(Comentário do 2° tópico da Lição 02: As Promessas de Deus para Israel).
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos de outras promessas que foram feitas a Israel, sendo três delas aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, e outra através do profeta Isaías. A primeira destas promessas foi o filho prometido a Abraão, sendo ele e sua esposa avançados em idade e ela estéril. A segunda promessa foi um filho prometido a Isaque, cuja esposa também era estéril, do qual viria a nação de Israel. Veremos também a renovação da promessa a Jacó, o filho mais novo de Isaque, que teve dois filhos, mas o primogênito vendeu o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Por último, falaremos da promessa do Reino do Messias, feita através do profeta Isaías.
1- A promessa de um filho a Abraão. Deus iniciou o Seu projeto de nação, chamando um idoso de 75 anos, que vivia na Antiga Mesopotâmia, na cidade de Ur dos Caldeus, chamado Abrão (Gn 12.1). Para tornar a situação ainda menos provável, a esposa deste homem tinha 65 anos e era estéril. Qualquer pessoa que recebesse uma promessa de ser pai de uma grande nação, estando nestas condições, diria que seria impossível.
Um homem de 75 anos ser pai, embora seja raro, é possível. Mas, no caso da mulher, segundo os especialistas, o período reprodutivo se encerra com a menopausa, que acontece em média entre os 45 e 50 anos. No caso de Sara, além da idade avançada, ela era estéril, pois nunca teve filhos antes. Deus pretendia deixar claro para o casal que a criação desta nação era algo extraordinário, que só ocorreria por um milagre de Deus.
Dez anos se passaram, desde a chamada de Abrão e nada de filhos. A esposa de Abrão acabou se precipitando e sugeriu que ele tivesse um filho com Hagar, a sua escrava egípcia, que era um costume daquela época. Abraão aceitou a proposta sem questionar e teve um filho, a quem deu o nome de Ismael (Gn 16.1-16).
Deus apareceu novamente a Abrão, mudou o seu nome para Abraão e o nome de sua esposa Sarai, para Sara, e enfatizou a promessa de que ele seria pai de um filho da sua esposa (Gn 17.5-19). O nome da criança seria Isaque e dele viria a descendência da promessa. Abraão creu na promessa e isso lhe foi imputado por justiça. Quando Abrão estava com 100 anos e a sua esposa, Sara, com 90 anos, Isaque nasceu (Gn 21.5), cumprindo-se a promessa de Deus.
2- A promessa de um filho a Isaque. Isaque, o filho da promessa, ainda era solteiro, quando Sara sua mãe faleceu. Abraão casou-se novamente com uma mulher chamada Quetura e teve seis filhos dela, que deram origem a outras nações. Mas a promessa de Deus de fazer de Abraão uma grande nação, seria através de Isaque. Por isso, em sua velhice, Abraão chamou o seu mordomo Eliezer, o servo de confiança da casa, e fez um juramento com ele, para que fosse aos seus parentes na Mesopotâmia e trouxesse de lá, uma esposa para Isaque.
O damasceno Eliezer reuniu um grupo de camelos e presentes e se dirigiu à terra natal de Abraão, não em Ur dos Caldeus, pois a família dele havia saído de lá e se mudado para Harã. No meio do caminho, Eliezer fez uma oração e um voto a Deus, para que Deus lhe mandasse a moça certa ao seu encontro. Tudo aconteceu conforme ele havia falado com Deus e ele encontrou Rebeca, filha de Betuel e Milca, ambos sobrinhos de Abraão.
Rebeca se dispôs a acompanhar Eliezer e ir ao encontro de Isaque para casar-se com ele, sem conhecê-lo, nem mesmo por foto, pois isso ainda não existia. Isaque e Rebeca se casaram, mas assim como Sara, ela também era estéril. Isaque orou a Deus durante 20 anos para que Ele abrisse a madre de Rebeca.
Não temos no Gênesis, de forma explícita, Deus prometendo um filho a Isaque, como Ele fez a Abraão em mais de uma ocasião. Entretanto, Deus prometeu a Isaque que multiplicaria a sua descendência, da mesma forma que havia feito a Abraão. Isaque creu nas promessas de Deus e perseverou na oração. Diferente dos seus pais, ele não tentou outros meios de gerar um filho e foi o único monogâmico dos três patriarcas, tendo apenas Rebeca como esposa.
Deus ouviu a oração de Isaque e concedeu ao casal, os gêmeos Esaú e Jacó. Ainda no ventre, os gêmeos lutavam entre si e Rebeca foi perguntar ao Senhor o que significava aquilo. Deus respondeu que havia duas nações em seu ventre e o maior seria servo do menor. Isso significa que Deus havia escolhido Jacó, o filho menor, para dar continuidade ao Seu projeto de fazer de Abraão uma grande nação.
3- A promessa renovada. Deus falou Isaque e reafirmou as promessas feitas ao seu pai Abraão, de que ele seria pai de uma grande nação e que daria todas aquelas terras aos seus descendentes. Assim como Abraão, Isaque também viveu como nômade, habitando em tendas e não teve terras, durante a sua vida.
Diferente de Abraão, que Deus confirmou que o filho da promessa era Isaque, no caso de Isaque ele tinha a promessa de seria pai de uma grande nação, mas ele tinha dois filhos da sua esposa: Esaú e Jacó. Isaque amava a Esaú, por ser o primogênito e por ser um habilidoso caçador, que lhe fazia pratos saborosos. Rebeca, por sua vez, preferia Jacó, o filho mais novo, talvez por causa da informação dada por Deus de que Jacó seria o escolhido para ser o pai da nação mais forte.
Percebendo que Isaque tinha preferência por Esaú e iria dar-lhe a bênção da primogenitura, Rebeca arquitetou um plano maquiavélico, para que Isaque desse a bênção Jacó a bênção. Isaque chamou Esaú e pediu que ele fosse ao campo buscar uma caça da sua preferência e lhe preparasse um saboroso prato e, na ocasião, ele receberia a benção.
Rebeca ouviu a conversa e tramou um plano maquiavélico para enganar Isaque e fazê-lo abençoar Jacó, em vez de Esaú (Gn 27.5-10). Rebeca mandou, então, que Jacó lhe trouxesse um cabrito, para que ela o preparasse para Isaque. Em seguida, vestiu Jacó com um couro peludo de animais para ficar parecido com Esaú. Assim, ambos enganaram Isaque. Por direito, a primogenitura pertencia a Esaú, porém, ele a havia desprezado e vendido ao seu irmão por um prato de lentilhas.
Por causa deste engano de Jacó, Esaú planejou matá-lo. Orientado por seus pais, Jacó deixou a terra dos seus pais e fugiu para Padã-Arã, onde moravam os parentes da mãe dele. No caminho, Jacó teve um sonho, no qual ele via uma escada que a terra ao Céu e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Em seguida, ouviu a voz de Deus, que reafirmou a ele as promessas feitas a Abraão e Isaque, e disse que daria aquela terra que ele estava deitado aos seus descendentes.
Jacó seguiu o seu caminho e foi-se a Padã Arã, morar com o seu tio materno Labão. Logo no primeiro momento, encantou-se por Raquel, a filha mais nova do seu tio. Labão propôs que ele trabalhasse sete anos para casar-se com Raquel. Jacou cumpriu a proposta, mas foi enganado por seu tio e teve que casar-se primeiro com Lia e trabalhar outros sete anos por Raquel. Das duas filhas de Labão, Lia e Raquel, e das respectivas servas delas, Zilpa e Bila, Jacó teve doze filhos e uma filha.
Depois de ser enganado por Labão várias vezes, Jacó seguiu a orientação de Deus e voltou para a terra dos seus pais junto com a numerosa família. Viveu lá por vários anos e depois mudaram-se para o Egito, onde o seu filho José se tornou o governador. Após a morte de José, os descendentes de Jacó foram escravizados por 430 anos, mas Deus os libertou e os conduziu à terra prometida. Os doze filhos deram origem às doze tribos de Israel. A tribo de Levi foi a tribo sacerdotal e não teve herança na terra que Deus deu a Abraão, Isaque e Jacó. A tribo de José se dividiu em duas: Manassés e Efraim. A tribo de Judá foi escolhida por Deus para ser a tribo, através da qual viria o Messias.
4- Promessa do Reino do Messias. Conforme vimos no tópico anterior, Deus prometeu a Abraão que na sua descendência seriam benditas todas as famílias da terra. Esta promessa seria reafirmada muitos séculos depois pelos profetas, que falaram sobre o seu nascimento, os seus sofrimentos e o seu Reino eterno. Evidentemente, o povo de Israel não entendeu estas profecias, pois pensavam se tratar de um reino político, para guerrear contra os seus inimigos.
O profeta que mais falou sobre esta promessa, com muitos detalhes, foi o profeta Isaías. Por isso, ele é chamado de “Profeta Messiânico”. O profeta Isaías profetizou o nascimento virginal do Messias, dizendo: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um Filho e será chamado Emanuel”. (Is 7.14). Mateus citou o cumprimento desta profecia no nascimento de Jesus (Mt 1.23). Isaías profetizou também que o Messias nasceria da descendência de Jessé: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.” (Is 11.1). Por fim, Isaías profetizou também vários detalhes dos sofrimentos do Messias (Is 53).
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