21 junho 2025

A RESSURREIÇÃO DE JESUS

(Comentário do 3° tópico da Lição 12: Do julgamento à ressurreição)

Ev. WELIANO PIRES

O terceiro tópico nos fala da Ressurreição de Jesus, que foi a primeira desta natureza. Inicialmente, falaremos do túmulo vazio, como evidência clara da ressurreição de Jesus. Na sequência, falaremos da ressurreição de Jesus como base da Fé Cristã. Por último, veremos que o Cristo Ressurreto quebra a incredulidade. Depois de ressuscitado, Jesus apareceu a várias pessoas que inicialmente não creram no testemunho daqueles que o haviam visto ressurreto. 


1. O Túmulo Vazio. Jesus havia falado várias vezes aos seus discípulos sobre a sua morte e também sobre a ressurreição. Mas eles continuavam céticos e sem entender. João iniciou o capítulo 20 dizendo que Maria Madalena foi ao sepulcro de Jesus, na manhã de domingo, sendo ainda escuro, e constatou que a pedra da entrada do túmulo havia sido removida. Diante deste fato, ela correu e contou a Pedro e a João. Estes apóstolos também foram ao sepulcro e constataram que ele estava vazio. 


O relato de João não entra em detalhes aqui, mas Marcos e Lucas relataram que Maria Madalena foi ao sepulcro na companhia de Maria, mãe de Tiago, e Salomé. Elas compraram especiarias para ungir o corpo de Jesus, sendo já o dia da ressurreição. Portanto, não esperavam que Ele ressuscitaria. 


Chegando ao local e vendo a pedra removida, entraram e viram que o túmulo estava vazio. Elas ficaram atemorizadas, imaginando que o corpo do Senhor tivesse sido furtado. Mas apareceram dois anjos vestidos com vestes resplandecentes e anunciaram que Jesus havia ressuscitado (Mc 16.1-7; Lc 24.1-7). 


Esta é uma das principais diferenças entre Jesus e os fundadores de outras religiões. Se formos aos sepulcros deles, encontraremos a informação: aqui jaz o mestre fulano de tal. Mas no túmulo de Jesus, em Jerusalém, está escrito: Ele não está aqui, pois já ressuscitou. 


2. A Ressurreição como base da Fé Cristã. A ressurreição é a base da Fé Cristã. Sem ressurreição não há Cristianismo. O apóstolo Paulo na primeira Epístola aos Coríntios, dedicou o capítulo 15 inteiro para falar da ressurreição dos mortos, porque havia pessoas naquela Igreja que não acreditavam na ressurreição.


O apóstolo iniciou dizendo que Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Em seguida falou que Ele foi visto por Pedro, depois pelo colégio apostólico e por mais de quinhentos irmãos, a maioria dos quais ainda eram vivos na época. Depois foi visto por Tiago (o irmão de Jesus) e pelo próprio Paulo.


Depois de apresentar tantas testemunhas da ressurreição de Cristo, Paulo disse que se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou e se Cristo não ressuscitou, a nossa fé é vã. Em outras palavras, a ressurreição de Cristo é a garantia da nossa ressurreição. Portanto, se alguém não acredita que Jesus ressuscitou não pode ser considerado cristão. 


3. O Cristo Ressurreto quebra a incredulidade. Praticamente todos os discípulos de Jesus tiveram dificuldade de acreditar na ressurreição. O que deixou isso mais claro foi Tomé, porque era absolutamente sincero e falava o que pensava. Muitas pessoas o criticam e o associam à incredulidade, mas os outros também não creram. A diferença é que Tomé admitiu que não creria, se não colocasse o dedo nos sinais dos cravos e a mão no local do local do ferimento da lança. 


Os outros discípulos viram o sepulcro vazio, mas não creram que Jesus havia ressuscitado. Pensavam que alguém tivesse levado o seu corpo. Mesmo depois que as mulheres viram Jesus e lhe contaram, eles não creram. Os discípulos do caminho de Emaús ouviram os testemunhos e também não creram. 


Entretanto, após verem o Cristo Ressurreto, a incredulidade foi quebrada. Tomé, ao ver Jesus ressuscitado, exclamou: Senhor meu e Deus meu! Da mesma forma, Pedro e os demais apóstolos viram Jesus ressuscitado e a incredulidade foi quebrada. Saulo de Tarso, o terrível perseguidor da Igreja, ao ter um encontro com o Cristo Ressurreto, rendeu-se a Ele e nunca mais foi o mesmo. A partir daquele instante, o viver para ele era Cristo e o morrer era lucro. 


19 junho 2025

CRUCIFICAÇÃO, MORTE E SEPULTAMENTO DE JESUS

(Comentário do 2° tópico da Lição 12: Do julgamento à ressurreição) 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos dos acontecimentos relacionados à crucificação, morte e sepultamento de Jesus. Inicialmente, falaremos da trajetória até o Monte chamado Calvário, onde o crucificaram. Na sequência, falaremos do encerramento da missão de Jesus como homem neste mundo, quando declarou: Está consumado!. Por último, falaremos dos detalhes do sepultamento de Jesus. 

1. O caminho do Calvário. Pilatos tentou de várias formas impedir a crucificação de Jesus, pois não via nele nenhum crime e sabia que os judeus queriam matá-lo por ódio e inveja (Mc 15.10). Vendo que não conseguiria demovê-los da obsessão de matar Jesus, Pilatos lavou as mãos, na tentativa de se eximir da responsabilidade pela morte de um inocente (Mt 27.24). 

A partir daí, os soldados conduziram Jesus, sob espancamentos e humilhações, a um monte chamado em aramaico de “Gólgota", que significa “lugar da caveira”. Alguns comentaristas sugerem que este nome se dá devido à semelhança entre o formato daquele monte e uma caveira. Mas não há como saber ao certo, pois não sabemos a localização exata deste local. Outros dizem que é porque naquele lugar muitos condenados eram executados e as suas ossadas (caveiras) ficavam lá. O nome grego era kranion, que significa “caveira”. Calvário é a transliteração da palavra latina “Calvaria”, que significa caveira. Forçaram Jesus a levar a cruz até este local, onde o crucificaram ao no meio de dois criminosos. Cumpriu-se aqui a profecia de Isaías 53.12, que diz que ele “foi contado com os transgressores”.

Do ponto de vista bíblico, é impossível negar a morte de Jesus, pois há abundantes comprovações. Não há como negar a morte de Jesus sem negar as Escrituras. Mas, além da confirmação bíblica, a morte de Jesus é confirmada também pela história, inclusive por historiadores que não eram cristãos, como o judeu Flávio Josefo e o romano Tácito. Mas há hereges, tanto no passado quanto no presente, que negam que Jesus morreu e dizem que foi outra pessoa que morreu em seu lugar. Entretanto, a Bíblia diz o contrário disso: foi Jesus quem morreu no lugar de outras pessoas. 

2. A missão foi encerrada. João não trouxe muitos detalhes sobre os momentos finais de Jesus depois de ter sido crucificado. Entretanto, Lucas, que era historiador e colheu informações com várias pessoas que presenciaram aquele momento, registrou as zombarias dos soldados, as palavras de Jesus pedindo ao Pai que perdoasse os seus algozes, o arrependimento de um dos criminosos e  a blasfêmia do outro, o escurecimento do sol e o terremoto, a rasgadura do véu do templo e o reconhecimento de um centurião de que Jesus era justo, por causa desses acontecimentos. 

João deu ênfase às mulheres que acompanharam Jesus ao pé da Cruz e às palavras de Jesus dirigidas a ele para que recebesse Maria em sua casa como sua mãe, e a Maria para que o recebesse como filho. Os católicos se apegam nisso, para defender a posição de Maria como mãe dos cristãos. Mas Jesus não disse isso a nenhum outro cristão, apenas a João. 

Sabendo que a sua obra na cruz havia chegado ao fim e que as profecias haviam se cumprido, Jesus disse que estava com sede. Deram-lhe uma esponja encharcada de vinagre, que causaria mais sede ainda. O vinagre aqui não se refere ao vinagre atual que usamos na cozinha. Aqui é uma palavra genérica para se referir a uma espécie de bebida inebriante que os soldados ofereciam aos condenados para aliviar a dor. O texto de Mateus diz que deram vinagre misturado com fel e Jesus recusou. Esta mistura era anestesiante e poderia aliviar o sofrimento, pois Jesus não quis tomar. João, no entanto, falava de outro momento e disse que Jesus tomou o vinagre. 

Depois disso, Jesus proferiu a expressão  grega “Tetelestai”, que significa “está consumado”, ou “foi concluído”. A missão de Jesus entregar-se em sacrifício a Deus por nós estava encerrada. Após pronunciar a expressão tetelestai, Jesus dirigiu-se ao Pai e disse: Em tuas mãos, entrego meu espírito. Tendo dito isso, expirou. A partir deste instante, o corpo de Jesus estava morto, como o de qualquer ser humano quando morre. Mas, o que aconteceu com o seu espírito? Para onde Ele foi? Alguns pregadores emocionalistas tentam dramatizar este momento e criam teses equivocadas que não tem nenhum fundamento bíblico. 

O primeiro equívoco é dizer que houve uma festa no inferno para comemorar a morte de Jesus, que foi interrompida quando Jesus chegou lá. É preciso esclarecer, em primeiro lugar, que o diabo e seus anjos não estão no inferno, pois este não foi inaugurado ainda. Eles estão nas regiões celestiais e na terra. Em segundo lugar, é preciso esclarecer também que o inimigo não tinha nada a comemorar. Diferente de muitos crentes, ele conhece as Escrituras e sabia que a morte de Cristo representava a vitória contra o pecado e a morte. Por isso, ele tentou até o fim, evitar que Jesus fosse à cruz. 

Outro equívoco destes pregadores é dizer que Jesus foi ao inferno e tomou as chaves da morte e do inferno, das mãos do diabo. Ora, o diabo nunca teve chave de lugar algum. O controle da morte sempre esteve nas mãos de Deus. É Ele quem dá a vida e tira (1 Sm 2.6). Mas a Bíblia não diz que Jesus tomou as chaves da morte e do inferno? Não! A Bíblia que Ele tem as chaves da morte e do inferno, pois sempre teve: “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”. (Ap 1.18). 

3. O Sepultamento. A morte por crucificação prolongava o sofrimento dos condenados, que às vezes demoravam alguns dias agonizando até morrer. Por causa da festa da Páscoa, os judeus não queriam que os corpos crucificados permanecessem naquele local à vista das pessoas que viriam à festa. Por isso, pediram autorização a Pilatos para quebrar-lhes as pernas a fim de apressar a morte e tirá-los da cruz. Mas, quando chegaram próximo a Jesus, Ele já havia entregado o seu espírito ao Pai. Por isso não lhe quebraram as pernas, mas um soldado furou o seu lado e saiu sangue misturado com água. 

Havia um discípulo de Jesus chamado José, que era da cidade de Arimatéia. Este era um homem rico, membro do Sinédrio e era discípulo de Jesus em oculto, por medo dos judeus. Este foi a Pilatos e pediu que liberasse o corpo de Jesus, para que ele o sepultasse. Nicodemos, outro discípulo secreto de Jesus, comprou especiarias para preparar o corpo para o sepultamento e foi com José de Arimatéia. 

Jesus foi sepultado em um sepulcro novo, aberto em uma rocha. Os judeus rogaram a Pilatos que colocasse guardas na entrada do sepulcro, para evitar que os discípulos furtassem o corpo de Jesus e mentissem ao povo dizendo que Jesus ressuscitou. Muitos céticos que não crêem na ressurreição, insistem em dizer que o corpo de Jesus foi furtado. Mas, não há nenhum fundamento nisso, pois além da segurança ter sido reforçada, a ressurreição de Jesus teve muitas testemunhas, como veremos no próximo tópico. 

18 junho 2025

A PRISÃO E A CONDENAÇÃO DE JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 12: Do julgamento à ressurreição)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos dos detalhes da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani, que fica no Monte das Oliveiras, e sua condenação à morte. Inicialmente, falaremos do contexto em que se deu a prisão. Na sequência, trataremos dos interrogatórios feitos pelo Sumo Sacerdote Caifás e pelo governador da Judéia, Pôncio Pilatos. Por último, falaremos da condenação de Jesus à morte, por ordem de Pilatos. 

1. A prisão. A prisão de Jesus estava repleta de ilegalidades, tanto pelas leis judaicas, quanto pelas leis romanas. Ele foi preso às pressas, em uma noite de sexta-feira, véspera da Páscoa, sem ter cometido crime algum e sem que houvesse nenhuma denúncia formal contra Ele. Foi uma trama orquestrada pelas autoridades judaicas, que buscavam uma ocasião para acusá-lo e condená-lo à morte. 

Pelas leis judaicas, um judeu não poderia ter sido preso na noite que antecede a Páscoa, pois era uma confraternização familiar chamada Sêder, na qual se recordava a libertação do Egito. Nesse período de confraternizações, os judeus ficavam em suas casas reunidos com a família. Nenhum judeu poderia ser preso nesse período.

Segundo o professor Roberto Victor Pereira Ribeiro, advogado, escritor e professor de direito penal, do ponto de vista das leis romanas, esta prisão também foi ilegal por ter sido realizada à noite, sem que houvesse nenhuma denúncia ou acusação formal contra Jesus. Além disso, segundo o professor, a legislação romana exigia que houvesse um indiciamento formal antes da detenção, o que também não aconteceu no caso de Jesus. 

Depois de ser detido ilegalmente, Jesus foi conduzido sob torturas e humilhações, à casa de Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote. Jesus estava desarmado, não resistiu à prisão e não desrespeitou ninguém para ser espancado daquela forma brutal. Pedro seguiu a Jesus de longe e na casa do sumo sacerdote, ao ser indagado se era discípulo de Jesus, o negou por três vezes. Por fim, Jesus foi conduzido ao palácio de Pilatos, governador da Judéia, para ser interrogado por ele. 

2. O interrogatório. Assim como a prisão, o interrogatório de Jesus também foi uma farsa, cheia de ilegalidades, movido por ódio e inveja, baseado em falsos testemunhos. Pilatos o interrogou e não encontrou crime algum nele. João não registrou, mas Jesus foi encaminhado também a Herodes, porque Jesus era tido como galileu e a Galileia era jurisdição de Herodes. 

Ao interrogá-lo e não obter nenhuma resposta, Herodes o desprezou e o mandou de volta a Pilatos. Como era Páscoa, Pilatos devolveu-o aos judeus, dando-lhes a possibilidade de escolherem entre Jesus e um criminoso chamado Barrabás, para que condenassem um e soltassem o outro. A multidão, orientada pelas autoridades religiosas, escolheu libertar Barrabás e crucificar Jesus.

3. A condenação. Diante da escolha por Barrabás, Pilatos ordenou que açoitassem a Jesus e o levassem para ser crucificado. A partir daí, iniciou-se uma série de torturas horripilantes contra o Mestre. Teceram uma coroa de espinhos pontiagudos que feriam-lhe o crânio, fazendo o sangue escorrer pelo seu rosto, para desdenhar da sua realeza. 

Todos estes sofrimentos horrendos, cumpriram a profecia de Isaías que diz: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. (Is 53.4,5).

Naquele momento, o Senhor tomou sobre o seu corpo as nossas dores e iniquidades, pagando o preço pelos nossos pecados. Ele jamais cometeu crime ou pecado algum. Foi condenado em um tribunal de exceção, por uma multidão raivosa, sem nenhuma prova de crime. Ele sofreu tudo aquilo pelos nossos pecados. O hino 484 da Harpa Cristã descreve isso muito bem na primeira estrofe: 


Houve Um que morreu por meus crimes na cruz,

‘Inda indigno e vil como sou;

Sou feliz, pois Seu sangue verteu meu Jesus

E com este, meus crimes lavou.


REFERÊNCIAS: 


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.42.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.603, 605-606.

Parabéns à Assembleia de Deus pelos 114 anos de fundação


Em um grande avivamento

Dois jovens foram impactados 

Daniel Berg e Gunnar Vingren

Por Deus foram direcionados

Viviam nos Estados Unidos

E para o Brasil foram enviados.


No ano de mil novecentos e dez

Em Belém do Pará chegaram

Não conheciam o nosso idioma

E dificuldades enfrentaram

A Igreja Batista já existia aqui

E nela eles se congregaram.


Entretanto, a mensagem deles

À Igreja Batista incomodou

Pois rejeitavam aquela doutrina

Que ao mundo revolucionou

Numa reunião, foram expulsos

Mas, o fervor deles continuou.


Junho de mil novecentos e onze

Dezenove crentes se reuniram

Após serem expulsos da Igreja

Por unanimidade decidiram

Criar uma nova denominação

Da obra de Deus não desistiram.


Missão da Fé Apostólica

Foi este o nome escolhido

Para a nova denominação

Pelo Espírito Santo dirigidos

Se espalharam pela nação

Pregando aos oprimidos.


Depois, outros missionários

Ao nosso Brasil chegaram

Para apoiar esta grande obra

Com coragem desbravaram

Os mais longínquos rincões

Cantaram, oraram e pregaram.


Em mil novecentos e dezoito

Mudaram o nome da missão

Tornou-se Assembléia de Deus

Firmada na doutrina e na oração

Pregavam os dons, cura divina

Batismo no Espírito e Salvação.


Em mil novecentos e vinte e dois 

Lançaram a sua primeira edição 

Contendo trezentos hinos sacros

O hinário da nossa denominação

Que foi denominado Harpa Cristã

Com Adriano Nobre na supervisão.


No ano mil novecentos e trinta

A Convenção Geral foi criada

Visando a união e o crescimento

Para que a obra fosse divulgada

Decidiram lançar um jornal

Na primeira reunião realizada.


Dez anos depois foi criada

A nossa Casa Publicadora

O governo Getúlio Vargas

Com sua política reguladora

Fez a Assembléia de Deus

Criar a sua própria editora.


Devido à grande expansão

Surgiram divisões regionais

Chamadas de ministérios 

Com suas lideranças locais

Porém estavam vinculadas

Com as diretrizes nacionais. 


Com o passar dos anos surgiram 

Muitos ministérios e convenções

Que se tornaram independentes

Cada um com suas convicções

Chamam-se Assembléia de Deus

Mas, com ela não tem ligações.


Pela Igreja Assembléia de Deus

Eu nutro respeito e gratidão

Nela os meus pais me criaram 

É me ensinaram a ser cristão.

Hoje, eu quero parabenizá-la

Pelo aniversário de fundação.


Ev Weliano Pires

Assembleia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos-SP.

17 junho 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO

Ev. WELIANO PIRES

Nesta penúltima lição, estudaremos sobre a consumação da obra redentora de Cristo, trazendo os detalhes dos últimos acontecimentos envolvidos: a prisão, condenação, crucificação, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Estes acontecimentos estão registrados nos capítulos 18 a 20 do Evangelho segundo João. São vários assuntos importantes, para se tratar em apenas uma lição. Por isso, se faz necessário administrar bem o tempo, para conseguirmos estudar todo o conteúdo da lição. 

Palavra-Chave: RESSURREIÇÃO

A palavra ressurreição é a tradução do grego anástasis que significa literalmente o ato levantar-se (de um assento). No sentido bíblico, anástasis é o retorno do espírito e da alma ao corpo. É o oposto da morte, que é a separação entre a parte imaterial (espírito e alma) e o corpo. A Bíblia menciona quatro tipos de ressurreição: A ressurreição no mesmo corpo mortal, a ressurreição de Jesus, a ressurreição dos justos e a ressurreição dos ímpios. A ressurreição de Jesus é diferente de todas as outras, pois Ele foi o primeiro a ressuscitar em um corpo glorificado, para nunca mais morrer, tornando-se as primícias dos que dormem. Com a sua ressurreição, Jesus garantiu que aqueles que nele crerem também ressuscitarão para nunca mais morrer. 

Objetivos da Lição: 

I) Descrever o contexto da prisão e condenação de Jesus; 
II) Explicar o significado teológico da crucificação, morte e sepultamento de Jesus; 
III) Incentivar os alunos a celebrarem a ressurreição de Cristo como uma vitória sobre o pecado e a morte.

TÓPICOS DA LIÇÃO:

No primeiro tópico, falaremos dos detalhes da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani, ou Monte das Oliveiras e sua condenação à morte. Inicialmente, falaremos do contexto em que se deu a prisão. Na sequência, trataremos dos interrogatórios feitos pelo Sumo Sacerdote Caifás e pelo governador da Judéia, Pôncio Pilatos. Por último, falaremos da condenação de Jesus à morte, por ordem de Pilatos. 

No segundo tópico, falaremos dos acontecimentos relacionados à crucificação, morte e sepultamento de Jesus. Inicialmente, falaremos da trajetória até o Monte chamado Calvário, onde o crucificaram. Na sequência, falaremos do encerramento da missão de Jesus como homem neste mundo, quando declarou: Está consumado!. Por último, falaremos dos detalhes do sepultamento de Jesus. 

O terceiro tópico nos fala da Ressurreição de Jesus, que foi a primeira desta natureza. Inicialmente, falaremos do túmulo vazio, como evidência clara da ressurreição de Jesus. Na sequência, falaremos da ressurreição de Jesus como base da Fé Cristã. Por último, veremos que o Cristo Ressurreto quebra a incredulidade. Depois de ressuscitar, Jesus apareceu a várias pessoas que inicialmente não creram no testemunho daqueles que o haviam visto ressurreto. 

REFERÊNCIAS: 
CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.42.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.603, 605-606.

16 junho 2025

DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO


SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO / CPAD

A lição desta semana destaca a consumação da obra de Cristo neste mundo. Dois momentos cruciais que culminam a missão de Cristo são Sua morte na cruz e, posteriormente, Sua ressurreição. Sem este último evento a esperança da salvação seria anulada, haja vista ser necessário Cristo vencer as amarras da morte (At 2.24). É importante compreender o propósito da morte e ressurreição de Cristo nesse contexto. Enquanto Sua morte como “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) atende à justiça divina, por outro lado sua ressurreição aponta para a esperança da vida eterna. Se Cristo ressuscitou dos mortos, a doutrina da ressurreição está fundamentada. Logo, todos que creem em Jesus têm assegurado o direito à ressurreição para a salvação eterna no Dia em que Cristo voltar para arrebatar Sua igreja.

É por causa da ressurreição de Jesus que temos a esperança da ressurreição, pois se morrermos antes da Sua Vinda, ressuscitaremos quando a trombeta soar na ocasião do arrebatamento dos salvos (1Ts 4.16,17). A Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD) fundamenta a doutrina da ressurreição da seguinte forma: “A Bíblia revela pelo menos três motivos pelos quais a ressurreição do corpo é necessária: a. O corpo é uma parte essencial da personalidade humana total; os homens são incompletos sem um corpo. Por essa razão, a redenção (isto é, a salvação, restauração, libertação, renovação espiritual) que Cristo oferece se aplica à pessoa inteira, incluindo o corpo (Rm 8.18-25); b. O corpo é o templo do Espírito Santo (1Co 6.19) para aqueles que seguem a Cristo. No momento da ressurreição, ele se tornará novamente um templo do Espírito; c. A fim de desfazer o resultado trágico do pecado em todos os níveis, o inimigo final da humanidade — a morte do corpo — deve ser vencido pela ressurreição (1Co 15.26). [...] Nossa ressurreição corpórea é garantida pelo fato de Cristo ter ressuscitado dos mortos (Mt 28.6; At 17.31; 1Co 15.12,20-23)”.

Apesar de muitos estudiosos do meio secular questionarem ou até mesmo negarem a ressurreição de Jesus, temos a promessa bíblica de que nossa esperança não será malograda (Pv 23.18). O autor da Carta aos Hebreus endossa que “retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu” (Hb 10.23). Nestes últimos dias, os crentes são convocados à vigilância quanto à santificação e a buscarem a renovação espiritual para o exercício de uma fé genuína, tendo em vista que o arrebatamento dos santos pode ocorrer a qualquer momento.

Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 102, p.42.

13 junho 2025

A ORAÇÃO DE JESUS PELOS QUE VIRIAM A CRER

(Comentário do 3° tópico da Lição 11: Intercessão de Jesus pelos seus discípulos)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da terceira parte da oração de Jesus, onde Ele ora por aqueles que futuramente creriam nele. Veremos que Jesus intercedeu ao Pai pela unidade da Igreja, assim como existe unidade entre Ele e o Pai. Na sequência, falaremos do propósito da unidade da Igreja, com base na intercessão de Jesus. Por último, falaremos do pedido de Jesus por encorajamento dos discípulos a terem unidade com Ele, a fim de darem testemunho ao mundo. 


1. Oração pela unidade da Igreja. Depois de orar pelos discípulos que andavam com Ele, Jesus orou pelos futuros discípulos que creriam nele, através da pregação dos seus discípulos e disse: “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim, para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (João 17.20,21). Jesus orou ao Pai para que a sua Igreja tivesse unidade, da mesma forma que há unidade entre as Pessoas da Santíssima Trindade. 

O Novo Testamento dá muita ênfase à unidade da Igreja. Escrevendo aos Efésios, o apóstolo Paulo rogou que eles andassem como é digno da sua vocação, “...procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Ef 4.3). Somos convocados a manter a unidade do Espírito, servindo uns aos outros, colocando os outros acima de nós mesmos e sendo verdadeiros uns para com os outros. Portanto, não pode haver disputas carnais e falsidade entre os membros do corpo de Cristo. 

É importante esclarecer que a unidade a que o Novo Testamento se refere é baseada em Cristo e nada tem a ver com o ecumenismo e o chamado diálogo inter-religioso. O Ecumenismo inicialmente tinha o objetivo de unir todas as religiões cristãs: Católicos, ortodoxos e protestantes. Atualmente, vai além das fronteiras do Cristianismo e engloba também outras religiões, juntando “o que há de bom em cada uma delas”, pois dizem que todos os caminhos levam a Deus. 

O diálogo inter-religioso prega a tolerância, comunicação e cooperação entre as mais diversas tradições religiosas. Evidentemente, devemos respeitar todas as religiões, inclusive as que não são cristãs. Mas não podemos viver em unidade com outras crenças, pois a nossa unidade é em Cristo. Temos também a incumbência dada por Jesus de anunciar o Evangelho a toda criatura. Tanto o Ecumenismo como o Diálogo Inter-religioso não aceitam o proselitismo religioso. 

A unidade cristã também não é sinônimo de unidade denominacional. Há diferenças de costumes, estatutos e administração em cada denominação. As Igrejas Batistas são diferentes da Igreja Presbiteriana, que são diferentes das Assembléias de Deus e assim sucessivamente. Até mesmo dentro da mesma denominação, há diferenças regionais. Na Assembleia de Deus, por exemplo, há várias diferenças entre um ministério e outro e até dentro do mesmo ministério, de um campo para outro. 

As Igrejas do Novo Testamento também tinham as suas particularidades e eram diferentes umas das outras. A Igreja de Corinto era diferente da Igreja de Éfeso, de Filipos, de Tessalônica, etc. Estas diferenças, no entanto, não podem ser nas questões fundamentais da fé cristã. Devemos ter unidade com as Igrejas que são bíblicas, mesmo que tenham diferenças secundárias conosco. Mas não podemos ter comunhão com Igrejas unicistas, idólatras, que negam a divindade e a suficiência de Cristo, a personalidade e divindade do Espírito Santo, a justificação pela fé, a inerrância das Escrituras, etc. 


2. Propósito da unidade. Em sua oração, Jesus mostrou o propósito da unidade espiritual da Igreja: “Para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). A Igreja unida revela ao mundo que está unida a Cristo, pois reflete o caráter dele. Por outro lado, se uma Igreja vive em disputas constantes por coisas fúteis e terrenas, mostra que é carnal, como a Igreja de Corinto (1 Co 3.1). O comentarista elencou aqui quatro motivos que evidenciam a unidade espiritual da Igreja com Cristo: 

a) União essencial dos salvos como membros do Corpo de Cristo (1Co 12.12). Aqui o apóstolo Paulo comparou a Igreja ao corpo humano que tem muitos membros e todos trabalham unidos, cada um em sua função, visando o bom funcionamento do corpo.

b) União essencial dos salvos promovida pelo conhecimento crescente sobre Jesus Cristo (2Pe 3.18). O apóstolo Pedro recomendou os cristãos a crescerem na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Somente a unidade da Igreja pode proporcionar este crescimento e amadurecimento dos membros da Igreja. 

c) União essencial dos salvos no desenvolvimento do Fruto do Espírito (Gl 5.22,23). O fruto do Espírito Santo é o resultado de uma vida cristã sob a direção e o domínio do Espírito Santo. O amor encabeça esta lista de virtudes e resume as demais, pois quem ama de verdade tem alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Estas virtudes são o oposto das obras da carne e só podem existir onde há unidade. 

d) União essencial dos salvos manifestada na glória como filhos de Deus e detentores da vida eterna (Jo 17.22). A unidade dos salvos em Cristo glorifica a Deus. Se todos somos salvos por Cristo, temos o mesmo Espírito de Deus habitando em nós, evidentemente estaremos unidos, desfrutando da mesma alegria, do mesmo amor e comunhão. 


3. Oração por encorajamento à unidade. Jesus rogou ao Pai para que os seus discípulos fossem incentivados a manter a Unidade com Ele e com os irmãos. Esta unidade é um forte testemunho do amor de Deus ao mundo. Muitas pessoas no Império romano se converteram ao ver a união e solidariedade entre os cristãos. Uma Igreja desunida pregando o amor de Deus demonstra hipocrisia e incoerência. O mundo já está cheio de incompatibilidade entre discurso e prática. Os ensinos de Jesus tinham autoridade porque as pessoas viam coerência entre os seus discursos e a vida.

Este empenho pela unidade da Igreja, porém, não pode servir de base para nos unirmos a hereges e obreiros que se rebelaram contra a Igreja e abriram trabalhos para competir. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo, falou sobre os tempos trabalhosos dos últimos dias e disse que viriam pessoas com aparência de piedade, mas negando a sua eficácia. O apóstolo recomendou a Timóteo: “Destes, afasta-te.” (2Tm 3.1-5). Na mesma direção, o apóstolo João escreveu: “Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (2Jo 10,11).

A ORAÇÃO DE JESUS PELOS DISCÍPULOS

(Comentário do 2° tópico da Lição 11: Intercessão de Jesus pelos seus discípulos). 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos da segunda parte da oração de Jesus, onde Ele ora pelos discípulos. Veremos que Jesus intercedeu ao Pai pela proteção dos seus discípulos. Em seguida, falaremos da afirmação de Jesus ao Pai, dizendo que os discípulos guardaram a Sua Palavra. Por fim, analisaremos a declaração de Jesus ao Pai, dizendo que o mundo odiou os seus discípulos por causa da Sua Palavra e porque eles não são do mundo. 


1. Intercessão pela proteção dos discípulos. Depois de orar ao Pai por Si mesmo, nos versículos 4 a 8, Jesus apresentou ao Pai, um breve relatório de coisas importantes que Ele havia realizado em seu ministério terreno. A exceção foi o versículo 5, onde Jesus reivindicou ao Pai, a glória que Ele tinha antes da fundação do mundo. Neste relatório, Jesus afirmou ao Pai que o havia glorificado na terra, concluindo a Obra para a qual o Pai o havia enviado (v.4). Em seguida, falou que manifestou o Nome do Pai àqueles que o Pai tirou do mundo e lhe deu e que eles guardam a Palavra de Deus  (v.6). Por fim, Jesus declarou que os seus discípulos entenderam que tudo provém do Pai, por causa da Palavra de Deus e, por isso, creram em Jesus (vv. 7 e 8). 

Depois deste relatório, Jesus intercedeu ao Pai pelos seus discípulos e disse: “Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste” (v.9). Os calvinistas se apegam neste versículo de forma isolada, para fundamentar a sua tese de que Jesus não morreu por todos, mas apenas pelos eleitos. Alguns deles chegam a dizer que Deus não ama os que estão no pecado, mas apenas os eleitos. Entretanto, não é isso que o texto está falando. Nesta oração, Jesus não orou pelo mundo, pois a sua intercessão aqui, realmente era pelos discípulos que estavam com Ele naquele momento. Mas, logo a seguir, Ele orou pelos futuros discípulos que ainda estavam no mundo, como veremos no próximo tópico. Em outras ocasiões também Jesus orou pelos pecadores. Na cruz, Ele pediu ao Pai para perdoar os seus algozes, pois não sabiam o que estavam fazendo. 

O comentarista mencionou aqui o pedido de Jesus pela proteção dos discípulos. Jesus pediu ao Pai para guardar os seus discípulos do mal ou do maligno. A nossa proteção vem de Deus, em todos os aspectos. No Salmo 127, o salmista afirmou: “...Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. (Sl 127.1). Evidentemente, precisamos vigiar e cuidar da nossa segurança, mas a verdadeira proteção vem de Deus.

Jesus se referiu aqui, exclusivamente à proteção contra as ações do maligno, para que eles não se perdessem. O inimigo é astuto, enganador, mentiroso e mau. Somente com a proteção divina é possível vencer as suas investidas. Há dois extremos que devemos evitar em relação ao inimigo: a) Subestimar a sua força e capacidade de enganar; b) superestimar o seu potencial, atribuindo-lhe poderes que ele não tem.


2. Os discípulos receberam a Palavra. Observando este relato de Jesus ao Pai sobre os seus discípulos, podemos notar que Ele falou de coisas que ainda não haviam acontecido, como se já fosse algo concluído. Isto aconteceu, porque em Sua presciência, Jesus conhece o futuro antecipadamente e fala dele como algo já realizado. Outro detalhe importante, é que Jesus enfatizou as obras que Ele realizou nos discípulos e o fato deles crerem e guardarem a Palavra de Deus. Em momento algum, Jesus mencionou ao Pai os pecados deles, o fato de que todos iriam abandoná-lo, que Pedro o negaria, que eles disputavam para saber quem era o maior, etc. 

Talvez, se fosse algum de nós diríamos: Pai, esses discípulos tem mania de grandeza; tiveram medo da tempestade, mesmo sabendo que Eu estava no barco; Tomé duvidou de algumas coisas sobre mim; Pedro tentou me desestimular de ir à Cruz, cortou a orelha de um soldado e por fim me negou; Tiago e João queriam que descesse fogo do Céu e consumisse os samaritanos; e assim sucessivamente. Infelizmente, temos esta tendência de dar maior ênfase aos erros das pessoas que aos acertos. Felizmente, Jesus não é assim, senão estaríamos perdidos. 

Apesar de não terem ainda uma compreensão exata de quem Jesus era e a dimensão do seu Reino, os discípulos creram em Jesus e guardaram a sua Palavra. Aqui nós aprendemos com Jesus que é preciso ter paciência com as pessoas que são novas na fé e ainda não tem um conhecimento aprofundado das Escrituras. Aliás, cabe a nós, não apenas pregar o Evangelho aos que estão lá fora, mas também discipular os que vieram a Cristo, orando por eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus e acompanhando de perto o seu crescimento espiritual. 


3. Protegidos do mundo. Jesus declarou ao Pai que pelo fato dos discípulos terem recebido a sua Palavra, eles foram odiados pelo mundo, pois não são do mundo, assim como o próprio Jesus também não é deste mundo (Jo 17.14). Na sequência desta afirmação, o Senhor rogou ao Pai, não para tirá-los do mundo, mas que os livrasse do mal. 

Para compreendermos esta parte da oração de Jesus, precisamos entender o significado da palavra mundo na Bíblia. Esta é uma palavra polissêmica, ou seja, possui vários significados. O contexto definirá a qual deles se refere. O mundo pode ser o planeta terra, o universo, a humanidade, os ímpios, ou sistema maligno que é inimigo de Deus. 

Por não terem essa compreensão, muitos crentes no passado se isolavam das pessoas que não eram crentes e até dos prazeres lícitos desta vida, pois diziam que “não podiam amar o mundo ou as coisas do mundo”. Ora, quando a Bíblia diz para não amarmos o mundo, não está se referindo às pessoas, às coisas boas desta vida ou ao planeta terra. É uma referência ao sistema maligno e ao pecado. A própria Bíblia diz que Deus amou o mundo (a humanidade) (Jo 3.16) e que do Senhor é o mundo (Planeta terra) e os que nele habitam (Sl 24.1). 

Portanto, Jesus não pediu ao Pai para retirar os discípulos do mundo (Planeta terra), mas que os livrasse do mal (maligno). Quando Ele diz que os discípulos não são do mundo, é uma referência ao sistema maligno dominado pelo Diabo, que é o príncipe (governante) deste mundo (sistema). O inimigo não governa o mundo (universo ou planeta terra). Estes são governados por Deus.

Outra coisa que Jesus pediu ao Pai é que os santificasse na Verdade, que é a Palavra de. O comentarista não mencionou este ponto na lição, mas é muito importante falar disso. A santificação é um dos aspectos da Salvação, junto da Justificação e da Regeneração. Tudo isso é realizado por Deus, mediante a fé em Cristo. Sem a Santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14), pois Ele é absolutamente Santo. Quando recebemos a Cristo como Salvador, somos santificados pelo Espírito Santo e separados do mundo (sistema), que jaz no maligno e é inimigo de Deus. 

12 junho 2025

A ORAÇÃO DE JESUS E SUA GLORIFICAÇÃO

(Comentário do 1º tópico da Lição 11: Intercessão de Jesus pelos seus discípulos) 

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos da primeira parte da oração de Jesus, quando Ele orou por Si mesmo, pedindo a Sua glorificação. Inicialmente, faremos uma introdução à oração de Jesus. Na sequência, falaremos do significado do pedido de Jesus pela Sua glorificação. Por último, falaremos do pedido de Jesus para ter de volta a mesma glória que tinha com o Pai, antes que o mundo existisse. 

1. A oração de Jesus. O Senhor Jesus em seu ministério terreno teve uma vida de oração. Em várias ocasiões, lemos nos Evangelhos que o Mestre buscava um lugar isolado para orar. Mesmo sendo Deus, na condição humana, Ele buscou ao Pai em diversas ocasiões. O Mestre orava sem cessar e falava constantemente com o Pai, em público e em particular.

Em algumas situações, Ele orava ao amanhecer, ainda escuro: “Levantando-se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava” (Mc 1.35). Antes de escolher os seus apóstolos, Ele passou a noite em oração: "E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus." (Lc 6.12). Que exemplo a liderança da Igreja atual! Se todos os pastores passassem a noite em oração, antes de ordenar alguém ao ministério, certamente a qualidade dos nossos obreiros seria muito mais elevada!

Os discípulos de Jesus tiveram dúvidas sobre como deveriam orar e  pediram para Jesus lhes ensinar: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1). Jesus, então, ensinou-lhes o modelo de oração que é conhecido no mundo inteiro, o chamado “Pai nosso”. Os evangelistas Mateus e Lucas registraram esta oração (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4). Marcos e João não registraram esta oração. 

João, no entanto, registrou no capítulo 17 do seu livro, a oração de Jesus pelos seus discípulos, que ficou conhecida como "Oração Intercessória”, “Oração Sacerdotal de Jesus” ou “Oração da Consagração”. Alguns estudiosos preferem chamá-la de “Oração Sumo Sacerdotal”, pois Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito, conforme a Epístolas aos Hebreus, nos capítulos 7 a 9. “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, 12 nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” (Hb 9.11).

Conforme colocou o comentarista, esta é a oração mais elevada do Senhor Jesus, pois vemos nela o Mestre abrindo o seu coração para o Pai e intercedendo por Si mesmo, por seus discípulos e por aqueles que através deles creriam nele. Nos demais tópicos desta lição, estudaremos cada uma das petições feitas por Jesus ao Pai, como autêntico Sumo Sacerdote, que se colocou na brecha e intercedeu ao Pai pelos seus. Jesus nos deixa aqui mais um exemplo, a ser seguido, principalmente pelos pastores e líderes da Igreja. Em vez de reclamar das pessoas que lideramos na Igreja, ou maltratá-los com palavras, devemos apresentá-los a Deus em oração.

2. A oração de Jesus pela sua glorificação. Na primeira parte da sua oração intercessória, Jesus fez o seguinte pedido ao Pai: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti”. Os críticos do Cristianismo, que desconhecem a Bíblia, podem imaginar que seria um pedido egoísta, pedir para ser glorificado pelo Pai. Entretanto, esta crítica é descabida e demonstra que aqueles que a fazem desconhecem o contexto de glorificação ao qual Jesus se referiu.

É importante destacar que o verbo glorificar e outras variações é o verbo grego doxadzo e aparece oito vezes no capítulo 17 de João, com significados diferentes. Na primeira ocorrência, antes de falar da sua glorificação, Jesus disse que era chegada a hora. A que hora, Ele se referia? À hora do seu sacrifício na Cruz do Calvário. Logo, a glorificação que Jesus pediu aqui era uma referência ao Calvário, onde Ele se ofereceria em sacrifício a Deus pelos nossos pecados, possibilitando a nossa salvação. Esta glorificação seria, portanto, a concretização da sua vitória contra o pecado e a morte. A morte de Cristo por nós, glorifica também ao Pai, pois para isso, Ele enviou o Seu Filho a este mundo.

Falando sobre isso, assim se expressou o ilustre pregador Charles Haddon Spurgeon: 

“[...] Glorioso és tu, de fato, ó Cristo, sobre a tua cruz; mais glorioso do que naquele momento em que com uma palavra abalarás não só a terra, mas também o céu, pois agora o peso do céu irado repousa sobre ti, e tu permaneces firme sob ele. Glorifica-o, amado, tu por quem ele suportou esse peso, glorifica-o por ter sido capaz de suportá-lo […]”.

3. A mesma glória com o Pai. Nesta segunda ocorrência do verbo glorificar, o sentido é outro. Aqui, Jesus se refere à glória pré-encarnada que Ele tinha com o Pai, antes da criação de todas as coisas. Jesus, sendo Deus, nunca teve princípio e sempre existiu junto do Pai e do Espírito Santo. Este pedido de Jesus ao Pai, demonstra claramente a sua divindade, pois nenhum ser criado poderia jamais fazer um pedido desta natureza, pois ninguém jamais teve a mesma glória do Pai. O próprio Deus declarou: “A minha glória não darei a outrem”. (Is 42.8). 

Antes da encarnação, Jesus sempre existiu como Deus, em perfeita comunhão e igualdade com o Pai e o Espírito Santo. Na encarnação, Jesus tomou a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Na condição humana, aniquilou-se a Si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. (Fp 2.7,8). O verbo grego kenoō, traduzido na versão Almeida Revista e Corrigida por “aniquilou-se” significa “esvaziar, tornar vazio”. 

Neste texto de Filipenses, é uma referência ao esvaziamento da glória que Jesus tinha como Deus e não à Sua divindade, pois Ele nunca deixou de ser Deus, nem perdeu os seus atributos divinos, como diz a heresia do Kenoticismo. Jesus sendo Deus, humilhou-se, tomando a forma de servo, submetendo-se aos limites do tempo, espaço e sofrimentos inerentes à condição humana, por um período de trinta e três anos. Jesus tornou-se semelhante aos homens em todas as coisas, com exceção do pecado (Hb 4.15). Mas, jamais deixou de ser Deus. Agora, em sua oração, sabendo que era chegado o momento de se entregar pelos nossos pecados, Jesus reivindica ao Pai a restituição da Glória eterna e pré-encarnada que lhe pertence. 


10 junho 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: A INTERCESSÃO DE JESUS PELOS DISCÍPULOS

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 

Na lição passada, falamos sobre a promessa que Jesus fez aos seus discípulos de enviar-lhes o Espírito Santo, para ficar para sempre com eles, após a sua ascensão aos céus. Vimos que esta promessa é diferente da promessa do revestimento de poder (Lc 24.49; At 1.8), que se cumpriu no dia de Pentecostes.
Inicialmente, analisamos a promessa do Pai, mencionada por Jesus aos seus discípulos. Falamos do Consolador prometido por Jesus, que é o Espírito Santo; das implicações da expressão grega “Allos Parakletos”, traduzida por “Outro Consolador”; e do significado da promessa de Jesus de que não deixaria os seus discípulos órfãos, após a sua ascensão. 
Falamos também da habitação do Espírito Santo no interior dos discípulos de Jesus. Analisamos o contexto de João 20.22, que diz que Jesus assoprou sobre os discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”; Falamos do significado do ato de Jesus “assoprar o Espírito” sobre os discípulos; vimos ainda que esta habitação do Espírito Santo nos discípulos é anterior ao que ocorreu no dia de Pentecostes. 
Por último, falamos da promessa do Pai no dia de Pentecostes, que é diferente da promessa do envio do Consolador. Falamos do acontecimento extraordinário do dia de Pentecostes, que veio “de repente” sobre os discípulos, que estavam em oração no cenáculo; Explicamos a expressão bíblica “e todos foram cheios do Espírito Santo”, descrita em Atos 2.4; falamos da expressão “e começaram a falar em outras línguas”, como evidência do batismo no Espírito Santo. 

LIÇÃO 11: INTERCESSÃO DE JESUS PELOS SEUS DISCÍPULOS 

Objetivos da Lição: 
I) Meditar sobre a oração de Jesus pela sua glorificação, que se refere à sua missão redentora; 
II) Examinar a oração pelos discípulos para que sejam protegidos e santificados; 
III) Mostrar a oração por aqueles que futuramente creriam, evidenciando sua perspectiva eterna e inclusiva sobre o Reino de Deus.

Palavra-Chave: INTERCESSÃO

A palavra _“intercessão”_ deriva do latim “intercessio”, palavra formada por dois termos: “inter” (entre) e “cessio” (ceder ou ir). Intercessão, portanto, é o ato de colocar-se entre duas partes e pleitear a causa de uma delas perante a outra. Não deve ser confundida com a palavra "interseção", que embora tenha a mesma pronúncia, tem a grafia e o significado diferente. "Interseção" significa cruzamento entre duas linhas. 

Na Bíblia, o primeiro a aparecer como um intercessor foi Abraão, que intercedeu perante Deus pelas cidades  de Sodoma e Gomorra, por causa do seu sobrinho Ló, que morava na região. Posteriormente, Moisés e os sacerdotes também exerceram este papel. Jesus é o intercessor por excelência, pois Ele é o Único Mediador entre Deus e a humanidade.

INTRODUÇÃO 

Nesta lição estudaremos a oração intercessória de Jesus pelos seus discípulos, que está registrada no capítulo 17, do Evangelho segundo João. Esta oração é conhecida como “Oração sacerdotal de Jesus”, pois o papel do sacerdote era oferecer sacrifícios pelas pessoas e interceder por elas a Deus. Antes de exercerem o seu ofício, os sacerdotes precisavam oferecer sacrifícios por si mesmos e se santificar em, pois eles também tinham pecados. Jesus, no entanto, é o Sumo Sacerdote perfeito, pois nunca pecou e ofereceu-se a Si mesmo em sacrifício por nós. 

No primeiro tópico, falaremos da primeira parte da oração de Jesus, quando Ele orou por Si mesmo, pedindo a Sua glorificação. Inicialmente, faremos uma introdução à oração de Jesus. Na sequência, falaremos do significado do pedido de Jesus pela Sua glorificação. Por último, falaremos do pedido de Jesus para ter de volta a mesma glória que tinha com o Pai, antes que o mundo existisse. 

No segundo tópico, falaremos da segunda parte da oração de Jesus, onde Ele ora pelos discípulos. Veremos que Jesus intercedeu ao Pai pela proteção dos seus discípulos. Em seguida, falaremos da afirmação de Jesus ao Pai, dizendo que os discípulos guardaram a Sua Palavra. Por fim, analisaremos a declaração de Jesus ao Pai, dizendo que o mundo odiou os seus discípulos por causa da Sua Palavra e porque eles não são do mundo. 

No terceiro tópico, falaremos da terceira parte da oração de Jesus, onde Ele ora por aqueles que futuramente creriam nele. Veremos que Jesus intercedeu ao Pai pela unidade da Igreja, assim como existe unidade entre Ele e o Pai. Na sequência, falaremos do propósito da unidade da Igreja, com base na intercessão de Jesus. Por último, falaremos do pedido de Jesus por encorajamento dos discípulos a terem unidade com Ele, a fim de darem testemunho ao mundo. 

REFERÊNCIAS: 


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.41

Comentário Bíblico Beacon. Volume 7. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp.138,139

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1891

A RESSURREIÇÃO DE JESUS

(Comentário do 3° tópico da Lição 12: Do julgamento à ressurreição) Ev. WELIANO PIRES O terceiro tópico nos fala da Ressurreição de Jesus, q...