12 dezembro 2023

A IGREJA DE ANTIOQUIA: NATUREZA E CARACTERÍSTICAS

Comentário do 1º tópico da Lição 12: O modelo de missões da Igreja de Antioquia)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da natureza e das características da Igreja de Antioquia. Inicialmente, veremos as informações da cidade de Antioquia da Síria. Depois, falaremos da Igreja de Antioquia, desde o seu nascimento, até se tornar uma base missionária de Paulo e Barnabé. Por último, veremos que esta Igreja não foi fundada pelos apóstolos e anciãos de Jerusalém e sim, por cristãos leigos, com pouca instrução sobre as doutrinas cristãs. 

1- Antioquia da Síria. Há duas cidades mencionadas na Bíblia com o nome de Antioquia: Antioquia da Síria e Antioquia da Pisídia. Além disso, há outras cidades com este nome no mundo greco-romano, que não foram mencionadas na Bíblia. Estas cidades chamadas de Antioquia foram construídas pelo general Seleuco Nicátor, filho de Antíoco e fundador do reino dos Selêucidas na Síria. 

A cidade de Antioquia, mencionada aqui, que se tornou a base missionária de Barnabé e Saulo, é a Antioquia da Síria. Nos tempos do Novo Testamento, Antioquia da Síria era a capital da província romana da Síria e uma das maiores cidades do Império Romano, com uma população de aproximadamente quinhentos mil habitantes. Ficava atrás apenas de Roma, que era a capital do Império, e de Alexandria, que era o maior centro cultural do mundo da época. Bem estruturada e com belas construções, Antioquia da Síria ficou conhecida como “a bela e dourada”. Tinha também uma localização privilegiada, que lhe rendeu o apelido de "Rainha do Oriente”. 

Antioquia da Síria era uma cidade cosmopolita, ou seja, havia pessoas ali de várias partes do mundo e de várias culturas. Por isso, a cidade foi usada estrategicamente por Deus, para ser a base missionária, de onde saíram os missionários transculturais, que levariam o Evangelho por todo o Império Romano. 

2- A igreja em Antioquia. O Evangelho chegou a Antioquia na ocasião da grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém, que se deu após a morte de Estêvão. Os cristãos foram dispersos por vários lugares e anunciavam o Evangelho por onde passavam. Filipe seguiu para Samaria e muitas pessoas se converteram ali. 

Alguns destes cristãos dispersos passaram pela Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Inicialmente, eles anunciavam o Evangelho, somente aos judeus (At 11.19-21). Mas alguns homens chíprios e de Cirene, anunciaram o Evangelho também aos gentios (At 11.20). A mão do Senhor era com eles e um grande número de pessoas se converteram em Antioquia. 

A notícia de que muitas conversões haviam acontecido em Antioquia da Síria chegou à Igreja de Jerusalém. Os apóstolos, então, enviaram Barnabé, que era natural de Chipre, para lá. Chegando a Antioquia, Barnabé viu o crescimento do Evangelho na cidade e exortou os novos convertidos para que permanecessem na fé. 

Vendo a necessidade do ensino bíblico para aqueles novos crentes, Barnabé partiu para Tarso, em busca de Saulo. Durante um ano, Barnabé e Saulo ensinaram a palavra de Deus nesta Igreja. Este discipulado e ensino bíblico promovidos por Barnabé e Saulo fizeram da Igreja de Antioquia uma Igreja fervorosa e bem estruturada. 

Esta Igreja tinha o hábito de orar e jejuar e possuía em seu corpo de obreiros, ensinadores de excelência, como Barnabé e Saulo. A Igreja fazia missões locais em seu próprio reduto e muitas pessoas se converteram lá. Havia também o discipulado e o ensino da Palavra de Deus, que desenvolveu a espiritualidade da Igreja e formou bons obreiros. 

3- Uma obra de leigos. A grande cidade de Antioquia da Síria foi evangelizada inicialmente por cristãos que não eram obreiros, de origem gentílica. Estes cristãos certamente tinham pouca instrução da doutrina cristã. Não eram pregadores eloquentes e preparados teologicamente como Estevão, Filipe, Paulo, Apolo e outros. Mas “a Mão do Senhor era com eles e um grande número de pessoas se converteram a Cristo”. 

A Igreja de Antioquia, portanto, foi fundada por cristãos gentios anônimos, que não foram enviados pela Igreja de Jerusalém. É importante lembrar que os crentes de Jerusalém, em sua maioria judeus, tinham dificuldades de entender a universalidade do Evangelho.

Eles pregavam o Evangelho apenas aos judeus e não cumpriram a ordem do Senhor Jesus de ir aos confins da terra e pregar o Evangelho a toda criatura. Foi necessário o Senhor permitir que viesse uma grande perseguição, para que eles saíssem. Mesmo após a dispersão, eles pregavam em outros lugares apenas aos judeus. Entretanto, o Espírito Santo levantou estes cristãos leigos para pregar o Evangelho aos gentios. Em muitos lugares do Brasil, a Assembléia de Deus começou desta forma. Homens e mulheres simples, com pouquíssimos recursos e pouca instrução, iniciavam um ponto de pregação em suas próprias casas. Buscavam a Deus em oração e testificavam do que Deus havia feito em suas vidas. Milagres aconteciam e as pessoas iam se convertendo. Em pouco tempo, era preciso alugar um salão e era empossado um diácono ou presbítero para dirigir o trabalho. 

A Igreja pode até começar com leigos, falando de Jesus aos que não o conhecem. Entretanto, é indispensável que, após a conversão, seja iniciado o processo de discipulado e ensino da Palavra de Deus, para que os novos crentes conheçam de fato o Evangelho. Sem este trabalho de educação cristã, as pessoas não permanecem na fé e podem se tornar presas fáceis dos falsos mestres. 


REFERÊNCIAS:


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 119-133.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 1962, 1965. 

CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo. 1ª Ed.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2021

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.



11 dezembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O MODELO DE MISSÕES DA IGREJA DE ANTIOQUIA

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada, estudamos o tema da perseguição aos cristãos. Ser perseguido é a regra no Cristianismo, uns com maior intensidade e outros menos. Onde houver Cristianismo verdadeiro, haverá perseguição. 


No primeiro tópico, vimos  que a Igreja Cristã nasceu em um contexto de perseguição. O primeiro mártir dessa perseguição foi o diácono Estevão. Após a execução dele, a perseguição se intensificou e a Igreja foi obrigada a se dispersar. Vimos também que a perseguição continua sendo uma triste realidade para os cristãos atuais.


No segundo tópico, falamos da perseguição aos cristãos na atualidade. Vimos que, em muitos lugares, é perigoso ser cristão.  Depois, falaremos do exemplo da Coreia do Norte, que é uma ditadura comunista há décadas, onde não há liberdades e é o país mais fechado do mundo para a pregação do Evangelho. 


No terceiro tópico, vimos três formas de ajudar os cristãos perseguidos, que são:  conhecer a gravidade da situação; orar pelos nossos irmãos perseguidos, para que o Senhor os proteja e para que eles não desistam; e se envolver com a causa dos irmãos perseguidos, fazendo contato com eles. 


LIÇÃO 12:  O MODELO DE MISSÕES DA IGREJA DE ANTIOQUIA 


INTRODUÇÃO 


Na lição desta semana estudaremos sobre o modelo de missões da Igreja de Antioquia, que foi a primeira Igreja formada por gentios e também a primeira Igreja a fazer missões transculturais. Após a morte de Estêvão, levantou-se uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém e os cristãos se dispersaram, com exceção dos apóstolos. Os cristãos dispersos, no entanto, pregavam o Evangelho por onde passavam, mas somente aos judeus. 


Alguns homens chíprios e de Cirene, anunciaram o Evangelho também aos gentios (At 11.20). A mão do Senhor era com eles e um grande número de pessoas se converteram em Antioquia. Esta notícia chegou à Igreja de Jerusalém e Barnabé, que era natural de Chipre, foi enviado a Antioquia. 


Barnabé viu a necessidade do ensino bíblico que havia naquela Igreja recém formada e foi a Tarso buscar Saulo. Juntos, eles permaneceram por cerca de um ano ensinando a Palavra de Deus em Antioquia. Isto deu àquela Igreja solidez doutrinária e espiritualidade, tornando-a uma Igreja que tinha bons obreiros e a primeira a fazer missões transculturais.


No primeiro tópico, falaremos da natureza e das características da Igreja de Antioquia. Inicialmente, veremos as informações da cidade de Antioquia da Síria. Depois, falaremos da Igreja de Antioquia, desde o seu nascimento, até se tornar uma base missionária de Paulo e Barnabé. Por último, veremos que esta Igreja não foi fundada pelos apóstolos e anciãos de Jerusalém e sim, por cristãos leigos, com pouca instrução sobre as doutrinas cristãs. 


No segundo tópico, falaremos de Antioquia como uma Igreja missionária em ação. Falaremos das características do corpo de obreiros de Antioquia, que era formado de profetas e doutores. Depois, falaremos da liderança da Igreja de Antioquia, que era uma liderança servidora, mesmo sendo bastante diversificada. Por último, falaremos da chamada específica de Barnabé e Saulo, pelo Espírito Santo, para a missão transcultural. 


No terceiro tópico, falaremos sobre o serviço de missões da Igreja de Antioquia. Inicialmente, falaremos do início das missões cristãs a partir de Antioquia, trazendo o relato da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, tendo João Marcos como cooperador. Depois, falaremos do roteiro e das principais atividades na primeira viagem missionária. Por último, falaremos das prestações de contas de Paulo e sua equipe à Igreja de Antioquia que os enviou. 


REFERÊNCIAS:


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 119-133.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 1962, 1965. 

09 dezembro 2023

O LIVRO DE DEUS

 


Bíblia Sagrada, Livro de Deus

Seu conteúdo tem autoridade 

Deus preparou homens judeus 

Para escrever com fidelidade 


Receberam inspiração divina 

E escreveram com inerrância 

Toda a verdade pura e cristalina

Com todo cuidado e vigilância 


A Bíblia está assim organizada

Primeiro, o Antigo Testamento 

Lei e histórias foram registradas 

Profecias, poesias e lamentos


Depois vem o Novo Testamento 

Contando a vida e obra de Jesus

Das profecias veio cumprimento 

Mostrando-nos a Verdade e Luz. 


Há também a história da Igreja 

Que teve início em Jerusalém 

Com perseguição, luta e peleja 

Sem temer ameaças de ninguém 


Epístolas com toda instrução 

Pelos apóstolos foram escritas

De Deus receberam inspiração 

E escreveram palavras benditas


O Apocalipse finda a revelação 

Mostrando o que acontecerá

O Senhor Jesus mostrou a João 

Que no final, o bem prevalecerá. 


Ev. Weliano Pires 


07 dezembro 2023

COMO AJUDAR A IGREJA PERSEGUIDA

(Comentário do 3º tópico da Lição 11: Missões e a Igreja perseguida).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, veremos três formas de ajudar os cristãos perseguidos: A primeira delas é conhecendo a gravidade da situação, buscando informações confiáveis com a Secretaria de Missões da nossa Igreja e em sites especializados; a segunda forma de ajudar é orando pelos nossos irmãos perseguidos, para que o Senhor os proteja e para que eles não desistam; a terceira forma de ajudar é se envolvendo com a causa dos irmãos perseguidos. O nosso contato com os testemunhos destes irmãos desperta em nós a chama missionária e o amor por missões. 


1. Conhecer a gravidade da situação. Vivemos na era da informação, onde tudo está ao alcance de um clique. Antigamente, as informações demoravam para chegar e, em alguns lugares mais distantes, nem chegavam. Hoje, com os portais de notícias e as transmissões ao vivo pela internet, os jornais impressos já chegam atrasados. A maioria daquilo que será notícia amanhã, já se sabe hoje a noite. 


Se por um lado, há a facilidade de acesso com rapidez à informação, por outro lado, há a dificuldade de encontrar notícias que sejam absolutamente verdadeiras e imparciais. Há a chamada guerra de narrativas, onde se divulga apenas o que é conveniente a determinados setores da sociedade. Infelizmente, até os órgãos de estado e instituições internacionais estão contaminados por ideologias e tomam partido em seus relatórios.


Sempre houve no mundo uma cristofobia, pois o próprio Jesus já havia alertado aos seus discípulos de que eles seriam odiados por todas as gentes, perseguidos e mortos por causa dele (Mt 24.9). Por causa desta aversão ao Cristianismo, os órgãos de informação não divulgam com exatidão a perseguição aos cristãos no mundo e procuram minimizar as atrocidades cometidas contra eles. 


Por outro lado, supervalorizam e aumentam os números da violência contra homossexuais e outros grupos contrários ao Cristianismo. Muitos tentam a todo custo incutir na mente das pessoas que o Islamismo é uma religião pacífica e chegam ao cúmulo de falar em “Islamofobia”. Ora, em qualquer país de maioria cristã ou judaica, os muçulmanos podem praticar livremente a sua religião. Não se vê mesquitas sendo atacadas ou líderes religiosos desta religião sendo presos ou mortos por causa da sua religião. Alguns são presos e mortos por praticar o terrorismo. 


Para termos informações confiáveis sobre a real situação da igreja perseguida, precisamos buscar informações em organizações sérias que trabalham com missões. Entre estas organizações, temos a nossa SENAMI (Secretaria Nacional de Missões), que é um órgão oficial da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. A SENAMI, conta atualmente com mais de cinco mil missionários cadastrados e mais de mil secretarias cadastradas. Com isso, está em contato com vários missionários pelo mundo e pode fornecer informações verdadeiras sobre a situação dos cristãos perseguidos. 


Temos também o Portal Missão Portas Abertas, que é uma referência no apoio à igreja perseguida. Este portal divulga dados importantes sobre a perseguição aos cristãos em todo o mundo. A maioria dos dados sobre a perseguição citados nesta lição são da Missões Portas Abertas. Há também a Voz dos Mártires, que é uma organização missionária interdenominacional, que serve aos cristãos perseguidos desde 1967 e também fornece informações fidedignas sobre o assunto. 


2. Ore pela igreja perseguida. Conforme já falamos em lições anteriores, a oração é indispensável na obra missionária. Há situações que o braço humano não consegue resolver. Nestes casos, somente através da oração podemos obter vitória. A Bíblia nos recomenda a clamar a Deus (Jr 33.3); orar em todo tempo (Ef 6.18); orar sem cessar (1 Ts 5.17) e que em tudo, as nossas petições sejam conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças (Fp 4.6). 


Deste modo, devemos clamar a Deus pelos nossos irmãos que vivem em países que os perseguem. Há vários motivos pelos quais devemos clamar. Em primeiro lugar devemos orar pelos missionários que estão na linha de frente, para que Deus os proteja e para que eles não desistam, pois é isso que o inimigo deseja. 


Devemos orar também pelos povos não alcançados, para que o Espírito Santo ilumine a mente deles, para que possam crer no Evangelho. Finalmente, devemos orar pelos algozes dos cristãos, pois estão cegos e não sabem o que fazem. Quem sabe, há entre eles, futuros missionários como Paulo, que era um terrível perseguidor dos cristãos, antes da sua conversão. Mas, ele era um vaso escolhido por Deus, para levar o Evangelho aos gentios, aos Reis e aos filhos de Israel (At 9.15).


3. Se envolva com a causa da igreja perseguida. Outra forma muito importante de ajudar a igreja perseguida é o nosso envolvimento com esta causa. Existem várias maneiras de nos envolvermos com a causa da Igreja perseguida. Duas delas foram citadas acima: a primeira, é conhecer a gravidade da situação em que os nossos irmãos perseguidos vivem; e a segunda, é interceder constantemente por eles a Deus. 


Podemos nos envolver também, fazendo contato pessoal com eles, através de cartas, e-mails, mensagens em redes sociais, etc., levando-lhes uma palavra de incentivo e encorajamento. No campo missionário, principalmente nos países que perseguem cristãos, os missionários vivem isolados e muitas vezes escondidos. Sendo possível enviar mensagens, isso é muito importante, para que eles não se sintam sozinhos.


É possível o envolvimento com esta causa também, com a ajuda financeira. Muitos destes missionários perdem os seus direitos, o seu patrimônio, recebem multas e necessitam de assessoria jurídica. Por isso, toda ajuda financeira é importante, para que eles possam continuar o seu trabalho. Para isso, basta procurar a secretaria de missões da nossa Igreja e verificar onde há maiores necessidades e contribuir. Podemos também ajudar, fazendo doações a projetos que apoiam a igreja perseguida, como a Missão Portas Abertas, a SENAMI, a Voz dos Mártires e outros. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 108-120.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.

SENAMI - Secretaria Nacional de Missões

Portas Abertas – Tudo sobre cristãos perseguidos e a Igreja Perseguida

Voz dos Mártires


06 dezembro 2023

A PERSEGUIÇÃO CRISTÃ NA ATUALIDADE

(Comentário do 2º tópico da Lição 11: Missões e a Igreja perseguida).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre a perseguição aos cristãos na atualidade. Inicialmente, veremos que em muitos lugares é muito perigoso ser cristão. Constitui-se num risco iminente de ser preso, torturado e até morto, simplesmente por professar a sua fé em Cristo. Depois, falaremos do exemplo da Coreia do Norte, que é uma ditadura comunista há décadas, onde não há liberdades. Segundo o Portal Missões Portas Abertas, que é uma agência missionária de apoio aos cristãos perseguidos, a Coréia do Norte é o país mais fechado do mundo para a pregação do Evangelho. 


1. Em muitos lugares ser cristão é perigoso. Conforme vimos no tópico anterior, a Igreja Cristã nasceu em meio à intensa perseguição. Primeiro foram os judeus, que consideravam Jesus como um impostor e um falso Messias. No caso, da classe sacerdotal, temiam perder esta posição diante do Império Romano, que permitiu que eles praticassem a sua religião. Inicialmente, os romanos consideravam o Cristianismo como mais um dos partidos religiosos judaicos, como os saduceus, os fariseus, os zelotes, os essênios e os herodianos. No início da Igreja, os cristãos eram chamados de Seita dos Nazarenos (At 24.5). 


Com o avanço do Cristianismo para fora dos limites de Israel e o crescimento significativo em todo o Império Romano, as autoridades romanas se sentiram ameaçadas, principalmente, porque Jesus era chamado de Rei dos Judeus e os cristãos recusavam a chamar o imperador de Senhor e a adorá-lo. Inicialmente, estas perseguições eram esporádicas e locais, principalmente, quando havia confronto entre a mensagem do Evangelho e os falsos deuses. 


Depois do incêndio de Roma, em 64 d.C., o imperador Nero colocou a culpa nos cristãos e estes passaram a ser odiados em todo o império e qualquer um que se declarasse cristão publicamente, seria preso e instado a renegar a sua fé em Cristo. Se não o fizesse, seria queimado vivo, jogado às feras famintas nas arenas, crucificado, decapitado, ou submetido a outras formas cruéis de tortura e morte. 


Os imperadores que sucederam Nero continuaram com essas bárbaras perseguições até o ano 311d.C., quando o Edito de Tolerância, do imperador Galério, publicado em 311 d.C., concedeu ao Cristianismo o direito de ser uma religião permitida. Depois, em 313 d.C., foi promulgado o Acordo de Milão ou Mediolano, que concedeu aos cristãos a liberdade religiosa em todo o Império Romano e o direito de restaurar os seus locais de culto que haviam sido destruídos. Foram devolvidas também as propriedades confiscadas pelas autoridades romanas. Por último, em 380, o Edito Tessalônico, do Imperador Teodósio, proclamou o Cristianismo como a religião oficial do Estado.


Após o fim da perseguição oficial do Império Romano e a proclamação do Cristianismo como religião oficial do império,  passaram-se a oferecer benefícios aos cristãos. Muitos pagãos vieram para o Cristianismo, sem uma conversão genuína, apenas para obter vantagens. Foram introduzidas no seio da Igreja Cristã, práticas e doutrinas pagãs como o uso de velas, orações pelos mortos, culto às imagens, etc. 


Neste contexto, teve início a perseguição da própria Igreja aos verdadeiros cristãos que se manifestaram contra isso. Os valdenses, por exemplo, foram excomungados e perseguidos pela Igreja. John Huss, um pré-reformador foi condenado à fogueira. Girolamo Savonarola, que era um padre dominicano e exigia reformas na Igreja, também foi condenado à morte. Houve muitos outros mártires, que foram vítimas da chamada Santa Inquisição, um tribunal  para julgar aqueles que a Igreja considerava hereges. 


Depois da Reforma Protestante, que teve início com Martinho Lutero na Alemanha, em 1517, a perseguição se voltou contra os protestantes em todo o mundo. Durante cerca de 300 anos, os protestantes sofreram violenta perseguição por parte da Igreja Romana, que era misturada ao estado. No século XVII, na Inglaterra, os protestantes conhecidos como puritanos foram obrigados a deixar o país e fugir para as colônias americanas, em busca de liberdade para exercer a sua fé. Na França, dez mil protestantes foram mortos na tenebrosa noite de São Bartolomeu. Os anabatistas também sofreram duras perseguições, por causa das suas idéias religiosas, consideradas “radicais”. 


A perseguição aos cristãos prosseguiu em vários regimes ditatoriais como o Império Otamano na Turquia, o Nazismo na Alemanha e o Comunismo na China, União Soviética, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, etc. Estes regimes prenderam, torturaram e mataram milhões de cristãos em seus territórios. Entre os anos de 1894 e 1923, por exemplo, mais de dois milhões de cristãos foram mortos pelo Império Otomano. 


Nos países onde vivem os radicais hindus, islâmicos e budistas, que combatem violentamente, religiões minoritárias como o cristianismo, a situação dos cristãos também é de perigo constante. Ser cristão nestes países significa perder os direitos fundamentais. Os cristãos nestes locais são considerados infiéis e traidores, que devem ser expulsos de seus países e mortos. Por isso, correm o risco de ser atacados, espancados, estuprados e mortos a qualquer momento. 


2. Coreia do Norte: a nação mais fechada ao Evangelho. O comentarista coloca como exemplo de perseguição ao Cristianismo, pois este país está em primeiro lugar na lista de países que mais perseguem os cristãos, segundo o ranking do Portal Missões Portas Abertas. O nome oficial da Coreia do Norte é República Popular Democrática da Coreia. Mas não há nada de república e muito menos de democracia naquele país. O tipo de perseguição sofrida pelos cristãos naquele país é a chamada opressão comunista e pós-comunista. É um país bastante fechado, onde não há nenhuma liberdade, milhões de pessoas morrem de fome e persegue violentamente os cristãos.  


A Península da Coréia foi uma monarquia que reunia diversos reinos do leste da Ásia, por mais de 500 anos. Foi invadida pelo Império do Japão em 1910 e foi anexada ao território japonês. Este domínio japonês durou até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a União Soviética declarou guerra ao Japão e invadiu a Coréia. 


No contexto da Guerra Fria, as tropas americanas dominaram a região Sul da Coréia. O ditador Josef Stalin, da União Soviética, determinou que fosse escolhido um governante socialista para a Coréia do Norte. O escolhido foi  Kim Il Sung, que dominou o país por mais de quatro décadas e foi substituído por seu filho. Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a Coréia do Sul e a dominou. Mas três meses depois foram derrotados por uma coalizão da ONU, liderada pelos Estados Unidos. 


A Coréia do Sul estabeleceu-se com uma democracia e tornou-se um exemplo de liberdade, desenvolvimento e tecnologia. Há também no país um grande crescimento do Cristianismo, chegando a ter em 1993, a maior Igreja no mundo, liderada pelo Pr. Paul Young Cho. A Coréia do Norte, no entanto, tornou-se símbolo de atraso, ditadura e pobreza extrema. Para se ter uma ideia, nos últimos anos, três milhões de pessoas morreram de fome no país. 


Atualmente, a Coréia do Norte é considerada a número 1 do mundo em perseguição aos cristãos. Os cristão não tem nenhuma liberdade para praticarem a sua religião. Se forem descobertos pela ditadura norte-coreana, são mortos ou levados para os campos de trabalhos forçados. Cristãos são vistos como inimigos do estado e o fato de se declarar cristão ou possuir uma Bíblia é considerado crime grave e punido severamente. Precisamos, urgente, nos mobilizar em oração e jejum por aquele país, para que o Senhor derrube as fortalezas de satanás que impedem o avanço da Igreja na Coréia do Norte. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 108-120.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.

ALMEIDA, Ligia Cristina Sanchez de. ARMÊNIOS E GREGOS OTOMANOS: A Polêmica de um Genocídio. Dissertação de Mestrado. SÃO PAULO: Universidade de São Paulo, 2013.

ROTA DA PERSEGUIÇÃO: Uma jornada pelos dez países onde os cristãos são mais perseguidos. Publicação do Portal Missões Portas Abertas. Disponível em: missao.portasabertas.org.br/rota-da-perseguicao

Coreia do Norte - Portas Abertas

MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...