26 abril 2022

A “OFERTA DO ALTAR” E A DESAVENÇA



Neste terceiro tópico, falaremos sobre o ato de ofertar e a desavença. A oferta do altar é um ato de adoração a Deus, onde o ofertante reconhece a sua dependência de Deus e entrega-lhe uma oferta como forma de gratidão. Por outro lado, Jesus alerta que as desavenças com o próximo afrontam também a Deus e, portanto, antes de entregar a oferta, devemos primeiro entrar em acordo com o próximo e eliminar as desavenças. 


1- A oferta do altar. Para os judeus, o momento da oferta e do sacrifício era sagrado. Uma vez ao ano, eles iam a Jerusalém oferecer sacrifícios aos Senhor e traziam as suas ofertas. Com isso, reconheciam a bondade e provisão de Deus. Eles entendiam que trazer a oferta diante de Deus era o suficiente. Infelizmente, muitas pessoas em nossos dias já pessoas que pensam dessa forma e entendem que basta dizimar e ofertar no templo que está tudo certo. Há ainda aqueles que pensam em barganhar com Deus, achando que podem comprar o favor de Deus. 

De fato a oferta ao Senhor é um momento especial e deve ser feito com alegria e gratidão. Quando ofertamos a Deus, reconhecemos que tudo pertence a Ele e demonstramos a nossa gratidão por tudo o que Ele nos deu. Entretanto, antes de oferecer alguma coisa ao Senhor devemos nos relacionar com Ele, servindo-o de todo o nosso coração. Antes de aceitar a oferta, Deus aceita o ofertante. Deus atentou para Abel e para a sua oferta, ao passo que rejeitou Caim e a sua oferta. (Gn 4.4,5). 


2- Evitando a desavença. Nos versículos 23 e 25, o Senhor Jesus diz que a desavença é incompatível com a oferta. Portanto, se ao ofertar, o cristão lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra ele, deve deixar ali a sua oferta e reconciliar-se primeiro antes de ofertar. Na sequência, nos versículos 25 e 26, o Senhor alerta para a reconciliação antes do caso chegar aos tribunais. Naquela época, os devedores podiam ser levados aos tribunais pelos próprio credores. Os devedores eram presos e se ninguém pagasse a dívida poderiam passar o resto da vida na prisão.

O que o Senhor Jesus alerta nessa parte do Sermão é que os seus discípulos evitem as desavenças e, caso elas sejam inevitáveis, busquem um acordo antes que a desavença seja julgada nos tribunais, onde as consequências serão muito piores. Muitos desentendimentos poderia ser resolvidos pacificamente, se houvesse humildade e perdão de ambas as partes. Em muitos casos não basta o perdão, é preciso haver também a reparação ou amenização dos danos causados. 

O apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios sobre este assunto e disse que já é demais haver desavenças entre irmãos. Pior ainda é o caso ser levado aos tribunais perante ímpios. Paulo recomenda que pessoas sábias da Igreja julguem os casos com sabedoria para evitar escândalos. (1 Co 6.1-8). Infelizmente, em nosso dias, vemos crentes que causam prejuízos aos irmãos e não honram as suas dívidas. Muitos casos vão parar na Justiça, causando escândalo ao Evangelho. Até pastores processam uns aos outros. 

Alguns teólogos entendem que o ensino de Jesus aqui não se refere apenas ao aspecto terreno, mas se aplica também à reconciliação com Deus. O pecador, enquanto tem vida tem a oportunidade de pedir perdão a Deus e se reconciliar com Ele. Hoje, o Senhor Jesus atua como advogado e Salvador. Entretanto, no Juízo Final, Ele atuará como Juiz e condenará os pecadores que não se reconciliaram ao inferno, uma prisão da qual não terão como sair. 


Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 83-85.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO. Edição completa. Editora CPAD. pág. 53.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. Editora Cultura Cristã. pag. 420-421.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO. Edição completa. Editora CPAD. pág. 53-54.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. Editora Cultura Cristã. pag. 421-423.

BARCLAY, William. O Novo Testamento. Mateus. pág. 156-158.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio Janeiro: CPAD, 2004, p.1225).

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