Introdução
O ‘movimento de fé’, ‘confissão positiva’ ou ‘teologia
da prosperidade’, como é mais conhecido, é um movimento extremamente
pernicioso e falacioso, que distorce as Sagradas Escrituras, prometendo para as
pessoas, coisas que a Bíblia nunca prometeu e, consequentemente levando-as à
decepção. Infelizmente, este movimento tem ganhado cada vez mais espaço no meio
evangélico, por pessoas bem intencionadas, mas, ingênuas e por espertalhões,
que vêem nisso uma oportunidade de arrancar dinheiro dos incautos.
O movimento teve
origem com Essek William Kenyon, um pastor dos EUA. Kenyon se converteu aos 17
anos, em uma Igreja Metodista. Depois de alguns anos, afastou-se da Igreja,
tornando-se agnóstico. Após casar-se, passou a congregar em uma Igreja Batista,
sendo ordenado pastor em 1894. Depois, teve programas de televisão e atuou como
evangelista itinerante. Ao estudar na Faculdade Emerson de Oratória, deparou-se
com o novo pensamento do hipnotizador e curandeiro, Finéias Park Hust Quimby
(1806-1866), um conhecido guru da seita Ciência da Mente ou Ciência Cristã, que
fora fundada por Mary Baker Eddy. Kenyon foi profundamente influenciado por
esses ensinos, que negam a existência do pecado e das doenças.
As idéias de Kenyon
foram abraçadas e divulgadas pelo pastor americano Keneth Hagin, o qual nasceu
com problemas do coração, ficando inválido por quinze anos. Após ser curado
pelo Senhor, passou a afirmar que o crente não pode ficar doente.
No Brasil, o
movimento teve início com as chamadas Igrejas Neopentecostais, no início da
década de 70. Os principais expositores dessas doutrinas foram Edir Macedo e R.
R. Soares. Entretanto, há muitas outras Igrejas pentecostais e neopentecostais
que seguem essas doutrinas.
Vejamos os principais ensinos desse movimento e a
respectiva refutação bíblica:
1) O Crente não pode ser pobre. Keneth Hagin afirmava que Jesus era ‘milionário’ e que
nós, como ‘filhos de Deus’ não podemos ser pobres.
A Bíblia ensina o
contrário. Vejamos: “Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves
do céu têm seus ninhos, mas o Filho do
homem não tem onde repousar a cabeça". (Lucas 9.58); “Por isso, tendo o
que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso, satisfeitos. Os que querem
ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados
e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois, o
amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o
dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos
sofrimentos.” (I Tm 6.8-10).
2) O Crente não pode
ficar doente. Segundo os teólogos da prosperidade, Jesus já ‘levou’ todas as
nossas enfermidades, baseando-se em Isaías 53.4. Afirmam que toda doença provém
do diabo e quem está doente não tem fé ou está em pecado.
A Bíblia e a história
mostram muitos homens de Deus que adoeceram. Vejamos:
a) Timóteo: “Não continue a beber somente água; tome
também um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas frequentes
enfermidades.” (I Tm 5.23);
b) Paulo: “como sabem, foi por causa de uma doença que
lhes preguei o evangelho pela primeira vez. (Gálatas 4.13).
3) O crente não deve ‘pedir’, deve ‘determinar ’. De forma arrogante, o movimento afirma que o crente deve
dar ordens a Deus, ‘determinar’, ‘exigir’ e ‘não aceitar’ o sofrimento e as
doenças.
A Bíblia ensina que
nós devemos pedir “Pedí, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. (Mt 7.7); Suplicar: “com toda a oração e súplica orando em
todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e
súplica, por todos os santos.” Pedir segundo a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos nele, que
se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1 João
5.14)
4) Orar mais de uma vez por uma causa ‘é falta de fé’,
pois, ‘Deus não rejeita’ nenhuma oração dos crentes. Afirmam que o crente deve orar por um problema uma única
vez e ‘ordenar’ que seja resolvido.
A Bíblia afirma que
Daniel orou vinte e um dias por uma causa. (Dn 10.2-4); Moisés orou a Deus por
três vezes, pedindo para entrar na terra prometida e Deus lhe disse: “Não me fale mais nesse assunto!”; Jesus
orou três vezes no Getsêmani, pedindo a mesma coisa. (Mt. 26.44); Paulo orou
para que o Senhor lhe retirasse o espinho da carne e recebeu 'não' como
resposta.
5) As nossas palavras
tem poder. Segundo este movimento, a palavra do crente ‘tem poder” e tudo o que
declararmos de bem ou de mal, se cumpre.
Mais uma vez eles
inventam. Isso é antropocentrismo (o homem como o centro de tudo). As nossas
palavras não têm poder algum. Quem tem poder é a Palavra de Deus. “Como o pardal que voa em fuga, e a
andorinha que esvoaça veloz, assim a maldição sem motivo justo, não pega.” (Pv
26.2/NVI). As nossas palavras têm influência, mas não possuem poder sobre a
vida de ninguém. Elas podem gerar consequências, se alguém nelas acreditar e viver
em função do que foi dito. Se alguém me amaldiçoar, de nada valerá, pois, Deus
já me abençoou. Balaão tentou amaldiçoar Israel. Deus ordenou que ele os
abençoasse. Porém, ele aconselhou a Balaque para que colocasse o pecado diante
de Israel, para que eles tropeçassem. Portanto quem amaldiçoa o homem é o
pecado e não as palavras que alguém pronuncia.
Conclusão
Nós somos servos de
Deus. Ele é Senhor e faz tudo o que Ele quiser. O crente não pode jamais
ordenar que Deus ou os anjos façam coisa alguma. Recentemente, ouvi um herege
desses afirmando que ‘profetizou’ que na rua dele, todos seriam salvos. Ora, em
lugar algum da Bíblia encontramos isso! Jesus nos mandou pregar o Evangelho e
não ‘profetizar’ que alguém será salvo, como se fosse uma mágica. E, ele nunca
disse que todos seriam salvos. Se você foi amaldiçoado por alguém no passado e
aceitou a Cristo como Salvador, não se preocupe, pois, toda maldição foi
quebrada na Cruz! “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. “ (Rm. 8.1).
Deus te
abençoe,
Pb. Weliano Pires