A palavra “graça” é a tradução do termo grego “charis”, que significa favor não merecido, benevolência, presente, dom. A salvação é fruto da Graça de Deus, pois nenhum ser humano merece ser salvo (Ef 2.8). Aliás, tudo o que recebemos de Deus é fruto da Sua infinita graça. No caso da conversão de Saulo, não foi diferente. Como vimos na lição passada, ele era um perseguidor implacável do Cristianismo e jamais daria um passo em direção a Cristo por sua própria iniciativa. Foi o Senhor que foi ao seu encontro.
1. A conversão de Saulo e sua experiência sobrenatural. A conversão de Saulo não aconteceu através da evangelização, ou de argumentos de pregadores. A sua hostilidade aos cristãos, impedia qualquer possibilidade de aproximação de alguém para evangelizá-lo. Aliás, no momento em que ele teve um encontro com o Senhor, ele estava em uma missão para prender cristãos em Damasco.
Entretanto, Deus tem as suas formas de trabalhar. Ele não olha para o passado do homem e sim para o futuro. Na sua presciência, Deus via Paulo, não como um perseguidor da Igreja e sim como um valente missionário, que impactaria o mundo com a mensagem do Evangelho. Até os crentes, muitas vezes olham para os que estão lá fora e os desprezam, por causa da vida de pecado que levam. Mas, Deus amou a todos e não leva em conta os tempos da ignorância. Jesus veio buscar e salvar os que estavam perdidos.
O Senhor Jesus, como o Bom Pastor, foi ao encontro do perseguidor da Igreja e o cercou com um resplendor de luz, mais forte que a luz do sol ao meio dia. Com o impacto deste resplendor, Saulo caiu por terra, sem enxergar nada e ouviu a voz do Cristo ressurreto, que perguntou:
- Saulo, Saulo, por que me persegues?
Sem saber quem falava com ele, mas, sabendo que a voz vinha do Céu, Saulo perguntou:
- Quem és, Senhor?
Jesus, então, lhe respondeu:
- Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
Confrontado com os seus pecados, arrogância e cegueira espiritual (e agora também física), Saulo perguntou ao Senhor o que ele deveria fazer. O Senhor Jesus o encaminhou à cidade, para aguardar as instruções.
Agora que a fera estava dominada, o Senhor poderia enviar os seus discípulos, que estavam fugindo dele, ao seu encontro. Falou, então, ao seu discípulo Ananias, de Damasco, para que fosse ao encontro de Saulo, pois ele estava orando. Conhecendo o histórico tenebroso do perseguidor, Ananias relutou. Mas, o Senhor lhe explicou que Saulo era um vaso escolhido e agora transformado, para levar o Evangelho aos gentios, diante dos reis e dos filhos de Israel.
2. A iniciativa de Jesus para transformar a mente de Saulo. O objetivo de Saulo era perseguir e destruir a Igreja de Jesus, que ele acreditava ser um falso messias. Com as suas perseguições à Igreja, ele imaginava que estava prestando um serviço a Deus. Mas, o Senhor Jesus tomou a iniciativa de ir ao seu encontro e dominá-lo por completo: física, emocional e espiritualmente.
Isso é a Graça de Deus, que toma a iniciativa de salvar o mais vil pecador. Todos nós estávamos mortos em nossos pecados e delitos, sem nenhuma possibilidade de salvação por nossos próprios méritos e esforços. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, já havia traçado um plano de salvação da humanidade, antes da fundação do mundo. Este plano envolvia a vinda do Seu Filho Unigênito ao mundo para sacrificar-se por nós. Mesmo após o sacrifício de Jesus, é o Espírito Santo de Deus que toma a iniciativa de ir ao encontro do pecador e convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo.
3. A graça salvadora se manifestou a Saulo. Um dos pilares da Reforma Prostestante era “Sola Gratia” (Somente a Graça). Naquele contexto, a Igreja estava mergulhada na cegueira espiritual, vendendo indulgência (perdão de pecados), relíquias (objetos que supostamente teriam pertencido aos apóstolos) e pregando salvação através de obras e penitências. Foi preciso Deus levantar Martinho Lutero, Zwinglio, João Calvino e outros reformadores, para proclamarem a Verdade Bíblica que diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. (Ef 2.8-10).
A graça salvadora de Deus se manifestou a Saulo, trazendo salvação àquele que era o principal inimigo da Igreja. Infelizmente, vemos em nossos dias alguns crentes que mais parecem feiticeiros, desejando que os seus inimigos sejam “fulminados”, ou que “a mão de Deus pese sobre eles”. Dizem que quem tocar neles está tocando em Deus e procurando fogo para se queimar. Estas pessoas não entenderam a Graça de Deus, que oferece perdão a quem não merece. Precisam ler a letra do hino “Amazing Grace” (Maravilhosa Graça) escrita por John Newton, que diz:
Graça! Quão doce é o som!
Que salvou um miserável como eu
Eu estava perdido, mas fui encontrado
Eu estava cego mas agora vejo.
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Pb. Weliano Pires
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