19 julho 2022

O DIVÓRCIO NO CONTEXTO BÍBLICO


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio). 

Neste primeiro falaremos sobre o divórcio do ponto de vista bíblico, primeiro no Antigo Testamento e, depois, no Novo Testamento. Antes de falar sobre o divórcio, no entanto, precisamos resgatar o conceito de casamento segundo o padrão de Deus. O casamento foi instituído por Deus, com regras e objetivos bem definidos. No princípio Deus criou um homem e uma mulher e os uniu, tornando-os uma só carne. Ao contemplar Eva pela primeira vez e recebê-la das mãos de Deus como sua esposa, Adão declarou: "Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem, o seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gn 2.23,24). Este texto bíblico nos ensina que o casamento segundo Deus é heterossexual, monogâmico e vitalício. Portanto, o divórcio não foi uma criação de Deus. 


Entretanto, devido à dureza do coração do homem, Deus permitiu o divórcio para proteger a mulher que fosse rejeitada pelo marido, para que ela pudesse seguir a sua vida com outra pessoa, uma vez que o marido não a queria mais. No Novo Testamento, ao ser indagado sobre este assunto, Jesus disse que no princípio não foi assim e, “qualquer que deixar a sua mulher e casar-se com outra, sem que haja infidelidade conjugal, comete adultério e quem casar com a mulher repudiada, também comete adultério.” (Mt 19.7). O apóstolo Paulo também, em sua primeira Epístola aos Coríntios tratou deste assunto, no capítulo 7, quando respondeu às perguntas acerca do casamento.


1- O divórcio no contexto do Antigo Testamento. Na cultura oriental, na época dos patriarcas, o casamento era planejado pelos pais e deveria durar até o fim da vida dos cônjuges. O Código de Hamurabi, da antiga Mesopotâmia, prescrevia que, se um homem tomasse uma esposa e não redigisse o seu contrato, então essa mulher não era dele. Também era exigida fidelidade absoluta, principalmente da esposa. O adultério era punido com a morte, conforme vimos na lição passada. Neste código, a regra geral era que os casamentos fossem vitalícios, Entretanto, haviam exceções para que o casamento terminasse, como a infertilidade da esposa, por exemplo. 


O povo de Israel herdou muita coisa da cultura mesopotâmica, pois Abraão era natural dessa região. Mesmo depois da chamada de Abraão vemos casos de concubinato como os de Abraão, Jacó e Esaú. Depois, os filhos de Israel mudaram-se para o Egito, onde viveram por mais de 400 anos e, certamente sofreram influência cultural daquele país. Destes fatos podemos concluir que o divórcio já existia na época de Moisés e não foi estabelecido por Deus. O plano inicial de Deus para o casamento era que ele durasse até a morte de um dos cônjuges. O profeta Malaquias, por exemplo, afirma que Deus “odeia o divórcio”. (Ml 2.16). 


Por que, então, foi permitido o divórcio na Lei mosaica, se Deus o odeia? Jesus foi questionado sobre isso pelos fariseus e deu a seguinte resposta: “Por causa da dureza dos vossos corações”. (Mt 19.8). Esta expressão “dureza dos vossos corações”, no grego é “sklêrokardia”, formada das palavras skleros, que significa “seco, duro, áspero, dificultoso, exigente” que diz respeito ao homem extremamente obstinado; e “kardia”, que significa “coração”, não o órgão mas o interior do ser humano. Esta dureza do coração dos homens fazia com que eles abandonassem a esposa por qualquer motivo e a mulher abandonada não podia casar com outro, senão seria considerada adúltera. 


Por isso, Deus ordenou que o homem que repudiasse (rejeitasse) a sua mulher, lhe desse carta de repúdio, para que ela ficasse livre para casar com outra pessoa (Dt 24.1-4). A expressão traduzida por “carta de repúdio”, no hebraico é “sêpher kenthüth”. Era um documento público, reconhecido pelas autoridades judaicas, que liberava a mulher para se casar novamente, após ser abandonada pelo marido.  Entretanto, se o segundo marido a abandonasse, ou morresse, o primeiro não poderia casar com ela de novo. Neste texto de Deuteronômio 24, a Lei não é muito clara sobre os motivos que poderiam levar o homem a repudiar a sua esposa. Diz apenas “se não achar graça em seus olhos, ou nela achar coisa feia”. A expressão hebraica “erwat dãbãr'', traduzida por “coisa feia” significa literalmente “nudez” ou “coisa vergonhosa”.


Esta motivação que permitia o divórcio na Lei, se tornou alvo de controvérsia entre os rabinos judaicos. Havia duas principais interpretações sobre o tema. Segundo a Mishná (tradição oral dos judeus, que depois foi escrita pelo Rabi Yehuda), havia a escola do rabino Shammai, que dizia que “um homem não poderia se divorciar de sua esposa a menos que tenha encontrado falta de castidade nela”; e, por outro lado, a escola do rabino Hillel dizia que, “o homem poderia se divorciar da esposa, por vários motivos, inclusive, se ela estragasse um prato para ele, ou se encontrasse outra mulher mais bela do que a esposa.”  


Não temos maiores informações sobre casos de divórcios nos tempos do Antigo Testamento. Mas, pelos relatos, parece que também era banalizado. Os homens abandonavam a mulher por qualquer motivo e casavam-se com outras, como podemos ver nos Livros de Esdras e Malaquias. Entretanto, fica claro que o divórcio nunca foi a vontade de Deus, conforme Jesus esclarece em Mateus 19. 


2- O divórcio no contexto do Novo Testamento. Nesse conflito de interpretações, em que a prática do divórcio havia se tornado banalizada, Jesus foi interrogado pelos fariseus a respeito do assunto. Na verdade, eles não estavam interessados em saber o que era correto, pois já tinham opinião formada. Eles queriam que Jesus desse alguma resposta comprometedora, a fim de poderem acusá-lo de violação da Lei. Jesus, resgatou para eles o plano original de Deus para o casamento.


Jesus afirmou para os fariseus que, “qualquer que repudiasse a sua mulher e casasse com outra, não sendo por causa de prostituição (Gr. porneia, que significa qualquer tipo de imoralidade sexual), estaria cometendo adultério.” (Mt 19.9) Os fariseus, conhecedores da Lei, questionaram a Jesus, por que Moisés havia autorizado a carta de repúdio. Jesus explicou o contexto desta ordem dada por Moisés, que era uma permissão por causa da dureza dos corações, conforme vimos no item anterior. 


No Sermão do Monte, conforme vimos no trimestre passado, nas chamadas antíteses de Jesus, quando Ele confrontou os seus ensinos com os ensinos dos rabinos, Ele já havia falado sobre isso, dizendo: “Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” (Mt 5.31,32). Portanto, no ensino de Jesus, o padrão para o casamento é que ele dure até que a morte os separe. Entretanto, Ele coloca uma exceção que é a infidelidade da outra parte. 


Alguns intérpretes alegam que Jesus não teria permitido um novo casamento no texto de Mateus 19. Dizem que as passagens paralelas de Marcos 10.2-12 e Lucas 16.18 não contêm essa exceção “não sendo por causa de prostituição”. O mais provável, no entanto, é que o Espírito Santo que inspirou Mateus a redigir o seu texto para judeus, viu a necessidade de expor essa regra colocada por Jesus. Porém, o mesmo Espírito que inspirou Marcos e Lucas a escreverem para gentios, não viu a necessidade de expô-la, pois, diferente dos judeus, esta exceção fazia parte do entendimento dos gregos e romanos. 


O apóstolo Paulo, no capítulo 7 de 1 Coríntios, respondeu às perguntas enviadas pelos coríntios sobre casamento. Na parte que ele falou sobre separação, fez menção a dois tipos de separação: a de um casal cristão e de um casal misto de um cristão e um incrédulo. Evidentemente, ele se referia a uma pessoa que se converteu já sendo casada, pois ele mesmo recomendou a não se prender a um jugo desigual com infiéis. 


No caso de um casal cristão, Paulo disse: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Co 7.10,11). Ou seja, um casal cristão não deve se separar. Mas, se não conseguem viver juntos e se separarem, não podem se casar de novo. 


Sobre um casal misto, Paulo diz o seguinte: “Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. …. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1 Co 7. 12, 13, 15). A orientação de Paulo aqui é que um cristão não deve abandonar o cônjuge só porque ele não é crente. Porém, não pode forçá-lo a viver junto, caso ele não queira. Neste caso, se a parte incrédula quiser separar, o crente está livre do vínculo matrimonial. 


Os ensinos de Paulo e Jesus não são conflitantes, mas se complementam. Combinando os dois chegamos à conclusão de que apenas duas exceções são permitidas para um cristão divorciar-se e casar novamente: a imoralidade sexual da outra parte, não dele; e o abandono por parte de um cônjuge descrente, contra a sua vontade. Não entram nestas exceções quem trai o cônjuge e quem o manda embora. Este foi o entendimento comum dos evangélicos desde a Reforma Protestante. É também a posição oficial da Assembléia de Deus. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade de um novo casamento apenas quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o adultério ou o abandono da outra parte. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à Luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 36-39; 41-46.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 198-200.

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1427

Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.135.


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Pb. Weliano Pires

18 julho 2022

Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio


INTRODUÇÃO


Esta lição é uma continuação da lição anterior. Devido ao aumento da imoralidade sexual e banalização do casamento, o divórcio tem sido adotado como uma prática comum e aceitável. Segundo os números do IBGE, nas últimas três décadas, os casamentos cresceram 17% e o número de divórcios, por sua vez, cresceu 269%. Infelizmente, esta prática tem chegado também ao meio evangélico, Mas, o padrão bíblico para o casamento continua sendo heterossexual, monogâmico e indissolúvel.


A lição mostra o divórcio do ponto de vista bíblico, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Na cultura oriental, nos tempos do Antigo Testamento, os casamentos eram arranjados e decididos pelos pais. A esposa era vista como uma propriedade do marido e, se ela fosse infiel, seria condenada à morte por apedrejamento. Entretanto, devido à dureza do coração do homem, Deus permitiu o divórcio para proteger as mulheres que fossem rejeitadas pelo marido. No Novo Testamento, ao ser indagado sobre este assunto, Jesus disse que no princípio não foi assim e, qualquer que deixar a sua mulher e casar-se com outra, sem que haja infidelidade conjugal, comete adultério e quem casar com a mulher repudiada, também comete adultério. (Mt 19.7). 


A lição mostra também o divórcio nas esferas legal e moral. O divórcio no Brasil só foi permitido a partir de 1977. Mesmo assim, os requisitos para o divórcio eram rigorosos para dificultá-lo e evitá-lo. A partir da Constituição de 1988, elaborada em sua maioria por parlamentares de esquerda, o divórcio passou a ser permitido de forma ilimitada. Nos anos subsequentes a facilidade para o divórcio foi aumentando, de forma que hoje se tornou mais fácil divorciar do que casar. Sendo assim, do ponto de vista legal, não há nenhum impedimento para o divórcio, independente do motivo. Entretanto, do ponto de vista moral, para o cristão que teme a Deus e segue as Escrituras, o divórcio é algo que contraria a vontade de Deus e traz graves consequências para os divorciados, para  a família e para a Igreja. 


Por último, a lição traz algumas recomendações sobre como a Igreja deve tratar as pessoas que se divorciaram. Infelizmente, o divórcio é uma realidade, inclusive no meio da Igreja e os pastores precisam tratar desta questão, com orientações bíblicas. Paulo tratou exclusivamente dos problemas relacionados ao casamento, no capítulo 7 da primeira Epístola aos Coríntios. Neste capítulo, o apóstolo tratou de dois casos de divórcios: O divócio entre um casal cristão e o divócio entre uma pessoa que veio para Cristo casada e o cônjuge não se converteu. No primeiro caso, Paulo recomenda que fique sem casar, ou que haja reconciliação. No segundo caso, o apóstolo ensina que se o descrente quiser se apartar, o cristão não está sujeito à servidão, ou seja, está livre. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

Revista Ensinador Cristão. CPAD. Ed. 91, p. 38.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 57-58.


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Pb. Weliano Pires


15 julho 2022

O PADRÃO BÍBLICO PARA UMA SEXUALIDADE SADIA


(Comentário do 3º tópico da Lição 3: A sutileza da imoralidade sexual).

Nos tópicos anteriores falamos sobre os aspectos negativos da sexualidade humana, com práticas sexuais que contrariam a vontade de Deus e são condenadas em Sua Palavra. Neste terceiro e último tópico falaremos da sexualidade sadia, ou seja o padrão divino para as relações sexuais. Falaremos sobre os propósitos da sexualidade, que é a procriação e a complementação e satisfação do casal, nos limites do casamento. Por último, faremos um complemento ao tópico anterior, trazendo orientações pastorais sobre a forma como a Igreja deve tratar os homossexuais. 


1- O sexo atende uma necessidade da criação. Quando Deus criou o primeiro casal, os abençoou e disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). Vemos aqui que a função principal do sexo é a multiplicação da espécie. Não há outra forma da espécie humana se perpetuar, a não ser através da atividade sexual. Se o primeiro casal resolvesse não ter filhos, em 930 anos (idade de Adão), a espécie humana teria sido extinta. 


A capacidade de se reproduzir é um privilégio que Deus deu aos seres vivos. Deus compartilhou conosco a capacidade de dar origem a novos seres. Evidentemente, é Ele quem dá a vida, mas, a concede por nosso intermédio. Nos primórdios da raça humana, as mulheres estéreis se sentiam humilhadas ou amaldiçoadas. Sara, Rebeca, Raquel e Ana são exemplos de mulheres que eram estéreis e geraram filhos milagrosamente, por intervenção divina. 


Os filhos são herança e bênçãos de Deus. O Senhor demonstrou a sua bondade para conosco, concedendo-nos a terra como herança, para vivermos nela com todos os recursos naturais. Ele também expressou a sua bondade nos concedendo a herança da posteridade, que são os nossos descendentes. O Salmo 127 expressa muito bem isso: “Eis que os filhos são herança do Senhor , e o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.” (Sl 127.3-5).


Há, no entanto, um grande equívoco em relação à procriação. Muitos interpretam que esta ordem de Deus vale para os dias atuais da mesma forma e, portanto, não pode haver nenhum casal sem filhos e não pode haver limites na quantidade de filhos. Os mórmons, por exemplo, ensinam que o casamento é uma obrigação. Ora, a ordem de Deus para multiplicar-se e povoar a terra foi dada em um contexto em que havia apenas um casal em toda a terra. Se eles não se reproduzissem, a espécie humana estaria ameaçada de extinção. Hoje, no entanto, a realidade é outra, pois, a população mundial está em torno de 8 bilhões de pessoas. 


2- O sexo como complementação e satisfação. Conforme vimos acima, a função principal do sexo é a procriação e multiplicação da espécie. Mas esta não é a única finalidade. O sexo também tem a finalidade de proporcionar a complementação e satisfação do casal, no âmbito do casamento. Infelizmente, muitos religiosos vêem a relação sexual como pecaminosa ou vergonhosa. Mas isso não tem nenhum fundamento bíblico. Salomão assim se expressou sobre este assunto: Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente.” (Pv 5.18,19). Depois, no Livro de Eclesiastes, ele também disse: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol.” (Ec 9.9). O Livro de Cantares de Salomão, principalmente, é uma excelente obra, escrita para exaltar o relacionamento entre o marido e a sua esposa, de forma pura e prazerosa. 


Outro fator importante sobre o sexo como fonte de prazer do casal é que o a relação sexual no casamento serve para evitar os pecados sexuais. O apóstolo Paulo falando sobre isso assim escreveu: Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. 

O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.” (1 Co 7.2-5). 


O apóstolo ensina aqui que a relação sexual entre marido e mulher tem também o objetivo de satisfazer a ambos e evitar as tentações, por causa da abstinência. Ele explica também que, tanto o homem quanto a mulher, são devedores um ao outro de oferecer-lhe o prazer sexual. Portanto, não podem se negar a fazer isso. Infelizmente, há pessoas que fazem isso e acabam destruindo o casamento. Em nome de uma suposta santidade, há pessoas querendo viver como anjos e deixam o cônjuge em situação vulnerável diante das tentações sexuais. Há também casos de mulheres que querem negociar a prática sexual com o marido: se ele comprar o que ela quer, terá sexo. Caso contrário, não terá. Ora, isso é uma espécie de prostituição, pois está negociando o próprio corpo. 


O sexo conforme planejado por Deus é uma bênção! Dentro dos limites do casamento o sexo deve ser obrigatório e algo a ser celebrado. O sexo foi criado para o matrimônio e devemos desfrutar dele intensamente. Evidentemente, há diferenças entre homem e mulher nesta área, que devem ser entendidas e ajustadas. Há também problemas de saúde, que muitas vezes impedem o devido funcionamento da atividade sexual. Mas, com os avanços da medicina, isso também tem jeito. Há casos de ejaculação precoce, impotência sexual, frigidez (dificuldades de excitação e lubrificação), dificuldades para atingir o orgasmo, etc. que podem ser resolvidos com tratamento médico. Os problemas emocionais e de relacionamento também são responsáveis por problemas na área sexual. Não dá para imaginar uma mulher que foi maltratada pelo esposo durante todo o dia, relacionar-se sexualmente com ele à noite. 


3- O pastoreio cristão e a prática homossexual. A homossexualidade representa um grande desafio para a Igreja, não apenas os que estão lá fora, mas também casos que acontecem em nosso meio. Se por um lado temos que reprovar a prática homossexual, pois a Bíblia a condena como vimos no tópico anterior, precisamos ver os homossexuais como pessoas, que Deus ama e quer salvar. Outra coisa que devemos ter em mente é que o pecado da prática homossexual não é pior do que o adultério, a prostituição e outros pecados sexuais. O mesmo Deus que liberta as pessoas de outros pecados também pode libertar deste, caso a pessoa queira. 


Constantemente a Igreja Evangélica é acusada de ser homofóbica e preconceituosa, por discordar da prática homossexual. Mas é preciso separar as coisas. O fato de não concordarmos com esta prática, não significa que odiamos ou temos fobia de quem a pratica. Fobia, segundo o dicionário é o medo exagerado de algo ou de alguma situação, que gera no indivíduo uma sensação de terror, pânico, ansiedade e perturbação. Eu, particularmente, não concordo com a prática homossexual, pois a Bíblia a condena. Mas nem por isso eu entro em pânico quando vejo um homossexual. Tenho amigos e até parentes que são homossexuais e convivemos de forma respeitosa. 


Há, no entanto, em nosso meio, pessoas que têm atitudes hostis em relação aos homossexuais, que acabam bloqueando o acesso destas pessoas às Igrejas. Isso faz com que eles tenham receio de procurar ajuda nas Igrejas, pois temem que sejam discriminados ou envergonhados. Infelizmente a maioria dos evangélicos não estão preparados para lidar com esta questão ou para evangelizar homossexuais. A Igreja é a agência do Reino de Deus na terra e deve estar preparada para receber e oferecer abrigo a todos os tipos de pecadores. 


A Igreja precisa buscar conhecimento na área familiar e fortalecer os laços familiares através da oração, palestras, aconselhamentos e conscientização dos seus membros. Uma família desajustada é um terreno fértil para  a atuação do inimigo nesta área. A Igreja tem a obrigação de confrontar o machismo, o feminismo e toda e qualquer espécie de agressividade no lar. Para isso, o testemunho da Igreja é fundamental. Uma Igreja que tolera em seu meio, práticas iguais ou piores que as que existem lá fora, jamais terá autoridade moral para alcançar os perdidos. 


Se oferecemos ajuda a quem está no alcoolismo, drogas, prostituição, adultério, etc. por que não podemos fazer o mesmo com os homossexuais? June Hunt, em seu livro “Homossexualidade: Um caso de identidade trocada”, oferece algumas orientações de como ajudar um homossexual, que transcrevo resumidadmente abaixo:

  • Permita que Deus te usar na vida de um homossexual como uma “ponte” para Seu amor e Seu poder para conseguir a vitória.

  • Ame o seu próximo como a si mesmo. (Lucas 10:27)

  • Não mostre uma atitude condenatória contra homossexuais. (Mt 7.1)

  • Escute o que querem dizer sem interrupção. (Há tempo de falar e de calar). (Ec 3:7)

  • Mostre-lhe um amor e aceitação incondicional, mesmo que você reprove a sua conduta. Oriente a pessoa a buscar a Deus e intimidade com Ele. (Mt 6.33)

  • Ajude a pessoa a ver qual é a sua verdadeira identidade em Jesus Cristo. (Jo 1.12)

  • Mostre à pessoa algumas passagens bíblicas específicas para memorizar. (1 Co 10.13)

  • Interceda pela pessoa, pedindo a proteção de Deus através da oração. (Satanás sabia que Deus tinha colocado uma “cerca de proteção” ao redor de Jó) (Jó 1:10).

  • Faça a pessoa responsável pela própria mudança, não seja responsável por ela. (Ro 14.12).


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 20.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry: Deuteronômio.  Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 9.

MAHANEY C. J. Sexo, romance e a gloria de Deus. O que todo marido cristão precisa saber. Editora CPAD. 3 Ed. 2008.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo a luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 67-68.

HUNT, June. Homossexualidade: Um caso de identidade trocada.

Raymond Carlson - Thomas E .Trask – Loren Triplett – Dick Eastman -Tommy Barnett Charles T. Crabtree – John Bueno – Zenas J. Bicket - Nancie Carmichael. Manual Pastor Pentecostal Teologia e Práticas Pastorais. 3 Ed. 2005. pág. 568-569.


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Pb. Weliano Pires

14 julho 2022

AS PRINCIPAIS DISTORÇÕES DA SEXUALIDADE SADIA


Comentário do 2⁰ tópico da Lição 3: A sutileza da imoralidade sexual 

Conforme vimos no tópico anterior, a chamada Revolução Sexual trouxe um novo padrão de comportamento na área da sexualidade, afastando a sociedade ocidental cada vez mais dos princípios judaico-cristãos. O padrão bíblico para a sexualidade passou a ser considerado retrógrado e, portanto, um tabu a ser quebrado. Em virtude desse desregramento e vale tudo, a sexualidade humana tem sofrido distorções de várias espécies, que atentam contra a santidade do Criador e trazem graves consequências, tanto para quem pratica, quanto para os que estão ao seu lado. 


Na Bíblia há várias práticas que são condenadas tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, na área sexual: Adultério, cobiça à mulher do próximo, incesto, homossexualismo, fornicação, prostituição, lascívia e impureza sexual. No Antigo Testamento, a maioria destas práticas eram punidas com a morte, porém não havia punição para as intenções. No Novo Testamento, no entanto, não há punições físicas para quem cometer esses pecados, porém, há a advertência de que quem pratica estas coisas não herdará o Reino de Deus. Há também a inclusão dos pecados intencionais como os pensamentos impuros e a lascívia. 


Neste tópico estudaremos os três principais pecados sexuais que são a fornicação, o adultério e o homossexualismo. Veremos as definições destas palavras no grego, a abrangência de cada uma delas na Bíblia e nas sociedades antigas e as sutilezas do inimigo para fazer parecer que estes comportamentos são normais e devem ser tolerados. 


1- A prática da fornicação. A palavra fornicação é praticamente desconhecida, fora do meio evangélico. O termo mais conhecido é prostituição. Entretanto, a palavra prostituição atualmente tem um significado diferente do que tinha nos tempos bíblicos. Hoje quando falamos em prostituição, a pessoa entende que é alguém que vende o próprio corpo para atividade sexual. Mas na Bíblia vai muito além disso. 


A palavra grega traduzida por fornicação ou prostituição é "porneia", que deu origem à palavra "pornografia".  O significado de fornicação (Gr. porneia) na Bíblia é muito amplo. Esta palavra abrange  toda sorte de imoralidade sexual: adultério, fornicação, prostituição, relações homossexuais, pornografia, desejos ilícitos, incesto, impureza sexual, etc. É uma palavra genérica para qualquer tipo de imoralidade sexual. Nos textos de Mateus 5.32 e 19.9, ‘porneia’ aparece como sinônimo de infidelidade conjugal ou adultério. No texto de 1 Coríntios 5.1, a palavra de refere ao incesto, que é o relacionamento entre parentes de primeiro grau. Entretanto, em alguns textos aparece especificamente para se referir à relação sexual entre solteiros (1 Co 7.2; 1 Ts 4.3), enquanto adultério se refere especificamente à relação entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge, como veremos a seguir. 


O apóstolo Paulo orienta os crentes a fugirem deste pecado (1 Co 6.18). O crente é orientado a enfrentar o diabo e é ele que tem que fugir. Mas em relação à prostituição, o crente é recomendado a fugir. Paulo elaborou sete listas de pecados que impedem as pessoas de entrarem no Reino de Deus. Em cinco delas a fornicação ou prostituição (Gr. porneia) aparece como a primeira da lista (I Co 5.11; 6:9; Gl 5.19; Ef 5.3; Cl 3.15). O antídoto contra a fornicação é a vigilância constante e a fuga. Não tenha medo de ser acusado de “não gostar de mulher” (ou de homem, no caso das mulheres). É melhor fugir, como fez José, do que sucumbir diante do pecado. Não fique a sós uma mulher, onde as circunstâncias favorecem os pecados sexuais. 


2- Adultério: Não é crime, mas é pecado. No Brasil o adultério já foi considerado crime. O Artigo 240 do Código Penal de 1940 trazia a seguinte redação:

Art. 240 - Cometer adultério:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses.

§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu.

§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o conhecimento do fato.

§ 3º - A ação penal não pode ser intentada:

I - pelo cônjuge desquitado;

II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.

II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.

§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges;

II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317, do Código Civil.


Embora ninguém fosse punido por esta prática, esta lei só foi alterada em 2005 e o adultério deixou de ser crime. Mas, em muitos países regidos por leis islâmicas, continua sendo crime, punido com apedrejamento. O rigor, no entanto, é apenas em relação às mulheres e a poligamia não é considerada adultério. Nos países democráticos, onde o estado é laico, o adultério não é crime. Mas, diante de Deus continua sendo pecado.


No Antigo Testamento, adultério era o contato sexual de uma mulher casada ou comprometida com alguém que não fosse seu marido ou noivo, ou de um homem casado com uma mulher que não fosse sua esposa. A lei contra o pecado do adultério era rigorosa no Antigo Testamento. Quem a infringisse seria punido com a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). Entretanto, tolerava-se o concubinato e a poligamia para os homens. A chamada poliandria (vários maridos para uma só mulher) nunca foi permitida. Com o passar dos anos, a lei do adultério foi se afrouxando e dificilmente se condenava um homem à morte por adultério. O rigor era sempre contra as mulheres. Não se sabe ao certo o tempo exato em que o povo de Israel abandonou a execução por adultério. William L. Coleman afirma, em seu livro Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, que nos tempos de Jesus o adultério já não era mais caso de pena capital. O caso da mulher adúltera era apenas uma tentativa dos fariseus de pegarem Jesus em alguma falha. 


No Novo Testamento, indagado sobre a questão do divórcio, Jesus resgatou os princípios estabelecidos por Deus para o casamento no princípio e disse: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19.4-6). Aqui, o Senhor restabeleceu os princípios da heterossexualidade (macho e fêmea), monogamia (a sua mulher, no singular) e da vitaliciedade (o que Deus ajuntou, não o separe o homem). 


O Novo Testamento usa a palavra grega “moicheia” para se referir ao adultério, que é o relacionamento de uma pessoa casada (homem ou mulher), com alguém que não é o seu cônjuge. Jesus incluiu neste pecado, o olhar impuro para outra que não seja o seu cônjuge. Segundo o ensino de Jesus, se um homem cobiçar uma mulher que não seja a sua esposa, já cometeu adultério em seu coração (Mt 5.28). Incluiu também o caso das pessoas que se divorciam e se casam outra pessoa, não sendo por causa de infidelidade do cônjuge (Mt 5.32). O apóstolo Paulo, incluiu os adúlteros na lista das pessoas que não herdarão o Reino de Deus (1 Co 6.9). 


Sejamos fiéis à esposa que o Senhor nos deu. O adultério, além de ser um pecado contra Deus, é uma covardia contra o nosso cônjuge, contra os filhos e os familiares. Também traz consequências terríveis. No Livro de Provérbios há várias advertências sobre isso. Não podemos imaginar que vamos ser felizes, deixando pessoas destruídas para trás. Infelizmente, há pessoas achando que Deus vai abençoar um relacionamento adúltero. 


Assim como a fornicação, no adultério o remédio é a vigilância e a fuga. Precisamos criar filtros para nos proteger destes pecados, mantendo uma vida disciplinada e evitar intimidade com pessoas do sexo oposto. É preciso tomar cuidado também com elogios indevidos. Frases como: você está linda, você está elegante, você é um homem atraente, etc. só devem ser aceitas se vierem do nosso cônjuge. Também devemos evitar conversas particulares com pessoas do sexo oposto, principalmente sobre assuntos sentimentais. Em aconselhamentos a uma mulher, a esposa sempre deve estar junto. 


3- Homossexualidade: Uma contradição da ordem natural. Assim como o adultério, a prática homossexual também já foi considerada crime. No Brasil colônia era tipificado como “crime de sodomia”. Somente em 1830, com a Constituição do Império, deixou de ser crime. Mas continuou sendo extremamente repudiado pela sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerava o homossexualismo como uma doença mental. Somente em 1990 foi retirado do rol de doenças mentais. 


Diferente dos praticantes da fornicação e do adultério, muitos homossexuais são militantes desta causa e exercem grande influência nos meios acadêmicos, jurídicos, políticos e nos meios de comunicação. Segundo pesquisadores, o movimento de militância homossexual teve início a partir dos fatos ocorridos em 28 de junho de 1969 em Nova York, quando a polícia fechou um bar gay e, sob protestos, expulsou os clientes do lugar. Este episódio ocorreu no contexto da revolução sexual, da contracultura e luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. A partir daí, o movimento vem ganhando adeptos e simpatizantes pelo mundo, mudando leis para impor a sua ideologia e criminalizar quem dela discorda.


Do ponto de vista bíblico, desde o princípio, as relações homossexuais são duramente condenadas, tanto no Antigo como no Novo Testamento.    (Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22; Rm 1.24-28; I Co 6.10; Jd 7). Esta reprovação à pratica homossexual na Bíblia se dá porque ela contraria a ordem natural da criação, conforme registrada na Bíblia e não por causa ee preconceito (Gn 1-2; Rm 1.26; 1Co 6.9,10; 1 Tm 1.10).


A primeira menção a este pecado foi na cidade de Sodoma, que foi destruída por Deus, por causa do pecado. Ló, sobrinho de Abraão, vivia nesta cidade e, diz a Bíblia, que ele afligia a sua alma justa, por causa do pecado daquele povo. Quando Ló recebeu a visita de dois anjos em sua casa, para anunciar o anúncio da destruição da cidade e retirá-lo de lá antes da destruição da cidade, os homens de Sodoma tentar invadir a casa dele para terem relações com os anjos: “E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos”.  (Gn 19.4,5). Por causa deste pecado em Sodoma, a prática homossexual ficou conhecida como sodomia.


O verbo hebraico "yada", traduzido neste por "conhecer" tem conotação sexual, como podemos perceber nos textos a seguir: E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu (yada) e teve a Caim […] E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete” (Gn 4.1,25); E conheceu (yada) Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque” (Gn 4.17).


O movimento homossexual faz um esforço enorme para fazer as pessoas acreditarem que a homossexualidade é um fator genético e que o ser humano nasce assim. Entretanto, apesar de todo esse esforço, não há nenhum dado científico confiável que comprove esta tese. Não existe ordem cromossômica homossexual. Portanto, a homossexualidade é um comportamento adquirido através de vários fatores, como resposta a um trauma ou influência do meio em que a pessoa foi criada. Tem também, evidentemente, a ação do inimigo que leva a pessoa a comportamentos contrários à vontade de Deus como no caso do adultério, prostituição e muitos outros. 


Esta é uma questão delicada para a Igreja tratar. Não podemos discriminar os homossexuais, ou tratá-los como pessoas endemoninhadas. São almas que necessitam de salvação como os demais. Mas também não podemos concordar com esta prática, pois a Bíblia a condena. 


Deus pode transformar os homossexuais, se eles derem ouvidos à Palavra de Deus. Mas a decisão é deles. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, falou que alguns sodomitas e efeminados de Corinto foram libertados deste pecado e serviam a Deus na igreja: “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (I Co 6.11).


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pág. 65-66.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 808-809.

TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 891.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo. à luz da Bíblia. Editora CPAD. págs. 25-30; 61-62.

PEARCEY, Nancy. Ama o teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p.175).


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Pb. Weliano Pires


12 julho 2022

A REVOLUÇÃO SEXUAL

Imagem: Brasil Paralelo.

COMENTÁRIO DO 1º TÓPICO DA LIÇÃO 3: A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL.


A revolução sexual está intrinsecamente relacionada ao Iluminismo e, principalmente, ao movimento feminista. Devido ao seu ápice ter sido nos anos 60, mais especificamente em maio de 1968, a maioria das pessoas pensam que a revolução sexual teve início nessa época. Mas as teorias desse movimento de liberdade ou libertinagem sexual, remontam aos séculos XVIII e XIX. Por volta de 1789, durante a Revolução Francesa, alguns pensadores, como o biólogo Aldres Kinsey, Marquês de Sade (de cujo nome vem a palavra sadismo, que é o prazer pelo sofrimento alheio), William Godwin, Mary Wollstonecraft e Percy Shelley, foram escritores subversivos e depravados, que naquela época já publicaram teorias sexuais libertinas, defenderam o aborto, o incesto, a pornografia e outras abominações. Por outro lado, atacavam o Cristianismo e o casamento. 


A segunda fase da Revolução Sexual se deu a partir de 1960. Valendo-se do rádio, televisão e outros meios de comunicação, os ideólogos deste pensamento libertino difundiram as suas idéias em forma de contracultura. Nesta fase foram criados difundidos os contraceptivos, os preservativos, os objetos eróticos e as técnicas de aborto. Tudo isso tinha o objetivo de estimular o sexo sem compromisso e contestar a família tradicional e a sexualidade restrita ao casamento. 


Em 2 de maio de 1968 aconteceu o histórico protesto de estudantes franceses contra as divisões de dormitórios masculinos e femininos nos alojamentos das universidades. Este movimento ficou conhecido pela frase: “É proibido proibir”. Grupos políticos de esquerda e artistas famosos, que também eram contrários à moralidade judaico-cristã, se uniram a estes protestos de estudantes, defendendo a liberdade sexual, as drogas e a rebeldia. Este movimento de artistas ficou conhecido como Movimento Hippie. Usavam roupas opostas aos modelos tradicionais, os homens usavam barbas e cabelos grandes e abusavam das drogas. Muitos destes artistas morreram de overdose. 


1- Um novo paradigma para a sexualidade. Há dois equívocos em relação à sexualidade humana, que que devem ser rejeitados: o primeiro é a ideia de que o sexo é mau e deve ser evitado. O segundo é a libertinagem sexual, ou o sexo compromisso e sem nenhum princípio. O sexo é algo puro e prazeroso, criado por Deus, não apenas para a procriação como alguns pensam. Deus criou o relacionamento sexual com duplo propósito: a multiplicação da espécie humana e o prazer dentro do casamento. 


Quando Deus criou o primeiro casal, Ele estabeleceu princípios para o relacionamento sexual: “Por isso deixará o homem, seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois numa só carne” (Gn 2.24). A palavra hebraica traduzida por unir-se neste texto é "tabar", que significa estar juntos numa relação sexual. Na língua grega o apóstolo Paulo citou este mesmo texto, em Efésios 5.31 e usou a palavra "proscalau", que significa intimidade sexual. Existe outra palavra grega "calau", que se refere ao acasalamento dos animais, que é feito sem sentimentos e sem princípios morais. 


Este paradigma judaico-cristão moldou a sociedade ocidental durante muitos séculos, principalmente os países de origem católica e protestante. Os parâmetros das relações sexuais eram aqueles que estão expostos na Bíblia, ou seja, o relacionamento sexual era heterossexual, monogâmico e restrito ao casamento, que era vitalício. A sociedade não via como normal outras práticas diferentes disso e aqueles que praticavam a imoralidade, o faziam às escondidas, pois era algo vergonhoso e reprovado pela sociedade, embora fora do meio religioso, esse padrão era exigido apenas das mulheres. Muitos homens se relacionavam com prostitutas antes do casamento e tinham amantes após o casamento. 


2- A quebra de um “tabu”. Com o advento da revolução sexual e a cultura da contestação do Cristianismo e seus valores, a sociedade ocidental aos poucos foi se afastando deste padrão judaico-cristão e mergulhando na promiscuidade e perversão sexual. As telenovelas passaram a exibir comportamentos que até então, eram tidos como imorais, como o uso de anticoncepcionais, o divórcio, a infidelidade conjugal, o sexo entre solteiros, o aborto, a prática homossexual, etc. 


Outro fator que contribuiu para o aumento da imoralidade foi o crescimento da indústria pornográfica, através de fotos, vídeos e contos eróticos, envolvendo práticas sexuais pervertidas e contrárias aos princípios cristãos. Inicialmente, apenas os homens consumiam esse tipo de publicação, de forma privada. Muitos rapazes escondiam revistas embaixo do colchão, ou em locais onde a mãe e as irmãs não tivessem acesso. Com o passar dos anos, as mulheres também passaram a usar esse tipo de material. Hoje em dia, pasmem, até pessoas que se dizem evangélicas, fazem uso de material pornográfico.  


A divulgação dessa cultura promíscua, aos poucos foi criando na sociedade ocidental, a ideia de que os valores cristãos são retrógrados, ou tabus a serem quebrados. Até mesmo nas escolas é ensinada essa cultura de liberdade sexual. A ideia de manter-se puro e casar virgem é ridicularizada entre a juventude, a ponto de jovens terem vergonha de confessar que ainda são virgens. 


Os governos distribuem preservativos até para adolescentes em hospitais e escolas. A única ressalva que se faz hoje em dia é para que se previnam em relação a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e evitem a gravidez precoce. A ex-ministra Damares Alves, que é evangélica, foi muito criticada porque recomendou aos adolescentes a abstinência sexual como prevenção.  


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

VALADÃO, Márcio. Sexo, Bênção ou Maldição. Editora Profetizando Vida.

MAZZAROLO, Izidoro. Homossexualidade e Sexualidade na Bíblia – Alguns tópicos para debate.

PEARCEY, Nancy. Ama o teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.11,12).


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Pb. Weliano Pires

MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...