(Comentário do 2º tópico da Lição 13: A Cidade Celestial)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos do eterno e perfeito estado. Veremos que, à luz da doutrina bíblica, este estado é descrito como um lugar belo, de santidade e perfeição. Na sequência, falaremos do estado eterno, à luz do livro do Apocalipse, que é descrito por meio de símbolos, como o rio da vida, a árvore da vida, a ausência de males e a presença de Deus.
1. O estado perfeito à luz da doutrina bíblica. Desde a entrada do pecado no mundo, há um propósito de Deus de restaurar a comunhão do homem com Deus. Por ocasião do advento do pecado, o homem se afastou de Deus, pois Ele é absolutamente santo e não pode conviver com o pecado. Entretanto, devido ao Seu infinito amor, Deus elaborou o plano de salvação para resgatar a humanidade caída e restabelecer a comunhão plena com Deus.
Na ocasião do arrebatamento da Igreja, seremos glorificados, ou seja, receberemos um corpo glorificado não mais sujeitos ao envelhecimento, às doenças, ao pecado e à morte. É importante esclarecer que não seremos como Adão e Eva eram no Jardim do Éden, como muitos pensam. Seremos semelhantes ao último Adão, que é Cristo. Adão e Eva, embora vivessem em um estado de pureza e comunhão com Deus, antes do pecado, eles ainda estavam sujeitos a pecar, como infelizmente aconteceu. Mas para os salvos, não haverá mais a possibilidade de pecar, pois estaremos livres da presença do pecado.
No Milênio, haverá uma renovação desta terra. Entretanto, não devemos confundir o Milênio, que será nesta terra, com a eternidade, como fazem as Testemunhas de Jeová, que dizem que a eternidade será um Paraíso nesta terra. A Bíblia deixa claro que haverá Novo Céu e Nova Terra nos quais habita a Justiça (2 Pe 3.13; Ap 21.1-3). Toda a maldade que hoje impera no mundo será extinta e ali não haverá mais morte, tristeza nem dor, como veremos no próximo subtópico.
2. O estado perfeito à luz de Apocalipse 22.1-5. Nos capítulos 21 e 22 do Apocalipse, o apóstolo João descreveu a visão que ele teve da Nova Jerusalém. Nos primeiros versículos do capítulo 22, João citou quatro coisas que ele viu nesta cidade, que nos ajudam a entender um pouco mais sobre o estado perfeito dos salvos, embora não seja ainda a plenitude, pois ainda não temos condições de compreender como será glorioso este estado eterno, pois o nosso entendimento é limitado.
a. O Rio da Água da Vida. João viu um rio que brotava do trono de Deus e do Cordeiro. Na Bíblia, a água simboliza vida, pureza e refrigério. No Salmo 46, o salmista falou das águas dos oceanos, que em sua braveza, podem causar destruições. Ele disse que, se isto acontecer, “há um rio, cujas correntes alegram a Cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo” (Sl 46.4). As águas deste mundo representam ameaças e destruições. Mas as águas da Nova Jerusalém representam vida, pureza e tranquilidade.
O profeta Ezequiel teve uma visão de um grande volume de águas, que fluíam dos umbrais do templo e correram até se tornar um ribeiro de águas profundas, que só era possível atravessá-lo nadando (Ez 47.1-12). Estas águas descritas no capítulo 47 de Ezequiel são uma referência ao reavivamento da região do Mar Morto, que acontecerá no período do Milênio. Não são ainda as águas do Rio da Vida, mas trarão restauração e reavivamento a uma região onde não existe vida, como o deserto do Mar Morto.
O Senhor Jesus, em sua conversa com a mulher samaritana, também usou a figura da água viva, para se referir à vida eterna (Jo 4.10). Em outra ocasião, Ele usou a metáfora de um rio de águas que correm em nosso interior, para se referir ao Espírito Santo, que faz morada em nós e produz o novo nascimento (Jo 7.37-39). Portanto, o Rio da Água da vida indica que ali haverá vida abundante que brota de Deus, que é o doador da vida.
b. A árvore da vida. A árvore da vida estava presente no Jardim do Éden. Após o pecado do primeiro casal, Deus os expulsou do Jardim e colocou Querubins para guardar o Jardim e impedir que o homem comesse de seu fruto e vivesse eternamente (Gn 3.22-24). Na Nova Jerusalém, João viu no meio da praça, a árvore da vida, com os seus doze frutos e as suas folhas que dão saúde. Estes doze frutos representam a plenitude das bênçãos de Deus e as suas folhas são vitaminas para a saúde perfeita. Ali, não haverá nenhum tipo de dor ou enfermidade.
c. Ausência total de males. João observou também que ali estava o trono de Deus e do Cordeiro e, portanto, não havia nenhum tipo de maldição. No capítulo 21, ele ouviu uma grande voz do Céu dizendo que ali não haverá mais morte, pranto, clamor, nem dor, pois as primeiras coisas já serão passadas. Todos os males e dissabores que passamos nesta vida cessarão aqui. Só isso, já seria motivo suficiente para desejarmos ansiosamente ir para o nosso eterno lar. Mas, o mais importante da Nova Jerusalém é o que veremos a seguir.
d. A presença de Deus. João viu nesta cidade o trono de Deus e de Cristo, e disse que ali não haverá mais noites e não precisaremos de iluminação, nem mesmo da luz solar, pois o próprio Deus nos iluminará e reinaremos para sempre com Ele. Tudo o que haverá na Nova Jerusalém será glorioso e muito além daquilo que podemos imaginar em nossa condição terrena. Entretanto, nada se compara a vivermos para sempre na presença de Deus e contemplar a Sua Glória como Ele é. Onde Deus habita há alegria indizível e não há nada neste mundo que possa ser comparado a isso. Aleluia!
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.
Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 696, 2469.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.
SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 146-147.
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