Falaremos neste tópico a respeito dos principais pecados do povo, que causaram o cativeiro, que foram a idolatria e as injustiças praticadas contra os pobres. A situação estava tão crítica que até os sacerdotes, em conluio com governantes ímpios, extorquiam o povo.
1. O terrível pecado da idolatria. A palavra idolatria é a junção de dois termos gregos: “idolos” e “latreo” e significa “adoração aos ídolos”. É um pecado gravíssimo contra Deus. Os dois primeiros mandamentos condenam diretamente a idolatria: Não terás outros deuses diante mim e não farás para ti imagens de escultura. (Ex 20.1-4). Em vários textos do Antigo Testamento, Deus alertou o povo contra a idolatria e ameaçou puni-los com o domínio dos inimigos sobre eles (Êx 23.13.24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; 1s 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35.37.38).
Para exemplificar a gravidade da idolatria, Deus usou a vida conjugal do profeta Oséias, ordenando que ele se casasse com uma prostituta e tivesse filhos com ela. (Os 1.2,3). Gômer, a prostituta, mesmo estando casada com o profeta, tinha os seus amantes. Nesta metáfora, Israel, representado pela protituta, deixa seu marido, que é Deus, para ficar com os seus amantes e ainda pagava para estar com eles. Imagine como o profeta se sentia diante desta situação! É assim que Deus se sente, quando alguém pratica a idolatria.
O povo foi orientado por Deus, a destruir todos os ídolos ao entrarem na terra prometida. Entretanto, logo após a morte de Josué, o povo se entregou à idolatria, tornando-se um círculo vicioso. O povo pecava, vinha a opressão dos inimigos; o povo se clamava a Deus e Deus levantava um libertador; o povo voltava a pecar e, de novo, eram dominados pelos inimigos; Clamavam a Deus e vinha a libertação; e assim, sucessivamente.
No início da monarquia, não houve idolatria. Saul perseguiu duramente os idólatras e feiticeiros. Durante o reinado de Davi também não havia idolatria. Salomão começou bem, mas, na velhice, influenciado por mulheres estrangeiras, permitiu a idolatria em Israel. Por isso, veio a divisão do reino. Após a divisão, a idolatria fez parte dos dois reinos. No Reino do sul, alguns reis foram tementes a Deus e combateram a idolatria, como Asa, Josafá, Ezequias e Josias. Mas, outros entregaram-se à idolatria. No Reino do norte, no entanto, a idolatria sempre foi muito mais acentuada. Todos os reis do norte foram idólatras. Por isso, o cativeiro veio mais cedo e não houve retorno.
No Novo Testamento também há vários textos que condenam a idolatria e afirmam que os idólatras não herdarão o Reino de Deus (1 Co 6.10; Gl 5.20; Ap 21.8; 22.15). É importante destacar que a idolatria não é apenas a adoração a imagens, como muitos imaginam. Qualquer pessoa, objeto, lugar ou instituição que ocupe o lugar de Deus é idolatria: um santo, água do Rio Jordão, um monte, Jerusalém, a nossa denominação, etc. Se colocarmos qualquer um deles como mediadores entre Deus e nós, ou como algo milagroso, estaremos cometendo o pecado de idolatria.
2. Outras causas do cativeiro. Além do grave pecado da idolatria, havia outros pecados não menos graves, que resultaram no cativeiro do Reino do Norte: a opressão e as injustiças cometidas contra os pobres. Este pecados são considerados equivalentes à idolatria.
Na Lei de Deus foram colocadas várias cláusulas de proteção ao pobre, ao órfão, à viúva e ao estrangeiro, que eram os mais vulneráveis naqueles tempos. Era proibido, inclusive, a cobrança de juros abusivos. (Ex 22.21-27; Dt 24.14). Deus disse que se o injustiçado clamasse a Ele por Justiça, Ele o ouviria, pois é compassivo.
Entretanto, nos anos que antecederam o cativeiro da Assíria, esses mandamentos eram completamente ignorados pelos reis e até pelos sacerdotes. Havia até conluio entre sacerdotes e membros do governo para tirar dinheiro do povo (Os 6.9,10). Os sacerdotes foram instituídos para interceder a Deus pelo povo, oferecendo sacrifícios a Deus por eles. Agora estavam envolvidos na corrupção, ajudando governantes inescrupulosos a oprimi-los mais ainda. Esta situação abominável foi amplamente denunciada e condenada pelos profetas Amós e Oséias. Mas, os alertas de Deus foram ignorados.
Ao longo da história de Israel e da Igreja, infelizmente, estas práticas se repetem. Na Idade Média havia muita corrupção envolvendo os reis e o clero da Igreja. Até mesmo em Igrejas ditas evangélicas, há corrupção envolvendo políticos e pastores e até em convenções, a troco do poder. Deus abomina esse tipo de coisa. O cristão precisa ser correto e justo em tudo o que fizer. Jamais deve aceitar suborno, ou prejudicar a quem quer que seja, principalmente os pobres e indefesos.
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