Neste primeiro tópico da lição, vamos tratar das principais causas que levaram à divisão do reino de Israel, após a morte de Salomão. O reinado de Salomão é visto como próspero e pacífico, como vimos na lição passada. A paz em seu reino foi uma promessa de Deus a Davi, para que ele construísse o templo. Em parte, esta paz foi conquistada pelas guerras que Davi empreendeu com os seus valentes, conquistando territórios e impondo temor às outras nações. Por outro lado, Salomão com os seus acordos comerciais e os seus casamentos políticos, não necessitou de guerras.
1. A carga pesada de Salomão. O reinado de Salomão foi muito luxuoso, com grandes investimentos em construções como palácios, estradas e o próprio templo, com muito esplendor. Isso, evidentemente, aumentou significativamente os gastos do governo. Como dizem os economistas modernos, o governo nada produz e se ele aumenta os gastos, a população paga a conta, com aumento de impostos. Para bancar o aumento de gastos, Salomão impôs ao povo uma pesada carga tributária e aumento dos trabalhos forçados.
2. O descontentamento do povo. Como era de se esperar, houve uma insatisfação generalizada do povo com os pesados tributos impostos por Salomão. Durante a sua vida, o povo não se rebelou, embora estivessem descontentes. Mas após a sua morte, as dez tribos no Norte chamaram Roboão, filho e sucessor natural de Salomão, para uma conversa e expuseram a insatisfação com o peso dos tributos. Roboão, ouvindo o povo, pediu que lhe dessem três dias para que ele decidisse o que fazer. Primeiro, ele ouviu os contemporâneos do seu pai, que o aconselharam a aliviar os tributos, pois assim, ele teria o povo a seu favor. Em seguida, ouviu os jovens que cresceram junto com ele. Estes o aconselharam a não dar ouvidos à voz do povo, pois, se fizesse isso estaria se mostrando fraco. Segundo os jovens, Roboão deveria responder ao povo com dureza e prometer aumentar ainda mais os encargos ao povo.
3. A intransigência de Roboão. Desprezando o conselho dos anciãos e ouvindo o conselho dos jovens, Roboão recusou-se a aliviar a carga do povo e ainda falou com palavras duras que iria endurecer ainda mais a situação. Os jovens em sua linguagem figurada, indicaram uma atitude tirânica, aconselhando Roboão a exagerar, colocando um certo abuso em sua autoridade, prometendo ser mais rigoroso que o seu pai, dizendo que o seu ‘dedo mínimo’ era mais grosso que os ‘lombos’ (ou coxas) de seu pai. Disseram também que se seu pai os havia castigado com açoites, Roboão iria castigá-los com escorpiões. Isso era uma referência às bordas em farpas que havia nas extremidades dos chicotes. No segundo tópico falaremos mais sobre os erros de Roboão.
4. A revolta de Jeroboão. Jeroboão era da tribo de Efraim e foi um administrador competente que serviu ao governo de Salomão. Por causa da idolatria de Salomão, Deus usou o profeta Aías para dizer que tomaria dez tribos das mãos da família de Davi e daria a Jeroboão. Quando Salomão soube desta profecia, procurou matar Jeroboão e ele teve que se abrigar no Egito por cinco anos. Após a morte de Salomão, ele retornou para a terra de Israel. Quando ouviu as reclamações do povo e a resposta dura de Roboão, ele liderou a revolta e foi constituído rei das dez tribos do Norte. A insatisfação popular foi somente um detalhe, pois, a divisão das tribos era plano de Deus, por causa da idolatria de Salomão.
O comentarista coloca a pesada carga tributária de Salomão e a insatisfação popular como as causas da divisão do reino. Mas, a principal razão da divisão foi a idolatria de Salomão. A divisão do reino foi plano de Deus como punição pela idolatria. Deus tinha uma aliança com Davi, de que através da sua descendência, viria o Messias para salvar o mundo. A idolatria e a mistura com outros povos ameaçava o projeto de Deus. Por isso, Deus separou duas tribos para manter o reino com a família de Davi e entregou as dez tribos a Jeroboão, que também se desviou e levou Israel à idolatria nacional, como veremos no terceiro tópico.
Pb. Weliano Pires
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