30 julho 2025

O AMOR COMO MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 05: Uma Igreja cheia de amor)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos do amor como uma manifestação da Graça de Deus. Inicialmente, falaremos da graça como uma manifestação do Espírito Santo: “Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus…” (At 4.33a). Muito se fala sobre a manifestação dos dons do Espírito Santo na Igreja, mas eles não podem ser considerados superiores ao amor (1 Co 13). Depois, falaremos da graça, como um favor imerecido de Deus: “...em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). O amor dos cristãos de Jerusalém, nada mais era que a manifestação da graça de Deus e não fruto dos seus próprios corações. 

1. A graça como manifestação do Espírito. Quando falamos do significado de graça no meio evangélico, a grande maioria diz que “é um favor não merecido". De fato, esta definição está correta, mas a palavra “graça” na Bíblia tem outras conotações. O termo grego “charis”, significa favor não merecido, benevolência, presente, ou dom. Na literatura grega, o termo “charis” tinha pelo menos 5 significados: 
1) Algo que causa atração, como a beleza física ou fala;
2) Consideração favorável em relação a uma pessoa;
3) Um favor prestado a outra pessoa;
4) Gratidão por um benefício recebido;
5) Locução adverbial em frases como: “charin tinos” (Por amor a alguma coisa). 

A palavra charis aparece cento e sessenta e quatro vezes no Novo Testamento, sendo cento e uma, nos escritos do apóstolo Paulo. No Novo Testamento, a palavra "charis" também significa gratidão a Deus (1 Ts 5.18); dom concedido por Deus (Rm 12.3); ou mesmo simpatia diante das pessoas (At 2.47). O sentido pleno de graça foi revelado na pessoa de Jesus Cristo (2 Co 8.9; Ef 1.7; Tt 2.11).
Aqui, o comentarista se referiu ao texto de Atos 4.33, que diz: “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Esta abundante graça não se refere à salvação e sim à manifestação do Espírito Santo na vida deles, para testificar com grande poder da ressurreição do Senhor Jesus. 
O comentarista chama a nossa atenção também para o fato de algumas pessoas acharem que o segredo para a manifestação do Espírito Santo está relacionado ao cumprimento de regras e normas estabelecidas pela Igreja. Apesar de regras e normas terem a sua importância para a organização e bom funcionamento da Igreja, o que torna uma Igreja propícia à manifestação do Espírito Santo é a comunhão entre os irmãos. 

2. A graça como favor imerecido. A salvação é fruto da Graça de Deus, pois nenhum ser humano merece ser salvo (Ef 2.8). Aliás, tudo o que recebemos de Deus é fruto da Sua infinita graça. Isto por si só, gera no interior de quem foi salvo por Cristo, um sentimento profundo de gratidão a Deus, que resulta no desejo de ajudar e servir ao próximo, pela consciência que tem de que foi alcançado pelo favor imerecido de Deus. 
Isto não é fruto dos sentimentos naturais do ser humano. Isto porque, após a Queda, a natureza humana foi corrompida pelo pecado. Sendo assim, virtudes como misericórdia, bondade e altruísmo desapareceram do ser humano, pois estas virtudes têm origem em Deus. Em contrapartida, o oposto destas virtudes: crueldade, maldade e egoísmo tomaram conta do coração humano. Somente com a regeneração, o Espírito produz em nosso interior as virtudes do Espírito Santo: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. (Gl 5.22). 

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