15 maio 2021

Lição 8: O Ministério de Evangelista

 


TEXTO ÁUREO:

 “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério(2Tm 4.5).

VERDADE PRÁTICA:

“O evangelista proclama o pleno Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de Deus no mundo.”

HINOS SUGERIDOS: 18, 129, 224.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 4.18 -  Jesus — o maior evangelista

Terça - 2Tm 4.5 - A obra de um evangelista

Quarta - At 21.8 -  Filipe, o evangelista

Quinta - 1Co 1.17 - Enviado para evangelizar

Sexta - 1Co 9.18 - O prêmio do evangelista

Sábado - Lc 4.18,19 - O evangelista apregoa a libertação do mal

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 8.26-35; Efésios 4.11.

Atos 8

26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27 - E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28 - regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29 - E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta lsaías e disse: Entendes tu o que lês?

31 - E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

32 - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.

33 - Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

34 - E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?

35 - Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

 

Efésios 4

11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.

INTERAÇÃO COM O PROFESSOR

A grande tarefa da Igreja no mundo é pregar o Evangelho de Jesus de Nazaré. O ministério de evangelista foi concedido por Deus para que, com graça e paixão, as pessoas fossem tocadas pela mensagem do Evangelho. É um carisma de ordem ministerial que o nosso Pai do Céu dispensou ao seu povo. É urgente que a igreja no Brasil proclame o Evangelho simples aos quatro cantos deste país, apontando para temas acerca da salvação, do perdão do pecado em Jesus e do amor ao próximo. É bem possível haver frequentadores de uma igreja evangélica que nunca ouviram falar desses temas.

OBJETIVOS: 

  • Estudar sobre o envio dos setenta.
  • Refletir sobre a tarefa inacabada da Grande Comissão.
  • Compreender o papel do evangelista no Novo Testamento.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para concluir a aula desta semana, reproduza o esquema abaixo. Utilize-o para falar um pouco a respeito da vida de John Wesley, Jonathan Edwards e David Wilkerson. Naturalmente, houve muitos outros homens e mulheres de Deus que igualmente impactaram a própria nação e o mundo com a proclamação do Evangelho e o testemunho de amor ao próximo. Mas queremos neste pequeno espaço refletir um pouco sobre como Deus usou pessoas de forma poderosa para executar o chamado da Grande Comissão. Conclua enfatizando que Deus conta conosco também para dar continuidade a esta tão nobre tarefa.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Evangelista: Obreiro especialmente vocacionado, a fim de proclamar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

O ministério de evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.

I. JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)

1. São poucos os que anunciam. Quando Jesus enviou os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da Galiléia, Ele asseverou: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos” (v.2). São poucos porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do Senhor são enviados a falar única e exclusivamente de Jesus e do Reino de Deus, jamais de si mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos, muitos foram aqueles que na Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e pregaram a sua própria mensagem. Os discípulos segundo o coração do Nazareno ainda são poucos, mas o Senhor continua a convocar obreiros para a sua seara (v.2b).

2. Enviados para o meio de lobos. Proclamar o Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam rejeitados, perseguidos e até ameaçados de morte. A história da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo, do que em qualquer outra época da história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos (v.3).

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra. Os setenta discípulos receberam poder em nome de Jesus para pregar a mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (v.17). Mas naquele momento Jesus falou-lhes de uma realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Jesus enviou os setenta para pregar a mensagem do Reino de Deus e deu-lhes poder para confirmar a Palavra. 

II. A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)

1. O alcance da Grande Comissão. A ordem dada por Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi: “ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20). Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências. Foi nesse “espírito” que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização (1Co 9.16).

2. O mundo está dividido em dois grupos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Aqui, o Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: Os que creem e os que não creem. Acerca da salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm 3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho.

3. A Grande Comissão hoje. A tarefa da evangelização do mundo está inacabada. Apenas 33% da população mundial é composta por cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que o número de cristãos está diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados “pós-cristãos”. Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows. Se a Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas a Europa se tornará muçulmana ou o cristianismo não mais a influenciará. Precisamos reevangelizar o continente europeu.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Grande Comissão ordenada por Jesus de Nazaré ainda é uma tarefa inacabada.

III. O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA

1. O conceito de evangelista. O termo “evangelista” deriva do verbo grego euangelizo, isto é, transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a humanidade. O evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma dos pecadores.

2. O papel do evangelista. O evangelista é, por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem, vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus.

3. A finalidade do ministério do evangelista. Da mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor. Não pode haver outro fundamento, senão Cristo!

O evangelista deve também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta dirigida ao pecador: “Entendes o que lês?” (At 8.30).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O papel do evangelista é exercer o ministério dado pelo Altíssimo como arauto de Deus.

CONCLUSÃO

O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso, não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!

QUESTIONÁRIO

1. Segundo a lição, qual a consequência para quem proclama o Evangelho num mundo contrário ao Reino de Deus?

Os arautos de Cristo serão perseguidos.

2. De acordo com a lição, qual o verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito?

O verdadeiro significado de alegria no Espírito não é ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20).

3. O que é a Grande Comissão?

É o apelo de Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências.

4. Qual é o papel dos evangelistas?

O evangelista exerce o papel de pregador das boas novas de salvação. Através do seu anúncio, vidas são alcançadas e reconduzidas a Deus.

5. Qual a finalidade do ministério de evangelista?

 Preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22)

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“A palavra [evangelista] é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.725,26).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teologia Pastoral

O Evangelho do Reino

A mensagem de Jesus inclui um chamado ao arrependimento, semelhante ao de João Batista (Mc 1.4). Donald English adverte quanto ao perigo de entender o arrependimento de uma forma estreita demais, como os pregadores evangélicos o fazem geralmente. Ele declara: ‘Fundamentalmente isso significa uma mudança de direção, dar meia volta, mudar a mente’. Quando respondemos ao evangelho, mudamos a direção da nossa vida em que deixamos de confiar no ‘eu’ e outros ídolos para confiar em Deus.

Contudo, tanto João Batista quanto Jesus foram bem específicos em relação às coisas das quais as pessoas precisam se arrepender. João disse a distintas categorias de pessoas as diferentes maneiras como podiam expressar seu arrependimento. Ele disse para as multidões: ‘Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira’. João Batista pediu aos publicanos para não coletar mais do que estavam autorizados a pegar. Disse aos soldados: ‘A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo’ (Lc 3.7-14). Jesus disse ao jovem rico para vender tudo o que tinha e dar o dinheiro aos pobres, para depois disso vir e segui-lo (Lc 18.22-25). As coisas específicas ajudam as pessoas a entender o que o arrependimento envolve.

Tanto João Batista quanto Jesus também foram diretos em advertir seus ouvintes das consequências de não se arrepender. Sabemos que a maioria das declarações da Bíblia sobre o inferno saiu dos lábios de Cristo. [Como] Paulo disse [...] (1Co 6.9,10).

Hoje, muitos de nossos ouvintes reagiriam de modo muito negativo se falássemos da maneira que Jesus e Paulo falavam. Desenvolvemos uma atitude em relação à nossa vida privada que quando os pregadores mencionam especificamente pecados que exigem arrependimento, eles são acusados de ser intrometidos e de estar, de algum modo, fazendo algo inapropriado” (FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por Jesus. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.128).

SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO

O Ministério de Evangelista

Houve um tempo no Brasil, como na América, que a Igreja Evangélica, principalmente a pentecostal, priorizava o ato de evangelizar. A igreja evangelizava com a graça de Deus e amor visível. Os agentes da evangelização sentiam dor na própria alma em ver pessoas gastando sua juventude naquilo que não traz plena felicidade. Era possível vê-los chorando em favor de uma vida. Angustiando-se pelas pessoas perdidas em pecados. Neste contexto, era possível observar ministros destacando-se por levar essa real experiência até as últimas consequências.

Quem nunca ouviu falar do grande evangelista do século recente, David Wilkerson? Além de verdadeiro profeta, ele ficou conhecido pela evangelização realizada na cidade de Nova Iorque, na Time Square, numa época onde as gangues de rua dominavam a cidade novaiorquina. O livro “Entre a Cruz e o Punhal”, logo depois transformado em filme, conta a história desse grande evangelista que, pela graça do Pai, ganhou aquelas gangues para Cristo e plantou a maior igreja evangélica da localidade. Eis um exemplo real de um evangelista separado por Deus.

O Dom Ministerial do Evangelista foi repartido pelo Pai para que o arauto de Deus, através da mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas para o reino divino. Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas. Não importa o número, se dezenas, centenas ou milhares. O que importa é pregar Jesus, o crucificado. Esta é a mensagem do bom evangelista.

Sabemos que hoje, pelo advento midiático, muitos evangelistas são tentados em mudar a mensagem da Cruz para uma pregação centralizada no homem. Temos de deixar bem claro a missão de um evangelista: pregar o Evangelho. Anunciar o ministério da reconciliação de Deus com o mundo, porque foi para isso que o Senhor enviou o Filho: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5.19). Esta é a boa nova que o autêntico evangelista tem de proclamar.

Embora o Senhor nosso Deus separe uns para Evangelista e os dê a sua Igreja, o privilégio de anunciar o Evangelho para o ser humano é de todo aquele que se chama por discípulo de Jesus de Nazaré. Portanto, a distribuição desse dom ministerial deve despertar em nós a consciência do quanto Deus leva a sério esta tão nobre tarefa.


13 maio 2021

DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO


Jesus nos alertou, em mais de uma ocasião, para que tomássemos cuidado, para não sermos enganados por falsos profetas. (Mt 7.7; Mt 24.3). Os apóstolos Paulo, Pedro, João e Judas também alertaram sobre isso. (At 20.29,30; 2 Pe 2; 1 Jo 4; Jd 1). Mas, como podemos saber se um profeta é do Senhor ou falso profeta? 

Um operador de caixa não precisa se especializar em cédulas falsas para identificá-las. Ele só precisa conhecer profundamente as cédulas verdadeiras e, se aparecer alguma falsa, ele logo perceberá. Da mesma forma é a Igreja. Se conhecermos as características de um profeta do Senhor apresentadas na Bíblia, será possível identificar os falsos profetas que aparecerem em nosso meio. Vejamos algumas destas características:


1. SANTIDADE E VIDA IRREPREENSÍVEL. Se alguém leva uma vida de ímpio, certamente, não é um profeta do Senhor. O estilo de vida, mostra quem é a pessoa. “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.16). Há um equívoco entre os evangélicos de que não devemos julgar o profeta, apenas a profecia. Mas, isso não tem base nas Escrituras. É preciso julgar a profecia e o profeta também. Jesus disse que pela árvore se conhece o fruto. Então, devemos avaliar a árvore e o fruto. Árvore boa não dá fruto mau e vice versa. 


2. O QUE ELE FALA, SE CUMPRE. O nosso Deus é o Deus da Verdade e não pode mentir (Hb 6.18). Os seus profetas também não mentem. Aquilo que profetizam tem que se cumprir, senão não é profeta de Deus (1 Sm 3.19, 20). Recentemente, vimos um pastor profetizar na internet, que no dia 30 de março de 2021 as pessoas não deveriam sair de casa, pois, iriam acontecer milhares de mortes. Corpos ficariam espalhados pelas ruas e as ambulâncias não dariam conta de recolhê-los e isso seria notícia no Brasil e no mundo. A data marcada chegou e nada disso aconteceu. 


3. NÃO CONTRADIZ A BÍBLIA. Deus vela por Sua Palavra para cumprir. Jesus disse que passarão os céus e a terra, mas, a Sua Palavra não passará. A Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus. Deus tem compromisso com a sua Palavra (Jr 1.12). Portanto, se um profeta chegar com uma mensagem contrária à Bíblia, não é profeta de Deus.


4. NÃO ACEITA SUBORNO OU PRÊMIOS POR SUAS PROFECIAS. Um verdadeiro profeta do Senhor entrega a mensagem de Deus com fidelidade e não busca ganhos financeiros ou privilégios. Eliseu foi usado por Deus para curar a lepra de Naamã (2 Rs 5.1,16). Após  cura, o general Siro lhe ofereceu vários presentes,  mas, ele recusou. O seu servo Geazi mentiu, dizendo que o profeta havia pedido presentes e ficou leproso. 

O profeta Daniel foi chamado para ler e interpretar uma escritura que apareceu na parede do palácio do rei Belsazar ( Dn 5.17). Ele leu e interpretou a mensagem de Deus, fielmente. O rei lhe ofereceu vários presentes, mas, ele recusou dizendo:

- Os teus dons fiquem contigo. Dá os teus presentes a outro. 


5. NÃO BUSCA POPULARIDADE. A maioria dos profetas de Deus na Bíblia não eram populares: Elias, Micaías, Jeremias, Amós, etc. principalmente, em tempos de apostasia. O verdadeiro profeta do Senhor é homem de Deus e não homem do povo. Por isso, ele procura ser fiel a Deus e não ser aplaudido.

É preciso estar alerta quanto aos falsos profetas, pois, assim como há os verdadeiros profetas do Senhor, há os falsos profetas e falsos mestres, conforme a Bíblia há nos alertou várias vezes. Se a Igreja conhecer as características de um verdadeiro profeta do Senhor, saberá desmascarar os falsos profetas. Que Deus nos guarde e nos dê discernimento.  


Pb. Weliano Pires

12 maio 2021

O PROFETA NO NOVO TESTAMENTO

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O ministério profético continuou no Novo Testamento. Jesus é o profeta por excelência. Moisés profetizou que Deus levantaria um profeta semelhante a ele, referindo-se a Cristo. Os apóstolos de Cristo também exerceram a atividade profética, mediante revelação e inspiração do Espírito Santo. Eles foram usados por Deus, tanto para proclamar o Evangelho, como para escrever os livros inspirados do Novo Testamento. 


1. A importância do termo “profeta” no Novo Testamento. 

a. Definição. O Novo Testamento usa a palavra grega 'prophetes', para se referir ao profeta. Esta palavra deriva de dois vocábulos gregos: "pro", “antes”, “em favor de”, e, “phemi”, “falar”, ou seja, “alguém que fala por outrem”, e por extensão, “intérprete”, especialmente da vontade de Deus. 

b. O profeta na Igreja primitiva. Os apóstolos também exerceram o ministério profético. A atividade profética dos apóstolos era dupla: proclamar a Palavra de Deus e pronunciar eventos futuros. Na Igreja primitiva o profeta aparece também como alguém que acompanhava os apóstolos (Ef 2.20; 3.5; 4.11).

No Novo Testamento, apenas o Livro do Apocalipse é considerado profético. O apóstolo João escreveu diversas profecias nos livros do Apocalipse, que lhe foram mostradas pelo Senhor Jesus. Mas, os apóstolos Paulo, Pedro e João escreveram profecias falando do surgimento de falsos profetas, da apostasia dos últimos dias, da vinda de Jesus e do fim do mundo. (2 Ts 2.13; 1 Tm 4; 2 Pe 2; 3). 

Há também outros exemplos de profetas no Novo Testamento: Ágabo e outros profetas da Igreja de Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe (At 21.8,9). Uma falsa profetiza em Apocalipse, de codinome de Jezabel (Ap 2.20).

c. O profeta na história da Igreja. Em um documento do segundo século, chamado "Didaqué", no capítulo 11, falando sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 deste documento falam do pleno exercício do ministério de profeta, conforme registrado em Efésios 4.11. Temos também os casos de Catarina de Siena, Teresa D'ávila, mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma; John Huss, John Wycliffe, Lutero, Calvino e muitos outros, que proclamaram contras as heresias católicas. 


2. O ofício do profeta neotestamentário. 

a. Os profetas do NT não eram adivinhos. Apesar de algumas vezes serem usados para predizer acontecimentos futuros, o ministério profético não era voltado apenas para previsões, como muitos imaginam. 

b. Os profetas eram proclamadores da Palavra de Deus. Os profetas neotestamentários eram pessoas chamadas por Deus, para proclamar a sua Palavra, denunciar o pecado, exortar, edificar e consolar a Igreja de Cristo. Eles lançaram os fundamentos da Doutrina cristã. (Ef 2.20).

c. Em tempos de apostasia, também são perseguidos. Assim como no AT, os verdadeiros profetas do Senhor também foram perseguidos na Nova Aliança, em tempos de apostasia. João Batista, por exemplo, foi decapitado por Herodes, por confrontar o seu adultério. Ainda hoje, quem proclama contra o pecado, sofre perseguições como processos e isolamento na própria Igreja. Por outro lado, falsos profetas são agraciados por fecharem os olhos para o pecado e pregarem o que os ímpios querem ouvir. 


3. Diferença entre o ministério de profeta e o dom de profecia

O ministério de profeta é permanente e é restrito a algumas pessoas, que foram chamadas por Deus para exercer este ministério. Um ministro é alguém que exerce um ministério continuamente. O dom de profecia, por sua vez, é esporádico. O Espírito Santo usa a pessoa para transmitir uma mensagem de Deus em determinadas circunstâncias. Paulo recomendou aos coríntios a buscarem este dom. 


Deus ainda escolhe pessoas para exercerem o ministério de profeta na Igreja local. Entretanto, é preciso esclarecer que o dom ministerial de profeta não é equivalente aos profetas do Velho Testamento, ou mesmo do Novo Testamento, que eram canônicos e receberam inspiração divina para escrever os livros sagrados que formam a Palavra de Deus. Hoje, não temos mais profetas com esta característica. As palavras dos profetas de hoje precisam ser julgadas pelo crivo da Palavra de Deus. É preciso estar alerta contra os falsos profetas, como veremos no próximo tópico. 


Pb. Weliano Pires


11 maio 2021

O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO


Deus é um Ser pessoal, que se comunica com a humanidade. Quando Deus criou o primeiro casal, visitava o Jardim do Éder todos os dias e conversava com eles. Entretanto, com a entrada do pecado no mundo, esta comunicação direta foi interrompida e Deus passou a falar através de visões, sonhos, mensageiros ou porta vozes, que podiam ser anjos ou profetas. 


1. Conceito.  Quando falamos sobre profeta atualmente, muitas pessoas imaginam que estamos falando de alguém que prevê o futuro. Mas, o significado bíblico de profeta não é esse. Em hebraico há três palavras usadas para se referir a profeta: Navi, chozeh e roeh. Estas três palavras aparecem em 1 Crônicas 29.29: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente (Roeh), e nas crônicas do profeta (Navi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente” (Chozen). 

a. Navi. Alguém que proclama uma mensagem recebida; um porta voz, mensageiro ou anunciador. Esta palavra aparece mais de 300 vezes no Antigo Testamento. A palavra aparece também na forma feminina para se referir a Mirian, Hulda, Noadias e à esposa do 

profeta Isaías.

b. Chozeh ou hozen. Significa uma pessoa que tem visões. É traduzida como vidente. Nos dias do profeta Samuel, os profetas eram chamados de “Chozeh” (vidente) e eram consultados, para saber a vontade de Deus, antes de tomar decisões.

c. Roeh. Também significa vidente, com o sentido de alguém que faz previsões sobre o futuro. 


2. O ofício de profeta. O primeiro a ser chamado de profeta no Antigo Testamento foi Abraão (Gn 20.7). No Novo Testamento descobrimos que o primeiro profeta foi Enoque, o sétimo depois de Adão, que viveu muito antes de Abraão (Jd 14). O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus, por inspiração, revelação, ou visão para transmiti-la ao povo. Os profetas não eram adivinhos, ou apenas pessoas que previam o futuro, como muitos imaginam. O ministério profético consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. 


No início da monarquia, no reino unido de Israel, o profeta exercia um papel muito importante. Os dois primeiros reis, Saul e Davi, foram ungidos pelo profeta Samuel, que era também juiz e sacerdote. Neste período, os profetas eram uma espécie de conselheiros do palácio. Após a divisão das tribos, principalmente no Reino do Norte, vieram muitos reis ímpios e os profetas foram perseguidos e mortos, pois, as suas profecias denunciavam o pecado e as injustiças dos reis. (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).


No antigo Testamento havia três tipos de profetas: 

a. Profetas literários ou canônicos. São os que deixaram as suas profecias escritas. 

b. Profetas não literários. São os que profetizaram, mas não escreveram, ou os seus escritos se perderam.

c. Profetas cúlticos. São aqueles cujas profecias estavam ligadas ao culto. (2 Cr 29.21-24). Em alguns salmos aparece esta categoria de profeta. 


A Bíblia hebraica é dividida em três partes: Torah, Neviim e Ketuvim (Lei, profetas e escritos). Este conjunto de livros é resumido na abreviatura “Tanaka”, que é um acrônimo destas três palavras. A nossa versão do Antigo Testamento está dividida por assunto: Lei, história, poesia e profecia. Os chamados livros proféticos em nossa Bíblia vão de Isaías a Malaquias. Estes livros se dividem em duas categorias: os profetas maiores (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel) e os profetas menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Esta classificação como maiores e menores é devido ao tamanho do livro e não tem relação com a importância do profeta. 

3. O profetismo. O profetismo foi um movimento que surgiu no século VIII d. C. para tentar resgatar o monoteísmo judaico, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais e despertar o povo para a chegada do Messias. Este movimento começou nos dias do profeta Amós e durou até Malaquias, quando veio o chamado silêncio profético, que durou até a chegada de João Batista. 


Os profetas do Antigo Testamento representavam a Palavra de Deus e não podiam ser questionados. Por outro lado, havia um rigor muito maior em relação aos falsos profetas. Eles poderiam ser mortos se mentissem ou não cumprissem o que Deus ordenou. 


Pb. Weliano Pires

10 maio 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 07: O MINISTÉRIO DE PROFETA


Revisão da Lição 06

Estudamos na semana passada, sobre o Ministério de apóstolo, que é o primeiro da lista mencionada pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11. Vimos a definição da palavra apóstolo e as características singulares do Colégio dos doze apóstolos. 

Vimos também um pouco sobre a história do apóstolo Paulo, antes da sua conversão; o seu encontro com Jesus no caminho de Damasco que resultou na sua conversão; e todo o legado teológico e missionário do apóstolo dos gentios. 

Por último, falamos sobre a atualidade do dom de apóstolo. Vimos que não há apóstolos como os do colégio apostólico, que foram chamados diretamente por Jesus, andaram com em Ele em seu ministério terreno e foram testemunhas oculares da sua ressurreição. Estudamos também sobre o dogma da sucessão apostólica, ensinado pela Igreja Católica, como forma de justificar o poder papal, que não tem nenhum fundamento bíblico.  


Introdução à Lição 07

O que significa a palavra profeta? Ainda existem profetas nos dias atuais? Existe diferença entre os profetas do Antigo e do Novo Testamento? Como saber se um profeta é verdadeiro ou falso? Na lição desta semana, vamos procurar responder a estas questões à luz da Bíblia. Dando continuidade ao estudo dos dons ministeriais, falaremos a respeito do ministério de profeta, que está na sequência, da lista mencionada por Paulo em Efésios 4.11: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

Assim como nos casos dos dons espirituais e do dom ministerial de apóstolo, há pensamentos diferentes em relação ao ministério de profeta. Alguns dizem que não existem mais profetas nos dias atuais, pois, Jesus disse que “a Lei e os Profetas, vigoraram até João [Batista]..." (Lc 16.16). Mas, o Novo Testamento relata a existência de profetas e profetizas, depois da morte de João Batista: Ágabo (At 21.10,11); As filhas de Filipe (At 21.8,9); e na Igreja de Antioquia havia profetas (At 13.1). Por outro lado, há outros que querem atribuir as características dos profetas do Antigo Testamento aos profetas de hoje, querendo agir como Elias, Eliseu e outros. 

No primeiro tópico, falarem sobre o ministério dos profetas no Antigo Testamento. Vamos trazer o conceito da palavra profeta no contexto do Antigo testamento.  Cerca de 30% dos escritos do Velho Tratamento são profecias. Havia também os profetas orais, que não deixaram as suas palavras escritas, ou se perderam e há os profetas anônimos, que a Bíblia não revela os seus nomes, referindo-se a eles como "um profeta" ou "um homem de Deus."

Falaremos ainda no primeiro tópico sobre o ofício de profeta e as suas funções em Israel. Os profetas eram porta vozes de Deus para Israel e até para outras nações. Por último, no primeiro tópico, falaremos a respeito do movimento chamado profetismo, que um movimento de restauração do monoteísmo judaico, que começou no século VIII a.C e durou até Malaquias. 

No segundo tópico, abordaremos o ministério de profeta no Novo Testamento, trazendo o conceito da palavra profeta no grego. Falaremos sobre características do profeta no Novo testamento, que são diferentes dos profetas do Antigo Pacto. Por último, mostraremos a importância do dom ministerial de profeta, que é o tema desta lição.

O terceiro e último tópico, veremos as diferenças entre o verdadeiro e o falso profeta. Estas diferenças podem ser notadas através do contraste entre simplicidade e arrogância, pois, o verdadeiro profeta de Deus porta-se com humildade e simplicidade. O falso profeta, por sua vez é arrogante e prepotente, buscando sempre elogios e fama. 

Jesus nos alertou também, que é possível conhecer o profeta pelos frutos que ele apresenta, pois, a árvore boa produz bons frutos e a árvore má, maus frutos. (Mt 7.14-16). Portanto, uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.


Pb. Weliano Pires

MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...