27 outubro 2021

A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO


Comentário do 1º tópico da lição 05: Jesus Cristo, e Este Crucificado - A Mensagem do Apóstolo.

Paulo, em suas Epístolas, falou sobre muitos assuntos para as Igrejas. Escrevendo aos Coríntios, Paulo falou sobre as dissensões na Igreja, o incesto, o litígio entre os irmãos, o uso do véu, o modo correto de celebrar a Ceia do Senhor, os dons espirituais, etc. Aos Efésios, Paulo falou sobre os dons ministeriais e sobre as relações trabalhistas e familiares, entre outros temas. Aos Colossenses, Paulo falou a respeito das heresias dos cultos aos anjos e as questões dos judaizantes que queriam impor a guarda do sábado e outras coisas da Lei. Nas Epístolas aos Romanos e aos Gálatas, Paulo tratou a respeito da Lei e da Graça, explicando que o Cristão não está mais debaixo da Lei. Mas, o centro da mensagem pregada por Paulo era o Cristo crucificado. Paulo diz que nada propôs saber senão a Cristo e este crucificado. Esta também deve ser a mensagem central da Igreja na atualidade. 

 

1. O ministério de pregação e o Cristo Crucificado. Sem dúvida nenhuma, Paulo foi o maior teólogo e doutrinador do Cristianismo. Até mesmo os pensadores que não são cristãos reconhecem a importância de Paulo para Cristianismo. O filósofo ateu Friedrich Nietzsche, crítico ferrenho do Cristianismo, dizia que Paulo foi o verdadeiro fundador do Cristianismo e que o Cristianismo deveria se chamar "Paulinismo". Claro que isto não é verdade, pois Paulo apenas proclamou aquilo que o próprio Senhor Jesus lhe entregou. 


Apesar de todo o seu conhecimento das Escrituras hebraicas e das culturas gregas e romanas, Paulo teve como o ponto central da sua pregação o Cristo Crucificado, expondo para judeus e gentios a importância da morte de Cristo no processo de salvação. No tópico dois desta lição falaremos mais sobre o significado desta expressão "Cristo Crucificado". 


O renomado pastor e escritor, Ciro Sanches Zibordi, escreveu um livro com o título "Evangelhos que Paulo jamais pregaria". Neste livro, o pastor Ciro fala sobre vários falsos evangelhos que se prega na atualidade, que o apóstolo Paulo jamais pregaria: o evangelho antropocêntrico, que coloca o ser humano como o centro de tudo; o evangelho da auto ajuda, que limita-se a oferecer ajuda a pessoas que estão com problemas; o evangelho do pragmatismo, que ensina que tudo aquilo que "funciona" deve ser adotado; entre outros. 


Paulo nunca pregou esse tipo de Evangelho e escreveu que se alguém, mesmo que seja um apóstolo ou um anjo, pregar outro evangelho, além do que ele já havia pregado, deveria ser considerado anátema (Gl 1.9). Paulo pregava que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio a este mundo, para padecer pelos pecadores, dos quais, ele se considerava o principal. O hino 192 da nossa Harpa Cristã diz que o tema do bom pregador é "o Calvário". Evidentemente, o Calvário aqui não se refere ao lugar onde Cristo foi Crucificado e sim ao sacrifício de Cristo. Sem a crucificação de Cristo não há nenhuma possibilidade de salvação. 


2. A palavra da Cruz é a loucura da pregação. A cruz era um instrumento cruel, usado na execução de criminosos de alta periculosidade e contra aqueles que se rebelavam contra o domínio romano, com o intuito de servir de exemplo, para que outras pessoas não ousassem mais praticar os mesmos crimes. Era algo tão cruel e desprezível, que os romanos não aplicavam esta pena aos seus cidadãos.


Segundo a mentalidade das pessoas da época, a ideia de alguém morrer em uma cruz para salvar os pecadores, era considerada uma afronta, tanto aos religiosos judeus, como aos filósofos gregos  (1 Co 1.18).  Ainda hoje, em muitas religiões, a palavra da cruz é considerada absurda. O Espiritismo crê que o sacrifício de Cristo foi apenas um martírio e não teve a finalidade de salvar os pecadores. Há outras religiões que negam a existência do pecado e, portanto, a necessidade de salvação. Os católicos romanos, embora creiam no sacrifício de Cristo como obra expiatória para perdão dos pecados, acrescentam outras práticas como forma de se ter os pecados perdoados, como a confissão ao padre, as penitências, o purgatório, as missas pelos mortos, etc. 


Entretanto, a Palavra de Deus é muito clara sobre este assunto. João Batista disse que Jesus Cristo é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O apóstolo João disse que “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”  (1 Jo 1.7). O autor da Epístola aos Hebreus também escreveu: “...o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas…” (Hb 9.14b). Pedro escreveu: “sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.” (1 Pe 1.18,19).

 

3. Para os judeus e gregos. Tanto judeus como gregos se chocavam com a mensagem da cruz. O judeus imaginavam que o Messias seria um rei guerreiro como Davi, que viria para pelejar por Israel e livrá-lo do domínio e da opressão romanos. Logo, alguém que morreu crucificado e humilhado publicamente, seria um derrotado e não um salvador. Os judeus esperavam sinais visíveis para crer. Era um povo movido a milagres. Por isso, durante o ministério terreno de Jesus, muitos creram nEle, quando viam os seus milagres. No entanto, era uma crença superficial e de circunstâncias. Quando Jesus lhes falou do pão vivo que desceu do Céu e da sua morte na Cruz, muitos se escandalizaram e não quiseram mais segui-lo. 


Os gregos, por sua vez, eram muito ligados aos debates e argumentos filosóficos e não viam nenhuma lógica na cruz. Acreditavam que era algo muito simples e sem nenhuma fundamentação lógica. Mas, a sabedoria humana jamais irá compreender as coisas de Deus. Paulo disse que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1 Co 2.14). 


A importância da cruz não está nela mesma, nem mesmo na morte de alguém através deste instrumento. Se fosse assim, bastaria ao homem ser crucificado e salvar a si mesmo e aos seus. A importância do sacrifício de Cristo reside, primeiro, em quem morreu na cruz, que foi o Cordeiro imaculado de Deus e, segundo, na ressurreição dele. Se fosse qualquer outra pessoa que morresse na cruz, o sacrifício seria inválido diante de Deus. Isso é chamado de propiciação. Propiciação é a forma escolhida por alguém, para perdoar o seu ofensor.  Duas vezes, o apóstolo João disse que Jesus é ‘a propiciação pelos nossos pecados’  (1 Jo 2.2; 4.10). Paulo também fala da redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs como ‘propiciação’ (Rm 3.24,25). O sacrifício de Jesus, portanto, é a única maneira do pecador ser reconciliado com Deus, através da fé nEle. Por outro lado, o sacrifício de Cristo sem a ressurreição seria vão. Se Ele não tivesse ressuscitado, nós também não ressuscitaríamos: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.14).

 

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Pb. Weliano Pires

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