07 fevereiro 2024

IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: Igreja: Organismo e organização).

Ev. WELIANO PIRES

 

No segundo tópico, falaremos da Igreja como um organismo vivo e organizado. Veremos que a Igreja Primitiva era um organismo vivo, liderado pelo Espírito Santo. Mas ela também tinha o seu aspecto local em Jerusalém, Antioquia, Roma Filipos, Tessalônica, etc. Falaremos também da organização da Igreja, em seu aspecto litúrgico e ritual. A Igreja local mantém a decência e ordem nos cultos, estabelece normas e costumes, ensina as doutrinas bíblicas e realiza o batismo em águas e a Ceia do Senhor. 

 

1. No seu aspecto local. A Igreja Primitiva era um organismo vivo, liderado pelo Espírito Santo. Mas ela também tinha também o seu aspecto local em Jerusalém, Antioquia, Roma, Corinto, Galácia, Filipos, Colossos, Tessalônica, etc. Os apóstolos escreveram cartas a determinadas igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Co 1.2); “aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pe 1.1). 


Nestes textos vemos os apóstolos se referiam a uma Igreja situada em diferentes locais. Cada uma delas tinha líderes e problemas diferentes. Algumas foram duramente repreendidas, outras não receberam críticas e foram até elogiadas. Da mesma forma, as sete Igrejas da Ásia, que receberam as cartas no Apocalipse. Cada uma delas tinha problemas diferentes e receberam também orientações, críticas, repreensões e elogios diferentes do Senhor Jesus. 

 

A Igreja no Novo Testamento aparece no  singular como um organismo vivo, principalmente na Epístola aos Efésios. Mas vemos também Igrejas no plural, sendo organizadas de cidade em cidade. O apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem pastor Tito, lembrou-lhe de que havia deixado-o em Creta para que ele colocasse as coisas em ordem e estabelecesse presbíteros nas cidades. 

 

2. No seu aspecto litúrgico e ritual. Em seu aspecto litúrgico e ritual, a Igreja local mantém a decência e ordem nos cultos, estabelece normas e costumes, ensina as doutrinas bíblicas e realiza o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Cada denominação difere na forma de cultuar a Deus. Uns são mais formalistas, seguindo rigorosamente um modelo pré-estabelecido. Outros, no entanto, são totalmente espontâneos e não seguem critério algum.

 

A palavra liturgia vem do grego “leitourgia” e, inicialmente, significava qualquer serviço prestado à coletividade ou a uma pessoa. No Antigo Testamento, referia-se ao ministério dos sacerdotes ou aos atos realizados por eles durante o culto. Nos tempos apostólicos, os cultos eram praticamente informais e não havia um padrão a ser seguido, principalmente, porque eles não tinham templos e se reuniam nas casas, na maioria das vezes às escondidas, por causa das intensas perseguições. Entretanto, encontramos nas Epístolas citações sobre a leitura do texto bíblico, cânticos, orações, pregação, celebração da Ceia e invocação da bênção apostólica.


Infelizmente, com o passar dos anos, foram incorporados à liturgia, elementos do paganismo, contrários às Escrituras, como as invocações a Maria e aos santos, a adoração aos elementos da Ceia, o uso de velas, orações pelos mortos, etc. Com a Reforma Protestante, estas práticas foram rigorosamente combatidas. 


Entretanto, no meio neopentecostal e até em algumas Igrejas que se dizem pentecostais estão usando novamente práticas semelhantes, como o uso de objetos ungidos, atos proféticos, uso indiscriminado de óleo, rosas, sabonetes, e materiais supostamente vindos de Israel. Na Nova Aliança, devemos adorar a Deus em Espírito e em Verdade e não precisamos de amuletos e representações. Só há duas representações que foram ordenadas por Jesus à Sua Igreja, que são o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Estudaremos estes temas nas lições 9 e 10.

 

dois extremos que devem ser evitados em relação à liturgia da Igreja: O primeiro é o formalismo absoluto nos cultos, onde tudo é previsível como acontecia nas missas católicas antigamente, onde tudo era lido pelo padre e algumas partes repetidas pelos fiéis; o segundo é  um culto sem critério algum, onde todos falam ao mesmo tempo, pulam, gritam e dançam, sem nenhuma reverência. É preciso que haja equilíbrio entre a liberdade de cultuar a Deus e a ordem e decência recomendados na Bíblia. Estudaremos sobre o culto na Igreja Cristã na lição 11.

 

O movimento dos desigrejados combate a existência da Igreja como organização, as construções de templos, e até a necessidade de liturgias e rituais. Ora, a Igreja local é responsável por cumprir as ordenanças do Senhor Jesus à sua Igreja, que são o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Como alguém iria cumprir estas ordenanças bíblicas, se não houver uma organização local e uma liderança eclesiástica, como querem os desigrejados? 

 

REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 39, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO:CPAD, 2023, p.550. 

ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RIO DE JANEIRO:CPAD, 2007, pp.715,716

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