(Comentário do 3º tópico da Lição 9)
Neste terceiro e último tópico, falaremos sobre o emocionante discurso do apóstolo Paulo aos anciãos/bispos da Igreja de Éfeso. Paulo seguia em direção a Jerusalém e pretendia chegar para a festa do Pentecostes. Para não se demorar, ele preferiu não parar em Éfeso e marcou uma reunião com os obreiros em Mileto.
Neste discurso, o apóstolo faz alguns apelos a estes obreiros, com algumas orientações, que tem muito a ensinar aos obreiros da atualidade, especialmente os mais novos. O nosso comentarista destaca três orientações importantes de Paulo neste discurso: o desprendimento do obreiro, o cuidado pessoal do obreiro e a ameaça dos predadores do rebanho de Deus.
1. Sobre o desprendimento de obreiro para realizar a obra de Deus (At 20.24). Aqui Paulo usando o seu próprio exemplo de vida, mostra que o obreiro deve desapegar-se das coisas materiais e passar a depender de Deus. Paulo abriu mão da própria vida e passou a viver para Cristo e sua obra. A avareza e a ganância são incompatíveis com o ministério. Infelizmente, muitos obreiros têm se perdido por causa disso. Há pessoas, sem nenhuma vocação ministerial, que entram para o ministério "abrem Igrejas", visando obter vantagens materiais. Paulo, no entanto, não tinha esta postura. Ele assim declarou aos obreiros de Éfeso: "Porque em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, conquanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus". (At 20.24).
Comentando sobre este discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso, o pastor Hernandes Dias Lopes assim escreveu:
"Destacamos a seguir essas três verdades:
a. Vocação (20.24). Paulo diz que recebeu o ministério do Senhor Jesus. Não se lançou no ministério por conta própria; foi chamado, vocacionado e separado para esse trabalho.
b. Abnegação (20.24). Paulo diz que não considerava a sua vida preciosa para si mesmo desde que cumprisse o seu ministério. O coração de Paulo não estava nas vantagens auferidas do ministério.
c. Paixão (20.24). A grande paixão de Paulo era testemunhar o evangelho da graça de Deus. A pregação enchia o peito do velho apóstolo de entusiasmo. Ele sabia que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Sabia que a justiça de Deus se revela no evangelho."
2. Sobre o cuidado pessoal do obreiro (At 20.28). No versículo 28, Paulo escreveu: “Olhai, pois, por vós mesmos...”. Escrevendo a Timóteo, Paulo também diz: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina…” (1 Tm 4.16). Falando sobre os requisitos para se exercer o episcopado, uma das exigências colocadas por Paulo é que o bispo deve “governar bem da sua casa, pois, aqueles que não cuidam das suas casas, não poderão cuidar da Igreja de Deus”. (2 Tm 3.5). O ensinamento de Paulo aqui é para que o obreiro antes de cuidar da Igreja do Senhor, cuidar de si mesmo em todos os aspectos: físico, emocional, espiritual e familiar. Há muitos pastores e líderes que estão esgotados. A saúde física, emocional e até espiritual estão abaladas. O casamento destruído; os filhos revoltados ou decepcionados com a Igreja. Alguns não suportam a pressão e infartam ou cometem suicídio. Tudo isso, porque cuidam muito dos outros e não cuidam de si mesmos. Um dos requisitos para se exercer o ministério é a moderação. O obreiro não pode cuidar exageradamente de si mesmo e da sua família e abandonar a Igreja. Mas, não pode fazer o contrário, doando-se integralmente à Igreja e descuidar da própria saúde e da sua família. Paulo disse que “Se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel." (1 Tm 5:8). Um obreiro também precisa cuidar da sua reputação. O seu discurso precisa estar alinhado à sua conduta, para não ser envergonhado.
3. Sobre a ameaça de “lobos cruéis” no rebanho de Deus (At 20.29,30). O terceiro alerta de Paulo diz respeito à ameaça dos falsos mestres, que ele chama de “lobos cruéis”. Há lobos devoradores por todos os lados, inclusive dentro das Igrejas. Eles chegam de mansinho, vestidos como ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores, a serviço do inimigo. Os pastores devem estar alerta quanto a isso, para identificar as ameaças e proteger o rebanho que o Senhor lhes confiou. Jesus, Paulo, Pedro, Judas e João nos alertaram sobre o advento dos falsos mestres e falsos profetas. Pedro, em sua segunda carta, alertou contra os falsos mestres que iriam surgir, mostrando algumas características deles, que podem facilitar a identificação (2 Pe 2.1-3):
Surgirão “entre vós”. É um perigo interno;
Introduzirão encobertamente heresias de perdição (ensinam doutrinas contrárias à Escrituras);
Negarão o Senhor que os resgatou (Chegam ao ponto de negar a Cristo, seja com palavras ou com atitudes);
Terão vida dissoluta (Conduta pervertida e imoral)
Serão avarentos (Tudo o que fazem é visando obter vantagens financeiras)
Farão de vós na Igreja um negócio (Já há obreiros vendendo a Igreja para outros ministérios).
Usarão palavras fingidas (Os falsos mestres sempre fingem ser o que não são, com palavras bonitas e persuasivas).
Não podemos entregar o púlpito das nossas Igrejas para qualquer pessoa falar, sem saber a procedência. Também não devemos receber obreiros de outras denominações sem carta e sem antes verificar a sua conduta.
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Pb. Weliano Pires
REFERÊNCIAS:
LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pág. 416-417),
CABRAL, Elienai. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 443-444.
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