(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Promessas e Obediência)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos das bênçãos provenientes da obediência a Cristo. Primeiro falaremos das bênçãos espirituais, resultantes de uma vida de obediência a Cristo. Na sequência destacaremos duas destas bênçãos que são a justiça e a paz. Por último, falaremos de outra bênção espiritual advinda da obediência a Cristo, que é a alegria do Espírito Santo.
1- Bênçãos espirituais. Conforme estudamos na lição passada, quando falamos das promessas de Deus para a Igreja, há promessas espirituais para uma instituição espiritual, que é a Igreja. Um dos maiores equívocos teológicos de muitos crentes no século XXI, quando se referem a bênçãos, é pensar nas coisas deste mundo. Para isso, valem-se das promessas do Antigo Testamento, que foram feitas a Israel, querendo aplicá-las à Igreja.
De fato, Deus prometeu a Israel a terra de Canaã, prosperidade material, saúde e vitória sobre os inimigos, se eles obedecessem aos mandamentos do Senhor. No texto de Deuteronômio 28, conforme falamos no primeiro tópico, Deus prometeu uma lista de bênçãos relacionadas a esta vida para o povo de Israel, caso eles obedecessem a voz do Senhor e cumprissem os seus mandamentos. Há também as promessas de maldições para os desobedientes, também relacionadas a esta vida.
Não vemos no Novo Testamento, estas promessas sendo feitas à Igreja. Ao contrário, Jesus disse que teríamos aflições e seríamos odiados por causa do Seu Nome. A Igreja do primeiro século foi perseguida implacavelmente, primeiro pelas autoridades judaicas e, posteriormente, pelo Império Romano. Os discípulos foram presos, açoitados e mortos por causa da sua fé.
No segundo e terceiro século, estas perseguições se intensificaram e os cristãos eram jogados nas arenas aos leões, queimados vivos, decapitados e crucificados. Somente com a conversão do imperador Constantino, as perseguições cessaram. Mas, depois disso veio o papado com as suas heresias e os verdadeiros cristãos continuaram sendo perseguidos. Após a Reforma Protestante também, os verdadeiros cristãos nunca tiveram vida fácil neste mundo e também foram perseguidos.
Então, não há promessas de bênçãos para quem obedece ao Senhor no contexto da Igreja? Claro que há! Mas estas promessas são de natureza espiritual, como veremos abaixo. Escrevendo aos Colossenses, o apóstolo Paulo disse: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas de cima e não nas que são da terra”. (Cl 3.1,2).
2- Justiça e Paz. Quem obedece a Cristo, experimenta em sua vida a justiça e a paz verdadeiras. No Sermão do Monte, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “Bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão fartos”. (Mt 5.6). O conceito de justiça na Bíblia é diferente do que temos hoje. Justiça na Bíblia não tem nada a ver com punição a criminosos, como as pessoas imaginam. Ter sede de justiça é buscar ser íntegro em todas as áreas da vida e agradar a Deus. Este senso de retidão, no entanto, é proveniente da ação do Espírito Santo em nosso interior e não da nossa própria natureza.
Há também a promessa de paz para aqueles que obedecem a Cristo. Jesus é chamado pelo profeta Isaías de Príncipe da Paz (Is 9.6). Somente Ele pode oferecer a paz verdadeira, que excede todo o entendimento. Quando Jesus deu as últimas instruções aos seus discípulos e disse que iria retornar para o Céu, eles ficaram tristes. Jesus, então, lhes disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Quando somos justificados por Jesus, passamos a ter paz com Deus e com o nosso próximo.
3- Alegria no Espírito Santo. A alegria é uma das nove virtudes que compõem o Fruto do Espírito (Gl 5.22). Quando recebemos a Cristo como Senhor e Salvador, o Espírito Santo passa a morar em nosso coração e proporciona-nos grande alegria em nosso ser. Esta alegria não está condicionada às circunstâncias ou ao ambiente em que vivemos, mas é o resultado da presença do Espírito Santo em nosso interior.
Evidentemente, enquanto estivermos neste mundo, passaremos por dissabores e, consequentemente, por tristeza. Mas, a alegria proveniente da nossa relação com Cristo, continua em nosso interior, mesmo em momentos de tristeza. O verdadeiro crente alegra-se na esperança da vida eterna (Rm 12.12) e sente prazer até mesmo nas fraquezas, injúrias e perseguições (2Co 12.12). Por isso, que murmurações e desesperos não se coadunam com um crente que é cheio do Espírito Santo.
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