29 maio 2025

CONSOLO E PROMESSA DO SENHOR JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: O caminho, a verdade e a vida).

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos sobre o início do sermão das últimas instruções de Jesus aos discípulos, em tom de despedida. Inicialmente falaremos da afirmação de Jesus sobre si mesmo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Esta afirmação foi uma resposta ao questionamento de Tomé, de que não sabiam para onde Jesus iria, nem tampouco conheciam o caminho. Na sequência, falaremos das palavras de consolo do Senhor Jesus aos seus discípulos, em um cenário de angústia, tanto para Ele, quanto para os discípulos. Por último, falaremos da promessa gloriosa do Senhor, referindo-se à sua volta para buscar os seus discípulos e levá-los às mansões celestiais. 
1. O Caminho, a Verdade e a Vida. Esta afirmação de Jesus é uma resposta ao questionamento de Tomé, no versículo 4, que disse: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Jesus, então afirma que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém vai ao Pai, a não ser por meio dele. É uma afirmação muito  importante, pois nos mostra que Jesus é o único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade. Mostra também a Sua divindade, pois no Antigo Testamento, o Pai fez afirmações desse tipo: “Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador…” (Is 43.11); “Mas o Senhor Deus é a verdade…” (Jr 10.10). Portanto, se não há salvador além de Deus e Ele é a Verdade, pelas declarações de Jesus, fica evidente que Ele é Deus. Falaremos mais detalhadamente sobre cada um destes pontos no terceiro tópico. 
2. Consolo num cenário de angústia. O ambiente era de angústia tanto para Jesus enquanto homem, quanto para os discípulos. Jesus sabia plenamente o que iria lhe acontecer dali a algumas horas. Ele seria preso, açoitado, insultado de forma humilhante e, finalmente, sofreria os horrores da crucificação. Mesmo sendo Deus, Ele jamais usou os atributos divinos para atenuar os seus sofrimentos, pois Ele veio exatamente para sofrer por nós e dar a sua vida em sacrifício a Deus pelos nossos pecados. 
Os discípulos, por sua vez, também estavam angustiados, porque esperavam que Jesus fosse um libertador político, que se assentaria no trono de Davi e proclamaria a independência de Israel. Agora, ouviram Jesus dizer que seria crucificado, ressuscitaria e voltaria para o Pai. 
3. Uma promessa gloriosa. Neste cenário de angústia e tristeza, Jesus consolou os seus discípulos e lhes fez a gloriosa promessa de que iria para o Pai preparar lugar para eles, mas voltaria para buscá-los, para que eles pudessem estar juntos dele para sempre. Esta promessa  é a bem-aventurada esperança, na qual a Igreja do Senhor está firmada. Vivemos neste mundo como peregrinos, sendo perseguidos e ridicularizados. 
Muitos dizem que somos fanáticos e estamos “perdendo a vida”. Mas, na verdade, estamos em direção ao nosso eterno lar, aguardando o retorno glorioso do nosso salvador. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, falando sobre a tristeza em relação aos que já morreram, falou sobre o arrebatamento da Igreja e disse: “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. (1 Ts 4.18).

28 maio 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 9: O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos o tema: Uma lição de humildade, com base no capítulo 13 de João, que tratou do episódio em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos e os enxugou com uma toalha. Com este ato, Jesus assumiu a posição de um escravo e nos deu uma grande lição de humildade.
Falamos dos detalhes da história em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos, para ensinar-lhes o valor da humildade. Na sequência vimos a relação entre humildade e autoconhecimento. Por último, fizemos um contraste entre humildade e ostentação. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 09


Nesta lição, iniciaremos o estudo do último discurso de Jesus aos seus discípulos, antes da sua crucificação. Este discurso é denominado “sermão das últimas instruções”. Este discurso que inicia-se em João 13.31 e vai até o final do capítulo 16, será estudado nesta lição e na próxima. O nosso estudo nesta lição abrange o capítulo 14, versículos 1 a 5, e trata do sexto “Eu Sou” de Jesus, que se declara “o Caminho, a Verdade e a Vida".


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, sobre o início do sermão das últimas instruções de Jesus aos discípulos, em tom de despedida. Inicialmente falaremos da afirmação de Jesus sobre si mesmo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Esta afirmação foi uma resposta ao questionamento de Tomé, de que não sabiam para onde Jesus iria, nem tampouco conheciam o caminho. Na sequência, falaremos das palavras de consolo do Senhor Jesus aos seus discípulos, em um cenário de angústia, tanto para Ele, quanto para os discípulos. Por último, falaremos da promessa gloriosa do Senhor, referindo-se à sua volta para buscar os seus discípulos e levá-los às mansões celestiais. 


No segundo tópico, falaremos das dúvidas e incertezas de alguns discípulos sobre Jesus e os seus ensinos e sobre o engano do traidor. Inicialmente, falaremos da dúvida de Tomé, que questionou a Jesus dizendo: “Senhor lá, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?”. Na sequência, falaremos das incertezas de Pedro e Filipe. Pedro também indagou a Jesus, no capítulo 13.36, dizendo: “Senhor, para onde vais?” Filipe, por sua vez, falou para Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso os basta”. (Jo 14.8). Por fim, falaremos do engano de Judas Iscariotes, que logo após a Ceia, foi negociar com os inimigos de Jesus para entregá-lo e o vendeu por trinta peças de prata.


No terceiro tópico, discorreremos sobre a afirmação de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, que é o título desta lição. Inicialmente abordaremos o significado da afirmação de Jesus de que Ele é o caminho e ninguém vem a Pai senão por Ele. Na sequência, veremos o significado da expressão “Eu sou a Verdade”. Jesus não disse que é uma verdade, ou que tem a verdade. Ele afirmou que é a única verdade. Por fim, falaremos da declaração de Jesus: Eu sou a vida. Esta declaração vai muito além do período de atividade do ser humano entre a concepção e a morte. 


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.40.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1883.

26 maio 2025

O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA


SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO / CPAD 

A lição desta semana destaca a declaração de Jesus como único caminho, a verdade e a vida disponível à humanidade (Jo 14.6). O mesmo versículo endossa que ninguém pode aproximar-se do Pai a não ser por meio dEle. A primeira afirmativa expressa o consolo de Cristo disponível a Seus discípulos. Desde então, eles poderão contar com a presença do Consolador para os confortar e fortalecer o ânimo diante das adversidades (Jo 14.16). Concomitantemente, eles podem desfrutar da esperança da vida eterna prometida aos que creem no Unigênito Filho de Deus (Tt 1.2).

A segunda lição revelada nesta passagem bíblica ressalta as dúvidas, incertezas e enganos deparados durante a caminhada de fé em Cristo. Assim como os discípulos, que possuíam compreensão limitada acerca do Caminho, da nova vida como seguidores de Cristo e da suficiência da graça, semelhantemente enfrentamos dúvidas e incertezas que tentam comprometer nossa fidelidade a Deus. Nesse sentido, o cuidado com a vida espiritual requer disciplina e foco para não confundirmos as prioridades à medida que trilhamos o Caminho, que tem seu aspecto árduo (Jo 16.33).

Além de ser o Caminho que conduz o homem à reconciliação com Deus, Jesus é apresentado como a verdade e a vida. De acordo com o Comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD), “Jesus é a verdade — não apenas parte da verdade, mas toda a verdade. Assim como a Palavra (ou Verbo) é viva (Jo 1.1-3), tudo em Cristo e na sua mensagem é verdadeiro. E a sua verdade é absoluta (isto é, total, definitiva, incondicional, imutável, conclusiva) e universal (isto é, verdadeira para todas as pessoas, em todas as situações, de todos os tempos). O fato de a verdade suprema ser revelada através de Cristo é uma ênfase-chave no Evangelho de João (Jo 1.17); Jesus é a vida — a verdadeira e duradoura vida espiritual está disponível apenas através de sua vida, morte e ressurreição (Jo 11.25,26). Sua vida perfeita proporcionou o único sacrifício permanente pelos pecados que cometemos contra Deus. Aqueles que aceitam a vida e o sacrifício de Jesus a favor deles — confiando suas vidas à liderança dele — recebem o perdão dos pecados e a vida eterna com Cristo (Jo 3.15,16,36; 5.24; 6.40,47,54; 10.28; 17.2,3)” (2022, p.1883).

Em Cristo, podemos conhecer de modo pleno o que mais claro se pode conhecer a respeito do próprio Deus (Cl 2.9). À medida que nos relacionamos com Jesus, temos a nossa vida transformada e renovada pela ação do Espírito Santo.

Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.40 

22 maio 2025

HUMILDADE X OSTENTAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: Uma lição de humildade).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, faremos um contraste entre humildade e ostentação. Inicialmente, falaremos do clima de competição silenciosa que havia entre os discípulos de Jesus. Na sequência, falaremos do caminho humilde de Jesus, que não consiste na ambição, notoriedade ou sucesso material e sim, na capacidade de servir ao próximo. Por fim, veremos que tanto o exemplo de vida de Jesus, quanto os seus ensinos são um convite de Jesus à humildade e à mansidão. 


1. Uma competição silenciosa. Aqui, o comentarista repete o que já foi exposto nos tópicos anteriores, falando sobre a postura dos discípulos de quererem ser o maior em um eventual reino de Jesus. Eles esperavam que fosse um reino político, que os libertaria do domínio romano. Por isso, quando Jesus falava da sua morte, eles se frustravam, pois não era esta a expectativa deles.  

Muitos crentes também agem como os discípulos em nossos dias. Vivem em constantes disputas por cargos na Igreja, fazendo questão de serem honrados e reconhecidos publicamente. Além disso, “puxam tapetes” de outros companheiros, fazem fofocas, bajulam, etc. para “subir de cargo”. Se o ministério não o consagrar logo, mudam de ministério em busca de cargos. Esse tipo de comportamento é carnal e incompatível com os valores do Reino de Deus. 

Na Igreja de Corinto também havia muitas disputas. Era uma Igreja que tinha muitos dons. Paulo disse: "nenhum dom vos falta". (1 Co 1.7). Por outro lado, era uma Igreja carnal e imatura. (1Co 3.1,3). Havia um partidarismo na Igreja, onde uns diziam: “Eu sou de Apolo”; outros: “Eu sou de Pedro”; e outros: “Eu sou de Cristo!” (1 Co 1.12). Disputavam até no momento da Ceia do Senhor e no uso dos dons espirituais. 

Na atualidade não é diferente, pois há disputas entre ministérios por territórios e por membros. Há ainda os que disputam na questão dos dons espirituais, achando que são mais importantes e mais “espirituais” que os outros. Acham que ter dons espirituais é sinônimo de ser homem ou mulher de Deus. Mas, o fato de alguém ter dons não é uma indicação de espiritualidade. Significa apenas que Deus concedeu dádivas ou presentes, para servir à Igreja dele.


2. O caminho humilde de Jesus. Com este gesto de lavar os pés dos discípulos, Jesus nos ensinou que a vida cristã não consiste na notoriedade, fama, ostentação e ambição e sim, na humildade e capacidade de doar-se em favor dos outros. Os ministros de Cristo não são pessoas especiais que estão acima do povo. Há duas palavras gregas para se referir aos ministros: Huperetes, que significa um subordinado, que está a serviço de alguém; e leitourgos, que é um servidor que que realiza um serviço sagrado para o povo. Há ainda a palavra diakonia, que deu origem à palavra diácono, que significa aquele que serve. 

Infelizmente, muitos obreiros na atualidade, não entenderam o significado de ministério e querem ser servidos e honrados, como se fossem uma casta superior na Igreja. Talvez isso venha do catolicismo, que faz separação entre o clero (sacerdotes) e os leigos (povo). Alguns obreiros, se alguém esquecer de mencionar os seus cargos, ou chamá-los para fazer algum trabalho que eles consideram inferior à sua posição, sentem-se ofendidos. Há pastores também que fazem questão de serem chamados de pastores. Se algum desavisado os chamar de irmão, corrigem na mesma hora: Irmão, não! Eu sou pastor! 

Recentemente, eu soube do caso de um presbítero que ficou furioso, porque chegou em uma Igreja e o apresentaram como diácono. Ele levantou-se e falou do lugar onde estava: Diácono, não! Eu sou presbítero!. Após o culto, ainda foi tirar satisfação com o dirigente do culto, por tê-lo apresentado como diácono. Foi preciso o irmão se desculpar e explicar que o conheceu como diácono e não sabia que ele era presbítero. Não quero com isso, dizer que não devemos honrar os nossos obreiros e respeitá-los. Mas, isso tem que partir da Igreja e não deve ser uma imposição do obreiro. Até porque, respeito e honra não devem ser exigidos e sim, conquistados. 

Na Igreja de Cristo, todos somos servos uns dos outros, independente do cargo que ocupamos na Igreja. Se pregamos, estamos a serviço do Senhor, para proclamar a sua mensagem às pessoas que nos ouvem. De certo modo, estamos servindo aos nossos ouvintes. Da mesma forma, se ensinamos a Palavra de Deus, estamos servindo ao Senhor, edificando a sua Igreja. Assim acontece também com os cantores, com os músicos, os que organizam o templo, etc. Nenhum trabalho na Igreja é mais importante do que os outros. 


3. Um convite à humildade. Este ato de Jesus de lavar os pés dos discípulos, fazendo o trabalho de um escravo, é um exemplo de humildade na prática. Aliás, o Senhor Jesus é o Mestre da mansidão e da humildade. Ele disse aos seus discípulos que aprendessem dele, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). A vida dele como homem neste mundo e os seus ensinos são um convite para praticarmos a mansidão e a humildade. 

A mensagem da cruz nos conduz a uma vida de humildade e nos leva a reconhecer a nossa insignificância diante de Deus. Quem teve um encontro real com Cristo é despido de quaisquer resquícios de arrogância e soberba. Estas atitudes são incompatíveis com alguém que imita a Cristo, pois Ele é o maior exemplo de humildade. 

HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO

(Comentário do 2° tópico da Lição 08: Uma lição de humildade). 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos da relação entre a humildade e o autoconhecimento. Inicialmente, trataremos do conhecimento que Jesus tinha da própria natureza e da compreensão que Ele tinha do seu papel como Senhor e Mestre. Falaremos também do exemplo deixado por Jesus, que sendo Senhor, fez-se servo para ensinar aos seus discípulos, o valor da humildade. Por último, falaremos da preocupação dos discípulos em saber quem seria o maior no Reino dos Céus. 

1. Conhecendo a própria natureza. João iniciou o relato do capítulo 13, dizendo que Jesus sabia de antemão tudo o que estava para acontecer com Ele, ou seja, que seria entregue nas mãos dos judeus, seria crucificado e depois voltaria para o Pai (Jo 13.1). Ele sabia das humilhações e dores que iria sofrer no dia seguinte a este fato. Jesus não foi um mártir, que foi morto por confrontar os religiosos, como ensinam os adeptos do chamado “evangelho social”. Ele veio a este mundo exatamente para morrer pelos pecadores e reconciliá-los com Deus. 

Além de saber de antemão o que iria lhe acontecer, Jesus sabia também quem Ele é. João disse que Jesus sabia que o Pai entregou todas as coisas em suas mãos, que Ele havia saído do Pai e voltaria para o Pai (Jo 13.3). Jesus tornou-se homem, mas nunca deixou de ser Deus. Ele sabia perfeitamente que, mesmo sendo homem, continuou sendo Deus e Senhor de todos. Em uma tempestade, o vento e o mar lhe obedeceram. Quando Ele repreendeu o espírito maligno que estava no endemoninhado gadareno, o demônio gritou: “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”. (Lc 8.28).

Entretanto, mesmo sabendo da sua divindade e tendo consciência de que é o Senhor de todos, Jesus assumiu a função de um escravo para servir aos seus discípulos, lavando-lhes os pés. Jesus não teve dificuldade de fazer isso, porque Ele é manso e humilde de coração (Mt 11.29). Faz parte da sua natureza amar, compadecer-se e servir. Ele mesmo disse que não veio a este mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). 

2. O exemplo deixado por Jesus. Jesus é o nosso modelo em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, durante a nossa vida neste mundo. Ele não é alguém que está longe da nossa realidade e exige um padrão de conduta que Ele mesmo não conhece de perto. Jesus fez-se homem e viveu neste mundo, sujeito às mesmas dificuldades e tentações que nós. Ele foi tentado de todas as formas, mas nunca pecou (Hb 4.15). Se o cristão deseja saber se algo está certo ou errado, precisa  saber o que as Escrituras falam sobre o assunto e se Jesus faria tal coisa. 

No caso da humildade, que é o assunto desta lição, mesmo sendo Deus, Senhor e Mestre, Jesus deu-nos o maior exemplo de humildade, em tudo o que fazia. Primeiro, quando esvaziou-se da sua glória, tomou a forma humana e veio a este mundo. Falando sobre isso, o apóstolo Paulo assim escreveu aos Filipenses: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”. (Fp 2.5-8).

Jesus deu-nos o exemplo de humildade também em outras ocasiões durante o seu ministério terreno. Mesmo sendo quem Ele é, nunca buscou a glória para si e não fazia questão de aparecer. Ele não se vestia diferente dos seus discípulos e não buscava lugares de honra por onde passava. Quando os soldados foram prendê-lo, foi preciso Judas indicar com um beijo, para que eles soubessem quem era Jesus entre os discípulos. Jesus nunca ostentou nada e não fazia acepção de pessoas. Aliás, os fariseus o criticavam porque Ele tinha amizade com pessoas que eram desprezíveis naquela sociedade, como os publicanos, samaritanos e prostitutas.  

Olhando para o exemplo de Jesus, não deveríamos ter nenhuma dificuldade em servir ao próximo e submeter-nos à liderança de outras pessoas, como disse o comentarista. Entretanto, a nossa natureza corrompida pelo pecado tem a tendência de achar que somos mais importantes que os outros e que devemos ser servidos, em vez de servir. Somente através da ação do Espírito Santo em nosso interior, é que podemos mortificar a velha natureza e agir como Jesus.

3. O maior no Reino de Deus. Conforme mencionamos no tópico anterior, os discípulos de Jesus tinham mania de grandeza e viviam em constante disputa, para ver quem seria considerado o maior entre eles: “E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior”. (Lc 22.24). A resposta de Jesus sobre esta disputa dos discípulos foi a seguinte: “E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve”. (Lc 22.25,26). 

Este tipo de comportamento é incompatível com um discípulo de Jesus, pois Ele nunca agiu assim e sempre fez o contrário disso. Sendo Deus, fez-se servo e nunca reivindicou a sua igualdade com o Pai. Esta postura de humildade de Jesus faz com que alguns hereges pensem que Ele é inferior ao Pai. Mas, a Bíblia deixa claro que Ele é igual ao Pai, como vimos no trimestre passado. Entretanto, em sua humilhação como homem, Jesus nunca buscou a glória para si. 

No Reino de Deus, os valores são antagônicos aos deste mundo. Para o mundo, grandes são os que têm riquezas, títulos acadêmicos, poder político, fama, etc. Por isso, as pessoas fazem de tudo serem ricas e famosas. Lamentavelmente, este comportamento tem contaminado o meio evangélico. Muitos crentes atualmente não procuram servir e sim “ser vistos”. Até fazem algum trabalho na Igreja, mas o objetivo é estar em evidência e não servir. 

20 maio 2025

UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE

(Comentário do 1º tópico da Lição 08: Uma Lição de humildade)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos dos detalhes da história em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos, para ensinar-lhes o valor da humildade. Inicialmente, falaremos do significado do lava-pés no antigo Oriente. Na sequência, falaremos do desenvolvimento desta história, conforme os detalhes mencionados por João. Por último, falaremos da mudança de paradigma de Jesus, ao assumir a função de servo, mostrando que no Reino de Deus, a humildade representa grandeza espiritual.


1. O lava-pés. A  prática de lavar os pés das pessoas que chegavam de viagem em uma casa, era comum em todo o Oriente antigo. Esta prática já existia no tempo dos patriarcas. Quando o Senhor apareceu a Abraão com dois anjos, ele se inclinou e disse: “Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore; E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo”. (Gn 18.3-5)

Naquela época, as estradas não eram pavimentadas e os viajantes andavam muitos quilômetros a pé. Nestas circunstâncias, os seus pés ficavam empoeirados, cansados e até feridos. Fazia parte da hospitalidade e cortesia aos visitantes de uma casa, o anfitrião mandar os seus escravos lavarem os pés dos visitantes que chegavam cansados da viagem e oferecer-lhes água para beber, antes de se assentarem à mesa para comer. 

Os discípulos haviam perguntado a Jesus, onde Ele queria que fosse preparada a ceia pascal. Jesus mandou que eles entrassem na cidade, procurassem um homem desconhecido e lhe dessem o seguinte recado: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos?” Os discípulos fizeram como Jesus lhes dissera e prepararam a Páscoa. 

Os outros evangelistas relataram apenas a preparação da Páscoa e o momento em que Jesus se reuniu com os discípulos para comer e a instituição da Ceia do Senhor, indicando também que um deles haveria de traí-lo. Entretanto, João, no capítulo 13, relatou uma história real e não uma parábola ou ilustração. De fato, Jesus lavou os pés dos seus discípulos, após a Ceia. 

2. O desenvolvimento da história. Jesus e os seus discípulos tinham vindo de Betânia a Jerusalém, quando se reuniram para comer a páscoa. É verdade que todos estavam exaustos e cansados da viagem, inclusive, o próprio Jesus, que tinha uma rotina cansativa, andando muitos quilômetros a pé, para se afastar do assédio das multidões e das perseguições dos Judeus, que procuravam matá-lo. 

Era de se esperar que os discípulos de Jesus, como servos dele, tomassem a iniciativa de lavar os pés dele. Entretanto, nenhum deles se prontificou a fazê-lo. Ao contrário disso, a preocupação deles era saber quem seria o maior entre eles, num eventual reino de Jesus, que eles imaginavam que fosse terreno e político. Estavam mais interessados em fazer parte do governo e obter vantagens, que servir ao próximo. 

Jesus, então, tomou uma bacia com água e uma toalha, despiu-se da túnica, amarrou a toalha na cintura e começou a lavar os pés dos discípulos, como costumavam fazer os escravos. Jesus não explicou a eles o motivo daquela atitude e, certamente, eles ficaram sem entender, mas nenhum deles o questionou.

Quando chegou a vez de Pedro, que era o mais precipitado, ele disse: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” Jesus, então, lhe disse: “O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois”. Pedro retrucou, dizendo: “Nunca me lavarás os pés”. Jesus lhe disse que, se Ele não lhe lavasse os pés, Pedro não teria parte com Ele. Diante dessa resposta de Jesus, Pedro pediu que lavasse não apenas os pés, mas todo o corpo. 

Jesus disse que não seria necessário, pois eles já estavam limpos, com exceção de Judas Iscariotes, que era o traidor. O amor de Jesus é extraordinário! Ele sabia desde o princípio quem era cada um dos seus discípulos. Sabia que dentre alguns instantes, Judas iria negociar com as autoridades judaicas para entregá-lo. Sabia também que depois da sua prisão, todos eles iriam fugir e abandoná-lo. Pedro iria acompanhá-lo de longe, mas iria negá-lo por três vezes. Mesmo assim, o Mestre lavou os pés de todos eles, para aliviar o cansaço dos pés, fazendo o papel de um escravo para com eles. 

3. A mudança de paradigma. Jesus era o anfitrião daquela ceia pascal. Ele é também o Filho Unigênito de Deus e o Senhor do Céu e da Terra. Após a sua tentação no deserto, quando o diabo o deixou, os anjos vieram servi-lo (Mt 4.11). No seu batismo, quando Ele saiu das águas do Rio Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele, em forma corpórea de uma pomba e o Pai bradou dos Céus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Mt 3.17). 

Entretanto, naquela ocasião, Jesus assumiu a função de um escravo e passou a servir aos seus discípulos, lavando-lhes os pés. Com esta atitude, o Mestre muda um paradigma ou uma regra comum, mostrando-lhes que o padrão do Reino de Deus é diferente. O caminho do Reino de Deus é trilhado pela humildade, onde o maior é aquele que serve e não os que são servidos (Mt 23.11). Jesus já havia dito a eles para aprenderem dele, que é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29).

Evidentemente, ao ordenar que os seus discípulos seguissem o seu exemplo, Jesus não estava mandando que as pessoas do Ocidente, no Século 21, com estradas pavimentadas e banheiros em suas casas, se ponham a lavar os pés dos visitantes, como alguns erroneamente interpretam este texto. Na Igreja Católica, por exemplo, na quinta- feira da semana da Páscoa, pratica-se o ritual do lava-pés, onde os sacerdotes reúnem um grupo de doze pessoas e lavam-lhes os pés, para imitar o gesto de Jesus. Não vemos isso em lugar algum em Atos dos Apóstolos, ou nas Epístolas, como acontece com o batismo e a Ceia do Senhor. 

Com este ato de lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstrou-lhes o quanto Ele amava os seus discípulos (Jo 13.1). Demonstrou também, de forma profética, o seu sacrifício vicário na cruz, onde se doaria, padecendo pelo resgate dos pecadores. Através deste ato de humildade e serviço, Jesus ensinou também aos seus discípulos que aqueles que o seguem devem ser humildes como Ele e servir uns aos outros. 

REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.40.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp.1880, 1881.

Comentário Bíblico Beacon. Volume 7.RIO DE JANEIRO: CPAD, p.117


19 maio 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 08: UMA LIÇÃO DE HUMILDADE

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos o tema: Eu sou a ressurreição e a vida, com base no capítulo 11 do Evangelho segundo João, que traz o relato da doença, morte e ressurreição de Lázaro. Falamos do propósito de Jesus, em relação à doença do seu amigo Lázaro, que não era curá-lo e sim, ressuscitá-lo. Na sequência, falamos dos detalhes do encontro de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, com o Senhor Jesus. Por fim, falamos da doutrina bíblica da ressurreição do corpo, uma das mais importantes do Cristianismo. 


LIÇÃO 08: UMA LIÇÃO DE HUMILDADE 


Objetivos da Lição: 

I) Abordar o exemplo prático e histórico de humildade dado por Cristo; 

II) Correlacionar a humildade com o autoconhecimento; 

III) Promover contraste entre humildade e ostentação.


Palavra-Chave: HUMILDADE

Antes de falar do que é humildade, precisamos esclarecer o que não é humildade. Diferente do que muitas pessoas imaginam, humildade não é sinônimo de pobreza. Há pessoas pobres que são soberbas e há pessoas ricas que são humildes. Humildade também também não deve ser confundida com complexo de inferioridade ou com falsa humildade, que é quando a pessoa se mostra humilde para impressionar os outros. 

O que é humildade? A palavra humildade no grego é “tapeinos” e está relacionada ao senso de insignificância em relação a si mesmo, total dependência de Deus e preocupação altruísta e ausência de arrogância e petulância. Já a palavra portuguesa humildade vem do latim humilitas, que significa pequenez, pouca elevação e modéstia. Deriva da palavra humus, que significa terra e é o resultado da matéria orgânica que se decompôs e na superfície do solo. 


INTRODUÇÃO


Na lição desta semana trataremos do episódio registrado no capítulo 13 de João, que foi o ato de Jesus lavar os pés dos seus discípulos. Este fato ocorreu na última noite de Jesus com os seus discípulos antes da sua prisão. João foi o único evangelista a relatar o episódio em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos e os enxugou com uma toalha. Com este ato, Jesus assumiu a posição de um escravo e nos deu uma grande lição de humildade. 


Os outros evangelistas relataram apenas a última páscoa de Jesus com os seus discípulos e a instituição da Ceia do Senhor. Na ocasião, Jesus partiu o pão, distribuiu aos seus discípulos e disse: Isto é o meu corpo que é partido por vós. Na sequência, distribuiu o cálice com o suco de uva e disse: isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. Depois da Ceia, em profunda agonia, Jesus foi para o Jardim do Getsêmani, ficou um tempo em oração e depois foi preso e crucificado. 


Ficaram de fora do nosso estudo, episódios narrados no capítulo 12: O jantar em Betânia, quando Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume caríssimo e os enxugou com os seus cabelos (Jo 12.1-11); e a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Jo 12.12-16). Além destes dois episódios, o capítulo 12 traz o registro dos gregos que desejaram conhecer Jesus e algumas discussões a respeito de Jesus por causa da ressurreição de Lázaro. 


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falaremos dos detalhes da história em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos, para ensinar-lhes o valor da humildade. Inicialmente, falaremos do significado do lava-pés. Na sequência, falaremos do desenvolvimento desta história, conforme os detalhes mencionados por João. Por último, falaremos da mudança de paradigma de Jesus, ao assumir a função de servo, mostrando que no Reino de Deus, a humildade representa grandeza espiritual. 

No segundo tópico, falaremos da relação entre humildade e autoconhecimento. Inicialmente, trataremos do conhecimento que Jesus tinha da própria natureza e entendia o seu papel como Senhor e Mestre. Falaremos também do exemplo deixado por Jesus, que sendo Senhor, fez-se servo para ensinar aos seus discípulos, o valor da humildade. Por último, falaremos da preocupação dos discípulos em saber quem seria o maior no Reino dos Céus. 

No terceiro tópico, faremos um contraste entre humildade e ostentação. Inicialmente, falaremos do clima de competição silenciosa que havia entre os discípulos de Jesus. Na sequência, falaremos do caminho humilde de Jesus, que não consiste na ambição, notoriedade ou sucesso material e sim, na capacidade de servir ao próximo. Por fim, veremos que tanto o exemplo de vida de Jesus, quanto os seus ensinos são um convite de Jesus à humildade e à mansidão. 


Ev. WELIANO PIRES 

AD-BELÉM / SÃO CARLOS, SP 


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.40.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp.1880, 1881.

Comentário Bíblico Beacon. Volume 7.RIO DE JANEIRO: CPAD,, p.117


UMA LIÇÃO DE HUMILDADE


SUBSÍDIO DA  ENSINADOR CRISTÃO / CPAD. 

Nesta lição, veremos que o Senhor Jesus é o nosso maior exemplo de humildade e mansidão. Na ocasião em que reuniu Seus discípulos para última Ceia antes da Sua prisão, Jesus se despiu e realizou um ato de serviço semelhante ao realizado pelos escravos na casa de seus senhores: o ato de lavar os pés (Jo 13.1-10). O Mestre quis ensinar de modo prático a Seus discípulos que a atitude de humildade deve ser um comportamento marcante na vida daquele que serve a Deus.

Este ensino de Cristo contrasta com a ideia humana e secularizada de que os maiores são aqueles que dominam e subjugam os que são desprovidos de poder. O objetivo do Mestre não era desqualificar as autoridades constituídas, mas revelar a natureza do Reino de Deus, a saber: um Reino em que prevalece a justiça, a misericórdia e o amor (Sl 11.7; 89.14; 1Co 13.13). Diferente do governo humano, o Reino de Deus destaca que aqueles que querem se fazer grandes devem ser humildes e demonstrar continuamente um espírito de serviço. O apóstolo Paulo endossa esse ensinamento aos filipenses e exorta para que haja nos crentes o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-10).

Na obra Comentário Devocional da Bíblia (CPAD), o autor discorre que “a nossa fé cristã está cheia de paradoxos. Este é o mais poderoso. Como Cristo se humilhou, Deus o exaltou. O caminho para o alto é, na realidade, para baixo. A chave para a liderança é servir. Os maiores entre nós são os servos de todos. Este é um paradoxo, mas também é uma realidade. Nós, que escolhemos a humildade agora, seremos exaltados, e estaremos acima dos orgulhosos. Nós, que nos entregamos aos outros, vamos lucrar. Nós, que perdemos a nossa vida, a encontraremos melhorada e verdadeira. Não há outra maneira de ser bem-sucedido na vida cristã que não seja andar pelo caminho que Jesus andou” (2012, p.869).

Nesse sentido, o exemplo de Cristo nos aponta qual deve ser a nossa postura diante da arrogância, da soberba e da vaidade. Como servos de Deus, chamados para pregar o genuíno Evangelho da graça, praticar a humildade e o altruísmo não se trata de uma performance que devemos adotar para mostrar uma religiosidade aparente. Antes, devemos pedir a Cristo que transforme nosso coração de tal maneira que servir seja um ato prazeroso. A nossa motivação deve ser ver o nome do Senhor engrandecido (1Pe 4.11). Que nossa postura seja a mesma de João Batista: “Que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p. 40.

16 maio 2025

A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO

(Comentário do 3º  tópico da lição 07: “EU SOU A RESSUREIÇÃO E A VIDA”.

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, falaremos da doutrina bíblica da ressurreição do corpo, que é a principal doutrina do Cristianismo. Inicialmente, explicaremos biblicamente a doutrina da ressurreição do corpo, que é diferente da ressurreição de Lázaro e de outras pessoas que ressuscitaram mas tornaram a morrer. Na sequência, falaremos do significado da expressão “da morte para a vida". Ainda que os salvos enfrentem a morte física, jamais passarão pela morte espiritual. Por último, falaremos da nossa viva esperança na ressurreição. Ao ressuscitar Lázaro, Jesus demonstrou na prática que nós também haveremos de ressuscitar. 

1. A ressurreição do corpo. A palavra ressurreição é a tradução do grego anástasis que significa literalmente o ato levantar-se (de um assento). No sentido bíblico, anástasis é o retorno do espírito e da alma ao corpo. É o oposto da morte, que é a separação entre a parte imaterial (espírito e alma) e o corpo. 

A Bíblia menciona quatro tipos de ressurreição:

a. A ressurreição no mesmo corpo mortal. Esse tipo de ressurreição são milagres que aconteceram com algumas pessoas no passado e ainda podem acontecer, pois Jesus é o mesmo. No Livro de apoio, o comentarista testemunhou, inclusive, que a mãe dele, a irmã Jardelina Cabral, faleceu e o seu pai orou e Deus a ressuscitou. Mas, nem todos os crentes passarão por esta ressurreição. 

b. A ressurreição de Jesus. Jesus foi o primeiro a ressuscitar em um corpo glorificado, para nunca mais morrer. Por isso, Ele se tornou as primícias dos que dormem. Com a sua ressurreição, Jesus garantiu que aqueles que nele crerem também ressuscitarão para nunca mais morrer. 

c. Ressurreição dos justos. Desde que Jesus ressuscitou, até o momento em que Ele voltar, muitos já morreram, outros ainda irão morrer e não irão ressuscitar como Lázaro. Entretanto, no momento do arrebatamento da Igreja, todos os que morreram com Cristo, voltarão à vida em corpo glorificado para nunca mais morrer. Na sequência, os que estiverem vivos serão transformados e também terão um corpo glorificado. 

d. A ressurreição dos ímpios. Os ímpios que estiverem mortos quando Jesus voltar, não ressuscitarão naquele momento, mas aguardarão a ressurreição no final dos tempos, para o Juízo Final quando serão julgados e condenados ao lago de fogo. 

2. Da morte para a vida. No versículo 26, Jesus disse a Marta que todo aquele que vive e crê nele, nunca morrerá. Mas como pode ser isso, se Lázaro cria nele e estava morto? Além disso, mesmo após aquela ressurreição, alguns depois Lázaro morreu novamente e não ressuscitou, assim como os outros que ressuscitaram e voltaram a morrer. 

É preciso separarmos a morte física da morte espiritual. Morte na Bíblia significa separação e não o fim da existência, como ensinam os aniquilacionistas. A morte física é a separação entre o corpo e a parte imaterial, que é formada de alma e espírito. Quando o ser humano morre fisicamente, o espírito e a alma, que são inseparáveis, saem do corpo e voltam para Deus. 

Entretanto, não irão todos para um mesmo lugar. Quando os seres humanos morrem, os destinos são diferentes. Se for uma pessoa que serve a Deus, irá para o Paraíso, ou seio de Abraão, onde aguardará o arrebatamento da Igreja. Porém se for um ímpio, irá para o Hades, onde aguardará a ressurreição do Juízo Final para a condenação. 

3. Uma viva esperança. Este relato da ressurreição de Lázaro nos traz uma viva esperança, pois Jesus demonstrou na prática o seu poder sobre a morte. O apóstolo Paulo perguntou: Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Em seguida, ele mesmo responde: Mas graças a Deus, que nos dá vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo! (1 Co 15.58). Jesus Cristo venceu a morte, quando ressuscitou e nos deu a garantia de que nós também ressuscitaremos para nunca mais morrer. 

Da mesma forma que Jesus deu uma ordem a Lázaro para vir para fora do sepulcro, Ele também dará ordens aos que morreram em Cristo, para que ressuscitem em um corpo glorificado e subam a encontrá-los ares. Igualmente, os que estiverem vivos no momento do arrebatamento da Igreja, serão arrebatados e transformados, e subirão ao encontro do Senhor nos ares. E assim, estaremos para sempre com o Senhor. Esta é a nossa bem-aventurada esperança. Ora vem, Senhor Jesus! 

REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.39.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1874. 


CONSOLO E PROMESSA DO SENHOR JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: O caminho, a verdade e a vida). Ev. WELIANO PIRES  No primeiro tópico, falaremos sobre o início do ser...