(Comentário do 1º tópico da Lição 12: A Bendita Esperança – A Marca do Cristão)
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, veremos para onde a esperança do cristão aponta. Veremos que a esperança cristã se fundamenta naquilo que não vemos, mas cremos. Na sequência falaremos da esperança nas Epístolas paulinas, a qual está presente em vários textos e não se refere à vida terrena. Por último, veremos que Deus é o autor da nossa esperança e Ele é digno de toda confiança, pois Ele é fiel e cumpre as suas promessas.
1. A esperança cristã. Podemos definir esperança como a confiança de que algo que desejamos irá acontecer. A esperança pode ser realística, quando se espera por algo que tem possibilidade de acontecer, ou utópica, quando se espera uma coisa irreal ou impossível de acontecer. Do ponto de vista humano, a esperança está relacionada à própria vida da pessoa. Por isso há um adágio popular que diz: “A esperança é a última que morre”. Há também outro que diz: “Enquanto há vida, há esperança”.
Na vida cristã, a esperança, a fé e o amor são três virtudes indispensáveis, que são interdependentes e aparecem juntas na Bíblia (1 Co 13.13). Estas três virtudes são chamadas de virtudes teologais, pois são provenientes de Deus. Portanto, ninguém tem fé, esperança e amor verdadeiros se não tiver Deus no coração.
A esperança cristã está intrinsecamente ligada à fé, pois é a fé que nos dá a certeza de que aquilo que esperamos tem fundamento e irá, de fato, acontecer. Não é possível alguém ter esperança sem ter fé, pois se a pessoa não crer que algo irá acontecer, evidentemente, não irá esperar. A esperança cristã tem Cristo como fundamento (Cl 1.37; 1Tm 1.1), não está restrita a esta vida, mas aponta para a eternidade (1 Co 15.19).
2. A esperança nas cartas do apóstolo Paulo. O apóstolo Paulo, sem dúvida nenhuma, foi o que mais falou da esperança cristã. O comentarista citou vários textos, tanto em Atos dos Apóstolos, como nas Epístolas Paulinas, onde ele fala sobre a esperança do cristão, sempre relacionando a esperança do crente com a vida vindoura e não com a vida terrena.
Em todas estas referências mencionadas pelos comentarista, o apóstolo Paulo fala da esperança cristã, mencionando eventos escatológicos como o arrebatamento da Igreja, a ressurreição dos mortos, a redenção do nosso corpo, a manifestação de Jesus em glória, a vida eterna, etc.
O apóstolo Paulo, ao contrário de muitos pregadores da atualidade, não tinha esperança de uma vida melhor neste mundo, de governar o mundo, de prosperar financeiramente e conquistar coisas materiais. Pelo contrário, ele sempre deixava muito claro que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, padecemos perseguições aqui e a nossa pátria está nos céus.
3. Deus: o autor da nossa esperança. A nossa esperança não é utópica e sem fundamento. Não se trata de sonhos ou coisa da nossa imaginação. Deus é o autor da nossa esperança (Rm 15.23) e Ele é digno de toda confiança. Desde os tempos do Antigo Testamento, mesmo não tendo ainda a revelação da ressurreição dos mortos e da vida eterna, a esperança dos servos de Deus estava fundamentada na confiança que eles tinham nele.
No Salmo 40, o salmista disse: “Esperei com paciência no Senhor e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor”. (Sl 40.1). No auge da sua aflição, o patriarca Jó disse: “Ainda que Ele me mate, nele esperarei…” (Jó 13.15). Os santos do Antigo Testamento esperavam em Deus, a promessa da Vinda do Messias, mesmo não compreendendo ainda a dimensão desta promessa.
No Novo Testamento, a esperança do cristão continua tendo Deus como autor. Entretanto, tendo a revelação da vida eterna, por Cristo Jesus, a nossa esperança não está nas coisas desta vida. Conforme cantamos no coro do hino 300 da nossa Harpa Cristã:
Nossa esperança é sua vinda
O Rei dos reis vem nos buscar
Nós aguardamos Jesus ainda
Até a luz da manhã raiar.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.
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