(Comentário do 2º tópico da Lição 12: A Bendita Esperança – A Marca do Cristão)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos da perspectiva escatológica da nossa esperança. Veremos que a Bíblia focaliza o futuro. O pecado causou inimizade entre o ser humano e o Criador. Mas, logo após a Queda, Deus prometeu restaurar esta comunhão, através de um que viria da semente da mulher (Gn 3.15). Veremos também que as profecias bíblicas trazem pavor para aqueles que não servem a Deus, mas trazem trazem consolo e alegria para o crente. Por último, veremos que a razão de termos uma doutrina da esperança, é a confiança que temos na ressurreição.
1. A Bíblia focaliza o futuro. Conforme já falamos no tópico anterior, o foco da nossa esperança não está nesta vida. Claro que enquanto estivermos neste mundo, nós estudamos, trabalhamos, constituímos família, fazemos a obra de Deus e temos sonhos que almejamos serem realizados. Entretanto, vivemos aqui como peregrinos e a nossa esperança está voltada para a eternidade.
A Bíblia não é apenas um livro de história antiga, como muitos imaginam. Do início ao fim, a Bíblia é um livro de promessas. Nos primeiros capítulos do Livro do Gênesis temos o relato da criação, onde é dito após cada coisa criada, que Deus viu que era bom. Entretanto, no terceiro capítulo temos o triste relato da Queda do primeiro casal, que interrompeu a comunhão do ser humano com Deus, por causa do pecado.
Junto com a sentença que Deus deu ao primeiro casal, Ele fez a promessa de enviar um da semente da mulher, para restaurar o ser humano (Gn 3.15). A partir daí seguiram-se várias promessas da vinda do Salvador do mundo. Desde a chamada de Abrão, em Ur dos Caldeus, em todo o Antigo Testamento Deus fez promessas de enviar o Salvador para reconciliar o homem com Deus.
No Novo Testamento, estas promessas se cumpriram em Cristo. Mas vieram outras promessas e foram reafirmadas algumas promessas do Antigo Testamento, que ainda não se cumpriram. Tanto o ser humano quanto o resto da criação sofreram os efeitos da Queda e anelam pela restauração. Evidentemente, nós não aguardamos uma restauração deste planeta para vivermos eternamente aqui como ensinam as Testemunhas de Jeová. Aguardamos Novo Céu e Nova Terra nos quais habita a Justiça.
2. A esperança no porvir traz consolo e alegria ao crente. Quando falamos de perspectiva escatológica, nos referimos aos fatos que irão se desencadear com o Arrebatamento da Igreja. A palavra Escatologia é formada de dois termos gregos: “eschatos” (último) e “logos” (estudo, doutrina). Portanto, a Escatologia é a matéria da Teologia que trata dos últimos acontecimentos da história da humanidade.
Na Escatologia estudamos as profecias relacionadas aos últimos dias: o arrebatamento da Igreja, a grande tribulação, o governo do Anticristo, as bodas do Cordeiro, a vinda de Jesus em glória, o Reino Milenial de Cristo, a condenação eterna dos ímpios e a vida eterna.
O mundo atual vive uma expectativa de pavor em relação ao futuro. Isto porque, a humanidade já passou por duas guerras mundiais com saldos de milhões de mortos, e há também o temor de uma terceira guerra mundial, com uso de armas nucleares, que poderia destruir totalmente o planeta. O mundo já enfrentou também regimes malignos como Nazismo, Comunismo, Fascismo e outros, que cometeram todo tipo de atrocidade.
Os desastres ambientais e as possibilidades, segundo alguns cientistas, de meteoros se chocarem com a terra, também causam desesperança quanto ao futuro. Há também muitas incertezas em relação à suficiência dos recursos naturais como a água potável, a produção de alimentos e a qualidade do ar.
Para o cristão, no entanto, a esperança nas promessas de Deus traz consolo e alegria. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses para responder às suas dúvidas referentes aos que morreram em Cristo, concluiu dizendo: “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (1 Ts 4.18). O oposto também é verdadeiro. Um cristão que não conhece a Palavra de Deus, pode nutrir falsas esperanças e se desiludir.
3. Por que uma doutrina da esperança? A esperança na ressurreição para a vida eterna é a base da fé cristã. Em Corinto, os falsos mestres ensinavam que não haverá ressurreição dos mortos. O apóstolo Paulo dedicou o capítulo 15 da primeira Epístola aos Coríntios, para reafirmar a doutrina da ressurreição e combater o ensino dos falsos mestres.
Em sua defesa da ressurreição, o apóstolo escreveu: “Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação e é também vã a vossa fé”. (1 Co 11.13,14). Portanto, a ressurreição de Jesus Cristo é a garantia de que os cristãos também ressuscitarão.
Cristo não veio a este mundo para proporcionar melhores condições de vida aos seus seguidores aqui. Ao contrário, em suas últimas instruções aos discípulos, Ele prometeu que eles seriam odiados, perseguidos e mortos por causa do nome dele. Entretanto, Ele os confortou dizendo: “Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria, vou preparar-vos lugar. É se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde Eu estiver, estejais vós também.” (Jo 14.1-3). Concluímos, portanto, que a doutrina da esperança nos encoraja a suportar os dissabores e as tribulações desta vida, tendo como alvo a promessa da vinda do Senhor para nos levar para estarmos para sempre com Ele.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.
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