17 dezembro 2021

ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULO NO TEMPLO

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)


Neste terceiro tópico abordaremos os fatos relacionados à prisão do apóstolo Paulo no templo em Jerusalém. Primeiro falaremos a respeito da ilegal e violenta prisão de Paulo, que aconteceu mediante acusações mentirosas e tumulto generalizado. A seguir, falaremos sobre o momento em que Paulo entrou no templo e, com coragem, enfrentou os seus algozes, ávidos por violência, querendo linchá-lo a todo custo. Por último, discorreremos sobre o encontro e diálogo do apóstolo Paulo com o comandante Cláudio Lísias, que o confundiu com um agitador egípcio, que liderou uma tentativa de rebelião em Jerusalém e era procurado em todo o império romano. 

1. As acusações mentirosas contra Paulo. A acusação era de que Paulo era inimigo da Lei Mosaica e do Templo. Paulo foi informado de que milhares de judeus haviam crido. Entretanto, estes crentes judeus suspeitavam de Paulo, porque ouviram que ele ensinava aos judeus que viviam fora de Israel, que não deveriam circuncidar os seus filhos nem observar os costumes judaicos como as leis dietéticas e o comer com os gentios. Na verdade, os judeus haviam distorcido a pregação de Paulo, pois, ele não tinha deixado de ser judeu quando se tornou cristão e nunca tinha ensinado os cristãos judeus a não circuncidarem os filhos. Ele mesmo havia circuncidado Timóteo (At 16.3) e fez um voto de nazireu na Acaia (At 18.18). Agora estava na Festa do Dia de Pentecostes em Jerusalém, que era uma festividade judaica. 

A acusação de que Paulo havia profanado o templo, introduzindo estrangeiros lá, também era mentirosa. Na verdade, Paulo estava passando pela purificação justamente para não profanar o templo. No templo havia um muro que separava o pátio dos gentios das demais áreas. Portanto, não havia a possibilidade dos gentios irem além do muro e caso, conseguissem, a responsabilidade era única e exclusivamente de quem ultrapassou o muro. 

2. A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes.

A cidade de Jerusalém estava em festa. Era a festa do Pentecostes, uma das mais importantes de Israel, e milhares de judeus vieram de várias partes do mundo para participarem desta festa tradicional. No meio desta multidão estavam os judeus que vieram da Ásia e odiavam a Paulo. Estes reconheceram Paulo na cidade e incitaram os judeus de Jerusalém e as autoridades contra ele. Quando Paulo adentrou ao templo, estes judeus provocaram grande alvoroço e agarraram a Paulo, com extrema violência. O intuito deles era provocar o linchamento do apóstolo alí mesmo, sem passar por qualquer audiência ou julgamento das autoridades.

Entretanto, a notícia deste tumulto no templo se espalhou rapidamente e o comandante romano Cláudio Lísias enviou as tropas ao local, para algemar Paulo e conduzir ao quartel general, que ficava na chamada Fortaleza Antonia  (At 21,30-36). Uma corte romana tinha 760 soldados da infantaria e 240 da cavalaria, todos comandados por um oficial romano. 

Inicialmente, este comandante acreditava que se tratava de um egípcio, que era um agitador político, que havia intentado uma rebelião contra o imperador romano em Jerusalém  (At 21.38).    

3. Paulo dialoga com Lisias (At 21.37-40). O comandante Cláudio Lísias interrogou Paulo pessoalmente. Percebendo que Paulo falava o idioma grego de forma culta, o comandante descobriu que não se tratava de nenhum agitador político. Paulo perguntou em grego que comandante, se poderia falar algo em sua defesa:

– Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo. (At 21.39). 

O comandante lhe permitiu e Paulo, erguendo mão para a multidão, falou-lhes em hebraico. Alguns estudiosos da Bíblia dizem que Paulo falou em aramaico, por causa da frase usada por Lucas (te hebraidi dialekto, que significa “no dialeto hebraico"):   

– Varões, irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. (At 22.1-3).

Paulo prendeu a atenção dos ouvintes, faltando daquilo que eles gostavam, que era a lei e as tradições judaicas. Falou do seu passado como fariseu, doutor da lei formado pelo rabino Gamaliel e perseguidor do "Caminho", como eram conhecidos os cristãos na época.  (At 22.4,5). Depois falou sobre isso seu encontro com Jesus no caminho de Damasco e que fora enviado a pregar o Evangelho aos gentios. Quando ouviu esta parte, a multidão sentiu-se ofendida e gritou a uma sou voz:

– Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva! (At 22.22).

O comandante Cláudio Lísias não entendeu a defesa de Paulo à multidão, porque não falava hebraico. Ao ver a fúria da multidão, ficou sem entender nada e ordenou que açoitassem a Paulo para arrancar dele alguma confissão. Quando estavam amarrrando Paulo a fim de torturá-lo,  este perguntou ao oficial: 

– É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? (At 22.25). 

O oficial recuou e recomendou cautela ao comandante Lisias, pois se tratava de um cidadão romano: 

– Vê o que vais fazer, porque esse homem é romano. (At 22.26).

Lísias foi com o oficial até Paulo e lhe perguntou:

– Dize-me, és tu romano? (At 22.27).  Paulo respondeu que sim. Imediatamente, Lísias mandou que o desamarrassem e o vestissem.  A partir deste momento, Paulo foi protegido e encaminhado às autoridades romanas. 


REFERÊNCIAS:

Ball. Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. Editora CPAD. pag. 92-93.      

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. págs. 756; 758-759.    

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682.      

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.        

LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 433–439.


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Pb. Weliano Pires

16 dezembro 2021

A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE.

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Neste segundo tópico falaremos a respeito da coragem do apóstolo Paulo, para enfrentar as ameaças de morte. Esta não era uma coragem natural, oriunda da bravura e obstinação humanas. O Espírito Santo era a fonte desta coragem para morrer pela causa do Evangelho. Era o Espírito Santo que impulsionava Paulo, enchia-o de coragem e falava ao coração dele, para realizar a vontade de Deus, mesmo enfrentando prisões, açoites e até a morte. 

1. A coragem do apóstolo pela voz do Espírito. Havia uma convicção extraordinária no coração de Paulo, de que ele deveria enfrentar os seus algozes, mesmo sabendo que sofreria muito e poderia até morrer. Ele tinha certeza de que estava cumprindo a sua missão de padecer pelo nome de Jesus. 

Como vimos no tópico anterior, Paulo estava em Cesaréia, na casa de Filipe, o evangelista, a caminho de Jerusalém. Ele não resolveu, por conta própria, ir a Jerusalém. Ao longo do Livro de Atos, podemos perceber que ele era guiado pelo Espírito Santo. Houve viagens que ele queria fazer e o Espírito Santo não lhe permitiu (At 16.7). Em outros casos, o Espírito Santo mostrou em visão, para onde ele deveria ir (At 16.9,10).

Em Cesaréia, um profeta chamado Ágabo, foi usado pelo Espírito Santo para informar que Paulo seria preso em Jerusalém (At 21.10,11). Ágabo já era conhecido de Paulo, pois, já haviam trabalhado juntos, havia uns quinze anos, levantando uma oferta para as vítimas da grande fome que assolou a Judeia, que havia sido profetizada pelo próprio Ágabo. (At 11.27-30).

Os irmãos em Cesaréia imploraram para que Paulo não fosse a Jerusalém. Se eles pudessem prever os detalhes do que viria após a prisão de Paulo, teriam entendido que aquela era a Vontade de Deus. Depois que Paulo preso em Jerusalém, logo foi logo enviado a Cesaréia, o mesmo lugar onde ele estava agora (At 23.33) e lá continuou por dois anos (At 24.27) como um prisioneiro em regime aberto, podendo ensinar livremente a Palavra de Deus aos que o visitavam. Então, a igreja em Cesaréia teve muito mais da companhia e ajuda de Paulo após a sua prisão, do que poderiam ter se ele continuasse livre. 

Paulo estava convicto de que estava fazendo a vontade de Deus e não poderia recuar. Por isso, falou aos irmãos que não chorassem e não lhe magoassem o coração, pois ele estava pronto não apenas para ser preso, mas também a morrer pelo Nome do Senhor em Jerusalém (At 21.13). Paulo não está vendo aqui nenhuma virtude no próprio sofrimento, como se fosse um masoquista, que sente prazer no próprio sofrimento. Ele vê o sofrimento pelo Evangelho como parte do seu ministério. 

Diante da coragem e convicção demonstradas por Paulo, os irmãos se convenceram de que não poderiam impedi-lo Certamente entenderam que o Espírito Santo estava guiando Paulo a Jerusalém. Então, eles disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (At 21.14).

2. A chegada em Jerusalém. Paulo partiu de Cesaréia para Jerusalém, acompanhado de alguns cristãos de Beréia, Tessalônica, Derbe e Éfeso, entre eles estavam Lucas e Timóteo.  A distância entre Cesaréia e Jerusalém era de aproximadamente 100 km, cerca de dois dias de viagem. 

Chegando em Jerusalém, Paulo e sua comitiva ficaram hospedados na casa de um antigo discípulo, chamado Mnason, que era natural de Chipre, conterrâneo de Barnabé e tinha casa em Jerusalém (At 21.16). A notícia de que Paulo estava na cidade se espalhou rápido e houve uma recepção calorosa a ele, por parte da Igreja de Jerusalém. No dia seguinte, os presbíteros se reuniram com Paulo e ele passou a relatar-lhes as maravilhas que Deus havia feito no campo missionário por seu intermédio (At 21.17-19). 

3. Paulo se depara com seus oponentes judeus. Nesta reunião com os presbíteros de Jerusalém, estavam Tiago, o irmão do Senhor, que era líder da Igreja (At 21.18; Gl 2.9). Estes obreiros do Senhor ouviram os testemunhos de Paulo, a respeito da obra missionária e se alegraram. Entretanto, não deixaram de alertá-lo sobre o ódio que os judeus nutriam por ele e as falsas acusações que eles espalhavam a seu respeito, como veremos no próximo tópico. 

Para tentar contornar a situação de Paulo com os judeus e desfazer qualquer mal entendido a respeito da sua pregação, Tiago e os anciãos da igreja sugeriram que Paulo reunisse quatro homens que haviam feito o voto de nazireu, pagasse as despesas deles e raspasse a sua própria cabeça, para provar que ele não era inimigo da Lei (At 21.23,24). Evidentemente, eles não estavam sugerindo que Paulo renegasse a justificação pela fé e voltasse às práticas da Lei. Era apenas uma questão cultural. Paulo seguiu a orientação deles, mas não adiantou. Quando os judeus vindos da Ásia o viram no templo, causaram grande alvoroço e lançaram mão dele para linchá-lo. 

REFERÊNCIAS:

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. págs. 429-432.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos - Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. págs. 252; 753-756. 

Comentário Matthew Henry Novo Testamento: ATOS A APOCALIPSE.  Edição completa. pag. 233-234.  Rio de Janeiro: CPAD. 

Revista Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, n° 87, p.42

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Pb. Weliano Pires

15 dezembro 2021

A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Desde o início deste trimestre temos visto que Paulo foi chamado para ser apóstolo dos gentios. Nesta chamada estava incluído o “padecer pelo Nome do Senhor”, conforme o Senhor Jesus revelou a Ananias, diante da relutância dele em ir à casa de Judas, orar por Saulo: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. (At 9.15,16). 

Logo que Saulo começou a pregar em Damasco, pouco depois da sua conversão, os judeus formaram conselho entre si para o matarem e Saulo teve que fugir de noite, descendo em um cesto por cima do muro (At 9.23). Saulo fugiu para Jerusalém e começou a pregar ousadamente a Palavra do Senhor e lá também, os helenistas procuraram matá-lo (At 9.29). Então, Paulo iniciou o seu ministério sob intensa perseguição. O Espírito Santo lhe revelava de cidade em cidade, que perseguições e prisões o esperavam. Portanto, Paulo tinha plena consciência de que deveria padecer por Jesus.

Infelizmente, nas últimas décadas, a famigerada teologia da prosperidade tem invadido os arraiais evangélicos e deturpado o conceito de ser cristão, propagando a falsa ideia de que o cristão não pode sofrer e que triunfará neste mundo. Tanto as Escrituras quanto a história da Igreja provam que isso não tem fundamento. Jesus advertiu aos seus discípulos de que eles seriam odiados por todas as gentes, perseguidos e mortos por causa do Nome dele (Mt 24.9). 

1. A insistência de Paulo em ir a Jerusalém. Os acontecimentos descritos nesta lição ocorreram no retorno da terceira viagem missionária de Paulo. Nas outras duas viagens, o apóstolo partiu de Antioquia da Síria, traçou um roteiro por várias cidades e retornou para Antioquia. 

Na terceira viagem missionária, Paulo partiu novamente de Antioquia, percorreu a Galácia e a Frígia, passou por várias cidades da Ásia e chegou a Éfeso, onde permaneceu por três anos, ensinando à Igreja. Depois passou por Tessalônica e seguiu até Corinto, onde ficou três meses. De Corinto, voltou por Trôade, Assoz e depois para Mileto, onde fez um discurso de despedida aos anciãos de Éfeso. 

Paulo estava decidido a ir a Jerusalém, levando consigo uma oferta que havia arrecadado para os pobres. De Mileto, Paulo seguiu de navio para Tiro e Ptolemaida. Depois para Cesaréia, onde hospedou-se na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos. Em Cesaréia, foi avisado pela profecia de Ágabo, um judeu que viera da Judéia, que seria preso em Jerusalém. 

Parece teimosia do apóstolo Paulo ir a Jerusalém, mesmo tendo sido avisado por profecia, de que seria preso. Entretanto, Paulo estava na direção do Espírito Santo e discerniu que a profecia seria apenas o aviso daquilo que o esperava e não uma ordem para que ele não fosse. 

2. De Mileto para Tiro. Após a reunião com os anciãos de Éfeso em Mileto, Paulo partiu com os seus companheiros de navio, em direção a Tiro na Fenícia. Lucas narra em detalhes as fases desta viagem. No primeiro dia, chegaram à ilha de Cós, a aproximadamente sessenta e cinco quilômetros de Mileto. No segundo dia, navegaram até à grande ilha de Rodes e, no terceiro dia, seguiram para o porto da cidade de Pátara. Em Pátara, passaram para um navio maior que ia à Fenícia. 

Quando chegaram a Tiro, os discípulos se reuniram e aconselharam Paulo a não ir a Jerusalém, prevendo os riscos que ele corria. Percebendo que não conseguiriam fazê-lo desistir de ir a Jerusalém, estes irmãos dobraram os joelhos na praia junto com Paulo e oraram por ele. Esta oração o encorajou e serviu como um bálsamo do Espírito Santo para o apóstolo. É muito importante, nos momentos difíceis da nossa caminhada com Cristo, podermos contar com companheiros de oração, que intercedam por nós. 

3.   Passando por Cesaréia. Partindo de Tiro, Paulo navegou em direção a Cesaréia. Nesta rota, parou na cidade de Ptolemaida, que ficava a 64 km de Cesaréia. Esta era a antiga cidade de Aco (Jz 1.31) e recebeu este nome em homenagem ao governador egípcio Ptolomeu II. Em Ptolemaida, o apóstolo cumprimentou os irmãos e ficou um dia com eles. Chegando em Cesaréia, Paulo hospedou-se na casa de Filipe, que havia se mudado para lá há vinte anos. Filipe era um dos sete diáconos, que teve que sair de Jerusalém, na ocasião da execução de Estevão, da qual Paulo havia participado. Agora estavam juntos o outrora perseguidor e o perseguido, como irmãos em Cristo, que levavam a mensagem do Evangelho aos perdidos. Paulo passou oito dias na casa de Filipe, em um ambiente espiritual. De um lado, Paulo, apóstolo e mestre da Igreja. Do outro, Filipe, um diácono e evangelista, com as suas quatro filhas, que eram profetizas. Certamente, devem ter partilhado muitas experiências com Deus e testemunhos do que Deus fizera através de ambos, no campo missionário.


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 751-752.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pags. 415-416; 428-429.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. pag. 232-233.


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Pb. Weliano Pires


13 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: PAULO E A SUA CORAGEM DIANTE DA MORTE


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR

Na lição passada estudamos o zelo do apóstolo Paulo para com a Sã doutrina. Conforme já vimos, Paulo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor Jesus e o entregou fielmente às Igrejas que ele fundou e discipulou. 

No primeiro tópico da lição falamos sobre as definições das palavras ortodoxia e heterodoxia.  Ortodoxia é o ensino que está de acordo com aquilo que Jesus e os apóstolos ensinaram. Heterodoxia, por sua vez, é todo ensino que não se fundamenta na Palavra de Deus.  

No segundo tópico falamos da ameaça da corrupção doutrinária nos dias de Paulo. O apóstolo advertiu as Igrejas, a respeito de alguns obreiros que ensinavam "outra doutrina" ou "outro evangelho". Entre estes ensinos diferentes estavam os judaizantes e os gnósticos.

No terceiro e último tópico, falamos sobre a Igreja como a guardiã da Sã Doutrina. Paulo declarou que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Cabe a ela, portanto, anunciar e defender a verdade bíblica perante o mundo, contra as vãs filosofias, doutrinas de homens e de demônios.


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12

Na lição desta semana falaremos sobre "A coragem do apóstolo Paulo diante da morte." Como Fariseu, Paulo sabia perfeitamente o que é morrer pela sua fé. O partido dos Fariseus nasceu exatamente neste contexto, durante o período chamado de interbíblico. O povo Judeu foi dominado pelos babilônios e foram levados da sua terra. Depois os medos e os persas venceram os babilônios e continuaram com o domínio dos judeus. Durante o governo Persa, Deus concedeu o retorno dos judeus para a sua terra, após setenta anos de cativeiro. 

Os gregos dominaram o mundo com Alexandre Magno, porém não impediam a religião dos povos dominados. Após a morte de Alexandre, o seu reino foi dividido entre os seus generais. A região de Israel ficou sob o domínio do Egito, que era governado pelos Ptolomeu. Depois, este domínio passou para a Síria, governada pelos Selêucidas. Um destes governantes da Síria, chamado Antíoco IV Epifânio, foi cruel e quis exterminar o Judaísmo. Este homem profanou o Templo, construindo ali um altar a Zeus e mandando sacrificar um porco. Isso desencadeou a revolta dos Macabeus, liderada por Judas Macabeus e seus irmãos. A classe sacerdotal, dominada pelo partido dos saduceus, aderiram às regras absurdas de Antíoco e se adaptaram à cultura grega. Mas, muitos Judeus preferiam morrer, a renegar a sua fé e seus princípios. Entre estes estavam os Fariseus. 

No início do Cristianismo, Paulo perseguiu duramente a Igreja de Cristo e viu muitos cristão sendo torturados e mortos por sua fé, entre eles Estevão, de cuja execução ele participou. Desde o seu encontro com o Senhor Jesus, Paulo sabia que ser Cristão era estar pronto a morrer por Jesus a qualquer momento. O Espírito Santo revelava a Paulo de cidade em cidade, que lhe esperavam prisões e açoites até que, finalmente, o Senhor lhe revelou que ele seria morto. Na ocasião, ele escreveu a segunda Epístola a Timóteo, dando-lhe as últimas instruções e praticamente se despedindo. 

No primeiro tópico da lição falaremos sobre a consciência que Paulo tinha de que deveria padecer pelo Evangelho. Paulo reuniu os anciãos da Igreja de Éfeso e fez um discurso emocionado em tom de despedida. Mesmo sendo avisado pelas profecias de Ágabo, de que seria preso em Jerusalém, Paulo não recuou e disse que estava pronto não apenas para ser preso, mas para morrer pelo nome do Senhor em Jerusalém. Ele sabia que isso fazia parte do seu chamado para "padecer pelo nome do Senhor". 

No segundo tópico, falaremos sobre a coragem sobrenatural do apóstolo Paulo para enfrentar a morte. Ele conhecia o ódio que os judeus tinham dele. Sabia que os judeus queriam matá-lo e foi avisado por profecias de que seria preso. Mesmo assim, enfrentou a situação e não fugiu. Para encarar o perigo de ser morto, dessa forma, tem que ter fé e esperança da vida eterna. Quem está na dúvida, foge. Esta coragem que o apóstolo Paulo demonstrou vinha da sua íntima comunhão com o Senhor. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre as acusações e prisão do apóstolo Paulo, no Templo em Jerusalém. Um grupo de judeus vindos da Ásia para a festa do Pentecostes, fizeram grande alvoroço e tentaram linchá-lo. A informação chegou rápido ao comandante militar Cláudio Lísias. Imediatamente, as tropas romanas tiraram Paulo do local para não ser morto. Este comandante confundiu Paulo com um rebelde egípcio, que havia incitado os seus seguidores a atacarem Jerusalém. Mas, ao interrogar Paulo, vendo o grego sofisticado, descobriu que não era ele e que Paulo era cidadão romano. Isso o levou a agir com cautela e colocar Paulo em segurança.


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Pb. Weliano Pires

12 dezembro 2021

Lição 12: A Coragem do Apóstolo Paulo Diante da Morte


19 de dezembro de 2021.

TEXTO ÁUREO:

“E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.” (2 Coríntios 4.11)

VERDADE PRÁTICA:

O Espirito Santo nos prepara para sofrer por Jesus Cristo e suportar as angústias e aflições na obra de Deus.”

HINOS SUGERIDOS: 234, 294, 382 da Harpa Cristã.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 9.15 É preciso padecer pelo nome de Jesus

Terça – At 20.24 Não devemos tomar nossa vida por preciosa

Quarta – At 21.13,14 Não se pode impedir a vontade de Deus

Quinta – At 20.17-38 O encorajamento de Paulo aos anciãos

Sexta – At 21.27,28 Acusações contra o apóstolo Paulo

Sábado – 2 Co 4.17 Uma leve e momentânea tribulação

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 21.7-15

7- E nós, concluída a navegação de Tiro, viemos a Ptolemaida, e, havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia.

E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.

9- Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.

10- E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judeia um profeta, por nome Ágabo;

11- e, vindo ter conosco, tomou a cinta de Pauto e, lingando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espirito Santo; Assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios.

12- E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém,

13- Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.

14- E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor!

15- Depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém.

OBJETIVO GERAL: 

  • Conscientizar a respeito da coragem diante da morte.
  • Mostrar a consciência de Paulo quanto à padecer por Jesus;
  • Apontar a coragem para enfrentar as ameaças de morte;
  • Destacar as acusações e prisão de Paulo no Templo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O nosso tempo é marcado pelo imediatismo. Pouco de nós se prepara a morte. Aliás, só de ouvir a palavra “morte”, muda o humor, a tristeza domina o ambiente. A vida e o ministério de Paulo mostram que a coragem diante da morte não é escapismo, mas resultado concreto da dimensão profunda da fé que domina a vida do cristão. Essa dimensão salvífica mudou o olhar do apóstolo para o que faz sentido na vida concreta. Dessa forma, ter de escolher entre estar com Cristo e permanecer na Terra, o apóstolo não tinha dúvida: escolheria estar com Cristo. Para Paulo, permanecer neste mundo só se justificaria se fosse para desgastar-se pela causa do Evangelho.

INTRODUÇÃO

Nosso Senhor deseja que tenhamos consciência a respeito do nosso chamado no Reino de Deus. Muitas vezes, esse chamado requer fazer a sua vontade, mesmo que essa atitude coloque em risco a nossa vida. É sobre essa coragem para fazer a vontade de Deus que estudaremos nesta lição.

PONTO CENTRAL: Tenha coragem diante da morte.

I- A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

1. A insistência de Paulo em ir a Jerusalém. Nas primeiras lições deste estudo, vimos que, por meio da resposta divina a Ananias, nosso Senhor disse que Paulo haveria de padecer pelo seu nome (At 9.15). Esse tempo havia chegado para o apóstolo, haja vista o seu desejo de ir a Jerusalém, mesmo após ouvir o profeta Ágabo dizer-lhe que os judeus o entregariam nas mãos dos gentios (At 21.11). Entretanto, por meio do Espírito Santo, Paulo discerniu que era a vontade de Deus que ele enfrentasse prisões e açoites pelo nome de Jesus, conforme ele mesmo reconhece: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira” (At 20.24). A profecia de Ágabo, porém, não tinha caráter decisivo, mas deixava o apóstolo com a consciência livre para ir ou não a Jerusalém. Ele sabia que seu sofrimento era inevitável, primeiramente, em Cesareia; depois, em Jerusalém. É preciso que todo obreiro tenha pleno discernimento das circunstâncias por fazer a vontade de Deus.

2. De Mileto para Tiro. Paulo tomou uma embarcação que ia de Mileto para Tiro (At 21.6,7) e sua despedida em Mileto foi muito especial. O apóstolo decidiu, em seu coração, que deveria ouvir a voz do Espírito e partir (At 20.17-38: 21.1-6). Nada mais o prenderia, nem mesmo os filhos da fé que ele fizera para Cristo. Em Tiro, Paulo se encontrou com discípulos da cidade e foi ali que lhe aconselharam a não ir a Jerusalém, pois enfrentaria muitas ameaças. Esses irmãos oraram de joelhos na praia pelo e com o apóstolo (At 21.3-5). Nesse lugar havia o bálsamo espiritual misturado à tristeza da despedida. Esse episódio mostra o quanto devemos cuidar um dos outros, principalmente, quando nos encontramos numa missão espiritual.

3. Passando por Cesareia. Nesta cidade, o apóstolo aproveitou a ocasião para fortalecer a fé dos cristãos de Cesareia. Ali, Paulo encontrou um dos diáconos eleitos em Jerusalém, que se tornara um evangelista inflamado pelo Espirito: Filipe. Este recebeu e hospedou o apóstolo e seus companheiros em sua própria casa. Segundo a narrativa de Lucas, Filipe era homem espiritual e suas quatro filhas donzelas eram profetisas (At 21.8,9) Nessa permanência de oito dias em Cesareia, Paulo não se organizou para ficar mais tempo, e resolveu seguir pela estrada até Jerusalém. É muito significativo quando o nosso coração, inflamado pela convicção do Espírito Santo, persevera em cumprir a missão outorgada por Ele.

SÍNTESE DO TÓPICO I

O apóstolo Paulo tinha plena consciência acerca da inevitabilidade de padecer por Cristo.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

Inicie a aula desta semana com a seguinte pergunta: Você tem medo da morte? Deixe os alunos refletirem e responderem. Em seguida, procure relacionar na lousa, os motivos que os alunos alegam mais temer a morte. Geralmente, há motivos de caráter familiar, profissional, planejamentos futuros. A luz das respostas dos alunos, exponha este primeiro tópico, destacando a consciência que o apóstolo Paulo tinha a respeito da inevitabilidade de seu padecimento por Cristo. Ele sabia do perigo que corria, mas algo muito maior imperava em sua consciência e não o permitia retroceder no propósito de pregar o Evangelho.

II- A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE

1. A coragem do apóstolo pela voz do Espírito. Depois de ouvir a mensagem profética acerca do risco de morte que enfrentaria em Jerusalém, Paulo procurou ouvir a voz do Espírito ao seu coração. Isso deu-lhe uma certeza profunda de ir até o fim em seu ministério e, consequentemente, enfrentar qualquer ameaça. Note que a coragem do apóstolo Paulo não se baseava em si mesmo, mas no Espirito Santo. Por isso, serenamente, o apóstolo exortou os irmãos em Cesareia para que não o impedissem de ir a Jerusalém (At 21.13). Finalmente, aqueles irmãos entenderam que nada o deteria e disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (At 21.14). Precisamos aprender a ter a serenidade do Espírito Santo em todas as nossas decisões.

2. A chegada em Jerusalém. Paulo foi para Jerusalém acompanhado por alguns discípulos de Cesaréia (At 21.16). Sua recepção em Jerusalém foi feita de muito boa vontade pelos irmãos da igreja (At 21.17). A notícia de sua chegada rapidamente se espalharia pela cidade. A ocasião era festiva, e Jerusalém estava recebendo judeus de todas as partes do Império Romano para a tradicional festa de Pentecostes.

3. Paulo se depara com seus oponentes judeus. No dia seguinte à chegada em Jerusalém, Paulo encontrou-se com os anciãos e Tiago, o irmão do Senhor, um dos principais lideres da igreja em Jerusalém (At 21.18; Gl 2.9). Ali, todos ouviram do apóstolo o que Deus estava fazendo na vida dos gentios (At 21.19), glorificaram a Deus pelas maravilhas que Ele havia feito por intermédio do seu servo (At 21.20). Entretanto, os irmãos da igreja em Jerusalém não deixaram de mencionar a Paulo a acusação dos judeus que haviam recebido o Evangelho, mas estavam presos ao judaísmo (At 21.21). Esses judeus queriam um cristianismo judaizante, com costumes e ritos, tais como a circuncisão, a guarda do sábado, entre outros. Paulo, porém, era a antítese disso tudo.

SÍNTESE DO TÓPICO II

A coragem do apóstolo Paulo para enfrentar a morte tinha como fonte o Espirito Santo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“[…] Para o crente cujos pecados foram perdoados, a morte já não tem nenhum aguilhão. A morte é ganho, não perda (Fp 1.21,23). Além disso, o pecado e a lei estão intimamente associados, pois pela lei vem o conhecimento. do pecado’ (Rm 3.20; cf. 7.7-11). Mas Cristo nos redimiu da maldição da lei (Gl 3.13). A morte, juntamente com os inimigos que trouxeram a morte a todos (o pecado e a lei), foram vencidos pela ressurreição (Fee, 805). Em louvor, Paulo exclama: ‘Mas graças a Deus, que nos dá a vitória [sobre a morte] por nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.57). Deus ‘da’, não ‘dará”, a vitória. Os crentes participam na vitória de Cristo mesmo durante sua existência terrena, já que a morte perdeu seu poder aterrorizador. A morte, embora continue sendo um inimigo, está ‘incapacitada’, porque Cristo a venceu (Bruce, 156-57)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. p.252).

III- ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULÒ NO TEMPLO

1. As acusações mentirosas contra Paulo. As acusações contra o apóstolo Paulo eram as seguintes: que ensinava que os judeus entre os gentios deviam se apartar da lei de Moisés; eles não deveriam circuncidar os filhos; nem andar segundo a lei de Moisés (At 21.21) Os judeus, oponentes de Paulo, torciam suas palavras e incitavam o povo a rejeitá-lo. Não obstante, Tiago e os anciãos da igreja fizeram a seguinte sugestão ao apóstolo: levar quatro homens que fizeram voto de nazireu; pagar as despesas deles; raspar a própria cabeça como demonstração de que praticava a lei (At 21.23,24). Ainda que isso de nada servisse para Deus, o apóstolo passou pelo ritual de purificação com os nazireus a fim de entrar no Templo (At 21.25,26). Ora, todo seguidor de Cristo deve estar pronto contra as falsas acusações dos oponentes da fé, quer os de fora, quer os de dentro.

2. A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes. A maioria dos judeus da Ásia, que veio para a Festa de Pentecoste, ao ver Paulo no Templo, começou a alvoroçar todo o povo, lançando mão ao apóstolo, acusando-o de inimigo de Moisés e profanador do Templo (At 21.27,28) Os homens que ouviram esses incitadores agarraram o apóstolo e o arrastaram para fora do Templo, fechando suas portas (At 21.30), Essa gente começou a pedir o linchamento (ou apedrejamento) de Paulo e essa noticia chegou ao comandante chamado Claudio Lisias. Este investigou o problema, prendeu e algemou o apóstolo, levando-o ao quartel-general que ficava na Torre Antônia, onde eram colocados seus presos (At 21.33). Não nos esqueçamos dos milhares de cristãos que têm sua liberdade cerceada por causa de sua fé em Cristo.

3. Paulo dialoga com Lísias (At 21.37-40). No diálogo com Lísias, Paulo fala em um grego polido e o comandante, então, descobriu que o apóstolo não era o sicário egípcio procurado nas regiões do Império. Esse egípcio levantara uma sedição contra o imperador tempo atrás (At 21.38). Como Paulo se declarou cidadão romano, Lísias não mais o confundiu com esse sicário e mudou a forma de tratamento com o apóstolo (At 21.39,40). Mesmo ferido pelos açoites, manchado com o próprio sangue, mas estimulado pelo sentimento de martírio pelo seu Senhor, o apóstolo não perdeu a oportunidade de usar sua defesa para proclamar o Evangelho (v.40). Eis a razão de o apóstolo padecer pelo nome de Jesus: proclamar o Evangelho para as pessoas que o odiassem. Às vezes somos provados por Deus e percebemos que sua vontade é para que o Evangelho seja anunciado por meio de nós ao enfermo no hospital, ao preso numa penitenciária, ao viciado numa cracolândia, ou em qualquer outra circunstância desconfortável queira Ele nos colocar. Estejamos atentos para os caminhos que o Espírito Santo quer nos levar.

SÍNTESE DO TÓPICO III

As acusações mentirosas contra Paulo implicaram sua prisão.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Paulo sofreu acusações de todos os tipos, mas sua consciência não o acusava. “A consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A declaração de Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: ‘segundo a justiça que há na lei, irrepreensível’. Antes da sua conversão, ele chegou a crer que praticava a vontade de Deus ao perseguir os crentes (26.9). A dedicação de Paulo a Deus, sua total resolução em agradá-lo e sua vida ‘ir repreensível até mesmo antes de sua conversão a Cristo, deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua infidelidade a Cristo, alegando que todos pecam e que é impossível viver diante de Deus com uma boa consciência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682).

CONCLUSÃO

A atitude de sofrer pelo nome de Jesus tem sido abandonada nos tempos modernos. A visão que Paulo tinha da missão evangelizadora o fazia enfrentar toda e qualquer oposição e sofrimento. O apóstolo podia dizer: “Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17).

Q U E S T I O N Á R I O

1• O que Paulo discerniu pelo Espírito Santo?

Por meio do Espirito Santo, Paulo discerniu a vontade de Deus para enfrentar prisões e açoites pelo nome de Jesus.

2• O que havia na despedida de Paulo em Mileto?

Nesse lugar havia bálsamo misturado a tristeza da despedida.

3• A quem Paulo procurou ouvir após a mensagem profética de risco de morte que enfrentaria em Jerusalém?

Paulo procurou ouvir a voz do Espírito ao seu coração.

4• Com quem Paulo se encontrou ao chegar em Jerusalém?

Paulo foi para Jerusalém acompanhado por alguns discípulos de Cesareia (At 21.16).

5• Quais eram as acusações contra o apóstolo Paulo?

As acusações contra o apóstolo Paulo eram as seguintes: que os judeus entre os gentios deviam se apartar da lei de Moisés; eles não deveriam circuncidar os filhos, nem andar segundo a lei de Moisés (At 21.21).


A Coragem do Apóstolo Paulo Diante da Morte 

Ter coragem diante da morte. A Bíblia também nos ensina a respeito de como o crente deve lidar com a morte. Por isso, a lição desta semana é uma oportunidade de conscientizar a classe sobre ter coragem diante da morte a partir da vida no Espírito e da esperança cristã. Quando a nossa consciência tem uma imagem vivida da bendita esperança, somos motivados a perseverar diante do sofrimento, conforme as palavras do salmista: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. (SI 23.4).

Resumo da lição

Para conscientizar a classe acerca desse importante ensinamento, o primeiro tópico mostra a consciência de Paulo quanto a padecer por Cristo. A narrativa bíblica de Atos 21 apresenta a reação do apóstolo diante de uma profecia que afirmava que ele seria entregue nas mãos dos gentios (At 21.11). A resposta de Paulo revela a sua consciência profunda a respeito da esperança cristã: "[...] Estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus" (At 21.13). O Espírito Santo enchia o apóstolo da esperança em Cristo para que ele fizesse o caminho voluntário do martírio.

O tópico segundo aponta essa coragem apostólica para enfrentar as ameaças de morte. Ele revela que o Espírito Santo era a fonte de sua coragem para morrer pela causa do Evangelho. Como estudamos em lições anteriores, o Espírito Santo impulsionava o ministério apostólico de Paulo. Ele enchia o apóstolo e falava-lhe ao coração para fazer a vontade divina, mesmo que isso significasse correr riscos fatais pela causa do Evangelho.

O terceiro tópico destaca as acusações e prisões de Paulo no Templo. Essas acusações mentirosas implicaram a prisão do apóstolo. Entretanto, mesmo preso, o apóstolo foi muito produtivo na causa do Evangelho. Muitas de suas cartas foram escritas na prisão. O ministério de Paulo mostra-nos uma das verdades mais consoladora e encorajadora da fé cristã: quem vive na liberdade do Espírito, ainda que esteja fisicamente preso, continua experimentando a verdadeira liberdade em Cristo. Aplicação

O Espírito Santo por meio da bendita esperança cristã nos encoraja e nos enche de confiança quanto ao padecimento por amor à causa de Cristo. O Espírito faz isso por nós e em nós. Vivamos no Espírito! Tenhamos esperança!

(Revista Ensinador Cristão - CPAD, n° 87, p.42.)

 

09 dezembro 2021

A IGREJA COMO GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA (1 Tm 3.14,15)


(Comentário do 3º tópico da lição 11: O zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina).

Neste terceiro e último tópico, falaremos da Igreja como a coluna e firmeza da verdade, com base nas palavras do apóstolo Paulo a Timóteo. Falaremos também sobre a finalidade da Igreja ao zelar pela sã doutrina que é preservar o amor e a fé não fingida nos crentes. Por último, falaremos sobre a primazia do amor, como instrumento eficiente para barrar os falsos ensinos. Em uma Igreja onde não há a preocupação de ensinar a verdade bíblica e combater os falsos ensinos à luz da Palavra de Deus, os crentes permanecem imaturos, carnais, tribulosos e podem até morrer espiritualmente, 

1. A Igreja é “coluna e firmeza da verdade”. Escrevendo a Timóteo, que na ocasião liderava a Igreja em Éfeso, Paulo afirma que a Igreja é “Coluna e firmeza da verdade”. O apóstolo utiliza duas palavras gregas para falar sobre a que há entre a Verdade do Evangelho e a Igreja de Cristo. Estas palavras possuem traduções muito parecidas, mas suas aplicações são bem diferentes. A primeira palavra, traduzida por “coluna”, no grego é “stylos” que significa um pilar em forma de estátua, É provável que Paulo a tenha usado em referência ao templo da deusa Diana, em Éfeso, que era uma das maravilhas do mundo antigo. Neste suntuoso templo havia cento e vinte e sete colunas de mármore. Cada uma delas era presente de um rei e tinha pedras preciosas encravadas. De longe, era possível contemplar a beleza do edifício. A ideia de Paulo aqui é mostrar que a Igreja deve mostrar ao mundo a Verdade do Evangelho, não apenas com o seu discurso, mas também com as suas obras.

A segunda palavra usada por Paulo, traduzida por “firmeza”, na Versão Revista e Corrigida, e por “fundamento”, na Nova Almeida Atualizada, no grego é “hedraioma”. Esta palavra se refere ao fundamento ou alicerce de um edifício que o mantém de pé. A ideia aqui é mostrar que a Igreja tem a obrigação de sustentar a verdade e defendê-la diante de falsos ensinos, sejam teológicos, filosóficos ou científicos. Para isso, a Igreja necessita do poder do Espírito Santo que a  capacita para esta tarefa. Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo, defendeu a verdade do Evangelho diante das autoridades religiosas enfurecidas e eles não conseguiam resistir à sabedoria com que ele falava. Por isso, levantaram falso testemunho de blasfêmia e o apedrejaram. (At 6.9-12; 7.58).

2.   O objetivo do zelo pela sã doutrina. Infelizmente, ainda vemos pastores que acham que a Igreja não deve se preocupar com o ensino bíblico e defesa da fé. Esse tipo de obreiro acredita que basta orar e fazer campanhas que Deus resolve tudo. O resultado disso são Igrejas com todo tipo de heresias e inovações e crentes sem nenhuma firmeza. Paulo sempre alertou os obreiros mais novos para ensinassem a verdade à Igreja, quer ouvissem, quer não. “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.” (1 Tm 4.13). O objetivo do ensino bíblico na Igreja é para “Preservar o amor de um coração puro e de uma fé não fingida”. (1 Tm 1.5). Da mesma forma que o ensino da Sã doutrina produz transformação nos corações, os falsos ensinos produzem contendas, dissensões e vários tipos de pecado, ameaçando a santidade e a comunhão da Igreja. Portanto, se a Igreja vive em confusão e não abandona o pecado, certamente está faltando zelo pela sã doutrina. 

3.   A primazia do amor. “O fim do mandamento é o amor” (1 Tm 1.5). Conforme vimos na lição passada, o amor é a mais importante virtude do Cristianismo. O amor é superior a todos os dons espirituais. É o cartão de identidade do cristão. Quando Paulo diz que o “fim do mandamento é o amor”, ele usa a palavra grega “telos”, que significa “fim ou finalidade”. A intenção aqui é mostrar que motivação para o ensino ou mesmo para a repreensão é sempre o amor. Onde há amor, há uma “boa consciência” e não pode haver parcialidade, fingimento, hipocrisia, falsidade ou simulação. A orientação de Paulo é para que Timóteo ensine a verdade, sem ferir as pessoas. Na defesa da verdade, não pode haver a perda do amor ao próximo. O amor é sempre equilibrado, humilde, paciente e sacrificial. Os falsos mestres são desprovidos de amor e, portanto, são soberbos, arrogantes, presunçosos, vaidosos e egoístas. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 280-281; 316.  

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo. O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 40-41; 91-92.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.662).  


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