07 abril 2022

A LUZ ILUMINA LUGARES EM TREVAS

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 2: Sal da terra, luz do mundo)


Neste segundo tópico falaremos sobre a segunda metáfora usada por Jesus, no texto de Mt 5.13-16, que a luz. Jesus falou que os seus seguidores são a luz do mundo. Discorremos neste tópico sobre físico e metafórico da luz. Falaremos também sobre o cristão como luz do mundo e que a luz deve brilhar no meio das trevas.


1- Conceito físico e metafórico. A luz e os fenômenos luminosos são estudados pela Óptica, que é uma parte da física. A luz é uma necessidade vital dos seres vivos. No início da criação, antes da criação da luz, o Universo era um caos. “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gn 1.2).  Diante deste cenário de trevas e caos, Deus falou: Haja luz! E houve luz.  

a. Luz em sentido literal. Segundo a física, a luz é uma forma de radiação eletromagnética cuja frequência é visível ao olho humano. Há duas fontes de luz no universo: a luz primária, ou própria e a luz secundária ou refletida. A primeira pertence às estrelas e a segunda, aos planetas e satélites. As principais fontes naturais de luz usadas pelo homem eram o sol, o fogo e os relâmpagos. Com o avanço do conhecimento foi-se desenvolvendo a luz artificial até através de velas, lamparinas a gás e lâmpadas elétricas. 

Os cientistas ainda não sabem tudo sobre a luz. Mas hoje já se sabe que a luz é constituída de partículas que a ciência chama de fótons e se propaga pelo vácuo a velocidades altíssimas, chegando a 300.000 km/s. Para calcular uma distância muito grande, que os números não poderiam conter, os matemáticos usam a expressão ano-luz, que seria a distância percorrida por um corpo durante um ano, na velocidade da luz. Cada ano-luz corresponde a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. A luz pode se propagar também de outras formas, que não sejam o vácuo. Entretanto, são alteradas a velocidade, transmissão, refração, absorção, reflexão etc. 

b. Luz em sentido figurado. A luz é uma metáfora muito usada na Bíblia. Em Provérbios 4.18 o caminho dos justos é descrito como a "luz da aurora". No Salmo 119.105, o salmista diz que a Palavra de Deus “é luz para o seu caminho”. No Novo Testamento, Jesus usou a luz como uma imagem de boas obras brilhe a vossa luz diante dos homens”. (Mt 5.16). João descreveu Jesus como “a luz verdadeira que alumia a todo homem que vem ao mundo”. (Jo 1.9). Em um discurso, Jesus diz que “Ele é a luz do mundo e os que lhe seguem não andarão em trevas…” (Jo 8.12). Em Filipenses 2.15,  Paulo compara os filhos de Deus que são "irrepreensíveis e sinceros" com os “astros resplandecentes do universo''.  O apóstolo João também diz que  “Deus é luz” (1 Jo 1.5). Há também uma constante oposição entre luz e trevas, representando, respetivamente, o bem e o mal:E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” (Jo 3.19; “.... E que comunhão tem a luz com as trevas?” (Co 6.14). 


2 - O cristão como luz. O cristão não possui luz própria, mas reflete a luz de Deus, que é luz, por sua própria natureza (1 Jo 1.5). Deus é luz porque Ele se revela, assim como a luz clareia a escuridão e mostra o que lá está. Deus não se esconde e não faz as coisas às escondidas ou com truques. Ele se revelou e quer que todos os seres humanos cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm  2.4). Conforme vimos no trimestre passado, Deus se revelou através da criação, através da Sua Palavra e através de Jesus Cristo, que se fez homem. Deus é luz também no sentido de que Ele é perfeito e puro. Não há nenhuma espécie de mancha em seu caráter. Ele também é luz porque é onisciente e nada fica encoberto dele. 

Tendo nascido de novo, o cristão reflete os atributos comunicáveis de Deus, como justiça, santidade, amor, misericórdia, bondade, benignidade, verdade. Evidentemente, o cristão não atinge estas virtudes na mesma intensidade de Deus, mas reflete-as até ao ponto que Deus as compartilha com aqueles que andam com Ele. O saudoso evangelista americano, Billy Graham dizia: “Nós somos as Bíblias que o mundo está lendo. Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção”. Portanto, as nossas práticas no mundo em que vivemos são a nossa maior pregação. Como o mundo nos vê? Como luz, ou como trevas? 


3 - A luz em lugares de trevas. Não basta ser luz. É preciso estar em lugares onde a claridade possa resplandecer e afastar as trevas. Ao contrário do sal, que que mistura aos alimentos, para dar sabor e preservá-los, a luz não se mistura às trevas. 

Onde a luz chega, a escuridão desaparece. Segundo a física, a escuridão seria simplesmente a ausência das partículas propagantes da luz. Sendo assim, se uma fonte de luz se apaga, percebe-se a escuridão logo após o último fóton vindo dessa fonte sensibilizar os nervos ópticos de quem está vendo a luz. Isso  levaria o tempo que esse fóton viaja. Portanto, a velocidade do desaparecimento das trevas é igual à do aparecimento da luz e vice-versa. 

A luz, para que possa afastar a escuridão, precisa estar em um lugar onde não haja barreiras que interrompam a transmissão parcial ou total das suas partículas. Para explicar a função dos seus discípulos como a luz do mundo, Jesus usou duas ideias lógicas sobre a luz: 

a) A luz perde a sua função se estiver escondida. "Ninguém acende uma candeia [lamparina movida a azeite] e a coloca embaixo do alqueire [caixa de madeira usada para medir grãos]. Mas coloca-se no velador [lugar alto onde se colocavam o candeeiro ou a lamparina] e assim ilumina a todos os que estão na casa. (Mt 5.15). 

b) Uma cidade em um alto pode ser vista de longe. As serras, picos e montanhas podem ser vistas a vários quilômetros de distância, mesmo que sejam vistos apenas como um local alto azul. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 42-45.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. Mateus. Editora Cultura Cristã. pág. 371-372.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 189.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pág. 1185-1186.


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Pb. Weliano Pires


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