16 janeiro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: O MINISTÉRIO AVIVADO DE JESUS


Nesta lição veremos o avivamento no Ministério terreno de Jesus, nosso Mestre por excelência e modelo em todas as coisas. Desde a sua concepção, a vida terrena de Jesus foi marcada pela virtude do Espírito Santo. A Sua mensagem era proclamada sob o poder do Espírito Santo e Ele realizava grandes sinais e maravilhas. 


No primeiro tópico, falaremos sobre Jesus e a pessoa do Espírito Santo.  Discorremos sobre a ação do Espírito Santo na vida de Jesus em três momentos: em seu nascimento, no batismo e na tentação. Depois falaremos sobre o mover do Espírito Santo no Ministério de Jesus. O Mestre iniciou o seu ministério aos trinta anos e durou cerca de três anos. Logo no início, na Sinagoga de Nazaré, onde Ele fora criado, Ele leu a profecia de Isaías 61, que diz "O Espírito do SENHOR está sobre mim…" e aplicou-a ao seu ministério. Durante todo o seu ministério terreno, Ele foi guiado pelo Espírito Santo, operou muitos milagres pelo poder do Espírito Santo e a sua mensagem também era proclamada com autoridade. 


No segundo tópico, falaremos sobre a oração no ministério de Jesus. Veremos o valor da oração, com base no modelo de oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, que é chamada de "Pai Nosso". Depois, veremos que o Senhor Jesus em seu ministério terreno teve uma vida de oração. Em várias ocasiões, lemos nos Evangelhos que o Mestre buscava um lugar isolado para orar. 


No terceiro tópico, falaremos sobre o valor de uma vida na unção do Espírito. Primeiro, veremos que a unção do Espírito é indispensável na vida dos obreiros do Senhor. No contexto assembleiano, os obreiros exercem muitas atividades administrativas na Igreja. Isso pode se tornar uma rotina, onde o obreiro usa simplesmente ferramentas e métodos meramente humanos. Entretanto, a Igreja do Senhor não é simplesmente uma organização. Ela é um organismo espiritual, dirigido pelo Espírito Santo. Por isso, o obreiro precisa estar em conexão com o Espírito Santo. Falaremos também sobre a unção do Espírito na vida do crente em particular. A responsabilidade de liderar a Igreja, foi dada por Deus aos pastores. Mas a responsabilidade de anunciar o Evangelho a toda criatura é de todos os crentes. Por isso, todos precisamos viver na direção do Espírito Santo, pois é Ele quem nos capacita para pregar o Evangelho e convence o pecador. 


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 339.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 549.


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Ev. Weliano Pires 


12 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE


(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento)


No terceiro e último tópico falaremos sobre o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse. Primeiro falaremos a respeito do avivamento nas 13 Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Foi ele quem ensinou em detalhes sobre os dons espirituais, ministeriais e de serviço. (1 Co 12-14; Ef 4.11; Rm 12.3-8). Falou também do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e outros temas relacionados ao Espírito Santo. Veremos também sobre o avivamento nas Epístolas Gerais que são: Tiago, Hebreus, 1 e 2 Pedro, as 3 Epístolas de João e a Epístola de Judas. Por último, veremos o avivamento no Livro do Apocalipse, que é o último Livro da Bíblia e tem um caráter profético e escatológico. 


1. NAS EPÍSTOLAS DE PAULO. Antes da sua conversão, Saulo foi um ferrenho perseguidor dos cristãos. Mas, ele teve um encontro pessoal com Jesus, no caminho de Damasco e, a partir desse momento, Saulo tornou-se cristão, foi batizado e cheio do Espírito Santo. Depois recolheu-se ao deserto da Arábia por alguns anos e teve revelações profundas do Senhor Jesus e tornou-se o apóstolo dos gentios. 


O apóstolo Paulo foi, sem dúvida nenhuma, o maior doutrinador da Igreja Cristã. Foi o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois de Jesus Cristo. Escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. Paulo foi o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. 


Nas treze epístolas que escreveu, Paulo ensinou sobre as doutrinas do pecado, da salvação, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja, sobre o arrebatamento da Igreja, ressurreição de Jesus e dos mortos, etc. Mas, Paulo não deixou apenas um legado doutrinário. Ele deixou-nos também um legado apologético, que é a defesa da fé, contra seitas e heresias. 


Talvez por ter sido o apóstolo que mais escreveu livros do Novo Testamento, Paulo foi também o que mais falou sobre a obra do Espírito Santo, principalmente na 1 Epístola aos Coríntios, onde ele dedicou dois capítulos para falar dos dons espirituais (1 Co 12,14). Na Epístola aos Gálatas ele falou sobre o viver no Espírito e listou nove virtudes que compõem o Fruto do Espírito Santo (Gl 5.16-18;22). Na Epístola aos Efésios, Paulo recomendou que os crentes não se embriagassem com vinho em que há contenda, mas, se enchessem do Espírito (Ef 5.18). Na conclusão da primeira Epístola aos Tessalonicenses, Paulo recomendou aos irmãos que não extinguissem o Espírito e não desprezassem as profecias (1 Ts 5.19,20).


As Epístolas Paulinas se dividem em quatro grupos, de acordo com os assunto predominantes em cada uma delas: 


  1. Epístolas escatológicas: 1 e 2 Tessalonicenses. São chamadas de escatológicas, pois dão ênfase à Doutrina últimas coisas.

  2. Epístolas soteriológicas: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas. São epístolas que falam bastante sobre a Doutrina da Salvação. 

  3. Epístolas da prisão: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. São as epístolas que foram escritas pelo apóstolo Paulo na prisão. 

  4. Epístolas pastorais: 1 e 2 Timóteo e Tito (embora a carta de 2 Timóteo também tenha sido escrita por Paulo na prisão). São epístolas escritas por Paulo a jovens pastores Timóteo e Tito. 


As Epístolas Paulinas não estão em ordem cronológica em nossas Bíblias. Elas foram agrupadas, seguindo o seguinte critério: primeiro as que foram destinadas a Igrejas, depois as que foram destinadas a indivíduos, de acordo com extensão, começando pelas maiores. Das epístolas destinadas a Igrejas, Romanos é a mais extensa e 2 Tessalonicenses a mais curta. Das que foram destinadas a indivíduos, 1 Timóteo é a maior e Filemom, a menor. Estão agrupadas nesta ordem: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemom. 


2. NAS EPÍSTOLAS GERAIS (OU UNIVERSAIS). As chamadas Epístolas Gerais ou Universais são as que foram escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham um destinatário específico. Foram escritas como instruções apostólicas para várias Igrejas. Destas, apenas a Epístola aos Hebreus é de autoria desconhecida. 


Neste grupo estão um total de oito Epístolas, agrupadas nesta ordem: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. O critério da organização é o mesmo das Epístolas Paulinas, ou seja, de acordo com a extensão,  começando pelas maiores. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que a autoria de Hebreus é desconhecida. 


Estas Epístolas não tratam de avivamento no sentido de manifestação dos dons espirituais. Porém, discorrem sobre temas importantes da teologia e da vida cristã, como a santidade, o amor, a fé acompanhada de boas obras, a supremacia de Cristo em relação à Antiga Aliança, a Vinda do Senhor, o perigo da apostasia e os alerta contras os falsos mestres. 


3. NO APOCALIPSE. O Apocalipse é o último livro da Bíblia e o único livro profético do Novo Testamento. O seu título em grego é “apokalypsis”, que é uma combinação de “apo” (da parte de) e "kalipto" (encobrir). Significa, portanto, “revelação de algo que estava encoberto”. É exatamente isso que o livro traz: as revelações especiais de Jesus Cristo sobre as coisas futuras, que em breve irão acontecer. Muitas delas já se cumpriram, outras estão se cumprindo e outras se cumprirão após o arrebatamento da Igreja.  


O autor do livro do Apocalipse é identificado no prefácio do livro: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. (Ap 1.4). O propósito do livro também está revelado no primeiro capítulo: “...para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.” (Ap 1.1). A data da redação é entre 90 e 96 d.C. no final do governo do imperador Domiciano, que governou entre 80 e 96 d.C.


No contexto em que foi escrito o Apocalipse, os cristãos sofriam os horrores da perseguição cruel e insana do Imperador Domiciano. Este imperador era um megalomaníaco, que se considerava um deus. Em sua insanidade e soberba, Domiciano decretou o culto ao imperador, levando-o a consequências terríveis, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. O apóstolo João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus, que era considerado o discípulo a quem Jesus amava, foi exilado na Ilha de Patmos e lá, recebeu a revelação do Cristo ressurreto e glorificado. O Senhor lhe mandou escrever sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

 

Os destinatários originais do livro são as sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). Mas, não é apenas para eles. Os assuntos tratados no Livro do Apocalipse envolvem a Igreja em todas as épocas. O Apocalipse fala do governo do Anticristo e dos horrores da Grande Tribulação; da batalha entre Cristo e os exércitos do Anticristo; do reino Milenial de Cristo; do juízo final; e a eternidade. 


O Apocalipse encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus. Embora boa parte do Livro fale a respeito de catástrofes que ocorrerão no período da Grande Tribulação, traz também a paz e harmonia que haverá no Milênio, que será o período em que haverá pleno avivamento em toda a terra, onde Jesus reinará por Mil anos com a Igreja glorificada. O livro finaliza com o estado de glorificação eterna dos salvos na Nova Jerusalém.  


REFERÊNCIAS: 


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

BROADUS, David Hale. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Editora JUERP.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1518.

BERKFORT, Louis. Introdução ao Novo Testamento. Editora CPAD. 1 Ed 2014. pág. 116-117.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 408.

COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse: Um comentário versículo por versículo. Editora CPAD. 8 Ed. 2008. pág. 7;9.

HORTON, Stanley. M. Série Comentário Bíblico Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7 Impressão 2011.


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Ev. Weliano Pires

11 janeiro 2023

O AVIVAMENTO EM ATOS DOS APÓSTOLOS


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento).

Neste segundo tópico, veremos o avivamento em Atos dos Apóstolos. Este tema será estudado com mais detalhes na lição 5. Falaremos sobre o avivamento na Igreja Primitiva, destacando a promessa de Jesus de que os discípulos receberam o revestimento de poder em poucos dias, após a sua ascensão ao Céu. Em seguida falaremos sobre o cumprimento desta promessa do Mestre, que foi a descida do Espírito Santo, que aconteceu no Dia de Pentecostes. Este revestimento de poder trouxe ousadia aos discípulos para pregar o Evangelho com poder. Depois disto, eles nunca mais foram os mesmos. 


1. O AVIVAMENTO NA IGREJA PRIMITIVA. O Livro de Atos é o segundo volume de duas obras escritas por Lucas, sendo a continuidade da primeira. Não há no Livro nenhuma referência que comprove que Lucas é o autor. Entretanto, considerando que o Evangelho segundo Lucas é endereçado a Teófilo e no prólogo do  Livro de Atos, o autor faz menção ao primeiro tratado enviado a Teófilo, conclui-se, portanto, que Lucas é o autor. Além disso, alguns escritos dos pais da Igreja afirmam a autoria lucana. A data provável da composição de Atos dos Apóstolos é 62 d.C.


É provável que o livro originalmente não tivesse título. Alguns manuscritos o intitulam de “Atos” (Gr. praxeis, que descreve as realizações de grandes homens). Considerando que o Livro traz os relatos dos primeiros passos da Igreja Cristã, liderada pelos apóstolos, foi acrescentado ao título a expressão “dos apóstolos”. O título mais apropriado seria “Atos do Espírito Santo”, pois o Livro registra uma Igreja dirigida pelo Espírito Santo, que por meio dos apóstolos operou sinais e maravilhas e possibilitou a expansão do Cristianismo por todo o mundo conhecido da época. 


O livro de Atos inicia com as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, após a ressurreição e antes da sua ascensão aos Céus. Entre estas palavras do Mestre, está a promessa da descida do Espírito Santo "não muito depois daqueles dias". (At 1.5,8). Jesus deixa claro para os seus discípulos o objetivo deste revestimento de poder: Para que eles fossem suas “testemunhas”, em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra (At 1.8). A palavra testemunha, no grego é  “marturia”, que significa o testemunho de alguém a respeito de algo que viu, ouviu e tem convicção a ponto de dar a sua vida por aquela causa. É daí que a palavra portuguesa “mártir”. A virtude do Espírito Santo é tão indispensável na vida dos discípulos de Jesus, para que eles possam testemunhar do Evangelho, que o próprio Jesus ordenou que eles não se ausentassem de Jerusalém, antes de receberem a promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4).


2. A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO. Os discípulos permaneceram em Jerusalém, seguindo a ordem de Jesus, e continuaram em oração. Após a ressurreição, Jesus apareceu para mais de 500 irmãos, como disse Paulo. No capítulo 2 de Atos, temos o cumprimento dessa promessa, quando os discípulos estavam reunidos em oração, no dia de Pentecostes, a segunda festa mais importante de Israel, que acontecia 50 dias após a Páscoa. 


De repente, veio do Céu, um som como de um vento forte e impetuoso e encheu o cenáculo. Todos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas e profetizaram, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (At 2.1-4). É importante destacar que, dos mais de 500 que viram o Cristo ressurreto, só restavam 120 em oração. Isso nos mostra que o número de pessoas que querem ver milagres e receber bênçãos é muito maior que o número dos que permanecem em oração e tem compromisso com Deus. Mas, só receberam o batismo no Espírito Santo, os que perseveraram em oração.


O livro de Atos prossegue falando sobre a ação do Espírito Santo na expansão da Igreja. O Espírito Santo concedeu-lhes ousadia para proclamar o Evangelho diante das autoridades judaicas, em meio à perseguição e oposição ferrenha. Também lhes concedeu poder para operar sinais e maravilhas e dirigiu a obra missionária. Em várias ocasiões no Livro de Atos, vemos a ação do Espírito Santo, através dos apóstolos. No mesmo dia de Pentecostes, após a descida do Espírito Santo, a multidão ficou confusa sobre o que teria acontecido. 


Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se e fez um eloquente discurso, com a ousadia concedida pelo Espírito Santo, que tocou fortemente o coração dos ouvintes. Ele não precisou fazer nenhum apelo e uma multidão, comovida com aquela poderosa mensagem, veio à frente perguntar-lhe o que deveriam fazer. Pedro respondeu:

- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38). 


O resultado foi fantástico! Quase três mil almas se converteram. No dia seguinte, o número de convertidos chegou a quase cinco mil pessoas. Somente o Espírito Santo pode fazer isso. Argumentos humanos e discursos vazios não são capazes de levar uma multidão a se converter a Cristo.    


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

PEARLMAN, Myer. Atos, e a Igreja se fez Missões. Editora CPAD. Ed. 1995. pág. 9.

Comentário Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.623,24

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.


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Ev. Weliano Pires

10 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento).

Neste primeiro tópico falaremos sobre o avivamento nos Evangelhos. Em primeiro lugar, veremos o avivamento em João, cuja abordagem destoa um pouco dos outros três evangelistas, por isso é chamado “Evangelho autótico”, ou seja, com uma visão própria. Os outros três, Mateus, Marcos e Lucas são chamados de “Evangelhos sinóticos", devido à semelhança que há entre os relatos. 


Na sequência, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Mateus, que foi destinado inicialmente aos judeus, com o objetivo de revelar-lhes que Jesus é o Messias prometido a Israel. 


Depois, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Marcos, que é considerado “o Evangelho do Servo”, pois apresenta Jesus como servo, em três aspectos: vencedor, sofredor e triunfante. 


Por último, falaremos do avivamento no Evangelho segundo Lucas, que é considerado pelos estudiosos “o Evangelho do Filho do Homem”, pois dá ênfase à humanidade de Jesus, como  “o homem perfeito”. 


1. O AVIVAMENTO EM JOÃO. O Evangelho segundo João foi um dos últimos livros do Novo Testamento a serem escritos. Foi escrito entre os anos 80 e 95 d.C. Embora o nome do autor não apareça no Livro, é consenso entre os pais da Igreja, que foi o apóstolo João, filho de Zebedeu, quem o escreveu. O autor omite o seu nome no Livro e identifica-se apenas como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). Isso fortalece a tese de que João foi o autor, dada a sua proximidade com Jesus. João escreveu também nesse período as três Epístolas de João e o Livro do Apocalipse. 


João traz uma abordagem diferenciada do Ministério de Jesus, se compararmos os outros três evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas. Por isso, os teólogos chamam este o Evangelho segundo João de “Evangelho autótico”, como vimos no início deste tópico. João não faz menção ao nascimento de Jesus, nem à sua infância, como vemos nos Evangelhos sinóticos. Ele inicia falando de Jesus como o Verbo que estava no princípio com Deus e que era Deus. Fala também que o Verbo (Jesus) criou todas as coisas e sem Ele nada se fez (Jo 1.1-3). No final do Livro João diz que Jesus fez muitos outros milagres que não foram escritos em seu Livro e que os que foram escritos, foi para as pessoas creiam que Ele é o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. (Jo 20.30,31). Isto é uma proclamação inequívoca da divindade de Jesus. 


O Evangelho segundo João nos mostra que Jesus era aqui na terra, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Se por um lado, João demonstra a divindade de Jesus, afirmando que Ele é o Verbo que estava no princípio com Deus, que é Deus e criou todas as coisas, por outro lado, ele demonstra também no mesmo capítulo 1, a humanidade de Jesus: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (Jo 1.14a). A humanidade de Jesus também é enfatizada, quando João diz que ele “estava cansado do caminho” (Jo 4.6), quando ele chorou (Jo 11.35); e quando teve sede (Jo 19.28). Isso era uma defesa da humanidade de Jesus, ante as heresias dos gnósticos que negavam que Jesus veio em carne (1 Jo 4.1).


John MacArthur diz que o objetivo de João era tanto apologético, “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”, como evangelístico, “e que crendo tenhais vida em seu nome”. (20.31). De fato, o Evangelho segundo João apresenta-nos um farto material defesa da fé Cristã, no que se refere à divindade de Cristo. Além fazer as afirmações de que Jesus estava no princípio com Deus e é criador, João nos mostra também que a onisciência (Jo 2.24) e a  eternidade de Jesus (Jo 8.58), que são atributos exclusivos de Deus. Mas, o Evangelho de João também tem forte apelo evangellístico e é considerado como “o evangelho da fé”. O verbo “crer” (gr. pisteuo) é a palavra-chave em João, pois aparece 98 vezes.


A Bíblia de Estudo Pentecostal, em sua introdução ao Evangelho segundo João, mostra também sete declarações de Jesus (Eu Sou), registradas neste Evangelho, que comprovam a sua infinita superioridade e comprovam que Ele é Deus: Eu sou o pão da vida (Jo 6.35); Eu sou a luz do mundo (8.12); Eu dou minha vida, e ninguém a tira de mim (Jo 10.15,18), Eu sou o bom Pastor (Jo 10.11); Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25); Jesus promete “outro Consolador” (14.16); e Jesus declara-se “a videira verdadeira” (15.1). Há muitas outras declarações de Jesus neste livro que somente Deus poderia fazer, como Eu sou a Verdade, Eu sou a Vida, Antes que Abraão existisse Eu Sou, etc. 


João também não registrou o Sermão do Monte, as Parábolas de Jesus, nem o Sermão profético. Mas registrou sete sermões de Jesus, que revelam a sua infinita sabedoria: o Sermão de Jesus a Nicodemos, o Sermão de Jesus à mulher Samaritana (4.4-42); o Sermão em que Jesus declara-se Filho de Deus e igual ao Pai (5.19-47); O Sermão em que Jesus declara-se o pão da vida para os que nEle creem (6.22-59); O Sermão de Jesus no Templo, que causou dissensão entre os judeus (7.37-44); o Sermão em que Jesus declara-se como a luz do mundo (8.12-30); e o Sermão onde Jesus apresenta-se como o bom Pastor (10.1-21).


Os milagres registrados por João, que ele chama de sinais, também foram sete: a transformação da água em vinho em Caná (2.1-11); (a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); a cura do paralítico de Betesda (5.2-15); a multiplicação dos cinco pães e dois peixes para quase cinco mil homens (6.1-15); Jesus anda sobre o mar (6.16-21); a cura de um cego de nascença (9.1-41); e a ressurreição de Lázaro (11.1-46).


João mostra também a ação do Espírito Santo, desde o início do livro, no Batismo de Jesus (Jo 1.32,33). Depois, no diálogo com Nicodemos, João registrou as palavras de Jesus a Nicodemos, sobre o novo nascimento, que é uma obra do Espírito Santo (Jo 3.3-5). No capítulo 4, no diálogo de Jesus com a mulher Samaritana, Ele faz menção à água viva, que faz no interior da pessoa uma fonte que jorra para a vida eterna. Esta água também se refere à ação do Espírito Santo. No capítulo 7.38, Jesus disse: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior do seu ventre". No versículo seguinte, João explica que Ele estava se referindo ao Espírito Santo. Depoisb nos capítulos 14 a 16, nas últimas instruções de Jesus aos discípulos antes da sua morte, Ele faz a promessa do envio do Consolador [Gr. Parakletos], que ficará para sempre com os discípulos, após a sua ascensão. Por último, após a ressurreição, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: "Recebei o Espírito Santo." (Jo 20.22).

 

2. O AVIVAMENTO EM MATEUS. Embora não apareça no texto de Mateus, o nome do autor ou evidências internas de quem o escreveu, desde os primórdios da Igreja Cristã, a autoria é atribuída ao apóstolo Mateus, também chamado de Levi. Mateus era um cobrador de impostos e chamado por Jesus para ser seu seguidor, estando ele na coletoria. Imediatamente, ele deixou tudo e seguiu a Jesus. Posteriormente foi chamado a integrar o colégio apostólico. O livro foi escrito por volta do ano 60 d.C. e foi destinado originalmente à comunidade judaica. 


O propósito de Mateus é revelar aos judeus e, posteriormente, ao mundo que Jesus de Nazaré era o Messias prometido a Israel. Para isso, ele inicia o livro com a genealogia de Jesus Cristo através de José, o seu pai terreno, vinculando-o à família real de Davi e a Abraão. Mateus também cita várias profecias do Antigo Testamento que se referem ao Messias e demonstra o cumprimento delas em Jesus, como o nascimento virginal (Is 7.14); o nascimento em Belém (Mq 5.2); a fuga para o Egito (Os 11.1); as palavras de Jesus na Cruz (Sl 22.1); a sepultura com os ricos (Is 53.9); e muitas outras. 


Outra caraterística do Evangelho segundo Mateus é o uso frequente das expressões “Reino dos Céus” e “Reino de Deus”, que aparecem mais de trinta vezes neste livro. Apesar de serem sinônimas, Mateus utiliza mais a expressão “Reino dos Céus”, seguindo o costume judaico de evitar fazer referências diretas ao nome de Deus, a fim de não violar o terceiro mandamento. Devido ao uso frequente destas expressões, Mateus é considerado o Evangelho do Reino ou do Grande Rei. Entretanto, Mateus deixa claro que Jesus é o Rei, mas não veio com pompas humanas. Ele é o Rei que nasceu num estábulo de animais e foi criado em Nazaré, uma pequena e pobre cidade da Galiléia. Mateus registrou também várias Parábolas proferidas por Jesus que ilustram as características do Reino de Deus. 


Mateus registrou também os dois mais importantes e extensos sermões de Jesus: o Sermão do Monte, que é um resumo dos seus principais ensinos; e o Sermão Profético, que revela acontecimentos futuros como a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a segunda vinda de Cristo, a grande tribulação e o Juízo Final. 


No Evangelho segundo Mateus, a ação do Espírito Santo aparece também em vários relatos. Logo no início do Livro, o Espírito Santo é mencionado como o agente da concepção de Jesus (Mt 1.18). À semelhança de João, Mateus relata também a descida do Espírito Santo como pomba, vindo sobre Jesus, na ocasião do seu batismo (Mt 3.16) e na pregação de João Batista, quando ele diz que Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). No episódio da tentação de Jesus, Mateus diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). O Espírito Santo é mencionado como aquele que capacita os discípulos de Cristo para falar, quando forem conduzidos aos tribunais por causa do Evangelho (Mt 10.19,20). Jesus expulsa os demônios pelo poder do Espírito Santo. Atribuir isso aos demônios é blasfêmia contra o Espírito Santo e constitui-se em um pecado imperdoável (Mt 12.27-32). Por último, na chamada Grande Comissão, Jesus ordena aos seus discípulos para batizarem “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28.19). 


Mateus é o único evangelista que menciona a igreja como uma instituição pertencente a Jesus e edificada por Ele, que jamais será vencida pelas forças das trevas (16.18). Jesus chama a Igreja de ‘minha’ e diz ‘edificarei’. Neste mesmo texto, a Igreja é mencionada como um colegiado capaz de julgar as atitudes de um dos seus membros que se recusa a perdoar (Mt 18.17). O Espírito Santo também é apresentado como a fonte de inspiração e de autoridade para a Igreja (Mt 10.19,20; 28.18-20). 


3. O AVIVAMENTO EM MARCOS. No Evangelho segundo Marcos também não é identificado o autor, nem há evidências internas de quem o escreveu. Porém, assim como acontece com Mateus, os pais da Igreja são unânimes em afirmar que foi João Marcos, o primo de Barnabé, quem escreveu este livro. Marcos viajou com Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, mas desistiu da missão no meio do caminho. Depois tornou-se um cooperador de confiança do apóstolo Pedro e, segundo a tradição, recebeu dele as informações acerca dos discursos e obras do Senhor Jesus, relatando-os com fidelidade. O livro foi escrito entre os anos 55 e 65 d.C. e foi destinado originalmente aos cristãos romanos, ou aos cristãos não judeus. 


O teólogo Myer Pearlman lista quatro características particulares do Evangelho segundo Marcos: Sua exiguidade – é o mais breve dos Evangelhos; os atos de Jesus são enfatizados mais que seus discursos; a introdução é sucinta, pois consiste de um só versículo; e as palavras “imediatamente” e “logo” são encontradas por todo o livro. Segundo Pearlman, Marcos apresenta no seu evangelho Jesus como Servo em três dimensões: o servo sofredor, que faz milagres e, por isso, despertou a inveja e a fúria dos escribas e fariseus; o servo vencedor, que exerce autoridade sobre os demônios; e o servo triunfante, que triunfou sobre a morte e ressuscitou.


Diferente dos outros sinóticos, Mateus e Lucas, Marcos não traz nenhum relato sobre o nascimento, genealogia e infância de Jesus. Marcos inicia o seu relato, apresentando Jesus como Filho de Deus e não como descendente de Abraão e Davi, como fez Mateus, ou descendente de Adão, como fez Lucas. Na sequência faz um breve relato do ministério de João Batista e do batismo de Jesus. Ainda no primeiro capítulo Marcos registra a chamada dos primeiros discípulos. 

Na sequência, Marcos apresenta vários milagres de Jesus: a cura de um paralítico, a cura da sogra de Pedro, a cura de um leproso, a cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada, a expulsão de demônios, o apaziguamento da tempestade, a libertação do endemoninhado gadareno, a ressurreição da Filha de Jairo, a cura da mulher que tinha um fluxo de sangue, a multiplicação dos pães e peixes, Jesus anda sobre o mar, a libertação da filha da mulher cananéia, a cura de um surdo-mudo e a cura do cego de Jericó. Diferente de Mateus, Marcos dá mais ênfase aos milagres de Jesus que aos seus sermões e parábolas. Marcos registrou dezoito milagres de Jesus e apenas quatro parábolas.


A ação do Espírito Santo é descrita com muita propriedade, no último capítulo, quando Jesus aparece aos seus discípulos após a ressurreição. Depois de incumbir-lhes da responsabilidade de saírem pelo mundo, pregando o Evangelho a toda criatura, o Senhor promete que eles também iriam expulsar demônios, falar novas línguas, pegar nas serpentes, se bebessem alguma coisa mortífera não sofreriam danos e curariam enfermos (Mc 16.16). 


4. O AVIVAMENTO EM LUCAS. Lucas, o ‘médico amado’ (Cl 4.14), companheiro de missões do apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho que leva o seu nome e o Livro de Atos dos Apóstolos. Estas duas obras, parecem ser uma única obra em dois volumes, que foram endereçadas a um personagem chamado Teófilo, cujo nome significa (amigo de Deus), do qual não temos informações. Provavelmente, era alguma autoridade, devido ao tratamento usado por Lucas “potentíssimo”. A data da composição de Lucas é incerta. Sabemos apenas que foi escrito antes de Atos dos Apóstolos, cuja data de composição foi entre 63 ou 64 d.C. Lucas também apresenta uma qualidade excepcional no estilo literário, com um vocabulário rico, demonstrando excelente domínio da língua grega. 


Devido à proximidade de Lucas com o apóstolo Paulo, alguns sugerem que ele escreveu sob a supervisão do apóstolo dos gentios, ou mesmo que Paulo o tenha ditado e Lucas escrito. O certo, porém, é que Lucas não foi testemunha ocular dos fatos narrados. O prólogo demonstra que o livro foi escrito mediante minuciosas pesquisas de Lucas, consultando documentos e ouvindo testemunhas oculares do ministério de Jesus (Lc 1.1-3). 


Lucas é considerado o “Evangelho dos gentios” e “o Evangelho do Filho do Homem”. Ele apresenta Jesus como o homem perfeito e estende a sua genealogia até Adão, diferente de Mateus que foi somente até Abraão, pois escrevia para os judeus. O livro também dá bastante destaque aos gentios, relatando os casos da viúva de Sarepta (Lc 4.26); a cura de Naamã, o general sírio que venceu guerras contra Israel (Lc 4,27); a cura dos dez leprosos com destaque a um samaritano que voltou para agradecer (Lc 17.11-37); a parábola do  bom samaritano, que superou a insensibilidade do levita e do sacerdote (Lc 10.25-37); deu destaque às crianças (Lc 7.32); deu ênfase ao respeito de Jesus às mulheres (Lc 8.2; 23.27; 24.22); e aos pobres e oprimidos (Lc 7.22; 14.13; 18.22; 19.8). Apesar de possuir menos capítulos que Mateus, o conteúdo de Lucas é mais extenso. 


Uma característica marcante no Evangelho segundo Lucas, que o diferencia dos outros dois sinóticos, Mateus e Marcos, é a ênfase dada à ação do Espírito Santo, que prossegue no Livro de Atos dos Apóstolos, também escrito por ele. Só nos primeiros dois capítulos, Lucas faz sete referências ao Espírito Santo: Lc 1.15, 16, 35, 41, 67; Lc 2.25, 26, 27). 


Nos dois primeiros capítulos, ao narrar os nascimentos de João Batista e Jesus, Lucas mostra a ação do Espírito Santo desde a concepção de ambos. No caso de João Batista, os seus pais eram idosos e a sua mãe era estéril. Zacarias, pai de João Batista recebeu a visita de um anjo que lhe anunciou que ele seria pai e que o menino seria cheio do Espírito Santo. Tanto Isabel, quanto Zacarias, foram usados pelo Espírito Santo. Ela, para engravidar sendo estéril e idosa. E ele, para profetizar e compor o seu cântico que é chamado em latim de “Benedictus”. (Lc 1.67-79). 


No nascimento de Jesus, a ação do Espírito Santo também aconteceu desde a sua concepção, de forma sobrenatural. Maria era uma virgem, desposada (prometida em casamento) com José. Antes de haver qualquer ajuntamento carnal entre eles, o anjo Gabriel anunciou a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1.35). 


Vemos ainda a ação do Espírito Santo em Lucas, na vida de Simeão, um servo de Deus, que o Espírito Santo estava com ele. Em idade avançada, Simeão havia recebido uma revelação do Espírito Santo, de que não morreria sem antes conhecer o Messias (Lc. 2.67). O Espírito Santo conduziu Simeão ao templo, para que conhecesse o menino Jesus (Lc 2.27). Depois que viu Jesus, Simeão tomou-o em seu braço e também compôs o seu cântico chamado em latim de ‘Nunc dimittis”, devido às primeiras palavras do cântico em latim: “Nunc dimittis servum tuum, Domine”. (Despedes em paz o teu servo, Senhor) (Lc 2.29-32). 


Na mensagem de João Batista, temos também a menção de que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo ((Lc 3.16). No momento do batismo de Jesus, aconteceram três eventos extraordinários: o céu se abriu (Lc 3.21); o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc 3.22a); e ouviu-se uma voz vindo do céu que estava aberto (Lc 3.22b). Esta descida do Espírito Santo desta forma é uma indicação de que aquilo foi real e não apenas uma visão, como muitos poderiam imaginar. 

Lucas relata também a ação do Espírito Santo no episódio da tentação de Jesus e durante todo o seu ministério. Todo o processo da tentação de Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo. O texto bíblico nos mostra que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” (Lc 4.1). No deserto, em jejum, oração e íntima comunhão com o Pai, Jesus foi tentado por um espaço de quarenta dias. 


Na sinagoga de Nazaré também, Lucas relata que Jesus abriu o rolo do Livro do profeta Isaías e leu o início do capítulo 61, onde declara que o Espírito Santo estava sobre Ele e o ungiu para evangelizar, quebrantar os corações, proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos e anunciar o ano aceitável do Senhor, que era uma referência ao ano do Jubileu de Israel, onde se perdoava as dívidas e libertava-se os escravos. (Lc 4.15,16).


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. João: As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos. pág. 11-12; 16-17.

LOPES, Hernandes Dias. Lucas: Jesus o Homem. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.     

STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 7.

PEARLMAN, Myer. Marcos, O Evangelho do Servo de Jeová. Editora CPAD. 6 Ed. 2006. pág. 7-8.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1603-1604.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 1.

Dicionário Teológico, CPAD, p.103.


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Ev. Weliano Pires

09 janeiro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: O AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

INa lição passada vimos um panorama dos avivamentos registrados no Antigo Testamento. Falamos sobre os avivamentos que ocorreram nos dias de Moisés, nos dias de Samuel, nos dias do rei Josias e nos dias de Neemias. Claro que ocorreram muitos outros e não seria possível estudar todos eles em uma única lição. Estes e outros avivamentos do período do Antigo Testamento aconteceram de forma temporária e em um determinado local. 


Na lição desta semana, veremos um panorama geral do Novo Testamento, na forma em que ele está organizado: Evangelhos, Atos do Apóstolos, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais e Apocalipse, com vistas para o avivamento em cada um destes blocos de livros. Jesus veio a este mundo, trazendo a mensagem de Salvação para todos os que nele cressem. Após a sua ascensão aos céus, o Mestre comissionou os seus discípulos a levarem esta mensagem por todo o mundo (Mt 28.19-20; Mc 16.15,16; At 1.8). Para isto, eles necessitavam do poder do Espírito Santo em suas vidas. 


No primeiro tópico falaremos sobre o avivamento nos Evangelhos. Em primeiro lugar, veremos o avivamento em João, cuja abordagem destoa um pouco dos outros três evangelistas, por isso é chamado “Evangelho autótico”, ou seja, com uma visão própria. Os outros três, Mateus, Marcos e Lucas são chamados de “Evangelhos sinóticos", devido à semelhança que há entre os relatos. Na sequência, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Mateus, que foi destinado inicialmente aos judeus, com o objetivo de revelar-lhes que Jesus é o Messias prometido a Israel. Depois, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Marcos, que é considerado “o Evangelho do Servo”, pois apresenta Jesus como servo, em três aspectos: vencedor, humilhado e triunfante. Por último, falaremos do avivamento no Evangelho segundo Lucas, que é considerado pelos estudiosos “o Evangelho do Filho do Homem”, pois dá ênfase à humanidade de Jesus, como  “o homem perfeito”. 


No segundo tópico, veremos o avivamento em Atos dos Apóstolos. Este tema será estudado com mais detalhes na lição 5. Falaremos sobre o avivamento na Igreja Primitiva, destacando a promessa de Jesus de que os discípulos receberam o revestimento de poder em poucos dias, após a sua ascensão ao Céu. Em seguida falaremos sobre o cumprimento desta promessa do Mestre, que foi a descida do Espírito Santo, que aconteceu no Dia de Pentecostes. Este revestimento de poder trouxe ousadia aos discípulos para pregar o Evangelho com poder. Depois disto, eles nunca mais foram os mesmos. 


No terceiro e último tópico falaremos sobre o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse. Primeiro falaremos a respeito do avivamento das 13 Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Foi ele que ensinou em detalhes sobre os dons espirituais, ministeriais e de serviço. (1 Co 12-14; Ef 4.11; Rm 12.3-8). Falou também do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e outros temas relacionados ao Espírito Santo. Veremos também sobre o avivamento nas Epístolas Gerais que são: Tiago, Hebreus, 1 e 2 Pedro, as 3 Epístolas de João e a Epístola de Judas. Por último, veremos o avivamento no Livro do Apocalipse, que é o último Livro da Bíblia e tem um caráter profético e escatológico. 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023


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Ev. Weliano Pires




MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...