(Comentário do 1º tópico da Lição 04: Promessas e Obediência).
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos da obediência no Antigo Testamento. Inicialmente, trataremos do concerto de Deus com o povo de Israel feito no Monte Horebe ou Sinai. Nesta aliança, o Senhor exigia obediência do Seu povo, para cumprir as promessas. Depois, falaremos do concerto feito nas Campinas de Moabe, quando a geração que saiu do Egito já havia perecido no deserto, com exceção de Josué e Calebe. De novo, Moisés falou ao povo que as bênçãos prometidas a Israel estavam vinculadas à obediência. Por último, veremos as bênçãos provenientes da obediência, em todas as áreas da vida dos israelitas.
1- O Concerto de Horebe. Conforme vimos na lição 02, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação. Depois, Deus reafirmou esta promessa a Isaque e a Jacó. Deus prometeu também a Abraão que a sua descendência seria escravizada por 400 anos e que Ele julgaria a nação opressora. Na velhice de Jacó, sendo o seu filho José o governador do Egito, ele mudou-se com a família para aquele país, num total de 70 pessoas. Ali, os descendentes de Jacó se multiplicaram e se tornaram um povo numeroso. Os egípcios, com medo desse povo se aliar aos seus inimigos e pelejar contra eles, resolveram escravizá-los.
Deus levantou um israelita chamado Moisés, para libertar Israel da escravidão. Com muitos milagres, Deus libertou Israel da escravidão do Egito e cumpriu a promessa feita a Abraão. Deus os conduziu pelo deserto e após três meses da saída dos israelitas do Egito, eles chegaram ao Monte Horebe, também chamado de Sinai (Êx 19.1). Neste monte, Deus convocou Moisés para que subisse ao monte e ali lhe entregou as Suas Leis. Deus mandou que Moisés estabelecesse limites para que o povo não passasse dali. Quem tocasse no Monte sem autorização seria morto.
Moisés falava e Deus lhe respondia em voz alta. Ali, Deus fez um concerto ou pacto com Israel e reafirmou as promessas que Ele havia feito a Abraão, Isaque e Jacó. Neste pacto de Deus com Israel, Ele estabeleceu as cláusulas desta aliança. Deus prometeu que Israel seria a sua propriedade peculiar entre todas as nações, um reino sacerdotal e um povo santo. A condição para que Deus cumprisse esta promessa seria a obediência aos seus mandamentos (Êx 19.5,6). O povo falou para Moisés que tudo o que Deus lhe ordenasse eles fariam (Êx 19.8).
2- O Concerto nas campinas de Moabe. Aquela geração que saiu do Egito, com a qual Deus fez o concerto em Horebe, foi rebelde desde a saída do Egito. Eles murmuraram contra Deus em várias ocasiões e fizeram até um bezerro de ouro para adorar. Por causa desta rebeldia, Deus falou que eles não entrariam na terra prometida, com exceção de Josué e Calebe, que se mantiveram fiéis ao Senhor. O próprio Moisés já havia sido avisado por Deus de que ele também não entraria na terra prometida.
Quando chegaram às campinas de Moabe, nos limites da terra prometida, aquela geração já havia perecido no deserto. Quem estava ali com Moisés eram os filhos dos israelitas que saíram do Egito. O concerto feito em Horebe não foi alterado em Moabe. O concerto feito mas campinas de Moabe não era um novo pacto e sim a repetição do pacto feito em Horebe, com a geração que saiu do Egito, pois aquela geração pereceu no deserto.
Os detalhes deste pacto estão registrados no Livro de Deuteronômio, a partir do capítulo 4. Deus relembrou aos israelitas tudo o que aconteceu no deserto e repetiu as suas leis. Aliás, Deuteronômio é uma palavra grega que significa “repetição da Lei”. Segue a nomenclatura da versão grega Septuaginta (LXX). O título deste livro na Bíblia Hebraica é Devarim, que significa “Palavras”. Na tradição hebraica, o título do livro era a primeira palavra do livro. Nos capítulos 27 a 30 estão registradas as bênçãos para quem obedecesse aos mandamentos do Senhor e as maldições para quem desobedecesse.
3- As promessas provenientes da obediência. No capítulo 28 de Deuteronômio, Deus estabeleceu uma lista de bênçãos que seriam proferidas a partir do Monte Gerizim, destinadas a todos os que obedecessem aos mandamentos do Senhor (Dt 28.1-14). Estas bênçãos atingiriam todas as áreas da vida dos israelitas: prosperidade no campo, na cidade, na procriação e na vida familiar; vitória contra os inimigos e proeminência entre outras nações.
Por outro lado, seria proferida uma lista muito maior de maldições para os desobedientes, a partir do Monte Ebal (Dt 28.15-68). Se Israel desobedecesse aos mandamentos do Senhor, viriam sobre eles as seguintes maldições: maldição no campo, na cidade e na família; derrota e confusão em tudo que colocassem a mão; vários tipos de enfermidades; traição por parte do cônjuge; derrotas perante os inimigos e cativeiro. Estas maldições se cumpriram ao longo da história de Israel, por causa da desobediência às leis do Senhor.
É muito importante esclarecer que, tanto estas bênçãos quanto as maldições foram prometidas a Israel, respectivamente, como consequência da obediência e da desobediência. As interpretações equivocadas deste e de outros textos do Antigo Testamento deram origem a heresias como a teologia da prosperidade e o triunfalismo. Estas promessas não podem ser aplicadas à Igreja ou ao ímpios na Nova Aliança. Embora o princípio de que a obediência e a desobediência trazem consequências deve ser considerado, não podemos aplicar literalmente os detalhes destas bênçãos e maldições na Nova Aliança.
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