LIÇÃO 1: A AUTORIDADE DA BÍBLIA
(Comentário do 3º tópico: A MENSAGEM DA BÍBLIA
Neste terceiro e último tópico, falaremos sobre a mensagem da Bíblia. Discorreremos sobre a Supremacia das Escrituras, o poder da Bíblia e o seu propósito. Sendo a Palavra de Deus, a Bíblia tem autoridade final e é poderosa para penetrar no íntimo do ser humano e produzir transformação. O objetivo principal da Bíblia é nos revelar o Senhor Jesus Cristo, como o único que pode nos salvar da condenação eterna. O próprio Jesus disse; “...São elas [as Escrituras] que de mim testificam.” (Jo 5.39)
1. A Supremacia da Bíblia. Segundo o dicionário de língua portuguesa, a palavra supremacia significa “superioridade completa e que não se pode contestar; hegemonia”. Esta definição se aplica perfeitamente à Palavra de Deus, pois ela é a revelação escrita de Deus à humanidade e não pode jamais ser contestada. Tudo aquilo que precisamos saber sobre Deus, o pecado, a salvação, o nosso crescimento espiritual e a vida futura, já está revelado na Palavra de Deus. Não se pode retirar ou acrescentar nada dela (Ap 22.18,19).
No Século XVI, os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras, utilizando a expressão latina “Sola Scriptura", que significa “somente a Escritura” tem autoridade em questões doutrinárias para a Igreja. Nessa época, a Igreja havia mergulhado no paganismo e na idolatria. Criavam doutrinas e dogmas segundo as suas conveniências, como as indulgências, que eram as absolvições do tempo de pena no purgatório pelos papas. Inicialmente, uma das formas de penitência era a prática de esmolas. Depois passaram a vender as indulgências. Vendiam também relíquias, que eram objetos sagrados, que supostamente haviam pertencido aos apóstolos.
Estas e outras práticas abusivas adotadas pela Igreja Romana, não encontrava nenhum amparo nas Escrituras. Mas, esta Igreja adota um tripé como fonte de suas doutrinas: as Escrituras, a tradição e o magistério da Igreja. O magistério é a central de ensinamento oficial da Igreja, incluindo o papa e os bispos em união com ele. Os católicos acreditam que a tradição da Igreja tem o mesmo valor das Escrituras e o magistério tem a prerrogativa de interpretá-la. Na prática, o que eles fazem é criar dogmas e doutrinas que contrariam as Escrituras.
Em 31 de Outubro de 1517, houve a Reforma Protestante. Martinho Lutero, que era um monge agostiniano e professor de teologia, se revoltou contra estas práticas antibíblicas, escreveu 95 teses contestando-as e fixou-as na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha. Ele foi intimado a comparecer em Roma para dar explicações ao Papa e renegar o que havia escrito nas teses e nos livros. Cheio da ousadia do Espírito Santo, Lutero reafirmou a sua posição em Roma:
“Contendemos pela firmeza e pureza da fé e das Escrituras […]. Devemos estabelecer a distinção mais nítida possível entre o que nos foi entregue por Deus nos textos sagrados e o que foi inventado na Igreja pelos homens, não importa a eminência da santidade ou da erudição deles.”
Insistiram para que ele se retratasse e renegasse o que disse, mas ele manteve-se firme:
“A menos que me convençam, pela Escritura ou por razões claras, de que estou errado, eu permaneço constrangido pelas Escrituras. Não posso nem quero me retratar, de vez que não é seguro nem correto agir contra a consciência. Deus me ajude. Amém.”
Lutero foi excomungado (excluído da comunhão) pela Igreja. Escapou da morte, porque autoridades alemãs, que eram simpatizantes às suas idéias o raptaram e o colocaram em segurança. A partir da Reforma Protestante, ficou estabelecido o princípio bíblico de que somente a Escritura pode ser normativa em questões doutrinárias para a Igreja. O maior dos Salmos, o 119, foi dedicado exclusivamente à Palavra de Deus. Este Salmo é um acróstico, contendo 22 estrofes, cada uma delas começa com uma palavra cuja inicial é uma letra sequencial do alfabeto hebraico. Em cada um dos versos há uma referência à Palavra de Deus, com palavras sinônimas: Lei do Senhor, Testemunhos, Mandamentos, Estatutos, etc. No verso 105, está escrito: "Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e luz para o meu caminho”.
2. O poder da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é mencionada pelo apóstolo Paulo, quando falou da armadura de Deus, como “a espada do Espírito” (Ef 6.17). A espada é uma arma de ataque e defesa. Com a espada do Espírito podemos atacar o inimigo e nos defendermos dos seus dardos inflamados. O Senhor Jesus venceu o inimigo usando a Palavra de Deus (Mt 4-4,7,10). É necessário, no entanto, saber usar esta espada. Um soldado que não tem habilidade para manejar uma espada, pode ser ferido com ela pelo inimigo. O profeta Jeremias também usou a metáfora de um martelo que despedaça uma penha, referindo-se à Palavra de Deus (Jr 23.19). De fato, muitos corações de pedra tem sido quebrantados pelo poder da Palavra de Deus. Nenhum outro livro tem este poder de transformar milhões de pessoas, mudando comportamentos e tradições milenares.
3. O propósito da Bíblia. A Bíblia foi escrita para revelar ao mundo quem é Deus, os seus valores morais. O Antigo Testamento inicia com a revelação de como Deus criou todas as coisas, inclusive o ser humano. Depois, relata a queda do ser humano. A partir daí, Deus coloca em prática o plano que Ele tinha antes da fundação do mundo, de salvar o homem. A Bíblia traz os relatos de como Deus formou a nação de Israel, a partir da chamada de Abrão. Relata também a Lei de Deus para esta nação e como eles deveriam se comportar na terra prometida, sendo o povo escolhido de Deus. Todo o restante do Antigo Testamento conta as histórias desta nação, as poesias e as profecias relacionadas ao futuro desta nação e à vinda do Messias, o salvador do mundo.
O Novo testamento conta a história do Salvador, desde o seu nascimento, a sua apresentação e circuncisão, o seu batismo, os seus discursos, os milagres realizados, a sua morte, a sua ressurreição e assunção aos Céus. Depois, os seus apóstolos deram continuidade ao seu ministério terreno “ensinando a guardar tudo aquilo que Ele havia mandado”. (Mt 28.19). Portanto, o propósito das Escrituras é revelar o próprio Deus e o seu plano de salvação para o mundo perdido. (1 Tm 1.15).
REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 400-401.
COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 67-68.
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 27-28.
MAC ARTHUR, John. Por que crer na Bíblia. Editora Thomas Nelson. 2. ed. 2017.
LEBAR, Lois E. Educação que é Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.55.
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Pb. Weliano Pires
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