22 maio 2025

HUMILDADE X OSTENTAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: Uma lição de humildade).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, faremos um contraste entre humildade e ostentação. Inicialmente, falaremos do clima de competição silenciosa que havia entre os discípulos de Jesus. Na sequência, falaremos do caminho humilde de Jesus, que não consiste na ambição, notoriedade ou sucesso material e sim, na capacidade de servir ao próximo. Por fim, veremos que tanto o exemplo de vida de Jesus, quanto os seus ensinos são um convite de Jesus à humildade e à mansidão. 


1. Uma competição silenciosa. Aqui, o comentarista repete o que já foi exposto nos tópicos anteriores, falando sobre a postura dos discípulos de quererem ser o maior em um eventual reino de Jesus. Eles esperavam que fosse um reino político, que os libertaria do domínio romano. Por isso, quando Jesus falava da sua morte, eles se frustravam, pois não era esta a expectativa deles.  

Muitos crentes também agem como os discípulos em nossos dias. Vivem em constantes disputas por cargos na Igreja, fazendo questão de serem honrados e reconhecidos publicamente. Além disso, “puxam tapetes” de outros companheiros, fazem fofocas, bajulam, etc. para “subir de cargo”. Se o ministério não o consagrar logo, mudam de ministério em busca de cargos. Esse tipo de comportamento é carnal e incompatível com os valores do Reino de Deus. 

Na Igreja de Corinto também havia muitas disputas. Era uma Igreja que tinha muitos dons. Paulo disse: "nenhum dom vos falta". (1 Co 1.7). Por outro lado, era uma Igreja carnal e imatura. (1Co 3.1,3). Havia um partidarismo na Igreja, onde uns diziam: “Eu sou de Apolo”; outros: “Eu sou de Pedro”; e outros: “Eu sou de Cristo!” (1 Co 1.12). Disputavam até no momento da Ceia do Senhor e no uso dos dons espirituais. 

Na atualidade não é diferente, pois há disputas entre ministérios por territórios e por membros. Há ainda os que disputam na questão dos dons espirituais, achando que são mais importantes e mais “espirituais” que os outros. Acham que ter dons espirituais é sinônimo de ser homem ou mulher de Deus. Mas, o fato de alguém ter dons não é uma indicação de espiritualidade. Significa apenas que Deus concedeu dádivas ou presentes, para servir à Igreja dele.


2. O caminho humilde de Jesus. Com este gesto de lavar os pés dos discípulos, Jesus nos ensinou que a vida cristã não consiste na notoriedade, fama, ostentação e ambição e sim, na humildade e capacidade de doar-se em favor dos outros. Os ministros de Cristo não são pessoas especiais que estão acima do povo. Há duas palavras gregas para se referir aos ministros: Huperetes, que significa um subordinado, que está a serviço de alguém; e leitourgos, que é um servidor que que realiza um serviço sagrado para o povo. Há ainda a palavra diakonia, que deu origem à palavra diácono, que significa aquele que serve. 

Infelizmente, muitos obreiros na atualidade, não entenderam o significado de ministério e querem ser servidos e honrados, como se fossem uma casta superior na Igreja. Talvez isso venha do catolicismo, que faz separação entre o clero (sacerdotes) e os leigos (povo). Alguns obreiros, se alguém esquecer de mencionar os seus cargos, ou chamá-los para fazer algum trabalho que eles consideram inferior à sua posição, sentem-se ofendidos. Há pastores também que fazem questão de serem chamados de pastores. Se algum desavisado os chamar de irmão, corrigem na mesma hora: Irmão, não! Eu sou pastor! 

Recentemente, eu soube do caso de um presbítero que ficou furioso, porque chegou em uma Igreja e o apresentaram como diácono. Ele levantou-se e falou do lugar onde estava: Diácono, não! Eu sou presbítero!. Após o culto, ainda foi tirar satisfação com o dirigente do culto, por tê-lo apresentado como diácono. Foi preciso o irmão se desculpar e explicar que o conheceu como diácono e não sabia que ele era presbítero. Não quero com isso, dizer que não devemos honrar os nossos obreiros e respeitá-los. Mas, isso tem que partir da Igreja e não deve ser uma imposição do obreiro. Até porque, respeito e honra não devem ser exigidos e sim, conquistados. 

Na Igreja de Cristo, todos somos servos uns dos outros, independente do cargo que ocupamos na Igreja. Se pregamos, estamos a serviço do Senhor, para proclamar a sua mensagem às pessoas que nos ouvem. De certo modo, estamos servindo aos nossos ouvintes. Da mesma forma, se ensinamos a Palavra de Deus, estamos servindo ao Senhor, edificando a sua Igreja. Assim acontece também com os cantores, com os músicos, os que organizam o templo, etc. Nenhum trabalho na Igreja é mais importante do que os outros. 


3. Um convite à humildade. Este ato de Jesus de lavar os pés dos discípulos, fazendo o trabalho de um escravo, é um exemplo de humildade na prática. Aliás, o Senhor Jesus é o Mestre da mansidão e da humildade. Ele disse aos seus discípulos que aprendessem dele, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). A vida dele como homem neste mundo e os seus ensinos são um convite para praticarmos a mansidão e a humildade. 

A mensagem da cruz nos conduz a uma vida de humildade e nos leva a reconhecer a nossa insignificância diante de Deus. Quem teve um encontro real com Cristo é despido de quaisquer resquícios de arrogância e soberba. Estas atitudes são incompatíveis com alguém que imita a Cristo, pois Ele é o maior exemplo de humildade. 

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