Elias, que durante o reinado de Acabe havia confrontado o rei Acabe e os profetas de Baal e Aserá, agora enfrentava um novo desafio, com Acazias, filho de Acabe e Jezabel, que certamente sabia de tudo o que Elias havia feito durante os vinte e dois anos do reinado de Acabe, seu pai.
1. A corajosa intervenção de Elias. Acazias mandou mensageiros consultarem a Baal-Zebube, para saber se sararia daquela enfermidade. Esta atitude afrontou ao Deus de Israel, que enviou o profeta Elias ao encontro dos mensageiros com a seguinte mensagem:
- Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás.
Os mensageiros repassaram a mensagem de Elias a Acazias, mas, não sabiam quem era o remetente. O rei inquiriu deles sobre as características de quem havia mandado aquela mensagem e concluiu que se tratava de Elias.
2. A resposta de Elias aos soldados do rei. Quando o rei Acazias descobriu que se tratava de Elias, enviou um capitão com cem soldados para o conduzirem ao palácio. Quando o capitão se aproximou, disse a Elias:
- Homem de Deus, o rei mandou chamá-lo no palácio.
Elias respondeu:
- Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e aos teus soldados.
Imediatamente, desceu fogo do céu e matou o capitão e os cinquenta soldados. O rei insistiu e mandou outro capitão com mais cinquenta soldados e aconteceu a mesma coisa. Na terceira tentativa, o capitão prostrou-se diante de Elias e implorou pela própria vida e pela vida dos seus soldados. Deus, então, falou para Elias ir com eles. Elias foi e entregou a sentença de morte ao rei Acazias. Este terceiro capitão foi poupado da morte, porque temeu a Deus e humilhou-se não diante do profeta, mas diante de Deus, coisa que outros dois capitães e o rei Acazias não fizeram. A Bíblia não relata que o rei tenha mandado que ele procedesse dessa forma. Subentende-se, portanto, que ele tenha se humilhado por conta própria. Os que se humilham serão exaltados, mas os exaltados serão humilhados.
3. Um ministério de fogo. O comentarista descreve Elias como “profeta de fogo”, porque em três ocasiões, Deus enviou fogo do Céu: No confronto com os profetas de Baal, no Monte Carmelo (1 Rs 18.38); No Monte Horebe, quando Elias estava na caverna (1 Rs 19.12); e nas duas primeiras vezes em que o rei Acazias enviou capitães com 50 soldados para o conduzirem ao palácio (2 Rs 1.10-12).
Eu não sei qual simbologia que o comentarista quis aplicar, usando a figura do fogo, na vida de Elias. Provavelmente, tenha usado no sentido que muitos pentecostais usam, para se referir à ação do Espírito Santo. Entretanto, o fogo na vida de Elias vinha em forma de juízo de Deus contra os idólatras, ou como símbolo da presença de Deus. No Antigo Testamento, o fogo aparece muitas vezes, relacionado a Deus. Em alguns casos, como símbolo da sua presença. Na aliança de Deus com Abraão (Gn 15.17); Quando Deus falou a Moisés do meio da sarça ardente (Ex 3.2); Quando a coluna de fogo acompanhava os israelitas (Ex 13.1).
No Novo Testamento também, o fogo aparece também como sinal do juízo de Deus. Em Hebreus diz que “o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.23). Este texto é uma citação de Deuteronômio 4.24. Neste contexto, Moisés alerta aos israelitas de que Deus não toleraria a idolatria, quando eles entrassem na terra prometida. Em Hebreus 10.26,27 lemos o seguinte: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.” O contexto nos mostra que o autor se refere a alguém que conhece a verdade, peca deliberadamente e recusa-se a arrepender-se.
Pb. Weliano Pires
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