10 novembro 2023

MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER COM OS MISSIONÁRIOS

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: A responsabilidade da Igreja com os missionários).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, mostraremos três maneiras práticas de se comprometer com os missionários: 

A primeira delas é tomar parte nas necessidades do missionário. Cabe à Igreja local manter contato regular com o campo missionário, para saber dos problemas que o missionário está atravessando e buscar soluções. 

A segunda maneira de comprometimento é doar para suprir as necessidades. Não basta saber o que o missionário precisa. É preciso agir e levantar recursos para socorrê-lo. 

A terceira forma de se comprometer com o missionário é orar e jejuar pela causa missionária. Aquilo que não podemos fazer com as nossas próprias forças e recursos, devemos colocar diante de Deus em oração e Ele entrará com providências. 

1- Comunicar as necessidades. Tem uma frase antiga muito conhecida, que era um jargão do ex-apresentador de televisão Abelardo Barbosa, o famoso Chacrinha, que diz: “Quem não se comunica, se estrumbica”. A palavra “estrumbica” não aparece no dicionário. O que aparece em alguns dicionários informais é “trumbica”, um regionalismo brasileiro, que tem o sentido de “não se dar bem; ser mal-sucedido no que se propõe fazer; malograr, fracassar”. O que o apresentador queria transmitir era a importância da comunicação. 

Em todas as áreas da nossa vida, a comunicação é fundamental. A palavra comunicar tem origem no latim “communicare” e significa tornar algo comum a alguém. Comunicar-se com outras pessoas é uma atividade essencial para o ser humano. Os bebês quando nascem, não falam, mas se comunicam com a sua mãe através do choro. Quando vão crescendo, aprendem os primeiros gestos e palavras, para expressarem as suas necessidades. Os mudos não falam, mas aprendem a linguagem dos sinais para se comunicar com as outras pessoas. 

Nas relações familiares, na escola, no trabalho e nas mais diversas relações sociais, o ser humano precisa se comunicar para sobreviver. Na obra missionária não poderia ser diferente. É de suma importância manter a comunicação entre o campo missionário e a Igreja local, à qual o missionário está vinculado. A Igreja precisa ser comunicada sobre o andamento da obra missionária, as atividades e as necessidades do missionário. Esta comunicação serve para motivar os membros a contribuírem com a missão. Serve também para que o missionário não se sinta abandonado. 

O comentarista colocou aqui o texto de Romanos 12.13, para falar de comunicação com os santos. Entretanto, este é um entendimento antigo, que distorce o sentido original deste versículo. Embora seja indispensável a comunicação entre os santos, este texto não fala de comunicação, no sentido de contar aos outros as nossas necessidades. O sentido de comunicar nesse texto é ajudar ao próximo nas necessidades deles, como está na Nova Almeida Atualizada: “Ajudem a suprir as necessidades dos santos.” Neste sentido, a Igreja deve comunicar as necessidades do missionário no sentido de tomar parte nelas e supri-las, como veremos a seguir. 

2- Doar para suprir necessidades. Conforme vimos no tópico anterior, o trabalho do missionário no campo é árduo e ele acaba se esgotando. Cabe à Igreja local ter o cuidado integral com o missionário e sua família. Por meio da comunicação, a Igreja local toma conhecimento das dificuldades e necessidades que o missionário enfrenta no campo. A partir daí, deve se mobilizar para arrecadar recursos e enviar ao campo. 

Segundo a ONG Stewardship, uma instituição que dá apoio a cerca de 3 mil missionários, cerca de 99% dos cristãos que estão em projetos missionários ao redor do mundo, não têm o básico para se manter e vivem abaixo do custo de vida recomendado. Outros têm apenas o suficiente para sobreviver, mas quando aparecem despesas maiores como aumento dos aluguéis, manutenção do carro, ou gastos com doenças onde não há sistema de saúde estatal, não recebem nenhum valor adicional por parte da Igreja que os enviou. Muitos deles não pedem ajuda porque entendem que isso seria “falta de fé na provisão de Deus”. 

Diante deste quadro a Igreja deve se mobilizar para se inteirar das necessidades não apenas do trabalho missionário, mas também da vida pessoal e familiar dos seus missionários e providenciar o suficiente para que eles tenham uma vida digna, pois “Digno é o obreiro do seu salário.” (1 Tm 5.18). Se nós temos queremos ter uma casa confortável que antena as necessidades da nossa família, um carro para o nosso transporte, uma boa alimentação, viagens e férias para lazer e descanso, previdência social, roupas e calçados adequados, etc., é justo que a Igreja também proporcione isso aos seus missionários que abriram mão da sua vida profissional para trabalhar exclusivamente na obra missionária. 

3- Orar e jejuar pela causa. No primeiro tópico da lição passada falamos exclusivamente sobre a necessidade da oração intercessória em prol da obra missionária. Apresentamos, inclusive, as finalidades dessa oração: pelos missionários, para que tenha ousadia na pregação e por sua proteção; pelos ouvintes, para que abram o coração ao Evangelho; e pela Igreja local, para que haja um despertamento para missões. 

Neste subtópico, o comentarista acrescenta à oração, a prática do jejum pela obra missionária. O Jejum e a oração são atos de disciplina, autonegação e humilhação, que demonstram total dependência de Deus. Estas duas práticas servem para quebrantar o nosso coração e submeter-nos a Cristo. É dele que vem a nossa vitória. Jejum e oração sem arrependimento, fé e submissão a Deus não passam de religiosidade vazia.

Na Bíblia o jejum sempre aparece junto com a oração.  Quando o profeta Samuel iniciou o seu ministério como profeta, sacerdote e juiz de Israel, a Arca da Aliança havia sido levada pelos filisteus para a sua terra, durante a guerra e a colocaram no templo do seu deus Dagom. (1 Sm 5.2). No dia seguinte, a estátua de Dagom estava caída e prostrada diante da Arca. Eles insistiram e colocaram novamente a estátua em seu lugar. No dia seguinte, a cabeça e as mãos de Dagom estavam cortadas. Aqui, o jejum veio acompanhado de arrependimento e oração.

Nos dias do rei Josafá, os moabitas, os amonitas e os habitantes da montanha de Seir, se levantaram contra Judá. Quando avisaram a Josafá desta emboscada contra ele e o seu povo, Josafá apregoou um jejum para todo o povo de Judá e orou ao Senhor. (2 Cr 20.1-13). O Espírito de Deus, então, tomou o profeta Jaaziel, filho de Zacarias e falou a Josafá e a todo o povo que não temessem, pois, naquela peleja eles não precisariam pelejar, pois a peleja era de Deus. (2 Cr 20.14-17).

O jejum, acompanhado da oração são dois aliados fortes para se obter sucesso na vida espiritual. A oração e o jejum são dois elementos indispensáveis para a vitória na batalha espiritual. São armas poderosas na batalha contra as forças do mal. Em Mateus 17.21, Jesus disse: “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mt 17.21).

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 66-75
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO.
Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 173-179.

09 novembro 2023

O CUIDADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS

(Comentário do 2º tópico da Lição 07: A responsabilidade da Igreja com os missionários).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos do cuidado integral para com os missionários. É responsabilidade da Igreja local não apenas enviar o missionário e sustentá-lo financeiramente. Este cuidado deve abranger todos os aspectos da vida do missionário: espiritual, emocional, físico, familiar e financeiro. Na sequência, falaremos da agenda da Igreja em relação à volta do missionário. A Igreja deve se preocupar com férias, tratamento de saúde, visitas ao país de origem e aos familiares, proporcionar períodos de lazer e descanso e cuidar da aposentadoria do missionário. 

1- O cuidado integral. Conforme vimos no tópico anterior, a igreja local precisa ter um sistema de apoio organizado, para que o missionário possa desempenhar a sua missão. Não restam dúvidas, portanto, de que a igreja deve cuidar dos missionários que ela envia ao campo. Entretanto, este cuidado vai muito além da ajuda financeira. O próprio Jesus disse que "nem só de pão viverá o homem…". 


O missionário não é um anjo ou ser extraterrestre, que  não se cansa. Tanto o missionário como a sua família são seres humanos mortais, falhos, limitados e com sentimentos. No campo missionário, eles sentem tristeza, solidão, adoecem e se cansam física e emocionalmente. Além disso, enfrentam grandes batalhas espirituais e necessitam de oração, de uma palavra pastoral e de companheiros que o ajudem no trabalho. 


Por isso, é muito importante que o sistema de apoio da igreja local acompanhe atentamente as dificuldades do campo missionário, para que possa providenciar este cuidado integral ao missionário e à sua família. A igreja local deve enviar periodicamente, outros obreiros para fazer visitas ao campo missionário, observando atentamente a situação física, emocional e espiritual do missionário. 


2- Uma agenda quanto à volta do missionário. O trabalho missionário é árduo e esgota o missionário física, emocional e espiritualmente. Portanto, assim como acontece em outros trabalhos, é muito importante que o missionário tenha férias anuais. Estas férias não devem ser usadas para sair pregando pelas Igrejas, pois nesse caso, ele estaria se esgotando mais ainda. O missionário deve desfrutar de férias com a sua família, para descanso e lazer, pois o nosso corpo e a nossa alma necessitam de descanso e descontração.


Infelizmente, muitos crentes lêem o texto de Miquéias 2.10 fora de contexto e dizem que "o nosso descanso não é aqui". Ora, o descanso, o lazer e o trabalho fazem parte desta vida. Um não pode sobrepujar os outros, senão haverá esgotamento. Se não houver trabalho, não haverá recursos para nos mantermos. Mas se não houver lazer e descanso, haverá esgotamento, adoecimento e até morte prematura. O ser humano é uma tricotomia, ou seja, é formado de espírito, alma e corpo. Não podemos viver neste mundo, cuidando apenas do espírito e abandonar os outros dois. 


Outra coisa muito importante que a Igreja deve se preocupar em relação ao missionário e sua família é o retorno à sua pátria, em caráter definitivo, seja por problemas de saúde ou por aposentadoria e jubilação. Há pessoas que espiritualizam tudo e pensam que um missionário não pode se aposentar e deve permanecer na atividade missionária até os dias da sua vida. Mas não é bem assim. Conforme já falamos, o trabalho missionário é muito árduo e exige muito do obreiro. Portanto, um missionário idoso ou com problemas de saúde não tem condições de continuar no campo missionário. Deve retornar à Igreja local e contribuir de outra forma, usando a sua experiência, para treinar outros missionários mais jovens. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.274-75.


08 novembro 2023

A IGREJA E O SISTEMA DE APOIO AOS MISSIONÁRIOS

(Comentário do 1⁰ da Lição 07: A responsabilidade da Igreja com os missionários).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos do sistema de apoio da Igreja aos missionários. Falaremos da responsabilidade da Igreja para com os missionários que ela envia. O missionário enviado continua sendo um obreiro vinculado à Igreja local e como tal, atua sob a responsabilidade e supervisão desta. 

Depois, falaremos sobre o sistema de apoio e a obra de fé. Tanto o missionário quanto a Igreja que o envia devem orar, confiar e depender de Deus, para que Ele dê o crescimento e as condições necessárias para a missão prosseguir. 

Por último, falaremos sobre o objetivo de missões, que é fazer com que o Evangelho de Cristo seja proclamado a todos os povos e o Seu Nome seja glorificado. Se fizermos missões com este objetivo, o Senhor suprirá todas as necessidades da Sua Obra. 

1- A responsabilidade da igreja. Não temos na Bíblia a palavra missionário, pois ela ainda não era utilizada naquela época. A palavra que era usada e mais se aproxima de um missionário era a palavra “apóstolo”, que significa alguém que é enviado para uma missão específica. A palavra apóstolo traz a idéia de alguém que foi enviado, como um embaixador. 

Um missionário é alguém que foi chamado por Deus para uma missão, mas é enviado pela igreja local. Sendo um enviado da igreja, evidentemente, quem envia um representante é responsável por ele e deve dar-lhe todo apoio. Este apoio tem que ser sistemático, ou seja, deve ser organizado, constante e com responsabilidades definidas. 

De um lado, há igrejas que enviam missionários de forma irresponsável, sem estabelecer quem irá sustentá-lo e depois abandona o missionário e sua família no campo missionário, à própria sorte. Por outro lado, há missionários que vão ao campo missionário e querem agir de forma independente, sem prestar contas a uma igreja local. 

O comentarista apresenta-nos aqui, alguns princípios que foram extraídos do Livro de Atos dos Apóstolos, que servem de base para a igreja local organizar o seu sistema de apoio aos missionários que ela envia:

a) O missionário é um obreiro vinculado à igreja local e está sob sua total responsabilidade. Quando veio a grande perseguição à Igreja de Jerusalém, depois da morte de Estevão, os discípulos se espalharam e pregavam o Evangelho por onde passavam, mas somente aos judeus. 

Entretanto, alguns deles pregaram também aos gentios em Antioquia e houve ali muitas conversões. Quando a Igreja de Jerusalém soube destas conversões, enviou Barnabé para discipular os novos crentes. Barnabé foi a Tarso em busca de  Saulo para o ajudar e ambos passaram cerca de um ano em Antioquia, ensinando a Palavra de Deus. (At 11.19-26). 

Posteriormente, com a Igreja de Antioquia já bem estruturada, em uma reunião de oração e jejum, o Espírito Santo se manifestou e ordenou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. A Igreja obedeceu e os enviou. (At 13.1-5). Esta dupla de missionários viajou por várias cidades pregando o Evangelho e depois voltaram para a sua igreja local em Antioquia para prestar contas do trabalho (At 14.25-28).

Após a separação entre Paulo e Barnabé, Paulo seguiu com Silas em sua segunda viagem missionária, confirmando as Igrejas que haviam plantado na primeira viagem. Em cada cidade que eles chegavam, entregavam as orientações vindas dos apóstolos e anciãos de Jerusalém. (At 16.1-8). Em todos estes casos, portanto, vemos o vínculo dos missionários com as Igrejas que os enviavam. 

b) O missionário está subordinado à visão da igreja local e não aos seus próprios projetos. O comentarista cita aqui o caso da escolha dos sete diáconos, que foram escolhidos pela igreja, mas receberam a imposição de mãos apóstolos (At 6.6). Este ato demonstra que eles estavam debaixo da autoridade dos apóstolos. O mesmo aconteceu com Matias, que foi escolhido como apóstolo no lugar de Judas Iscariotes. Os apóstolos oraram e impuseram as mãos sobre ele (At 1.24). 

c) O missionário tem o dever de prestar contas do seu trabalho à Igreja que o enviou. Quando retornaram da primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé foram recebidos pela Igreja de Jerusalém, no primeiro concílio da Igreja. Ao receberem a oportunidade para falar, deram testemunho de tudo o que Deus havia feito entre os gentios At 15.4,12). O mesmo aconteceu no retorno da terceira viagem missionária, pouco antes da prisão de Paulo em Jerusalém (At 21.19). 

d) O apoio da igreja local deve permitir ao missionário o aproveitamento do seu tempo. O trabalho do missionário deve se voltar à pregação do Evangelho, discipulado e ensino das doutrinas bíblicas. Portanto, a igreja que o envia deve cuidar do seu sustento e das questões administrativas e burocráticas, para que ele possa se dedicar a missão, para a qual foi enviado. 

2- O sistema de apoio e a “obra de fé”. Mesmo tendo todo o sistema de apoio bem organizado como vimos acima, tanto o missionário como a Igreja que o envia precisam se conscientizar de que a obra missionária é uma obra de fé. Sendo assim, ambos devem aprender a confiar em Deus e depender dele. A obra é Deus e Ele proverá o necessário nos momentos de dificuldades. 


O apóstolo Paulo foi o maior missionário da história do Cristianismo. Viajou por todo o mundo conhecido da sua época, sem ter um sistema de apoio como temos hoje. As dificuldades, perseguições e perigos eram muito maiores. Não havia transportes aéreos, navios modernos, carros confortáveis, redes de hotéis e comunicação em tempo real como existem atualmente. Ele demorava dias e até meses em uma viagem, andando em embarcações primitivas e a pé. 

Ele recebeu ajuda de poucas Igrejas, especialmente a de Filipos, que tinha um grande carinho por ele. Mas ele sempre demonstrava confiança em Deus, agradecendo pelo que recebeu e não murmurava. Escrevendo aos Filipenses e agradecendo pela ajuda recebida, Paulo disse: "Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." (Fp 4.10-13). 

Infelizmente, muitas pessoas lêem apenas o versículo 13, ignoram o contexto e pensam que o texto está dizendo que nós podemos conquistar tudo. Mas, o que o apóstolo diz ali é que ele pode passar por qualquer circunstância, ter abundância ou passar necessidade, pois o Senhor o fortalece. Esta é a postura de quem confia em Deus e não se deixa esmorecer pelas adversidades. 

3- O objetivo de Missões. O objetivo da obra missionária não é outro, senão fazer com que Cristo se torne conhecido e adorado em todo o mundo. Missão não pode ser confundida com obras sócias ou assistência aos necessitados, embora isso também seja importante. A Igreja pode e deve enviar ajuda aos necessitados ou vítimas de catástrofes. Mas isso não substitui a missão de anunciar o Evangelho a toda criatura. 

Em muitos países, não é permitida a entrada de missionários para pregar o Evangelho. Então, nestes casos, a ajuda humanitária serve como estratégia para que a equipe missionária possa entrar no país e, além de realizar esta assistência, pregar o Evangelho. Muitos missionários entram nestes países como médicos, enfermeiros, engenheiros, etc. Depois que estão lá, de forma discreta, distribuem Bíblias e anunciam o Evangelho. 

Por ser um país pacífico e não ter envolvimento em conflitos étnicos e religiosos, o Brasil é um país estratégico para o envio de missionários a alguns países. Por exemplo, um missionário americano dificilmente seria aceito em países mulçumanos, mesmo que seja em ações humanitárias, por conta das guerras contra o Iraque e Afeganistão, e também por ser aliado incondicional de Israel. Os brasileiros, no entanto, teriam mais facilidade de acesso a estas áreas de conflitos. 

É importante esclarecer também que mediação de conflitos e pacificação embora seja importante e possa ser uma estratégia para a entrada de missionários em uma região, não pode ser confundida com a missão da Igreja, que é anunciar o Evangelho aos perdidos. Se a Igreja conseguir evitar uma guerra, ou por fim a um conflito e pacificar uma nação, mas não falar do Evangelho de Cristo, não pode dizer que fez missão. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.274-75.

06 novembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 07: A RESPONSABILIDADE DA IGREJA COM OS MISSIONÁRIOS


Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos o tripé da responsabilidade da Igreja na missão, que é orar, contribuir e ir. Todos os crentes devem estar envolvidos com a obra missionária. Entretanto, nem todos são chamados para ir ao campo missionário. Alguns são chamados para ficar na Igreja local e dar suporte aos que são enviados ao campo em oração e nas contribuições financeiras.

TÓPICOS DA LIÇÃO

No primeiro tópico, vimos a importância da oração para a obra missionária, tomando como exemplo o apóstolo Paulo, que mesmo sendo grande missionário, sempre rogava a oração das Igrejas por ele. Falamos também das finalidades da oração pela obra missionária, que são: a intercessão para que os corações dos pecadores se abram para o Evangelho; pelos missionários, para que tenham ousadia na pregação e proteção de Deus; e a intercessão pelo despertamento da Igreja local, para que se envolva com as missões. 

No segundo tópico, falamos sobre sobre o sustento dos missionários, apresentando o fundamento bíblico de que o obreiro é digno do seu salário. Depois, vimos que contribuir para a missão é ajuntar tesouros no céu. Aqueles que contribuem para a missão receberão o seu galardão. Por último, vimos que contribuir para missões é um privilégio. É gratificante para um crente fiel, saber que as suas contribuições financeiras foram usadas para distribuir Bíblias, plantar Igrejas e salvar almas pelo mundo. 

No terceiro tópico, vimos que Deus quer usar cada crente na obra missionária e todos nós devemos estar prontos para ir onde Ele nos mandar. Falamos também da chama missionária, citando exemplos de profetas e do apóstolo Paulo, que foram chamados diretamente pelo Senhor para uma missão específica Depois falamos do caráter e testemunho do missionário. Por último, falamos do perfil do vocacionado, que deve ser cheio do Espírito Santo, não ser neófito, ser aprovado pela Igreja e ter preparo. 

LIÇÃO 07: A RESPONSABILIDADE DA IGREJA COM OS MISSIONÁRIOS 

OBJETIVOS DA LIÇÃO:

  • Explicar o sistema de apoio da Igreja aos missionários;

  • Relatar o cuidado integral dos missionários;

  • Elencar maneiras práticas de se comprometer com os missionários.

INTRODUÇÃO

Nesta lição falaremos da responsabilidade da Igreja local para com os missionários enviados. Conforme vimos na lição passada, fazemos missões orando, indo e contribuindo. O missionário faz a parte mais difícil que é ir para o campo missionário, deixando a sua terra,  sua cultura e colocando em risco a própria vida e a da sua família.

A Igreja local, que envia o missionário, deve assumir as outras duas partes do tripé que é orar e contribuir para o sustento do missionário, em todos os aspectos: financeiro, emocional,  físico, legal, espiritual, teológico e familiar. Este apoio não deve se restringir ao período em que ele está no campo. A Igreja precisa se preocupar também com o retorno do missionário e a sua vida na velhice. 

TÓPICOS DA LIÇÃO

No primeiro tópico, falaremos do sistema de apoio da Igreja aos missionários. Falaremos da responsabilidade da Igreja para com os missionários que ela envia. O missionário enviado continua sendo um obreiro vinculado à Igreja local e como tal, atua sob a responsabilidade e supervisão desta. Depois, falaremos sobre o sistema de apoio e a obra de fé. Tanto o missionário quanto a Igreja que o envia devem orar, confiar e depender de Deus, para que Ele dê o crescimento e as condições necessárias para a missão prosseguir. Por último, falaremos sobre o objetivo de missões, que é fazer com que o Evangelho de Cristo seja proclamado a todos os povos e o Seu Nome seja glorificado. Se fizermos missões com este objetivo, o Senhor suprirá todas as necessidades da Sua Obra. 

No segundo tópico, falaremos do cuidado integral para com os missionários. É responsabilidade da Igreja local não apenas enviar o missionário e sustentá-lo financeiramente. Este cuidado deve abranger todos os aspectos da vida do missionário: espiritual, emocional, física e social. Na sequência, falaremos da agenda em relação à volta do missionário. A Igreja deve se preocupar com férias, tratamento de saúde, visitas ao país de origem e aos familiares, bem como proporcionar períodos de lazer e descanso. 

No terceiro tópico, mostraremos algumas maneiras práticas de se comprometer com os missionários. A primeira delas é tomar parte nas necessidades do missionário. Cabe à Igreja local manter contato regular com o campo missionário, para saber dos problemas que o missionário esta atravessando e buscar soluções. A segunda maneira de comprometimento é doar para suprir as necessidades. Não basta saber o que o missionário precisa. É preciso agir e levantar recursos para socorrê-lo. A terceira forma de se comprometer com o missionário é orar e jejuar pela causa missionária. Aquilo que não podemos fazer com as nossas próprias forças e recursos, devemos colocar diante de Deus em oração e Ele entrará com providências. 

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 66-75

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. 

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.274-75; 289.

MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...