17 setembro 2022

O FUNDAMENTO DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA


(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A sutileza da espiritualidade holística).


A base da espiritualidade holística é o panteísmo, ou seja, a ideia de que não há um Deus pessoal, mas uma energia cósmica que está presente em tudo na natureza. Se não há um Deus pessoal, também não há uma verdade absoluta. A espiritualidade holística também nega os conceitos de verdade, certo e errado. Segundo dizem, cada um tem a sua verdade. 


1- Não há um Deus pessoal. Conforme falamos no primeiro tópico, panteísmo é a crença de que Deus é tudo e tudo é Deus. Segundo o panteísmo não existe um Deus pessoal e sim uma energia cósmica impessoal, da qual todo o Universo faz parte, inclusive os seres humanos. As religiões orientais, em sua grande maioria são panteístas e outras são politeístas. 


O panteísmo é uma estratégia diabólica para enganar as pessoas, com ideia de que não há um Deus pessoal e santo com o qual terão de prestar contas um dia. As religiões panteístas são atrativas, pois pregam apenas formas da pessoa sentir-se bem. O Evangelho de Cristo, no entanto, mostra que o ser humano é um miserável pecador, incapaz de mudar a sua condição por seus próprios méritos. Portanto, necessita urgente do Único Salvador que é Cristo (Jo 14.6; At 4.12). 

 

2- Não há uma verdade factual. Como não crêem em um Deus pessoal que se relaciona com as suas criaturas, os adeptos da espiritualidade holística negam também a existência de verdade factual ou absoluta. Relativizam o conceito de verdade e dizem que a verdade está em todas as religiões. É o velho engano de que todos os caminhos levam a Deus. 

 

A estratégia do inimigo desde o princípio é enganar as pessoas, com falsas afirmações, que contrariam o que a Palavra de Deus. No Éden, ele enganou a Eva, com duas promessas falsas:  1) Que eles não morreriam, se comessem do fruto proibido; 2) Que eles seriam como Deus. As duas promessas eram falsas, pois contrariavam a Palavra de Deus. Deus havia alertado que se eles comessem do fruto morreriam. Além disso, nem um ser humano jamais será como Deus. 


Da mesma forma, o inimigo continua enganando a humanidade, com as suas mentiras e distorções da Palavra de Deus. Jesus disse que ele é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44). O inimigo usa várias religiões para negar a vida após morte; negar a existência do inferno; negar a existência da verdade absoluta e assim passar a ideia de que em qualquer religião a pessoa estará salva; etc. 


O ecumenismo é uma sutileza diabólica para espalhar essa ideia de forma disfarçada. Sob o argumento de tolerância religiosa, o inimigo tem desencorajado muitas Igrejas de pregarem a verdade bíblica. Ocupam - se com discursos politicamente corretos para não serem perseguidos ou taxados de fundamentalistas. Enquanto isso, bilhões de pessoas em todo o mundo permanecem no erro, seguindo a passos largos para a perdição eterna. A verdade de Deus está expressa nas páginas da Bíblia: Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo. Fora dele não há salvação. (1 Tm 2.5; Mc 16.15,16; At 4.12). 


REFERÊNCIAS:

LOPES, Hernandes Dias. Colossenses. A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja. Editora Hagnos. pag. 28-29.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 116.

CHAMPLIN, Russell Norman  Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. 11 ed. 2013. pag. 596-597.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pag. 1990.

Sinclair B. Ferguson, David F. Wright. Novo Dicionário De Teologia. Editora Hagnos. pag. 1187.


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Pb. Weliano Pires


3⁰ Domingo de Setembro: Dia da Escola Dominical

 

Na Inglaterra, numa média cidade
No período pós revolução industrial
Crianças expostas à criminalidade
Devido à ociosidade dominical.

Esta cidade era bastante procurada 
Devido as indústrias de tecelagem
Até às crianças eram empregadas
E aos domingos ficavam na vadiagem

No dia de folga, sem lazer ou ocupação
Ficavam nas ruas na criminalidade
Robert Raikes, um jornalista cristão 
Resolveu mudar esta triste realidade 

Conhecia o sistema penitenciário
E pretendia os presos regenerar 
Era um jornalista cristão visionário 
Teve uma ideia e resolveu implantar.

Criou uma escola multidisciplinar
Funcionando em período integral 
Para a mente das crianças ocupar
No período da folga dominical.

O trabalho de Raikes deu resultado 
Reduziu os índices de criminalidade
O modelo se expandiu e foi adotado
Por pessoas de outras comunidades.

No Brasil, a primeira Escola Dominical
Foi em Petrópolis, no Rio de Janeiro
Robert e Sara, um abnegado casal
Foram os missionários pioneiros

Na Assembleia de Deus chegou também
Com apenas dois meses de fundação 
A primeira aula foi na cidade de Belém
No bairro Outeiro, na casa de um irmão.

Anos depois, o Jornal Boa Semente
Publicava os estudos dominicais
Era um suplemento para os crentes
Este foi o embrião das revistas atuais 

Em mil novecentos e trinta foram criadas
As primeiras lições bíblicas oficiais
Por missionários suecos comentadas 
Samuel Nystron, Kastberg e outros mais.

Com a criação da Casa Publicadora
A Escola Dominical foi modernizada 
Tornando-se a principal propagadora
Das doutrinas bíblicas sistematizadas. 

Escritores, teólogos e professores 
Trouxeram importantes contribuições 
Elaborando projetos promissores
E também os comentários das lições. 

Antonio Gilberto, indubitavelmente 
Foi o maior estusiasta deste ensino 
Treinando professores e superintendentes
Cumpriu fielmente o seu chamado divino.

Desde a infância vou à Escola Dominical 
Nela, a Palavra de Deus aprendi a amar 
Hoje sou professor desta escola sem igual 
O que aprendi, aos outros vou ensinar. 


Weliano Pires

Presbítero da Assembleia de Deus em São Carlos-SP e professor da Escola Dominical há 22 anos ininterruptos. 

16 setembro 2022

A ESPIRITUALIDADE HUMANA E SUA NECESSIDADE DE EXPRESSÃO


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 12: A sutileza da espiritualidade holística).

No tópico anterior falamos sobre o fenômeno religioso. Vimos que o ser humano tem em sua natureza, a necessidade de buscar o contato com o sagrado. Quando não conhece o Deus verdadeiro, acaba criando deuses segundo as suas próprias concepções. 


Neste tópico veremos que o ser humano não apenas tem a necessidade de buscar a espiritualidade, mas também tem a necessidade de expressá-la. Falaremos sobre as crenças do antigo paganismo nos antigos povos cananeus, egípcios e babilônios. Depois veremos um pouco do misticismo das principais religiões orientais: Hinduísmo, Taoísmo, Confucionismo e Budismo. 


1- O antigo paganismo.  A palavra "pagão" vem do termo latim "paganus", que significa "interiorano". Era uma referência às pessoas que viviam na zona rural e se recusavam a crer no Evangelho, preferindo permanecer em suas religiões de origem. Nas cidades, o Cristianismo tinha maior aceitação. Posteriormente, a palavra "pagão" adquiriu a conotação religiosa e, para os cristãos, significa aqueles que não seguem o Cristianismo. Os judeus usam a palavra "gentio" para se referir aos que não eram judeus de nascimento. Depois, o termo passou a ser usado para se referir a todos os que não pertencem ao Judaísmo. 


Em poucas gerações após a queda de Adão e Eva, a humanidade foi se afastando do Deus verdadeiro e, consequentemente, criando adoração e deuses falsos. Há uma lista enorme de deuses da antiguidade, nas mais diversas culturas. Os cananeus tinham como principais deuses, Baal e sua esposa Aserá. Entretanto, havia uma espécie de Baal para cada área e região: Baal Peor, Baal Zebube, etc. Os amonitas cultuavam uma divindade terrível chamada Moloque, ao qual ofereciam sacrifícios de crianças. Os Babilônios tinham como principal divindade Marduque, também chamado de Merodaque ou Bel, mas tinham também outros deuses. A principal divindade dos egípcios era Amom-Rá, mas também tinham uma lista enorme de deuses, para as mais diversas áreas. 


Os nomes dos deuses e a forma de adoração variam de acordo com a época e região. Mas o princípio e a essência são os mesmos. O ser humano busca uma divindade palpável, ou imaginária que resolva suas questões impossíveis. Atualmente, as religiões pagãs seguem o mesmo padrão. Os espíritas buscam contato com os espíritos de pessoas que já morreram, para que estas lhe tragam orientações do que devem fazer. Os umbandistas e adeptos de outras religiões afrodescendentes, buscam os orixás, caboclos, guias e outras entidades, que eles consideram como protetores e guias das suas vidas. O catolicismo, por sua vez, criou vários "santos" para atuarem nas mãos diversas áreas da vida: Santo Expedito, para as causas urgentes; Santa Luzia, para cuidar da visão; Santo Antonio, para arrumar casamento; São Pedro, para fazer chover e abrir a porta do Céu; São Jorge, para proteger os viajantes; e tem uma variedade enorme de "Nossa Senhora", para atuar em várias áreas.  etc. Os católicos se sentem incapazes de falar diretamente com Deus, e pedem que supostos mediadores "roguem por eles" a Deus.


Alguns acadêmicos da antropologia cultural, influenciados pela teoria da Evolução, sugerem o monoteísmo seria uma evolução do paganismo primitivo e que as pessoas adoravam vários deuses e depois foram reduzindo até chegarem em um Único Deus, no Judaísmo. Mas isso não é verdade. A Bíblia mostra que a religião inicial da humanidade era o monoteísmo e que a adoração a outras divindades significa a corrupção do monoteísmo e não o contrário. Achados arqueológicos comprovam isso. A religião mais antiga da China, por exemplo, era monoteísta e cultuava a Shang Ti, o dominador supremo.


2- O misticismo oriental. As chamadas religiões teístas, que acreditam em um Deus pessoal, tem a sua espiritualidade baseada na submissão, reverência e prestação de contas ao Deus que acreditam. Com base nisso, mantém o seu código de ética do que fazer e não fazer, conforme os seus escritos sagrados. No caso do Judaísmo, os escritos sagrados, são a Lei, os profetas e os escritos (Tanak) que correspondem ao nosso Antigo Testamento. O Islamismo, por sua vez, segue as leis do Alcorão, que contém as profecias e ensinos de Mohamed (Maomé). O Cristianismo segue a Bíblia Sagrada, formada pelo Antigo e Novo Testamento. 


No caso das religiões orientais, elas não tem um código de conduta exigido por um deus aos seus adeptos. Também não ensinam que haverá prestação de contas a um deus pelos atos praticados. As religiões orientais ensinam uma espécie de responsabilidade pessoal, mas estes princípios estão relacionados mais ao aspecto social do que religioso. Há uma mistura de crenças e alguns ensinos que são comuns a todas elas. As principais religiões orientais da atualidade são: Hinduísmo,  Budismo, Taoísmo, Confucionismo e Xintoísmo. 


a. O Hinduísmo. É a maior religião do mundo atualmente. Prega a libertação do mundo material para unir-se à realidade final. Esta união se daria através da reencarnação e do carma. Os hindus tem uns escritos chamados de Vedos, como escritos sagrados. Os três principais deuses do Hinduísmo são: Brahma, Vishnu e Shiva. Acredita em um fenômeno chamado Mocsa, que seria o fim do ciclo de reencarnações e a união final da alma individual à alma universal. Para se alcançar o Mocsa, há três caminhos a percorrer: O caminho da atividade, o caminho do conhecimento e o caminho da devoção.


b. O Budismo. Religião oriental, que teve início no Século VI a.C., quando um homem chamado Sidarta Gautama resolveu abandonar o seu estilo de vida luxuoso no palácio e enfrentar a dura realidade da vida das pessoas comuns. Viveu durante alguns anos uma vida austera, mas não conseguiu se satisfazer. Até que chegou à conclusão de que há um caminho intermediário entre a auto negação e a auto indulgência. Com isso considerou-se um iluminado e passou a ser chamado Buda, que significa iluminado. Os budistas seguem “quatro verdades nobres”, que foram elaboradas por Buda: A natureza do sofrimento, a origem do sofrimento, a cessação do sofrimento e o caminho para a cessação do sofrimento. Acreditam na reencarnação e praticam a meditação como forma de encontrar a natureza espiritual em seu interior. 


c. O Confucionismo. Foi fundado pelo filósofo chinês Kung-Fu-Tzu, conhecido como Confúcio, que viveu de 552 a 479 a.C. Confúcio nasceu em uma família pobre, no período feudal. Estudou e saía de cidade em cidade oferecendo os seus ensinamentos. Isso lhe rendeu uma boa reputação como professor, tornando-se o primeiro professor particular da China. 


O princípio básico do Confucionismo é a busca do Caminho (Tao), que garante o equilíbrio entre as vontades da terra e as do céu. Por tratar mais de questões morais e sociais, o confucionismo é considerado por muitos como um sistema ético e filosófico e não como uma religião. Confúcio defendia os princípios da justiça para todos, cortesia, harmonia nos relacionamentos entre marido e mulher e pais e filhos, benevolência, retidão, lealdade e integridade de caráter. Entretanto, o confucionismo ensina preceitos religiosos equivocados, do ponto de vista bíblico: 

  • O ser humano é capaz de ser perfeito por si próprio, pelos esforços de seguir os caminhos dos seus antepassados; 

  • A natureza humana é inerentemente boa e divina;

  • Veneração dos espíritos dos antepassados; 

  • Prática de adivinhação,colocando pó de terra sobre uma mesa e examinando as figuras que se formam. 


d. Taoísmo. O Taoísmo vem de “tao”, palavra chinesa que significa “caminho, trilha, ou estrada”. Teve origem nos ensinamentos de um mestre chinês chamado Erh Li ou Lao Tsé (velho mestre). Lao Tsé foi contemporâneo de Confúcio, nos anos 550 a.C. Apesar de não ser uma religião mundialmente popular, os seus ensinos têm influenciado muitas seitas modernas. Muitas coisas relacionadas ao fundador do Taoísmo são lendas, como por exemplo, a ideia de que ele já nasceu velho. 


O Taoísmo é uma religião anti-intelectual e é uma reação ao confucionismo humanitário e ético. Ensina que o homem deve contemplar a natureza e se sujeitar às suas leis, ao invés de tentar compreender a estrutura destes princípios. A doutrina do Taoísmo se resume em uma forma prática, conhecida como as “Três Jóias” que são: compaixão, moderação e humilhação. Ensinam também que as pessoas deveriam evitar todo tipo de obrigações e convívios sociais, e se dedicar a uma vida simples, espontânea e meditativa, voltada à natureza. 


Atualmente, há dois ramos no Taoísmo: o filosófico e o religioso. O Taoísmo filosófico é ateísta e se diz panteísta. Tenta levar o homem a uma harmonia com a natureza através do livre exercício dos instintos e imaginações. Já o Taoísmo religioso é politeísta, idólatra e exotérico, pois consulta os mortos. Possui escritura sagrada, sacerdotes, templos e discípulos. Acredita também que surgirá uma nova era para derrotar o atual sistema deste mundo. 


e. Xintoísmo. É a religião nacional do Japão. Teve origem na China, num período anterior ao Budismo. O termo xinto significa “caminho dos deuses”. O xintoísmo reconhece um poder sagrado,  o kami, cuja natureza não pode ser explicada em palavras, que se acha difundido na natureza sob a forma do Sol (Amaterasu), da Lua (Tsukiyomi), da tempestade (Susanoo) e muitas outras. Os espíritos dos antepassados são considerados deuses tutelares da família ou do país, por isso, dão grande importância aos ritos fúnebres.


O xintoísmo cultua elementos da natureza e os espíritos dos ancestrais. Na adoração fazem pedidos de ajuda, promessas para o futuro e agradecimentos. Fazem também oferendas de gêneros alimentícios como arroz, sal e saquê, uma bebida alcoólica tradicional do Japão. Praticam também a pureza ritual através de banhos, jejuns e exorcismos. 


REFERÊNCIAS:


CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. 11 ed. 2013. pag. 10.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pag. 112.

TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pág. 130.

BICKEL, Bruce; JANT, Stan,; Guia de Seitas e Religiões. Editora CPAD. 4 Impressão 2011. pág. 221; 227; 253.

MARTIN, Walter. O Império Das Seitas. Editora Betânia. pag. 39-41.

CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas) https://www.cacp.app.br/

BICKEL, Bruce; JANTZ, Stan. Guia de Seitas e Religiões: Uma Visão Panorâmica. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.231-32


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14 setembro 2022

O FENÔMENO RELIGIOSO


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 12: A sutileza da espiritualidade holística).

O ser humano é o único ser deste mundo que possui um espírito, que é a parte imaterial capaz de responder a Deus, através da fé e da consciência. Por isso, o ser humano tem em sua natureza a necessidade de se relacionar com Deus. Com a queda, a comunhão que havia entre Deus o ser humano foi rompida, pois Deus não pode conviver com o pecado. Entretanto, o homem continua tendo este vazio dentro do seu ser. Se não conhece o Deus Verdadeiro, irá buscar outras formas de espiritualidade e assim, entrega-se a vários tipos de crenças  e idolatria. 


1- A busca do sagrado. Desde os primórdios, o ser humano anda em busca do sobrenatural e do sagrado, na tentativa de preencher o vazio que existe em seu ser, desde que perdeu o relacionamento com Deus. Jesus sabendo dessa necessidade humana de reconciliação com Deus, veio a este mundo com o objetivo de "buscar e salvar o que se havia perdido'' (Lc 19.10) e reconciliar o ser humano com Deus. 


O apóstolo Paulo quando pregou no Areópago de Atenas, ficou extremamente comovido ao ver a idolatria daquelas pessoas. Havia ali uma quantidade enorme de altares, dedicados a vários tipos de deuses. Entre eles, o apóstolo viu um que era dedicado ao "Deus desconhecido". Paulo começou a pregar e eles, sem entenderem de quem o apóstolo estava falando, diziam uns aos outros: 

– O que quer dizer este paroleiro? E outros respondiam:

– Deve ser pregador de deuses estranhos. 

Finalmente, resolveram interpelar Paulo, para saber do que ele estava falando, pois, segundo eles, naquele local as pessoas "viviam em busca de novidades". Paulo disse que em tudo os achava muito "supersticiosos". A palavra traduzida por "supersticiosos" na Versão Almeida Revista e Corrigida, significa supersticioso ou religioso. Esta última se aplica melhor ao contexto e foi usada na Nova Almeida Atualizada. A palavra religião no latim é religare e traz a ideia da religação do homem a Deus. O religioso acredita na possibilidade de que alguma pessoa ou poder sobrenatural pode reconectar o ser humano ao divino. Por isso, busca incansavelmente, alguém que possa fazer este papel, sejam os espíritos dos que já morreram, os orixás, objetos sagrados, a própria natureza, etc. 


Entretanto, a Bíblia nos deixa muito claro que só existe um Único Mediador entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se fez homem (1 Tm 2.5). Ele veio a este mundo pagar o preço da nossa  redenção e é único meio do homem ser reconciliado com Deus. João Batista disse que Ele é "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". (Jo 1.29). O próprio Jesus disse que "ninguém vem ao Pai senão por Ele" (Jo 14.6). O apóstolo Pedro disse que "em nenhum outro há salvação." (At 4.12). Portanto, toda religião que admitir outro mediador entre Deus e o ser humano, além de Cristo, é falsa e deve ser rejeitada. 

 

2- Deus e os deuses. Conforme vimos acima, há em todas as culturas a busca pelo sagrado. Mas, há apenas um único Deus verdadeiro, que é o Criador de todas as coisas. Quando uma pessoa não conhece o Deus Verdadeiro, acaba criando os seus próprios deuses para adorar e suprir esta carência espiritual, inerente ao ser humano. O primeiro dos mandamentos de Deus a Israel foi: “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3), ou como está na Nova Almeida Atualizada “além de mim”. Em Deuteronômio 6.4, no chamado “Shemah Israel”, que é a seção da Torah que expressa o monoteísmo judaico, está escrito: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). 


O pecado da idolatria consiste exatamente em “ter outros deuses" além do Único Deus Verdadeiro. A palavra deriva dos termos gregos “eidolon”, (ídolo) e “latreuein” (adorar) Portanto, significa originalmente a adoração ou veneração a ídolos e imagens. Entretanto, o seu sentido é muito mais amplo e abrange a adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a glória que lhe é devida e exclusiva. Existem vários tipos de idolatria: O uso de objetos de cultos que representem a Deus; orações dirigidas a qualquer pessoa como mediadora entre Deus e a humanidade; prestação de culto a qualquer pessoa ou instituição; etc. O pecado da idolatria é duramente condenado na Bíblia, pois ele afronta a Santidade do Único Deus.


Com relação à crença na existência de Deus há várias perspectivas: 

a. Teísmo. Crença na existência de Deus como um ser pessoal. Dentro do Teísmo há vários pontos de vista. Os principais são: 

  • Monoteísmo, que acredita em um Único Deus pessoal; 

  • Politeísmo, que acredita na existência de vários deuses pessoais; 

  • Henoteísmo, que é a crença em vários deuses, sendo que um é superior a todos; 

  • Teísmo aberto, que crê em um Único Deus pessoal, mas retira os seus principais atributos incomunicáveis: onipotência, onisciência e onipresença. 

b. Deísmo. Diferente do Teísmo, o Deísmo acredita que Deus criou o Universo deu-lhe as suas leis de funcionamento e se afastou dele. O Deísmo endeusa a razão. 

c. Panteísmo. Acredita que Deus é uma energia cósmica e não uma pessoa. Confundem Deus com a própria criação.  

d. Ateísmo. Do grego “a” (negação) e “theós” (Deus) é a negação da existência de Deus. O ateísmo nega a existência de qualquer deus e do mundo espiritual. 

e. Agnosticismo. Do grego “a” (negação) e “gnosis” (conhecimento). É a filosofia que diz que o ser humano não possui conhecimento suficiente para provar que Deus existe ou negar a sua existência. É uma forma disfarçada de ateísmo. 

f. Dualismo. É a crença de que Deus existe, mas é finito. Acreditam que há duas forças igualmente poderosas, que se opõem no Universo: o bem e o mal. Deus seria o bem e Satanás, o mal.


Do ponto de vista bíblico, a perspectiva correta em relação a Deus é o Monoteísmo, que afirma a existência de um Único Deus verdadeiro, eternamente subsistente em Três Pessoas distintas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ex 20.3; Dt 6.4; Mt 28.19; Jo 1.1; 2 Co 13.13 1 Pe 1.2). Qualquer crença diferente disso deve ser rejeitada. 


REFERÊNCIAS:

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. 11 ed. 2013. pág. 637-638.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 370.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pág. 349.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 206-207.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 3. pag. 176-177.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 362.


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Weliano Pires

12 setembro 2022

Introdução à Lição 12: A sutileza da espiritualidade holística


Nos últimos anos vem ganhando espaço no Ocidente, de forma sutil, uma forma de espiritualidade chamada "holismo". A palavra holismo vem do termo grego “holo” que significa completo, inteiro. Segundo os seus adeptos é um conceito que valoriza a totalidade das coisas, onde tudo está interligado. Na verdade trata-se de uma mistura ou reciclagem de antigas crenças orientais com roupagens novas.


O Ocidente tem sido invadido nas últimas décadas pela espiritualidade holística. De forma sutil esta forma de espiritualidade tem adentrado nas universidades, nos cinemas, nas empresas, nos  livros de autoajuda e até mesmo nos currículos escolares. 


A base da espiritualidade holística é o panteísmo, ou seja, a ideia de que não há um Deus pessoal, mas uma energia cósmica que está presente em tudo na natureza. Se não há um Deus pessoal, também não há uma verdade absoluta. A espiritualidade holística também nega os conceitos de verdade, certo e errado. Segundo dizem, cada um tem a sua verdade. 


O holismo comete dois erros gravíssimos que é a negação do pecado e, consequentemente, a necessidade de um Salvador. Nesta espiritualidade, o homem é o seu próprio deus. Isso torna esse tipo de religião atraente, pois os seus adeptos não têm que se preocupar em negar a si mesmo, abandonar o pecado e submeter-se ao domínio de Deus. É uma porta larga e um caminho espaçoso, que conduz à perdição. 


REFERÊNCIAS:

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 149.

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.


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Pb. Weliano Pires


09 setembro 2022

AS MÍDIAS SOCIAIS E O IDE DE JESUS



(Comentário do 4º tópico da Lição 11: A sutileza das mídias sociais).

Ao longo da história da Igreja, conforme já falamos, os cristãos se valeram dos meios disponíveis em sua época, para proclamar o Evangelho aos perdidos e edificar a fé de outros crentes: Os discursos orais, as cartas, os livros, o rádio, a televisão, as cruzadas evangelísticas, a música, etc. Em nossa geração, o universo da comunicação se concentra majoritariamente na internet, principalmente, nas mídias sociais. Portanto, é neste universo que a Igreja deve investir, para proclamar as boas novas de salvação, promovendo tanto a evangelização daqueles que ainda não conhecem a Cristo, como a exortação, consolação e edificação dos que já servem a Deus. 


1- A seara virtual. Jesus disse aos seus discípulos: “Grande é, na verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.” (Lc 10.2). Para as pessoas do século XXI, que vivem nas cidades, a palavra seara não é muito familiar. Mas, para os ouvintes de Jesus, que viviam em Israel, numa cultura agrícola, era uma palavra muito conhecida. Seara é um campo de plantio de cereais. Jesus usou a palavra como uma metáfora, para se referir à evangelização. 


Cada um de nós deve usar a sua habilidade para proclamar a Verdade de Deus em nossas páginas e perfis nas redes sociais. As mídias sociais são um campo fértil para semearmos a Palavra de Deus, seja através de fotos, vídeos ou de pequenos textos. Quem não tem muita habilidade para criar conteúdo, pode compartilhar conteúdos de outras pessoas. Há uma infinidade de conteúdos evangélicos de qualidade para serem compartilhados. 


A publicitária Vanda de Sousa Machado, desenvolveu um acróstico da palavra “IDE”, para explicar o cumprimento do IDE de Jesus no ciberespaço em três princípios: Idealizar, Desenvolver e Espalhar: 

I – IDEALIZAR. A idealização é a primeira etapa do seu plano de comunicação. Nela você levantará possíveis ideias de como espera que o seu ministério de comunicação se processe. Você vai analisar qual é o seu estado atual e onde deseja chegar com as ações que serão planejadas. 


D – DESENVOLVER. O desenvolvimento é a segunda etapa do IDE. Aqui você já terá o seu plano de comunicação montado e então aprenderá a produzir conteúdos capazes de sensibilizar a sua audiência despertando-a para conhecer mais de Deus. É neste tópico que vamos falar sobre as ferramentas que você poderá utilizar na produção das artes visuais, vídeos, áudio e textos. 


E – ESPALHAR. Depois da produção dos conteúdos é hora de espalhar a mensagem pelas mídias sociais. Mas isso não pode ser feito de qualquer jeito, você também terá que preparar um plano de mídia organizado e estratégico para que a sua mensagem consiga atingir o maior número possível de pessoas.


O alcance das redes sociais é muito grande. Quando alguém publica algo em seu perfil, independente da relevância e qualidade daquela publicação, aquilo aparece “feed de notícias” dos seus amigos, que por sua vez podem interagir com aquela publicação, curtindo, comentando e compartilhando. Dessa forma, a publicação pode se multiplicar. Há ainda a possibilidade de publicações pagas, que as próprias plataformas divulgam, fazendo com que elas apareçam para pessoas que nem conhecemos, como uma “publicação patrocinada", que nada mais é do que um anúncio. 


É possível também criarmos páginas gratuitamente, para divulgar os eventos da Igreja e compartilhar fotos, textos e vídeos dos nossos cultos. Cada um dos membros da Igreja pode compartilhar os conteúdos e o alcance será muito maior. Eu, por exemplo, tenho mais de mil contatos no Facebook, administro quatro páginas, sendo uma minha e outras três de Igrejas. Também curto alguns grupos e páginas que produzem conteúdos evangélicos e eu posso compartilhar. Jamais, eu teria a oportunidade de transmitir uma mensagem instantânea para tantas pessoas, se não fosse através das mídias sociais. Claro que nem todos vêem, mas um número enorme de pessoas tem acesso ao que publico. Então, por que não utilizar esta facilidade de comunicação e o expressivo alcance das redes sociais para pregar o evangelho? A seara virtual é gigantesca! Precisamos de trabalhadores para a ceifa. 


2- Pastoreio virtual. Além de ser um campo fértil para a evangelização, as redes sociais são também poderosas ferramentas para a promoção do discipulado, aconselhamento bíblico, ensino da Palavra de Deus e interação entre o pastor e os membros da Igreja local. Se antigamente, o pastor precisava se desdobrar para ir à casa das pessoas, principalmente daqueles que faltavam aos cultos, hoje é possível interagir através de mensagens nos aplicativos de mensagens instantâneas como o Whatsapp. 


O pastor pode incentivar a criação de grupos em cada departamento da Igreja, para facilitar a comunicação e interação entre os irmãos. Nestes grupos são divulgados os avisos, convites, felicitações de aniversários, incentivos à participação nos trabalhos, etc. No mundo atual, as pessoas vivem a vida correndo e nem sempre podem receber visitas. Sendo assim, mensagens de bom dia, pequenas reflexões bíblicas, pedidos de oração, aconselhamentos pastorais, etc., podem fortalecer a fé dos crentes e ajudá-los nas constantes lutas da vida cristã. Eu mesmo já tive a oportunidade de mandar mensagens e conversar com pessoas até de longe, que estavam em um momento difícil e necessitavam de uma palavra de ânimo, aconselhamento e oração. 


REFERÊNCIAS: 


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

HENRIQUE, Victor. Redes sociais: como utilizar para Deus e ser você mesmo? – série “vida social”. (http://www.euvosescrevi.com.br/redes-sociais).

MACHADO, Vanda de Souza. A Comunicação do Ide nas Mídias Sociais: um manual prático para transformar a comunicação da igreja num poderoso instrumento de evangelização. Comunicação Cristã. Livro 1. Edição do Kindle.

FISHER, Davidm. O pastor do século 21: Uma reflexão bíblica sobre os desafios do ministério pastoral no próximo milênio. Editora Vida. 1 Ed 1999.

HOFF,  Paul. O pastor como conselheiro. Editora Vida. pag. 11

GUTHRIE, George. Lendo a Bíblia para a vida: Seu guia para entender e viver a Palavra de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.271).


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