07 abril 2022

DISCÍPULOS QUE INFLUENCIAM


(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 2: Sal da terra, luz do mundo).

Jesus nos chamou do mundo [Vinde a mim… Mt 11.28] nos enviou ao mundo [Ide por todo o mundo…Mc 16.15], mas quer que sejamos diferentes do mundo [A amizade do mundo é inimizade contra Deus.Tg 4.4]. Precisamos, antes de prosseguirmos, esclarecer que na Bíblia há pelo três significados para a palavra mundo: 

  • Planeta terra: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. (João 17.15); 

  • Humanidade / Pessoas: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16)

  • Sistema maligno. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. (1 João 2.15).


1- Sendo “sal”. Vimos no primeiro tópico as características e funções do sal. O sal é uma substância branca; formado por vários grãos pequenos; mistura-se aos alimentos dando-lhes sabor e preservando-os, sem aparecer. Estas características nos ensinam que:

a. O cristão deve ser puro, pois, o branco representa pureza;

b. O cristão não deve agir no individualismo. Um grão de sal sozinho não salga nada. Mas, vários grãos unidos, ao serem dissolvidos salgam;

c. O cristão não deve se isolar. O sal não salga à distância, precisa ser misturado ao alimento. O cristão não pode se unir ao sistema do mundo, mas deve se aproximar das pessoas e fazer a diferença.

d. O Cristão faz a diferença no mundo, mas sem aparecer. Quem aparece é o seu sabor e Jesus.  


2 - Sendo “luz”. Para sermos a luz do mundo precisamos estar conectados com Deus, pois não temos luz própria e repetimos a luz de Deus como já falamos. As luzes de uma casa podem estar em perfeito estado, mas se faltar energia elas se apagam. Mesmo estando conectados com Deus, não podemos nos esconder, pois a luz escondida não serve para nada, mesmo estando ligada. Se estivermos em um padrão acima dos padrões do mundo, que jaz no maligno, será impossível ofuscar a nossa luz, como uma cidade edificada em lugares altos. Cumpre esclarecer, no entanto, que "brilhar" segundo o ensino de Jesus não tem nada a ver com ideia mundana de brilhar, como no caso de celebridades, socialites, popstars, astros de Hollywood, etc. Brilhar, segundo Jesus, é refletir o caráter de Deus no meio de um mundo apodrecido moral e espiritualmente. 

Em seu livro  "Mateus: Jesus, O Rei dos reis", o pastor Hernandes Dias Lopes traz alguns símbolos da luz que nos ajudarão a entender melhor o que Jesus quis ensinar:

a) A luz é símbolo da verdade. O crente prega e vive a verdade, onde há mentira e falsidade. 

b) A luz é símbolo da pureza. O crente vive uma vida de santidade no meio da imundícia deste mundo. 

c) A luz é símbolo de vida. Não há vida sem luz. Por isso a Igreja propaga a vida onde há morte. 

d) A luz é símbolo de direção. Nos aeroportos do mundo inteiro, as pistas são iluminadas e circunscritas pela luz, a fim de que o piloto possa pousar com segurança. Assim também, o cristão neste mundo sem rumo e perdido, mostra-lhe o Único Caminho para o Céu que é Jesus. (Jo 14.6).

e) A luz é símbolo de alerta. A luz é colocada nas estradas sempre que um perigo jaz à frente. A luz alerta sobre o perigo e avisa aos viajantes sobre a necessidade de cautela. Da mesma forma no cristão é uma voz profética neste mundo, alertando-o para o grave perigo de perder sem Cristo. 

f) A luz é símbolo de calor. A luz é fonte de aquecimento e sem luz não suportaríamos o frio glacial das baixas temperaturas. Igualmente, a presença da Igreja neste mundo impede que ele se torne totalmente insuportável, pelo avanço indiscriminado do pecado. 


3 - A influência cristã. A influência dos cristãos no mundo como sal e como luz, conforme ensinada por Jesus, não significa ostentação e egocentrismo, como alguns imaginam, pregando o triunfalismo e a teologia da prosperidade. A influência cristã deve ser exercida através das virtudes do fruto do Espírito Santo, que são: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,  domínio próprio. As pessoas, no ambiente em que estamos inseridos, devem ver as nossas boas obras e não apenas ouvir os nossos discursos sobre elas. Este era um dos maiores problemas dos fariseus. Eles faziam belos discursos e longas orações nas praças, mas as suas práticas destoavam dos discursos. Jesus condenou duramente isso, no capítulo 23 de Mateus. 


Os primeiros cristãos impactaram profundamente a sociedade da sua época, não apenas com as suas pregações eloquentes e milagres realizados (At 2.42-47).A união deles, a vida piedosa, socorro aos necessitados e a pacificidade diante dos sofrimentos e perseguições atraíram muitas pessoas ao Evangelho. 


Os chamados pais da Igreja, que são a geração imediatamente posterior aos apóstolos, também seguiram na mesma direção. Foram cristãos piedosos que influenciaram o Império romano com a sua fidelidade incondicional a Cristo. O compromisso deles com Cristo envolvia o sacrifício da própria vida. Eles estavam dispostos a morrer pelo Evangelho, alegremente, na certeza da Vida Eterna. Justino Mártir, que nasceu no ano 100 d.C., escrevendo a respeito do impacto do Reino de Deus no compromisso cristão, declarou: 


“...Se procurarmos um reino humano, também deveríamos negar o nosso Cristo, para que não fôssemos mortos; e tentaremos escapar à detenção, para obtermos aquilo que esperamos. Mas como os nossos pensamentos não estão fixados no presente, não nos preocupamos quando os homens nos matam, uma vez que a morte também é uma dívida que precisa, de qualquer modo, ser paga.”


REFERÊNCIAS:


HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. p. 48-49.

SPROUL, RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. p. 78.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. p. 181-182.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. Editora Cultura Cristã. p. 368.

MOUNCE,. Robert H. Comentário Bíblico Contemporâneo. Mateus. Editora Vida. p. 53.

RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança. 1° Ed. 1998.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.24).


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Pb. Weliano Pires



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