05 outubro 2021

SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL


A primeira vez que Saulo aparece no relato bíblico é no texto de Atos 7.58: “...e as testemunhas depuseram as suas vestes [de Estêvão]aos pés de um mancebo chamado Saulo". Em seguida, o texto diz que Saulo consentia na morte de Estêvão. O capítulo 8 de Atos descreve Saulo com um perseguidor implacável contra os cristãos. De forma brutal, ele arrastava homens e mulheres pelas ruas e os encerrava na prisão. (At 8.1-3). 


1. Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor” (1 Tm 1.13). O próprio Saulo, escrevendo a Timóteo, se descreve como “blasfemo, e perseguidor, e injurioso” no passado, antes de conhecer a Cristo. Conforme já vimos, Saulo era um fariseu, filho de fariseu e doutor da lei, formado aos pés do rabino Gamaliel. 

Os fariseus eram um grupo religioso de Israel, que surgiu provavelmente no período que antecedeu a guerra dos macabeus, com o objetivo de resistir e fazer oposição aos costumes helenísticos. Este nome aparece pela primeira vez durante a época do governo de João Hircano, que governou a Judéia entre 135 e 105 a.C. O próprio João Hircano, que era sumo sacerdote, era também um fariseu. Mas, depois passou para o partido dos saduceus. 

A palavra “fariseu” tem origem incerta. O sentido mais provável é “separado”. Eles eram muito rigorosos na observância não apenas da Lei escrita, mas também da tradição oral. Além dos mandamentos da Lei de Moisés, os fariseus criaram muitas regras preventivas, para “evitar que as pessoas pecassem”.  Em Mateus 23, Jesus teceu duras críticas aos fariseus, dizendo que eles criaram “fardos pesados e difíceis de suportar”,  que eram hipócritas e ficavam na porta dos céus. Não entravam e impediam os outros de entrarem. 

Os fariseus eram inimigos de Jesus e tiveram vários embates com Ele, buscando apanhá-lo em alguma falta, para o acusarem diante dos romanos e conseguirem a sua execução. Mas, Jesus sendo onisciente, conhecia as suas intenções e não caía em suas ciladas. 

Saulo seguiu uma linha de raciocínio, diferente do seu mestre, Gamaliel. O seu mestre recomendou que não agissem contra os cristãos, mas, esperassem, pois, se não fossem de Deus, não prosperariam. Saulo, ao contrário, resolveu agir para exterminá-los. 


2. As ameaças de Saulo de Tarso. O texto de Atos 9 diz que Saulo, "respirando ameaças e mortes" contra os discípulos, dirigiu-se a Damasco, em busca de cristãos para os conduzir à prisão. Em sentido figurado, o texto mostra Saulo como um animal selvagem perseguindo a sua presa. Era exatamente assim que Saulo se comportava. 

Tomado pela mistura de fanatismo e ódio, este fariseu não poupava ninguém e não tinha limites. O texto bíblico bíblico diz que ele assolava a Igreja, entrando nas casas, arrastando homens e mulheres pelas ruas e conduzindo-os à prisão. Posteriormente, o próprio Paulo diz que os torturava, forçando-os a blasfemar. Saulo ultrapassava os limites legais, agindo por sua própria conta, contra os discípulos do Senhor, como aliás, fizeram os escribas e fariseus na prisão, julgamento e crucificação de Jesus. 

O fanatismo religioso pode levar as pessoas a cometerem atrocidades e loucuras em nome do zelo e da fé. Da mesma forma, os islâmicos agem contra os cristãos na atualidade. O grupo Isis (Estado Islâmico) comete todo tipo de crueldade contra cristãos: estupro, espancamento, crucificação, decapitação, etc. 


3. Por que Saulo perseguia os cristãos? Por que Saulo tinha este ódio todo dos cristãos, se eles eram pacíficos e não lhe fizeram nenhum mal? Saulo foi educado dentro do radicalismo farisaico e não aceitava que Jesus fosse o Messias, principalmente, por Ele ter sido morto crucificado, o que era considerado pela Lei de Moisés como maldição (Gl 3.13). Depois da sua conversão, ele entendeu que Cristo se fez maldição por nós. 

Partindo do princípio de que os hereges e blasfemos deveriam ser exterminados, Saulo se empenhava em destruir o Cristianismo, achando que estava sendo zeloso pela Lei e prestando um serviço a Deus. Jesus já havia alertado aos discípulos de que eles "seriam odiados e perseguidos por todas as nações, por causa do Seu Nome". (Mt 24.9). Depois de convertido, o próprio Paulo disse que "todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus, padecerão perseguições" (2 Tm 3.12).


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Pb. Weliano Pires

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