arbítrio, não somos oniscientes. Precisamos orar, para não comprar gato por lebre. Durante o casamento, o inimigo atua ferozmente, para destruir o projeto de Deus. Se não orarmos, ele lança tropeços e destrói o casamento.
d) Cumpra as suas responsabilidades no casamento:
1 - Homem: Ame a sua esposa como Cristo amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela. "Coabite" com ela com entendimento, como ensinou o apóstolo Pedro (1 Pe 3.7). Esta expressão "coabitar com entendimento", usada por Pedro, refere-se ao relacionamento sexual. Não seja machista. A mulher não foi criada para ser escrava do homem ou ser humilhada por ele. Proveja o sustento do lar, na medida do possível. Não é tolerável, um homem casar e esperar que a mulher o sustente. Ela até pode ajudá-lo, mas essa responsabilidade é do homem.
2 - Mulher: Seja submissa ao seu marido no Senhor. Deus constituiu o seu marido como líder do lar. Esta submissão, no entanto, deve ser voluntária e por amor. Uma coisa que tem destruído muitos casamentos na atualidade é a falta de submissão das mulheres à autoridade do marido. Influenciadas pelo feminismo, muitas têm desrespeitado o marido e consequentemente, separam-se dele.
e) Tenham projetos em comum. Troque o “EU” pelo “NÓS” e o "MEU'' pelo “NOSSO”. Depois que casamos, os projetos passam a incluir os dois e não mais um. É inadmissível um marido ter posses separadas da esposa. Tudo deve ser dos dois. Pode ser administrado por ele, mas pertence a ambos. No momento de decidir o que fazer, tem que haver concordância.
3 - Casamento: uma união indissolúvel. Em Mateus 19, os fariseus resolveram tentar Jesus e questionaram-lhe sobre o divórcio. Eles perguntaram se era correto o homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo. Na verdade, eles não estavam interessados em debater a questão. Queriam apenas arrancar de Jesus, uma resposta comprometedora, para que pudessem avisá-lo de estar violando lei.
Nesta questão do divórcio, havia muitos debates. O texto de Deuteronômio 24, que trata deste assunto, diz que o homem poderia repudia a sua mulher, caso encontrasse nela, "coisa vergonhosa". Entre os rabinos judaicos havia dois pensamentos sobre isso: os que eram da escola de Shammai eram mais radicais e entendiam que isso envolvia algo que fosse grandemente vergonhoso, ou seja, o adultério. Por outro lado os que seguiam a escola de Hillel, eram mais liberais e ensinavam que o divórcio poderia ser permitido por qualquer coisa banal, como por exemplo, a esposa deixar a comida queimar.
O Senhor Jesus fez a seguinte afirmação o divórcio: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. (Mt 19.9). O apóstolo Paulo também recomenda que os casais cristãos não devem se separar. Se a separação for inevitável, não devem se casar com outra pessoa: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Co 7.10,11). A exceção que Paulo coloca nesse sentido é se o cônjuge for descrente e quiser separar: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1 Co 7.15).
Portanto, o ensino do Novo Testamento para o Cristão em relação ao casamento é que ele é uma união indissolúvel. Apenas três coisas podem dissolver o casamento do cristão: a morte do cônjuge, a infidelidade do cônjuge ou o abandono. Fora destas três coisas, quem separar-se do seu cônjuge e contrair um novo matrimônio estará vivendo uma vida adúltera.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 99-106.
Soares, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Editora CPAD. pag. 36-39.
LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 130.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 95.
SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Editora CPAD. pag. 13-14.
RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.46.
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Pb. Weliano Pires