Quando Deus ofereceu a Salomão a oportunidade de pedir o que desejava que Deus lhe fizesse, ele pediu sabedoria para governar o seu povo, conforme vimos no tópico anterior. Deus se agradou de Salomão, por causa deste pedido (1 Rs 3.10) e disse que lhe daria também riquezas e glória [fama] (1 Rs 13) e prometeu longevidade, se ele andasse conforme os mandamentos do Senhor (1 Rs 3.14).
Salomão organizou o seu governo em doze distritos administrativos, com um oficial nomeado pelo rei. Cada um destes distritos abastecia o rei e a sua casa, em um mês do ano (1 Rs 4.7). Salomão organizou também um exército bem equipado com carros de batalhas e cavalarias (1 Rs 4.26), para garantir a segurança do reino. O abastecimento diário do Palácio de Salomão era um absurdo: três mil quilos da melhor farinha, seis mil quilos de farinha comum, dez bois gordos, vinte bois de pasto, cem carneiros, além de veados, gazelas, corços e aves (1 Rs 4.22,23);
Salomão construiu estradas e controlava as rotas de passagem, cobrando tributos de quem passava. Construiu também um palácio real muito luxuoso, formado pela casa real no Bosque do Líbano, o Salão de Colunas e a Sala do trono (1 Rs 7.1-12). Mas, a mais famosa das suas construções foi o templo, que veremos no próximo tópico.
Fez grandes acordos comerciais internacionais (1 Rs 10.28), com Hirão, rei de Tiro, Faráo, rei do Egito, e muitos outros de várias nações. Também vinham pessoas de todos os povos para ouvirem a sabedoria de Salomão. Como vimos no tópico anterior, Salomão era muito sábio. Ele escreveu 3 mil provérbios e 1005 cânticos. Escreveu também os livros de Provérbios [a maior parte], Eclesiastes e Cantares de Salomão e os Salmos 72 e 127. As pessoas que o visitavam para ouvir os seus ensinos, lhe davam muitos presentes em ouro, especarias e pedras preciosas. Somente a rainha de Sabá lhe deu quatro toneladas e duzentos quilos de ouro e grande quantidade de especiarias e pedras preciosas (1 Rs 10.10).
Os acordos comerciais, os tributos cobrados nas estradas, os impostos cobrados do povo e os presentes que recebia, tornaram Salomão o mais rico da sua época e um dos mais ricos de toda a história da humanidade. (1 Rs 10.23).
2. O orgulho precede a ruína. Infelizmente, a natureza humana é falha e corruptível. As riquezas e fama de Salomão lhe perverteram o coração e o afastaram de Deus. No início do seu reinado, ele manteve a humildade, sabedoria e temor a Deus. Mas, cometeu alguns deslizes e foi fazendo algumas concessões que deterioraram os seus valores. Um abismo chama outro abismo (Sl 42.7).
O primeiro erro de Salomão foi o seu casamento com a filha de Faraó, logo no início do reinado. A Lei do Senhor proibia o casamento do rei com estrangeiras e o acúmulo de concubinas, justamente para evitar que Israel adotasse os costumes de outros povos (1 Rs 3.1; Dt 17.17);
Mas, Salomão foi além e ainda adotou os chamados casamentos políticos, casando-se com princesas de várias nações: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, etc. (1 Rs 11.1). Salomão teve 700 mulheres e 300 concubinas. (1 Rs 11.3). Estas mulheres estrangeiras lhe perverteram o coração, levando-o à idolatria. Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, Milcom, abominação dos amonitas e construiu santuários a deuses estrangeiros. (1 Reis 11.4-8).
A idolatria de Salomão provocou a ira de Deus. O Senhor lhe suscitou a Hadade, o edomeu, que era da descendência do rei em Edom, como inimigo (1 Rs 11.14). Ainda nos dias de Davi, Joabe, comandante do exército, feriu aos edomitas durante seis meses. Na ocasião, Hadade fugiu para o Egito com alguns homens e ficou abrigado por lá para não morrer. Fez amizade com o rei do Egito e casou-se com uma irmã da sua esposa. Quando soube que Davi e Joabe já haviam morrido, voltou para a sua terra. Rezom, filho de Eliada (1 Rs 11.23), que liderou um bando de saqueadores em Damasco, também perturbou o reino de Salomão. Por último, Jeroboão, filho de Nebate, que era servo de Salomão, se revoltou contra ele e depois da sua morte, liderou a revolta das dez tribos, que será o assunto da nossa próxima lição.
Pb. Weliano Pires
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