01 fevereiro 2025

Oitenta anos da minha mãe


Hoje, primeiro de fevereiro 
Para mim, é um dia especial
Dia de alegria descomunal
Lembra-me o amor verdadeiro
Sacrificial e desinteresseiro
Da mulher que me concebeu 
Com muito amor me recebeu
Cujos braços me carregaram 
Oitenta anos já se passaram 
 
Do dia em que mamãe nasceu 
O casal Quinca de Neco e Maria 
Na fazenda Riacho dos Cavalos 
Com dificuldade e sem regalos
Lutavam pelo pão de cada dia
Tinham um filho e muita alegria
Eis que um fato novo aconteceu 
Pois Maria novamente concebeu 
Os parentes, muito se alegraram
Oitenta anos já se passaram  
Do dia em que mamãe nasceu
 
Veio a primeira filha do casal 
Maria Eunice, vulgo Nicinha 
As suas avós Lica e Zefinha
Com alegria e amor sem igual 
Agradeciam a bênção divinal
Com os avós paternos cresceu 
A quem considerou e obedeceu
Os tios e tias sempre a amaram
Oitenta anos já se passaram 
Do dia em que mamãe nasceu
 
Nicinha cresceu em dificuldades 
Vivendo em extrema pobreza 
Não conhecia luxo nem riqueza
Às vezes passava necessidades
Trabalhava desde a menoridade
A sua mãe também muito sofreu
Aos quarenta e dois anos morreu 
E os seus filhos se espalharam
Oitenta anos já se passaram 
Do dia em que mamãe nasceu 
 
Nicinha contraiu o casamento 
Com seu primo José de Iaiá
Que era bem conhecido por lá
Homem de bom comportamento 
Sério e trabalhador a contento
Zé, à preguiça nunca se rendeu 
Muitos percalços na vida sofreu
Em terras alheias eles moraram
Oitenta anos já se passaram 
Do dia em que mamãe nasceu 
 
Cinco filhos, Deus deu ao casal
Quatro meninos e uma menina 
Criados no trabalho e disciplina 
Num ambiente puro e natural 
O leite vinha direto do curral
O seu terreno Deus lhes deu
Vários anos a família ali viveu 
Depois para a cidade mudaram
Oitenta anos já se passaram 
Do dia em que mamãe nasceu
 
Os seus filhos foram criados 
Nos ensinamentos do Senhor 
Desenvolvendo a fé e o amor
Na vida foram encaminhados 
E por todos muito respeitados 
Um duro golpe a vida lhe deu 
Foi quando a sua filha faleceu
Os corações se dilaceraram 
Oitenta anos já se passaram  
Do dia em que mamãe nasceu 
 
Os anos foram se passando 
Os filhos cresceram e casaram
Alguns, para longe se mudaram
A saudade sempre maltratando 
Mas, os netos foram chegando 
Até um bisneto Deus já lhe deu
Relembro tudo o que aconteceu
As lembranças boas que ficaram
E as tristezas que a maltrataram
Oitenta anos já se passaram 
Do dia em que mamãe nasceu 

(Weliano Pires) 
 

Oitenta anos da minha mãe

Hoje, primeiro de fevereiro  Para mim, é um dia especial Dia de alegria descomunal Lembra-me o amor verdadeiro Sacrificial e desinteresseiro...