(Comentário do 3⁰ tópico da lição 6: Paulo no poder do Espírito)
Paulo usou as Escrituras como fundamento para o ensino da doutrina do Espírito Santo. No Antigo Testamento, ela estava presente, mas não muito explícita. Ele usou também a experiência vivida pela Igreja Primitiva no Dia de Pentecostes e ensinou à Igreja de Éfeso sobre a necessidade do crente ser revestido do poder do Espírito. Paulo permaneceu em Éfeso por cerca de dois anos, ensinando a Palavra de Deus. Isso foi fundamental para que aquela Igreja experimentasse um grande avivamento, crescimento da Igreja e ortodoxia doutrinária.
1. As Escrituras como fonte de revelação sobre o Espírito Santo. Algumas doutrinas cristãs não foram reveladas explicitamente no Antigo Testamento. Mas, estavam presentes de forma implícita, parcial ou através de tipos e figuras. No caso da doutrina do Espírito Santo, ela estava presente no Antigo Testamento apenas de forma subjetiva. Não temos no Antigo Testamento as informações que temos no Novo Testamento sobre o Espírito Santo, tanto que os judeus são monoteístas e não crêem na Santíssima Trindade.
A compreensão deles sobre o Espírito Santo é muito diferente do Cristianismo. Os judeus crêem que Deus é Único, Pessoal, Todo Poderoso e Misericordioso. Mas, não crêem na Trindade, nem que o Espírito Santo é uma pessoa. Para o Judaísmo, o Espírito Santo é a presença de Deus e não uma pessoa. O chamado “Shemá hebraico” assim afirma: “ Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Dt 6:4-5). Com base neste texto os judeus são monoteístas e contrários à Doutrina da Trindade. Entretanto, este texto não anula a Unicidade de Deus, pois a Trindade não são três deuses e sim, um Único Deus que subsiste eternamente em três pessoas.
Apesar da Doutrina do Espírito Santo não está muito clara no Antigo Testamento, mas ela está presente. No primeiro versículo da Torah ou Pentateuco, a referência a Deus em hebraico está no plural (heb. “Elohim”, que é o plural de "Eloah"). Indica uma unidade composta, pois o verbo “criou” (heb. “bará”) está no singular. No ato da criação do homem, vemos Deus falando: “Façamos o homem… conforme a nossa imagem...”. (Gn 1.26). Após a queda, Deus diz: “Eis que o homem agora é como um de nós...” (Gn 3.22). No episódio da confusão das línguas também, Deus fala no plural: “...Desçamos e confundamos ali a sua língua…” (Gn 11.7).
Além das referências a Deus no plural, que deixam implícita a Doutrina Santíssima Trindade, temos promessas referentes ao derramamento do Espírito de forma mais explícita, como no texto de Joel 2.28,29, que no Dia de Pentecostes, Pedro interpretou como a profecia do que acontecera ali, quando todos foram cheios do Espírito Santo: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”. Outros profetas também profetizaram sobre o derramamento do Espírito Santo, como Isaías (Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21) e Ezequiel (Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29).
2. O Pentecostes como fonte de revelação do Espírito Santo. Além das Escrituras do Antigo Testamento, que continham promessas da descida do Espírito Santo, Paulo utilizou como fonte para o seu ensino sobre a Doutrina do Espírito Santo, a experiência vivida pela Igreja Primitiva no Dia de Pentecostes (At 2.1-4). A notícia daquele acontecimento se espalhou por vários lugares, pois havia naquele dia pessoas vindas de várias regiões, que presenciaram a descida do Espírito Santo e o discurso de Pedro, logo a seguir. Após a sua conversão, Paulo foi orientado sobre isso e ele mesmo teve também a sua própria experiência pois foi batizado no Espírito Santo, quando Ananias foi orar por ele (At 9.17). Teve também outros casos de batismo no Espírito Santo, como os de Samaria e da casa de Cornélio, que certamente Paulo sabia.
3. Paulo ensina acerca do Espírito Santo aos efésios (At 19.1-6). Paulo não contrariou as mensagens de João Batista e Apolo, apenas as complementou. Apolo e aqueles cristãos de Éfeso entenderam apenas em uma parte da mensagem pregada por João Batista: "Após mim, virá um que não sou digno de desatar as correias das suas sandálias...". Mas, não se atentaram para a segunda parte que dizia: "...Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo".
Paulo fez o que todo pastor pentecostal deve fazer: Primeiro ensinou sobre o Espírito Santo, depois orou pelas pessoas, impondo-lhes as mãos, para que fossem revestidas de poder. Em muitas Igrejas ditas pentecostais não há mais batismo no Espírito Santo, porque não há ensino sobre isso e não buscam a Deu em oração por este propósito. Há muitas pessoas que oram apenas por bens materiais e coisas supérfluas e esquecem de buscar as coisas que são do Céu.
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Pb.Weliano Pires
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