16 fevereiro 2024

AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O ministério da Igreja). 


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico falaremos das qualificações para o ministério. O comentarista dividiu estas qualificações em duas categorias: Qualificações de natureza moral e de natureza social. 


Estas qualificações são requisitos inegociáveis na vida dos aspirantes ao ministério. Eu agrupei todas as qualificações citadas pelo apóstolo Paulo nas listas de requisitos para os bispos, presbíteros e diáconos, com as devidas explicações de cada uma delas. 


As qualificações exigidas para os presbíteros estão descritas em Tito 1.6-9 e em 1 Timóteo 3.1-7 para os bispos. Uma lista complementa a outra, pois, os termos são sinônimos. Assim como os presbíteros, os diáconos também precisam ter uma conduta ilibada e bom testemunho dos crentes, da família e até dos infiéis. Do ponto de vista moral, em Atos 6, os apóstolos exigiram que os diáconos tivessem boa reputação. A reputação está relacionada ao testemunho público, ou seja, aquilo que as pessoas pensam ao nosso respeito. 


Segue abaixo, uma lista das qualificações exigidas paras os aspirantes ao ministério: 


a. Irrepreensibilidade. Deve ser íntegro em todos os aspectos. Paulo falou para Timóteo “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar”. (2 Tm 2.15). 


b. Vida conjugal ajustada. O casamento do bispo, presbítero ou pastor deve seguir o modelo bíblico e ser exemplo para a Igreja. Por isso deve ser heterossexual, monogâmico e vitalício. Não se pode admitir líderes na Igreja divorciados, polígamos, ou que tenham um casamento de fachada. 


c. Vigilância. A vigilância consiste em estar atento para não ser apanhado de surpresa. Deve fechar todas as brechas e vigiar para não cair em tentação e não escandalizar a Igreja. 


d. Sobriedade. Ser sóbrio significa ter equilíbrio, moderação e domínio próprio. Não pode perder as estribeiras e agir precipitadamente. 


e. Honestidade. A honestidade consiste em integridade, veracidade e franqueza e  na ausência de mentiras, trapaças, roubos, etc. Os presbíteros, bispos, pastores e diáconos têm a obrigação de serem honestos em tudo o que fazem e falam. 


f. Aptidão para o ensino. É atribuição dos líderes, alimentar a Igreja com o ensino da Palavra de Deus e defendê-la dos falsos ensinos. Portanto, é indispensável que esteja preparado para ensinar. Esta qualificação não foi exigida para os diáconos, pois o trabalho deles na época era voltado para à área social e administrativa. 


g. Abstinência de vinho. O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como a insensatez, agressividade e descontrole. Por isso, o consumo de bebidas alcoólicas é incompatível com o ministério pastoral. 


h. Não violento (ou espancador). Jesus nos recomenda que aprendamos com Ele, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Pedro também recomenda que devemos responder com mansidão aos que se opõem (1 Pe 3.15). O pastor deve ser firme em seus ensinos e na defesa da verdade. Mas, não pode ser violento, mal educado e agressivo. 


i. Não contencioso. Paulo disse a Timóteo que “ao servo do Senhor não convém contender” (2 Tm 2.24). O pastor além de ser um servo do Senhor, é um exemplo para a Igreja e não pode viver em contendas, pois, isso é carnalidade. 


j. Não avarento. A avareza é tão grave que Paulo diz que o avarento é idólatra. (Ef 5.5). Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1 Tm 6.10). O avarento rouba, mata, aplica golpes e abre mão de qualquer princípio, por dinheiro. Por isso, é incompatível com o ministério pastoral.


l. Bom governante da própria casa. O pastor deve ter uma conduta exemplar para com a sua família. Paulo, escrevendo a Timóteo, disse que "aquele que não governa bem a sua casa não terá cuidado da Igreja de Deus." Um pastor, que a própria família não o respeita, não tem a menor condição de pastorear uma Igreja. 


m. Não neófito. Esta palavra “neófito” vem de duas palavras gregas: "neo" (novo) e “fide” (fé) e significa novo na fé, ou inexperiente. O tempo de crente é importante, pois existem coisas que só se aprende com a experiência. Um pastor inexperiente pode se precipitar e tomar decisões equivocadas. 


n. De bom testemunho para com os de fora. Os cristãos são observados pelas pessoas de fora da Igreja e o pastor mais ainda. Por isso é importante que o pastor tenha uma boa reputação no bairro e na cidade onde mora. 


Seria muito bom se todas as Igrejas da atualidade atentassem para os conselhos do apóstolo Paulo, antes de separarem obreiros. Certamente, não teríamos tantos escândalos com obreiros imaturos e despreparados. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 39, 1º Trimestre de 2024.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.965

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, Editora CPAD, p.564.

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.153.

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