Para entendermos um pouco mais sobre o conteúdo da pregação de Paulo, é importante conceituarmos três expressões chave, usadas por ele em seus escritos: Evangelho de Cristo, Cristo Crucificado e Cristo Ressurreto. Estas expressões nos dão a dimensão da doutrina que Paulo ensinava.
1. “Evangelho de Cristo”. A palavra Evangelho traduz o termo grego "euangelion", que por sua vez, é formado por duas palavras gregas: "eu", que significa "bem" ou "bom" e "angelia", que significa notícia ou novidade. Portanto, Evangelho quer dizer "Boa notícia" ou "Boas novas". Entre os gregos, a palavra era usada para se referir à recompensa que o portador de uma boa notícia recebia. Depois passou a ser usada para se referir à própria notícia. Com relação ao Evangelho, no sentido bíblico, trata-se da mensagem de Jesus Cristo, que veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10).
Logo no início do ministério de Jesus, a palavra Evangelho está presente. Marcos diz que, depois que João foi preso, Jesus começou a pregar dizendo: “O tempo está cumprido. O Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho.” (Mc 1.15). Esta palavra aparece nos Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. No Novo Testamento há 76 vezes referências a ela, sendo 54 delas nas Epístolas de Paulo. Isso nos mostra que era um ponto central da pregação do apóstolo.
Logo no início da Epístola aos Romanos, Paulo faz menção ao Evangelho: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.” (Rm 1.1). Depois, no versículo 16 do mesmo capítulo, ele diz que “não se envergonha do Evangelho, pois ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer.” Em seguida, no versículo 17, Paulo diz que “no Evangelho se descobre a Justiça de Deus.” Paulo usa muitas vezes a palavra Evangelho para se referir a todo o conteúdo da sua pregação (2 Co 11.7; 1 Ts 2.2,8,9; Rm 11.15,16). Ele se sentia devedor, tanto aos judeus quanto aos gentios, de lhes anunciar o Evangelho (Rm 1.14,15).
O Senhor Jesus incumbiu a sua Igreja de pregar o Evangelho a toda criatura, em todos os lugares. (Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8). Não há outra forma das pessoas escaparem da condenação eterna, que não seja através da fé em Cristo Jesus, o Nosso Senhor. Por isso, esta deve ser a principal atividade da Igreja neste mundo. O próprio Paulo assim escreveu: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14).
2. “Cristo Crucificado”. Paulo pregava o Evangelho de Cristo, ou seja, as boas notícias de salvação ao mundo perdido. O ponto central do Evangelho pregado por Paulo era o Cristo crucificado, que em 1 Coríntios 1, ele chama de “a palavra cruz”. Esta expressão é uma referência ao sacrifício vicário de Cristo pelos pecadores.
O plano de Salvação elaborado por Deus, antes da fundação do mundo, começa com a vinda de Jesus ao mundo, para morrer em nosso lugar, como expiação dos nossos pecados. A morte de Cristo é uma morte vicária e expiatória. Vicária, porque é substitutiva. Ele morreu em lugar dos pecadores, pois não tinha nenhuma culpa. Expiatória, vem de expiação e traz a ideia de cobrir ou ocultar os pecados diante de Deus. No Antigo Testamento, era feita a expiação dos pecados, mediante os sacrifícios de animais, para cobrir o pecado. Entretanto, a morte de Cristo foi mais além, pois ela não apenas cobre, mas “...tira o pecado do mundo.” (Jo 1.29).
O ser humano, morto em seus pecados e delitos, não consegue entender a profundidade deste tema. Somente o Espírito Santo de Deus pode vivificar o ser humano e torná-lo capaz de entender a mensagem da cruz.
Infelizmente, em nossos dias, a mensagem da cruz tem sido cada vez mais rara. Até mesmo nos cultos da Ceia do Senhor, onde o tema deve ser a morte e ressurreição de Cristo, canta-se e prega-se sobre outros assuntos que nada tem a ver com o sacrifício de Cristo em nosso lugar. Precisamos urgentemente, voltar a pregar o Cristo crucificado ou a mensagem da cruz:
Sim, eu amo a mensagem da Cruz!
Té morrer, eu a vou proclamar.
Levarei eu também minha cruz,
Té por uma coroa trocar”.
(Refrão do Hino 291, da Harpa Cristã)
3. “Cristo Ressurreto”. O “Cristo ressurreto” é o complemento da mensagem do “Cristo Crucificado”. Falamos acima, da importância do sacrifício de Cristo no processo de Salvação. Sem a morte de Cristo, não pode haver salvação, pois não há outro tipo de sacrifício, que possa purificar o ser humano dos seus pecados e todos, sem exceção, pecaram (Rm 3.23). Entretanto, o sacrifício de Cristo estaria incompleto, se Ele não tivesse ressuscitado. Paulo deixa isso bem claro: “Cristo, morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3.4). Depois, ele diz que se Cristo não ressuscitou — como alguns diziam — é vã a nossa fé, ainda permanecemos nos nossos pecados e os mortos estão todos perdidos. (1 Co 15.17,18).
Ao longo da história da Igreja têm surgido vários ensinos heréticos sobre a morte e ressurreição de Cristo. Os gnósticos diziam que Ele não veio em carne e, portanto, não morreu.
Os muçulmanos diziam que ele não foi crucificado e negam a doutrina da expiação. Hoje, não podem mais negar a crucificação, pois a história a confirma, então dizem apenas que a sua morte não teve a finalidade de apagar os nossos pecados e que e Ele não ressuscitou.
As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus foi pregado em uma estaca e não em uma cruz, e dizem que Ele não ressuscitou corporalmente, apenas em Espírito.
O Espiritismo também nega a doutrina expiação e vêem a morte de Cristo apenas como um martírio comum e negam a ressurreição.
Todos estes ensinos não se sustentam à luz da Bíblia. A Bíblia mostra claramente que Jesus morreu por nossos pecados: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”. (1 Co 15.3). Mostra também que Ele ressuscitou ao terceiro dia e subiu ao Céu. “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Co 15.4). E mostra que Ele ressuscitou corporalmente: “Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.” (Jo 20.27).
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Pb. Weliano Pires
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