Nasci e cresci na Fazenda Angico
Nas terras de Antonio Dom João
Um fazendeiro solteiro e pudico
Pessoa correta e de bom coração.
O Angico pertence a Terra Nova
Cidade do interior pernambucano
Quem conhece atesta e comprovaQue é um paraíso rural e urbano.
O Riacho Grande divide o Angico
A outra parte pertence a Cabrobó
Cidade à margem do Velho Chico
Que fica entre Belém e Orocó.
No Angico vivíamos a natureza
Um misto de pobreza e inocência
Tranquilidade, respeito e pureza
Não se ouvia falar de violência.
Com muito trabalho e dedicação
Meu pai comprou o seu terreno
Ali mesmo naquele velho torrão
Ele adquiriu um lote pequeno.
Desde criança, aprendi a trabalhar
O trabalho jamais me prejudicou
E nunca me impediu de estudar
Pois meu pai sempre me incentivou.
Com os meus pais, avó e irmãos
Nesta fazenda felizes vivíamos
Plantando cebola, milho e feijão
Esta cultura nós conhecíamos.
A vida ali tinha muita dificuldade
Não tinha energia nem televisão
Mas, morávamos perto da cidade
Onde havia alguma diversão.
No Angico eu tive boa convivência
Com pessoas amigas e maravilhosas
De todos me lembro com deferência
Alguns deles, de memórias saudosas.
Seu Zé Pedro, homem de grande valor
E Sinhá Júlia, sua esposa, mui amada
Por muitos anos, dedicados ao labor
Deixaram ali a sua marca registrada.
Seu Luiz Venâncio, grande pescador
E Dona Lionízia, sua esposa querida
Com os filhos, este casal batalhador
Enfrentou ali, os desafios desta vida.
Dona Ambrosina e seu Zé de Lilia
Também, por muitos anos ali moraram
Eram de sorriso fácil e grande simpatia
Pessoas que sempre nos consideraram.
O casal, Seu Augusto e Dona Neném
De família trabalhadora e numerosa
Por alguns anos moraram ali também
Sempre no trabalho, de forma honrosa.
Antonio Calou, homem muito querido
E Tia Donona, sua esposa bondosa
Em sua casa, sempre fui bem recebido
Músicas, brincadeiras e uma boa prosa.
Luiz Henrique, homem muito honrado
Mudou-se do Jatobá com Tia Nevinha
Para o terreno que tinham comprado
Com os dez filhos que o casal tinha.
Antonio Professor ali se estabeleceu
Dona Lola, sua esposa e companheira
Diante das lutas nunca esmoreceu
Bons vizinhos, família hospitaleira.
O tempo e o espaço são insuficientes
Para mencionar todas as pessoas
Que conviveram neste ambiente
Das quais carrego lembranças boas.
Quando recordo-me do meu Angico
Mergulhado em minha nostalgia
Com o meu coração apertado fico
Sonhando em poder voltar um dia.
Weliano Pires
Nossa! Que coisa mais linda!
ResponderExcluirParabéns, Weliano, pelos belos versos e por essa sua valorização às suas origens.
Obrigado, amiga.
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