04 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 02: SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR


Na lição passada falamos sobre os três mundos do apóstolo Paulo: o romano, o grego e o judeu. Vimos o mundo em que Paulo viveu, sob três aspectos: as características do império romano, a bagagem cultural grega de Paulo e as suas raízes e ligações com o povo de Israel. Estes fatores foram usados pelo Espírito Santo para a expansão do Cristianismo por todo o império romano. 


Na lição desta semana, vamos estudar sobre a vida de Saulo antes da sua conversão, como opositor e perseguidor implacável do Cristianismo. 

Desde os primórdios da Igreja em Jerusalém, os discípulos do Senhor encontraram resistência por parte das autoridades religiosas judaicas. No capítulo três de Atos, lemos o relato da cura de um coxo de nascença na porta do Templo, por Pedro e João. A repercussão deste milagre foi enorme. Os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, se irritaram porque Pedro ensinava ao povo a ressurreição de Cristo, e os encerraram na prisão, até o dia seguinte, pois já era tarde. 

No dia seguinte, se reuniram os anciãos, os escribas e os sacerdotes para interrogá-los. Pedro e João, com muita autoridade falaram de Jesus, diante das autoridades. Vendo a ousadia de Pedro e João e, sabendo que eram iletrados, as autoridades se maravilharam, concluindo que eles foram seguidores de Jesus durante o seu ministério terreno.

Vendo ali, o homem que havia sido curado e a multidão de pessoas, os anciãos, escribas e sacerdotes ficaram sem saber o que fazer. Então, chamaram os apóstolos em particular e ameaçaram açoitá-los, caso continuassem ensinando no Nome de Jesus. Pedro, no entanto, respondeu que obedeceria a Deus e não aos homens, pois, não poderia deixar de falar daquilo que tinham visto e ouvido. 

O capítulo 5 de Atos registra que os apóstolos pregavam ousadamente a Palavra de Deus, muitos enfermos foram curados e endemoninhados libertos. O sumo sacerdote, que pertencia ao partido dos saduceus, encheu-se de inveja e mandou prender os apóstolos novamente. Porém, o anjo do Senhor abriu as portas da prisão, libertou os apóstolos e eles voltaram a pregar publicamente. Quando descobriram, que os apóstolos não estavam mais na prisão e que estavam pregando no Templo, mandaram buscá-los, mas, sem violência, pois, tiveram medo de ser apedrejados pelo povo. 

Os apóstolos foram questionados, por que estavam pregando, se haviam sido advertidos severamente, para não fazerem isso. Pedro respondeu com a mesma ousadia de antes, que iria obedecer a Deus e não aos homens. Enfurecidos, eles formaram conselho e decidiram matá-los. Mas, um certo doutor da Lei, muito respeitado, chamado Gamaliel, que era a segunda maior autoridade no Sinédrio, depois do Sumo Sacerdote, mandou retirar os apóstolos da sala e deu o seguinte conselho:

“Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (At 5.38,39). 

Todos concordaram com ele. Em seguida, mandaram açoitar os apóstolos, ameaçaram-os novamente, advertindo-os para que não mais falassem no Nome de Jesus e os liberaram. Este Gamaliel foi o professor de Saulo. 

No capítulo 6 de Atos, houve a instituição dos diáconos, para resolver o problema da assistência social às viúvas. Estêvão, um dos sete diáconos escolhidos, era cheio do Espírito Santo e fazia grandes sinais entre o povo. Alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos, resolveram debater com ele os assuntos da Lei, mas, não conseguiram resistir à sabedoria com que ele falava. Irritados, eles resolveram subornar alguns homens para acusarem falsamente a Estêvão, de blasfêmia diante do Sumo sacerdote. 

Estêvão foi chamado ao Sinédrio para dar explicações e proferiu um longo discurso sobre as Escrituras, desde Abraão até Cristo, acusando-os de serem traidores e assassinos de Jesus. Enfurecidos, eles rangiam os dentes contra Estêvão. 

Estêvão olhou para o Céu e disse que via os céus abertos e Jesus, em pé à direita de Deus. Tomados pelo ódio,  aqueles homens tiraram Estevão para fora da cidade e o apedrejaram até à morte. Nesta execução de Estevão, Saulo aparece pela primeira vez na Bíblia, como um jovem que aprovou o apedrejamento de Estevão. 


No primeiro tópico, falaremos de Saulo como o implacável perseguidor da Igreja. O próprio Saulo, alguns anos após a sua conversão, se descreve como blasfemo, perseguidor e opressor. O texto de Atos 9, usa de forma forma figurada a expressão "respirando ameaças e mortes", para se referir à perseguição violenta de Saulo aos cristãos. Falaremos também sobre os motivos que levaram Saulo a perseguir e tentar exterminar os cristãos. 


No segundo tópico, falaremos sobre a perseguição de Saulo contra a Igreja de Jesus, com o objetivo de exterminá-la. Esta perseguição aos representantes de Jesus era, nas palavras do próprio Jesus, uma perseguição a Ele. Traçaremos neste tópico, um paralelo entre Saulo, erudito na cultura judaica e também na cultura greco-romana, e Estevão, um erudito nas Escrituras judaicas, que era também cheio do Espírito Santo. Por último, falaremos um pouco da intolerância religiosa e perseguição que a Igreja sofre nos dias atuais 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a perseguição sistêmica contra a Igreja nos dias de Saulo, mediante tortura física e psicológica, com o objetivo de forçá-los a blasfemar contra Cristo. Por último falaremos sobre as muitas perseguições sofridas pelo pentecostais no Brasil, no início das Assembléias de Deus. 


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Pb. Weliano Pires


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