LIÇÃO 1: A AUTORIDADE DA BÍBLIA (Comentário do 2º tópico)
A maioria dos críticos da Bíblia e até alguns crentes desconhecem completamente a origem da Bíblia. Não sabem como a Bíblia foi escrita e criticam aquilo que não sabem. Uns pensam que os escritores se reuniram e começaram a escrever o livro de Gênesis e seguiram até Apocalipse, como numa edição normal de um livro. Mas, não foi assim. A Bíblia não foi escrita de uma só vez, num único volume, como conhecemos hoje.
A Bíblia é autêntica por si mesma. Ela é inerrante, ou seja, completamente isenta de erros. Estudaremos mais sobre isso na lição 3. Quando falamos de autenticidade, nos referimos àquilo que é verdadeiro. Em referência às Escrituras, conforme bem pontuou o nosso comentarista, refere-se à sua autoridade. Por ser inspirada ou soprada por Deus, a Bíblia se distingue de qualquer outro livro, pois, Deus é a Verdade e não pode mentir ou falhar. Há dois tipos de evidências, que comprovam a autenticidade das Escrituras: evidências internas e evidências externas.
1. Evidências Internas. São aquelas que provêm do próprio texto bíblico e das suas particularidades. Há três fatores na Bíblia que são evidências internas de que ela é autêntica e verdadeira. Nenhum outro livro possui estas características.
a) Unidade e consistência. A Bíblia foi escrita num período de aproximadamente mil e seiscentos anos, por cerca de quarenta escritores diferentes, que viveram em épocas muito diferentes, que tinham culturas diferentes. A maioria deles não se conheceram e não sabiam o que os outros haviam escrito. Outros foram contemporâneos, mas viveram em locais diferentes e não tiveram acesso ao que os outros escreveram. Eles também não sabiam que, aquilo estavam escrevendo, por inspiração do Espírito Santo, seria juntado a outros livros, que juntos formariam a revelação escrita de Deus. Um livro escrito nestas circunstâncias, é de se esperar que seja totalmente desconexo, inconsistente e contraditório. Entretanto, ao ler a Bíblia, podemos perceber que há uma unidade incrível e coerência entre os seus livros. Só há uma explicação para isso: Deus é o seu autor.
b) Ação do Espírito Santo. Em toda a Bíblia, podemos perceber a ação do Espírito Santo no interior das pessoas que liam ou ouviam a Palavra de Deus. No Antigo Testamento temos o caso de Moisés e Arão, que transmitiram as Palavras do Senhor ao povo e eles creram: “E Arão falou todas as palavras que o Senhor falara a Moisés e fez os sinais perante os olhos do povo. E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor visitava aos filhos de Israel, e que via a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram.” (Êx 4.30,31).
Temos ainda o caso de Esdras, sacerdote e escriba, que leu o Livro da Lei, diante de todo o povo, explicando o seu significado e o povo chorou: “E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.” (Ne 8.8,9).
No Novo Testamento, temos o caso dos discípulos no caminho de Emaús, que após a ressurreição de Jesus, não o reconheceram e andaram com Ele pelo caminho, ouvindo dele a exposição das Escrituras. Quando o mestre partiu o pão diante deles, eles o reconheceram e Ele desapareceu. Aqueles discípulos, então se lembraram do momento em que ouviam a Palavra de Deus e exclamaram:
- Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? (Lc 24.32).
Pedro também, no Dia de Pentecostes, pregou um longo discurso, expondo as Escrituras para o povo. O Espírito Santo atuou no coração dos ouvintes e uma multidão de três mil pessoas chegou aos pés dos apóstolos e exclamou:
- Que faremos, varões irmãos? (At 2.37).
Depois, na casa de Cornélio, o mesmo Pedro, pregou a Palavra de Deus e enquanto ele pregava, o Espírito Santo desceu e encheu a todos os que o ouviam:
“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.” (At 10.44). Há muitos outros casos na Bíblia, em que o Espírito Santo agiu, enquanto a Palavra de Deus era pregada. Ainda hoje, há inúmeros testemunhos de pessoas que ouvem a ministração da Palavra de Deus e são tocadas pelo Espírito Santo, que as leva ao arrependimento. Paulo disse que “a fé vem pelo ouvir e o ouvir, pela palavra de Deus.” (Rm 10.17).
c) Profecias de Eventos Futuros. Certamente, uma das maiores evidências da veracidade da Bíblia é o cumprimento fidedigno de suas profecias. Inúmeras profecias bíblicas, escritas muitos séculos antes do seu cumprimento, se cumpriram com riqueza de detalhes. Há vários exemplos registrados na Bíblia. Entre eles estão os impérios mundiais, citados nominalmente, muitos anos antes deles surgirem. Daniel profetizou durante o reinado de Nabucodonosor na Babilônia, fazendo menção aos impérios medo-persa, grego e romano que viriam depois dele.
Isaías profetizou que Deus iria usar o imperador Ciro para libertar Judá do cativeiro, muito antes do Reino do Sul ir para o cativeiro e cem e cinquenta anos antes de Ciro nascer (Is 45.1). O profeta Jeremias profetizou que o povo iria para o cativeiro na Babilônia e que o exílio duraria setenta anos e assim foi. Isaías também proferiu várias profecias sobre o Messias, indicando o seu nascimento virginal Is 7.14; Mt 1.23); os seus sofrimentos (Is 53) e o local da sua sepultura (Is 53.9; Mt 27.57-60). O profeta Miquéias predisse o lugar onde o Messias iria nascer (Mq 5.2-4; MT 2.6). Nos Salmos também foi predito em detalhes, a morte na cruz e a ressurreição de Jesus (Sl 22.16; Jo 19.36) e a sua ressurreição (Sl 16.10; Mt 28.6).
Os críticos insinuam que Jesus, conhecendo de antemão as profecias teria agido intencionalmente, para forçar o seu cumprimento. Mas, é uma tese absurda, pois, os acontecimentos da vida terrena de Jesus, desde o seu nascimento até à sua ressurreição não envolveram apenas Ele. Como ele poderia determinar o local do seu nascimento? Como Ele poderia fazer para nascer de uma virgem? Como Ele poderia determinar que ele seria descendente de Davi? Como poderia determinar de que forma iria morrer, as palavras que seriam ditas no momento da sua morte e o local da sua sepultura? Isso seria humanamente impossível! Somente um coração duro e incrédulo se recusa a crer que a Bíblia é a Verdade.
2. Evidências externas. Evidências externas são comprovações dos relatos bíblicos por outras fontes como a história, a arqueologia e os pressupostos científicos. Os lugares, povos e acontecimentos citados na Bíblia são confirmados por escavações e pela história das nações. Já houve casos de povos e cidades antigas que desapareceram como os Hititas. Os céticos chegaram a duvidar do relato bíblico, que dava conta de que os Hititas foram um povo poderoso no passado. Mas, depois as descobertas arqueológicas confirmaram o relato bíblico.
Sem sombra de dúvidas, o maior achado arqueológico do século XX foi a descoberta dos “rolos do mar Morto”. Estes rolos foram encontrados ao longo de quase uma década (de 1947 até 1956), na região conhecida como deserto da Judeia, nas imediações do mar Morto, em Israel. Primeiro, foi encontrada uma uma cópia completa do texto de Isaías, escrito no segundo século a. C. Ao lado de outro rolo de Isaías, foi encontrado também um comentário sobre Habacuque e muitos fragmentos de outros livros do Antigo Testamento.
Antes destas descobertas do Mar Morto, os manuscritos hebraicos mais antigos que se tinha do Antigo Testamento, datavam de mais ou menos 850 d.C. Isso fazia os céticos insinuarem que os textos poderiam ter sido adulterados. Estes manuscritos encontrados foram comparados com o texto atual do Antigo Testamento e eram iguais ao texto dos massoretas, contendo apenas diferenças insignificantes de ortografia e gramática, que é comum em textos copiados à mão. O único livro não encontrado foi o de Ester. Provavelmente, estivesse oculto em alguma caverna ou em outro lugar isolado.
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REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.
BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática Introdução à Teologia Sistemática. Editora CPAD. 1. ed.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. INTRODUÇÃO À TEOLOGIA: A Bíblia, Deus e a Criação. Editora CPAD. pag. 214.
COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 62-63.
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 25-26
Sociedade Bíblica do Brasil (https://biblia.sbb.org.br/descobertas-arqueologicas). Acesso em 31/12/2021.
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