O mundo em que viveu o apóstolo Paulo no império romano contribuiu significativamente para a expansão do Cristianismo. Apesar das perseguições ferrenhas, por parte dos Judeus e, posteriormente, pelos romanos, alguns fatores no império romano foram favoráveis às expedições missionárias.
1. Entendendo a origem de Paulo. Saulo era um judeu grego, ou seja, ele era um israelita, nascido fora do território de Israel. Ele nasceu na cidade de Tarso, capital da província romana da Cilícia. Não sabemos ao certo, a data do seu nascimento, mas a tradição da Igreja romana diz que foi no ano 9 d.C. Orlando Boyer, em seu livro Pequena Enciclopédia Bíblica, diz que foi no ano 1 d.C.
Os seus pais, provavelmente eram ricos e influentes, pois Paulo era muito culto e foi enviado para Jerusalém para estudar profundamente a lei mosaica. Somente pessoas ricas naquela época poderiam formar os seus filhos. O título de cidadão romano também indica que se tratava de uma família influente.
2. A geografia do mundo de Paulo. O império romano dominava o mundo e impôs a paz pela força, a chamada "Pax Romana", expressão latina que significa paz romana. A Pax Romana foi estabelecida em 27 a.C., pelo imperador Augusto César e permaneceu até o ano de 180 d.C. Foram estabelecidas uma série de medidas administrativas como o aumento da produtividade nas províncias do império, proteção contra invasões de estrangeiros, impedimento severo de rebeliões e a chamada "romanização" que era um espécie de aculturação ou adaptação dos costumes dos povos conquistados aos de Roma.
Houve também um empenho do império romano na construção de estradas por todo o império, para o escoamento da produção e rotas comerciais. Segundo historiadores, a malha viária romana era de cerca de 300 mil quilômetros quadrados, sendo 90 mil em excelentes condições. Havia também as vias marítimas que eram excelentes opções de viagens.
Este conjunto de fatores do Império Romano foram usados pelo Espírito Santo para a evangelização de todo o império. Nesse sentido, Paulo era a pessoa ideal, pois, além de ser cidadão romano com acesso livre por todo o império, conhecia as leis, a geografia e os meios de transporte romanos.
3. Paulo, chamado para os gentios. Paulo não conviveu com Jesus e não fez parte do colégio dos doze apóstolos. Mas, ele foi chamado pelo próprio Jesus para ser apóstolo. Esta chamada teve início na presciência de Deus, que é o atributo divino, pelo qual, Ele conhece o futuro antecipadamente. Este será o nosso tema na lição 4. Os demais apóstolos foram chamados pessoalmente por Jesus para serem apóstolos. Passaram por um treinamento com o Mestre, de aproximadamente três anos, aprendendo com os seus discursos e, principalmente, com as suas atitudes.
Com Paulo foi diferente, pois ele não passou por este processo. Mas, ele foi escolhido diretamente pelo Senhor Jesus. Quando o Senhor enviou Ananias ao encontro de Saulo, logo após o encontro no caminho de Damasco, Ananias relutou. Ananias argumentou com o Senhor, dizendo que já tinha ouvido sobre os males que Saulo havia feito aos cristãos em Jerusalém e que para isto viera a Damasco.
A resposta do Senhor Jesus mostra que Ele conhece tudo e escolhe quem Ele quer:
- Vai, porque este é para mim, um vaso escolhido para levar o meu Evangelho diante dos reis e dos filhos de Israel. E Eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu Nome.
Os demais apóstolos pregavam apenas aos Judeus. Mesmo depois da intensa perseguição, quando foram obrigados a se espalhar, eles pregavam apenas aos Judeus. Havia uma certa relutância deles de se misturar com os gentios, pois ainda estavam presos à Lei e aos costumes judaicos. Foi preciso o Senhor Jesus mostrar em uma visão a Pedro, que esta barreira havia sido quebrada, quando ele foi enviado à casa do centurião Cornélio. Mesmo assim, ele teve que dar muitas explicações à Igreja de Jerusalém, por ter se misturado aos gentios.
Paulo, no entanto, recebeu do próprio Senhor Jesus a incumbência de ir aos gentios e pregar o Evangelho (Gl 2.1-10).
O mundo de hoje também é uma porta aberta para o Evangelho. A globalização, a internet, a liberdade religiosa na maioria dos países, os meios de transportes, o multiculturalismo e outros fatores facilitam a pregação do Evangelho, embora ainda há muitos países que são totalmente fechados para o Evangelho e muitas perseguições, inclusive por parte de governos.
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Pb. Weliano Pires
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