05 novembro 2021

PREGANDO A CRISTO NO PODER DO ESPÍRITO


(Comentário do 1⁰ tópico da lição 6: Paulo no poder do Espírito)

Desde o seu encontro com Jesus no caminho de Damasco, Paulo entregou-se totalmente ao Se passou a ser dirigido pelo Espírito Santo. Ele perguntou ao Senhor Jesus o que Ele queria que fizesse. O Senhor mandou que ele fosse à cidade e aguardasse lá. Paulo ficou três dias em jejum, aguardando as orientações do Senhor. Depois que foi batizado, Paulo ficou alguns dias em Damasco, até que veio a perseguição e ele teve que fugir.  


1. Paulo, movido pelo poder do Espírito. Paulo pregava ousadamente nas sinagogas, mostrando aos judeus, pelas Escrituras, que Jesus era o Messias. Esta ousadia e intrepidez para pregar, em ambientes hostis ao Evangelho, evidentemente, vinha do Espírito Santo. Enquanto ele pregava, o Senhor operava maravilhas. Antes dele, Pedro também pregou, ousadamente, a Palavra de Deus diante das autoridades religiosas e eles ficaram admirados. Estêvão, com a mesma ousadia, pregou diante na sinagoga e diante do sumo sacerdote. Mesmo diante da morte, ele não recuou. Os seus algozes não conseguiram resistir à sabedoria com que ele falava e, por isso, o acusaram falsamente de blasfêmia e o apedrejaram. 

É por isso que Jesus, antes de subir aos Céus, ordenou aos seus discípulos, que ficassem em Jerusalém, aguardando o revestimento de poder. Ele sabia que sem este revestimento de poder, eles não teriam a sabedoria e a ousadia necessárias para levar o Evangelho. O Espírito Santo move o pregador para trazer as palavras corretas e trabalha no coração dos ouvintes para entenderem o que está sendo pregado. Além disso, opera sinais e maravilhas que corroboram a mensagem pregada. 

2. O caminho de pregação. Encontramos em várias partes no Livro de Atos, o Espírito Santo falando para onde Paulo deveria ir e o que ele deveria fazer. Nos primeiros dias após a sua conversão, Paulo permaneceu em Damasco. Ele começou a pregar nas sinagogas, ainda como um novo convertido, mostrando pelas Escrituras aos judeus, que Jesus era o Cristo (At 9.26). Os judeus formaram conselho entre si para o matarem e preparam-lhe várias ciladas. Mas, Paulo ficou sabendo e os discípulos o desceram em um cesto pelo muro, para que ele escapasse (At 9.23-25). 

O texto de Atos 9.26 diz que Paulo foi para Jerusalém e tentou juntar-se aos apóstolos, mas, eles o temiam não acreditando em sua conversão. Lendo o texto de Gálatas 1.17,18, entendemos que antes de ir a Jerusalém, Paulo esteve por um período de três anos no deserto da Arábia, onde recebeu as revelações do Senhor (Gl 1.12). Paulo conta que estava no templo orando e recebeu uma mensagem de Deus para sair de Jerusalém, pois, os judeus não aceitariam o seu testemunho: “Aconteceu que, tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, achei-me em êxtase, e vi aquele que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém; porque não receberão o teu testemunho acerca de mim.” (At 22.17,18). Em seguida, o Senhor lhe disse que o enviaria aos gentios. Então, o rumo da pregação de Paulo, tanto o local, quanto o conteúdo da mensagem, era conduzido pelo Espírito Santo. 

3. Paulo e as três viagens missionárias. Aqui, o comentarista fala apenas de duas viagens missionárias. Mas, encontramos na Bíblia o relato de três viagens missionárias do apóstolo Paulo pelo mundo. Em sua primeira viagem missionária, Paulo partiu junto com Barnabé da Igreja de Antioquia, após a liderança da Igreja receber o comunicado do Espírito Santo, para separarem Paulo e Barnabé, para a obra que Ele havia designado (Até 13-14). Esta viagem aconteceu entre os anos de 46 e 48 d.C. Teve início em Selêucia, porto de Antioquia (Atos 13.1-4). Navegaram dali para Chipre. Depois, desembarcaram em Salamina, viajaram ao longo de toda a costa sul da ilha de Chipre, até chegarem a Pafos. Lá, o procônsul romano, Sérgio Paulo, se converteu, depois que Paulo repreendeu o feiticeiro Elimas (At 13:6-12). A partir desta viagem, o texto bíblico usa sempre o nome de Paulo e não mais Saulo, o seu nome hebraico. 

A segunda viagem missionária de Paulo começou por volta do ano 49 d.C. e durou cerca de três anos, até 52 d.C. Esta viagem iniciou-se com um desentendimento entre Paulo e Barnabé. Paulo e Barnabé decidiram iniciar esta viagem, passando pelas Igrejas que eles haviam fundado na primeira viagem, para visitar os irmãos e os fortalecer. Barnabé pretendia levar consigo o seu primo João Marcos, que havia voltado da primeira viagem. Paulo discordou e esta desavença causou a separação de ambos. Barnabé prosseguiu com João Marcos, em direção a Chipre, terra natal de Barnabé, e Paulo levou Silas consigo e partiu em outra direção (At 15.37-40). 

Nesta segunda viagem, a equipe de Paulo partiu da Síria e Cilícia, visitando as igrejas na Ásia, Derbe e Listra, de onde levou com ele a Timóteo (Atos 16.1-5). De Listra, seguiram para a Frígia e Galácia, onde Paulo permaneceu por um tempo, por causa de uma enfermidade (Atos 16.6; Gl 4:13-14). Da Galácia, Paulo pretendia ir para a Bitínia, na costa do Mar Negro, mas ele disse que o Espírito de Jesus não lhes permitiu. Então, eles passaram pela Mísia e desceram para Troade. (Atos 16.7-8). O Senhor Jesus Cristo dirigiu Paulo para o oeste da Ásia, onde Paulo pretendia permanecer e depois ir à Grécia.

É interessante notar, que o Espírito Santo usou até um desentendimento, para fortalecer a obra missionária. Agora, em vez de uma equipe missionária, havia duas. Convém destacar também, que este desentendimento não ocasionou briga pessoal entre os dois. Posteriormente, Paulo falou bem tanto de Barnabé como de Marcos  (Cl 4.10; 2 Tm 4.11).

Na terceira viagem missionária, Paulo partiu de Antioquia, em direção a Éfeso. Com a pregação de Paulo, muitos feiticeiros e adivinhos se converteram e queimaram publicamente os seus livros. Ali, o Senhor fez muitos sinais e maravilhas através de Paulo. Depois, Paulo seguiu para Trôade, Filipos e Macedônia. No regresso desta viagem, em direção a Jerusalém, alguns fatos marcantes aconteceram: o longo discurso de Paulo e a ressurreição de Êutico em Trôade, o emocionante discurso de despedida aos anciãos de Éfeso e a prisão de Paulo em Jerusalém. Chegando em Chipre, Paulo ficou sete dias e alguns discípulos ali, usados pelo Espírito Santo, disseram a Paulo que não fosse a Jerusalém (At 21.4). Chegando em Cesaréia, na casa de Filipe, o profeta Ágabo também profetizou que Paulo seria preso. Os discípulos rogaram a Paulo para que não fosse a Jerusalém, mas, ele não se intimidou e foi. Chegando em Jerusalém, houve um grande tumulto dos judeus e Paulo foi preso no templo. Depois da prisão, Paulo, usando a sua cidadania romana, apelou para ser julgado por César em Roma. A partir desta apelação, Paulo foi ouvido por Festo e por Agripa. Falando em sua defesa, Paulo testemunhou ousadamente da sua conversão, deixando o rei Agripa impressionado, ao ponto de dizer: 

- Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão! (At 26.28).

Nestas três viagens missionárias podemos ver a atuação do Espírito Santo, dirigindo, orientando e confortando o apóstolo Paulo. 


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Weliano Pires


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