16 outubro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: MISSÕES TRANSCULTURAIS NO NOVO TESTAMENTO

IMAGEM: estudantesdabiblia.com.br

Ev. WELIANO PIRES 

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


TEMA: MISSÕES TRANSCULTURAIS NO ANTIGO TESTAMENTO 


Na lição passada, estudamos sobre as missões transculturais no Antigo Testamento, tomando como exemplo, o povo de Israel, que foi escolhido com um propósito missionário, e outros exemplos de missões transculturais no contexto do Antigo Testamento.


I. Israel, um povo escolhido com um propósito missionário.  

Falamos do plano de Deus de proclamar a mensagem de Salvação a todos os povos, que incluía a formação da nação de Israel, para que fossem suas testemunhas.

Israel falhou neste propósito de ser testemunha de Deus, pois se contaminou com as religiões pagãs e deu muita ênfase ao separatismo racial e nacional. 

Por último, falamos da contribuição de Israel para o mundo. Israel foi usado por Deus para preservar o Antigo Testamento e traduzi-lo para a língua grega. Foi também através de Israel que Deus enviou o Seu Filho ao mundo para salvar a humanidade.


II. O amor de Deus para com outras nações

Desde o princípio, os olhos de Deus estão voltados para todos os povos, como podemos notar nos livros proféticos, que contêm profecias de um futuro glorioso, no qual outras nações estão incluídas. 

Falamos do caso de Elias e a viúva de Sarepta, uma mulher estrangeira, que foi socorrida por Deus e experimentou os seus milagres. 

Por último, falamos da missão do profeta Jonas em Nínive, capital da Assíria. Jonas foi enviado por Deus a esta cidade ímpia e perversa e eles se arrependeram com a sua pregação.


III. As alianças entre Deus e a humanidade no Antigo Testamento. 

Deus fez várias alianças com o homem, ao longo dos séculos. Estas alianças podem ser condicionais ou incondicionais. Na aliança condicional, Deus estabelece um pacto com o ser humano, mediante o cumprimento de algumas obrigações por parte deste. As alianças incondicionais são pactos que o Soberano Deus estabelece pactos para realizar os seus propósitos, baseados unicamente em Sua Graça e Misericórdia, sem contrapartidas.


LIÇÃO 04: MISSÕES TRANSCULTURAIS NO NOVO TESTAMENTO


Nesta lição, dando continuidade ao estudo das missões transculturais culturais na Bíblia, veremos o que o Novo Testamento nos apresenta sobre o assunto. Como vimos na lição passada, temos vários exemplos de missões transculturais no Antigo Testamento, com o próprio Deus agindo como missionário, enviando os seus servos a pessoas que não pertenciam a Israel. 


Entretanto, é no Novo Testamento que o tema chega ao seu ápice. O Novo Testamento nos apresenta Deus enviando o Seu Filho Unigênito, como missionário para buscar e salvar a humanidade perdida (Lc 19.10; Jo 3.16). Depois que da sua morte, ressurreição e ascensão aos Céus, a Igreja assumiu esta responsabilidade de dar continuidade ao seu projeto missionário mundial.


OBJETIVOS DA LIÇÃO: 

  • Revelar o Deus missionário no Novo Testamento; 

  • Mostrar as Missões nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos; 

  • Enfatizar a Missão Cumprida nas Cartas e no Apocalipse.


Palavras-Chave: NOVO TESTAMENTO


TÓPICOS DA LIÇÃO:


I. O Deus missionário do Novo Testamento. 

Em toda a Bíblia, Deus é apresentado como um missionário que envia. Primeiro usou Israel para cumprir os seus propósitos e depois enviou o Seu próprio Filho. Falaremos da perspectiva missionária do Novo Testamento, tendo como base o próprio Senhor Jesus. Por último, falaremos da tarefa da Igreja de anunciar o Evangelho mundo, com base na revelação de que Deus é um missionário por excelência. 


II. Missões nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos. 

Neste tópico, veremos que o ministério de Jesus nos Evangelhos é exclusivamente voltado para a obra missionária. Tudo o que Ele pregava e fazia tinha o objetivo de buscar os perdidos. Na sequência, falaremos das missões no Livro de Atos dos Apóstolos, sobre o trabalho de Filipe e Pedro, que foram os primeiros missionários transculturais na Igreja Primitiva. Por último, ainda no Livro de Atos dos Apóstolos, abordaremos o trabalho missionário de Paulo e Barnabé, com as suas viagens missionárias pelo mundo, que constituem a maior parte do Livro.


III.  Missões nas Epístolas e no Apocalipse. 

Veremos que nas Epístolas Paulinas, o apóstolo Paulo escreveu às Igrejas que ele plantava como um missionário, para instruir e doutrinar as Igrejas. Na sequência, veremos os testemunhos dos escritores das Epístolas Gerais: a superioridade da Nova Aliança em relação à Antiga, em Hebreus; a sabedoria para viver o Evangelho em Tiago; e a nossa posição como povo de Deus, em Pedro. Por último, veremos como o Senhor Jesus revela a João no Apocalipse, o desfecho da jornada da raça humana neste mundo e as sete Igrejas da Ásia como Igrejas missionárias.


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, pp. 30-41

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.159,160, 175.


MISSÕES TRANSCULTURAIS NO NOVO TESTAMENTO

Professor(a), a paz do Senhor. 

Na lição anterior, analisamos o propósito missionário para Israel no Antigo Testamento. Nesta lição, veremos que no Novo Testamento esse propósito foi consolidado por meio do envio de Jesus, o Filho Unigênito de Deus, e depois comissionado aos discípulos, que deveriam prosseguir com missão evangelizadora após a ascensão do Senhor.


O ponto inicial da missão outorgada aos discípulos é o encontro da Grande Comissão. Observe que o dever de anunciar a mensagem da salvação não estava restrita às regiões de Israel. Os discípulos tinham o compromisso de “fazer discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Nesse sentido, o empenho por pregar a mensagem do Reino não deveria delimitar barreiras geográficas, étnicas ou culturais. Ao contrário, a missão exigia dos discípulos a flexibilidade de adequar não o conteúdo da mensagem regeneradora, mas a estratégia missionária para alcançar o maior número de pessoas em todos os lugares.


“A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1995, p.1452). Nesse sentido, os discípulos deveriam trabalhar pela consistência da fé e fidelidade à prática dos princípios na nova vida cristã, independentemente se eram judeus convertidos ou gentios (Cl 3.10,11).


Nessa mesma perspectiva, o apóstolo Paulo foi um missionário transcultural que, diga-se de passagem, fazia-se servo de todos, mesmo sendo livre, para alcançar a todos; fazia-se judeu para ganhar os judeus; fazia-se como se estivesse debaixo da lei para os que consideravam a lei; fazia-se sem lei para alcançar os que estavam sem lei (1Co 9.19-23). O propósito do apóstolo não era transgredir os princípios cristãos ou conformar-se com o mundo (Rm 12.2), mas abnegar da sua condição para considerar as convicções do próximo com o fim de trazê-lo ao conhecimento da verdade de Cristo. Esse entendimento é importante para aqueles que exercem o chamado missionário em regiões nas quais a cultura, os costumes, as leis e as relações são completamente diferentes das que conhecemos no Ocidente. Mesmo assim, o amor de Deus por cada pessoa, independentemente da sua condição, permanece inabalável. Da mesma forma, a igreja desses últimos dias não pode negligenciar a missão que justifica a sua existência.


REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p. 38, CPAD, 2023.

15 outubro 2023

15 de Outubro: Dia do Professor



Nem sempre é reconhecido

Nem tampouco valorizado

Seu labor é bastante sofrido

E também mal remunerado


É muito mais que uma profissão

É muito mais que apenas ensinar

Constitui-se numa grande missão

Precisa ter vocação para educar


O professor ao aluno conduz

Indica o rumo a ser tomado

Na ignorância, ele é a luz

Que ilumina o aprendizado


Os mais diversos profissionais

Um dia tiveram professores 

Dos operários aos industriais

Passaram pelos educadores


Eu também sou um professor

Ensino no ambiente espiritual 

Vocacionado pelo meu Senhor

Leciono na Escola Dominical 


Muitos alunos meus do passado 

Hoje também são professores 

Às vezes fico até emocionado 

Pois alguns deles são pastores


Expresso a minha honraria

Aos queridos professores

Felicitações pelo seu dia

São mais que merecedores.


Weliano Pires


13 outubro 2023

ALIANÇAS ENTRE DEUS E A HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 03: A Missão Transcultural no Antigo Testamento).

Ev. WELIANO PIRES 


No terceiro tópico, falaremos das alianças entre Deus e a humanidade no Antigo Testamento. Com a entrada do pecado no mundo, toda a humanidade foi afetada. Por isso, Deus fez várias alianças com o homem, ao longo dos séculos. Estas alianças podem ser condicionais ou incondicionais. Na aliança condicional, Deus estabelece um pacto com o ser humano, mediante o cumprimento de algumas obrigações por parte deste. Por outro  lado, nas alianças incondicionais, o Deus Soberano estabelece pactos para realizar os seus propósitos, baseados unicamente em Sua Graça e Misericórdia, sem contrapartidas.


1- Alianças de Deus. Aliança ou concerto é um pacto entre duas partes, como o casamento, por exemplo. Na Bíblia encontramos oito alianças de Deus com a humanidade: Edênica, Adâmica, Noaica, Abraâmica, Mosaica, Palestiniana, Davídica, Nova Aliança. Antes de falar das alianças de Deus, é preciso entender também o que é o Aliancismo ou Teologia do Pacto e o Dispensacionalismo, que são as duas principais chaves hermenêuticas, ou formas de interpretar a história e as profecias bíblicas. 


Aliancismo ou  Teologia do Pacto é  a visão dos católicos romanos, anglicanos, ortodoxos e da maioria das chamadas Igrejas reformadas. Segundo o Aliancismo, Deus fez apenas dois pactos com o homem: o pacto das obras com Adão, que foi rompido mediante a desobediência do primo casal, e o pacto da Graça com Cristo, para salvação. Este último inclui as alianças com Abraão, Israel e a Igreja, sendo a Igreja a substituição de Israel. Há diferentes tipos de Aliancismo com pontos de vista diferentes em alguns aspectos. 


Dispensacionalismo é um sistema de interpretação escatológica, que se fundamenta com base na interpretação literal e consistente da Bíblia, desde Gênesis até o Apocalipse. Também faz distinção entre Israel e a Igreja e enfatiza a glorificação de Deus através da sua criação ao longo dos anos. 


Esta linha de interpretação bíblica divide a história humana em sete períodos chamados de dispensações: 


a. Dispensação da inocência: Período que se estende desde a criação de Adão até a expulsão do Éden.

b. Dispensação da consciência: Desde a queda do primeiro casal até o dilúvio.

c. Dispensação do governo humano: Desde o dilúvio até a confusão das línguas na tentativa de construção da Torre de Babel. 

d. Dispensação da promessa: Desde a chamada de Abrão em Ur dos Caldeus, até o fim do cativeiro de Israel no Egito.

e. Dispensação da Lei: Desde a saída de Israel do Egito até a crucificação de Jesus. 

f. Dispensação da Graça: Desde a ressurreição de Jesus até o arrebatamento da Igreja. 

g. Dispensação do Milênio: Desde a manifestação gloriosa de Cristo até o Juízo final. 


A Assembléia de Deus é dispensacionista, pois interpreta as Escrituras a partir destes pressupostos. Há quatro tipos de dispensacionalismo: Clássico, revisado, integrado, progressivo. Não é possível discorrer sobre todos neste espaço, pois o texto ficaria muito longo e fugiria do enfoque missiológico.


2- Aliança incondicional e condi­cional. Em termos gerais, para que haja uma aliança é preciso que haja quatro elementos: partes envolvidas, condições, resultados e garantias. Do ponto de vista humano, todas as alianças são condicionais, ou seja, precisa haver condições para que ela seja firmada e para permanecer. Em um casamento, por exemplo, um homem e uma mulher firmam uma aliança para viverem juntos até que a morte os separe. Mas, para que o casamento aconteça, é preciso que sejam seguidos alguns critérios. Depois, há deveres e responsabilidades de ambos, para que ele continue. 


Todas estas alianças feitas entre Deus e os seres humanos têm origem em Deus, pois Ele é o Criador, Sustentador e Soberano de todo o Universo. Depois da Queda da raça humana, nenhum ser humano tem condições de chegar sozinho a Deus e propor-lhe uma aliança. Portanto, a iniciativa e os critérios para uma aliança serão sempre dEle. Todas as alianças que já foram desfeitas, foi por falha humana e nunca de Deus. Ele sempre cumpre a sua parte. 


A aliança incondicional é um proposta soberana de Deus, onde Ele se compromete com alguém, única e exclusivamente por sua Graça, sem impor condições. Dentre as alianças incondicionais podemos citar: Aliança Adâmica, Aliança Noética, Aliança Abraâmica, Aliança Palestínica,  Aliança Davídica e a Nova Aliança. Em todas estas Alianças, Deus fez promessas que foram ou serão cumpridas, independente das ações das partes envolvidas e nenhuma delas será desfeita.


Na Aliança Adâmica, Deus prometeu que da descendência da mulher nasceria um para ferir a cabeça da serpente. Isso independia das ações de Adão e Eva; na Aliança Noética, Deus mandou Noé e sua família saírem da Arca e prometeu que nunca mais enviaria um dilúvio sobre toda a terra para destruí-la; na Aliança Abraâmica, Deus prometeu que Abraão seria pai de uma grande nação e todas as família da terra seriam beneficiadas; Na Aliança Palestínica ou Israelita, Deus prometeu que daria aos filhos de Israel, a terra prometida a Abraão e deu; na Aliança Davídica, Deus prometeu a Davi um reinado eterno à sua descendência, que se cumpriu em Jesus Cristo, cujo Reino não terá fim; por último na Nova Aliança, Deus prometeu salvar a salvação dos  pecados mediante a fé em Cristo e Vida Eterna. Isso se cumprirá, mesmo que muitos rejeitem. 


A Aliança Condicional, por sua vez, é uma proposta que Deus faz de conceder bençãos a alguém, mediante condições pré estabelecidas. São duas as alianças condicionais de Deus: Aliança Edênica e Aliança Mosaica. Nestas Alianças, as promessas de Deus dependiam do cumprimento das condições previamente estabelecidas por Ele. Na Aliança Edênica, Deus criou o primeiro casal e os colocou no Jardim do Éden para viverem eternamente. Entretanto, a condição para isso seria obedecer a ordem de Deus e não comer do fruto proibido. Com a desobediência do casal, esta Aliança foi rompida. A segunda Aliança Condicional foi a Aliança Mosaica, que estava condicionada à obediência aos mandamentos expressos na Torah. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.70,71)

12 outubro 2023

O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 03: A Missão Transcultural no Antigo Testamento).

Ev. WELIANO PIRES 


No segundo tópico, falaremos do amor de Deus para com outras nações. Veremos que desde o princípio, os olhos de Deus estão voltados para todos os povos, como podemos notar nos livros proféticos, que contêm profecias de um futuro glorioso, no qual outras nações estão incluídas. Na sequência, falaremos do caso de Elias e a viúva de Sarepta, uma mulher estrangeira, que foi socorrida por Deus e experimentou os seus milagres. Por último, falaremos da missão do profeta Jonas em Nínive, capital da Assíria. Jonas foi enviado por Deus a esta cidade ímpia e perversa e eles se arrependeram com a sua pregação.


1- Os olhos de Deus sobre todos os povos. No segundo tópico da Lição passada, vimos que o Amor de Deus é o princípio fundamental da história da redenção da humanidade. Este amor foi demonstrado na formação de Israel e no relacionamento de Deus com este povo. Entretanto, isso não significa que no Antigo Testamento Deus não ligava para as outras nações como muitos imaginam. 


Deus sempre amou toda a humanidade e elaborou o seu plano salvífico a fim de salvar a todos, como vimos no tópico anterior. Conforme citou o comentarista, podemos ver nas profecias, principalmente as de Isaías, Deus prometendo a restauração de Israel e um futuro glorioso para esta nação, que inclui a participação dos gentios. 


Temos ainda os casos da viúva de Sarepta, uma estrangeira que foi socorrida pelo profeta Elias, nos dias do rei Acabe; o caso de Naamã, o general do exército da Síria, que era leproso e foi curado por Eliseu; o caso de Hazael, que foi ungido rei da Síria por Eliseu; e principalmente, o caso do profeta Jonas, que foi enviado por Deus para profetizar contra Nínive, capital da Assíria. Em todos estes casos, vemos Deus tratando com pessoas que não eram israelitas. 


2- A viúva de Sarepta e o profeta Elias. Este episódio aconteceu no início do perverso  reinado de Acabe, o pior dos reis de Israel. Acabe era filho do rei Onri, fundador da cidade de Samaria. Era um rei ímpio e, para piorar, casou-se com Jezabel, princesa dos sidônios, devota das divindades pagãs, Baal e Aserá. O casal Acabe e Jezabel buscava a todo custo, eliminar definitivamente a adoração a Yahweh. Neste período de apostasia e idolatria generalizada, Deus levantou um profeta chamado Elias, cujo nome significa “Yahweh é Deus”, que até aquele momento era desconhecido. Não temos informações sobre a sua ascendência. Sabemos apenas que ele era do povoado de Tisbe, na região de Gileade. 


Elias confrontou, corajosamente, a idolatria do rei Acabe, profetizando que haveria uma grande seca no país e que, só voltaria a chover, quando ele profetizasse de novo (1 Rs 17.1). As principais atividades econômicas de Israel eram a agricultura e a pecuária, que eram executadas de forma primitiva, sem irrigação, e dependiam exclusivamente da chuva. Com três anos e meio sem chuvas, inevitavelmente viria a fome e a escassez generalizada. 


Depois de pronunciar esta sentença de que não iria chover em Israel, Elias recebeu a orientação de Deus para se esconder junto ao ribeiro de Querite, pois o Senhor havia ordenado aos corvos que o sustentassem e ele beberia água do ribeiro. Com a falta de chuvas em Israel, em pouco tempo o ribeiro secou-se e Deus deu nova orientação a Elias, para que fosse a Sarepta, uma cidade fenícia que fazia parte do território controlado por Etbaal, pai de Jezabel, que era rei e sacerdote na região de Tiro e Sidom naquele tempo. 


Deus ordenou a Elias que fosse a Sarepta, pois Ele havia ordenado a uma mulher viúva que o sustentasse. Esta mulher era viúva e tinha apenas um filho menor de idade. Ela era estrangeira e não sabia nada sobre o que acontecera em Israel. Mas a seca castigou também a região dela e, por isso, não tinha mais nada para comer. Quando o profeta chegou, ela estava apanhando lenha, para preparar a última refeição, pois sabia que depois ela e o seu filho morreriam de fome. 


Deus usou o profeta Elias para operar o milagre da multiplicação na casa desta viúva estrangeira. Não faltou farinha na panela, nem azeite na botija, até o dia em que as chuvas voltaram a cair. Durante o período em que Elias ali esteve, o filho desta mulher faleceu e Deus o ressuscitou. Portanto, foram dois milagres realizados na casa desta viúva, que não era israelita e não conhecia ao Deus de Israel. 


3- A Missão de Jonas em Nínive. O profeta Jonas, cujo nome hebraico é “yonah”, que significa “pomba”, é apresentado em seu livro apenas como "filho de Amitai" (Jn 1.1). Ele também é mencionado em outra parte da Bíblia como um profeta do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, da tribo de Zebulom. Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão II, que era um rei ímpio, porém próspero (2 Rs 14.23-25). 


Deus enviou o profeta Jonas à grande e temida cidade de Nínive, capital da Assíria (Jn 1.2), com uma mensagem de destruição, por causa da maldade extrema daquele povo (Jn 1.3), que eram cruéis inimigos do povo de Israel. Os assírios eram conhecidos pela violência e crueldade com que tratavam os seus prisioneiros de guerra: torturavam barbaramente os seus inimigos, ao ponto de empalar os homens, jogar bebês para cima e apará-los com a espada e abrir o ventre de mulheres grávidas vivas. 


Quando recebeu esta ordem de Deus para profetizar contra este povo, que na época já era inimigo de Israel e ameaçava invadir o país, Jonas resolveu pegar um navio para Társis e ‘fugir da presença do Senhor’. Mas Deus enviou uma grande tempestade na região em que ele navegava. Enquanto a tempestade acontecia, Jonas dormia profundamente no porão do navio e foi acordado pelos marinheiros, que lhe indagaram sobre a sua origem e crença. 


O profeta, então declarou que era judeu, que estava fugindo de Deus e, por isso, veio aquela tempestade. Orientou também os marinheiros para que o lançassem ao mar e a tempestade cessaria. Os marinheiros obedeceram e assim aconteceu. O Senhor enviou um grande peixe para que tragasse Jonas. No ventre do peixe, Jonas fez uma oração, confessando o seu pecado e pedindo a Deus que o livrasse, que ele iria cumprir a ordem de Deus. 


O peixe, então, vomitou a Jonas na terra seca. Pela segunda vez, Deus ordenou a Jonas que fosse a Nínive e proclamasse a sua destruição. Desta vez Jonas foi e, por três dias, entregou a mensagem que Deus lhe mandou. Esta mensagem tocou profundamente o coração dos ninivitas e o rei decretou um jejum de três dias para as pessoas e os animais no país. Deus teve misericórdia e não destruiu a cidade, retardando este julgamento. Depois, Nínive voltou à maldade e a cidade foi destruída, 150 anos depois.


Jonas ficou chateado porque Deus não destruiu a cidade e quis morrer. Através de uma ilustração, Deus demonstrou ao profeta o Seu infinito amor. A mensagem do livro de Jonas continua atual. Deus continua se compadecendo dos mais terríveis pecadores e deseja salvá-los. Para isso, Ele envia os seus servos para que lhes preguem a mensagem de arrependimento para a salvação. Entretanto, muitos não querem ir e até desejam que Deus os destrua, por causa da maldade. 


REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. Págs. 24-31.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.120-21.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. 1° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 349-50.

10 outubro 2023

ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO

(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 03: A Missão Transcultural no Antigo Testamento).

Ev. WELIANO PIRES 


No primeiro tópico, falaremos de Israel, um povo escolhido com um propósito missionário. Inicialmente, falaremos do plano de Deus de proclamar a mensagem de Salvação a todos os povos, que incluía a formação da nação de Israel, para que fossem suas testemunhas. Através deste povo, Deus planejou trazer o Salvador do mundo, que é Cristo, o Senhor. 

Depois, veremos que Israel falhou neste propósito de ser testemunha de Deus, pois se contaminou com as religiões pagãs e deu muita ênfase ao separatismo racial e nacional, o que impedia que testemunhassem a outros povos. 

Por último, falaremos da contribuição de Israel para o mundo. Não obstante, tenha falhado como testemunha do amor de Deus, Israel foi usado por Deus para preservar o Antigo Testamento e traduzi-lo para a língua grega. Foi também através de Israel que Deus enviou o Seu Filho ao mundo para salvar a humanidade.


1- O plano de Deus. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a Sua Onisciência. Esta palavra é a junção de dois termos latinos:  “Omni”, que significa “todo” ou “completo”, e “scientia”, que significa conhecimento. Portanto, Deus é onisciente, porque Ele conhece todas as coisas visíveis e invisíveis, em qualquer época e lugar, neste universo e fora dele. Este termo, evidentemente, não está na Bíblia, pois é uma expressão latina e a Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego. Mas a idéia de que Deus conhece tudo e nada passa despercebido diante dele está presente em várias partes da Bíblia (Jó 24:23; Sl 33:13-15; 139:13-16; Pv 15:3; Jr 16:17, etc.).


Presciência (Gr. prognosis) é a parte da onisciência de Deus, segundo a qual, Ele conhece tudo por antecipação e faz os seus planos com base nesse conhecimento: “A este [Jesus] que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela.” (At 2.23,24). Aqui, o apóstolo Pedro em seu discurso no Dia de Pentecostes, disse que Jesus foi entregue para ser crucificado, por um plano predeterminado de Deus. Ou seja, Deus conhecia antecipadamente o futuro e planejou que Cristo seria preso e crucificado por homens injustos, mas ressuscitaria ao terceiro dia. 


Há duas correntes teológicas sobre a presciência de Deus: O Calvinismo e o Arminianismo. O Calvinismo diz que a presciência de Deus significa que Ele não apenas conhece tudo, mas é Ele quem predetermina todas as coisas que irão acontecer, boas ou ruins. Alguns mais radicais chegam a afirmar que Deus é o causador do próprio pecado. 


O Arminianismo, por sua vez, entende que a presciência de Deus significa que Ele conhece tudo o que irá acontecer e, com base nesse conhecimento antecipado, faz os seus planos. Entretanto, Ele concedeu o livre-arbítrio às suas criaturas e não é o causador dos seus atos. 


Há ainda outra interpretação sobre isso, que é herética e antibíblica, que é defendida pelo chamado “Teísmo Aberto”, ou “Teologia Relacional”. Esta heresia diz que Deus não conhece o futuro, mas o descobre e o constrói junto com os seres humanos. 


Ora, antes da fundação do mundo, Deus já sabia que iria criar o ser humano, mas este iria pecar. De antemão, Deus elaborou o plano de Salvação, para salvar o ser humano. Este plano foi anunciado pela primeira vez, em Gênesis 3.15 na sentença que Deus deu à serpente, após a desobediência do primeiro casal, por isso, é chamado de Proto Evangelho. Este plano de Deus incluía a chamada de Abrão, a formação da nação de Israel e a vinda do Messias.


O povo de Israel, portanto, foi escolhido por Deus para ser um povo missionário e testemunhas de Deus às outras nações (Is 42.5-7; 43.10-13). Israel não poderia se misturar com outras nações e deveria se preservar dos costumes e pecados delas. Quando Deus proibiu Israel de se misturar contra outras nações não era por separatismo, discriminação ou preconceito. Deus sabia perfeitamente que esta mistura, inevitavelmente, iria corromper Israel e levá-lo à destruição, como aliás aconteceu algumas vezes durante o período dos juízes e na monarquia. 


2- A falha de Israel. Israel falhou como povo missionário e testemunhas de Deus. Deus libertou Israel da escravidão no Egito e os levou à Terra Prometida. Antes de entrarem nesta terra, Deus ordenou que eles não deveriam se misturar com aqueles povos: “Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti.” (Ex 34.12). Depois que tomaram posse da terra, Josué repetiu esta advertência: “Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda; para que não entreis a estas nações que ainda ficaram convosco; e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis.” (Josué 23.6,7).


Após a morte de Josué, o povo ignorou estas advertências. Contrariando a ordem de Deus, não destruíram totalmente os cananeus e fizeram alianças com eles, para cobrar impostos (Jz 1.28-36). A geração seguinte não conhecia o Senhor e se entregou à idolatria, servindo a Baal e Astarote, deuses dos cananeus (Jz 2.10-13). Por causa disso, o Senhor levantou inimigos cruéis que os dominavam e os oprimiam. Israel se arrependia dos pecados, clamava a Deus e Ele levantava um juiz que os libertava. Porém, após a morte do juiz, voltavam ao pecado e Deus levantava novos inimigos. De novo, o povo clamava e Deus levantava novos juízes. Este ciclo vicioso durou cerca de trezentos anos, até o início da monarquia. 


No período da monarquia a situação era semelhante. Quando o rei era temente a Deus, o povo servia a Deus. Mas quando o rei era ímpio, o povo se desviava de Deus e servia a outros deuses, praticando todo tipo de abominação. Por causa da idolatria de Salomão, Deus permitiu a separação das tribos. Dez delas seguiram a Jeroboão, filho de Nebate, e formaram o Reino do Norte. As outras duas tribos, Judá e Benjamim, ficaram com a descendência de Davi e dela veio o Messias prometido. 


O Reino do Norte, entregou-se completamente à idolatria e não teve nenhum rei que fosse justo. Era um pior do que o outro, praticando abominações iguais, e até piores, do que as que eram praticadas pelas nações que Deus havia expulsado daquela terra. Finalmente, foram entregues ao cativeiro da Assíria. Os assírios os levaram para a sua terra e trouxeram outros povos para habitar na terra de Israel e eles nunca mais voltaram. 


O Reino do Sul teve altos e baixos. Alguns reis eram tementes a Deus: Asa, Josafá, Jotão, Ezequias e Josias; Outros, eram mais ou menos: Roboão, Abias, Amazias, Joás e Uzias, que começaram bem, mas depois se entregaram à idolatria e a outros pecados; Os demais, foram terrivelmente ímpios: Jeorão, Acazias, Atalia, Acaz, Manassés, Amom, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Apesar de serem muitas vezes advertidos pelos profetas, não deram ouvidos e Deus os entregou ao cativeiro babilônico por setenta anos. Depois os trouxe de volta à sua terra, a fim de cumprir as suas promessas. 


3- A contribuição de Israel para o mundo. Apesar de ter falhado como povo missionário de Deus, praticando a idolatria e muitas abominações como falamos acima, Israel foi usado por Deus para abençoar todas as nações, conforme Ele havia prometido a Abraão. Foi a Israel que Deus entregou as Escrituras do Antigo Testamento. Além de receberem a inspiração divina para escreverem a Palavra de Deus, o povo de Israel foi usado por Deus também para preservar as Escrituras. 


Os israelitas levavam muito a sério a tarefa de copiar as Escrituras. Naquela época não havia impressão como hoje e tudo era copiado à mão. Os escribas eram muito rigorosos nesse processo, para que não houvesse nenhum erro. Se errassem uma letra, inutilizavam toda a cópia e começavam outra. Ao final de uma cópia contavam todas as colunas, palavras e letras. Se houvesse qualquer divergência, aquela cópia seria inutilizada imediatamente. 


Deus usou também o povo de Israel para traduzir as Escrituras para o grego, que era o idioma universal no período do Império Grego. Depois que Alexandre Magno derrotou o Império Medo-persa e dominou toda aquela região, inclusive o território de Israel, muitos judeus que viviam fora da terra Israel falavam o grego e não entendiam mais a língua hebraica. Por isso, havia a necessidade de traduzir as Escrituras para o grego. No século III a.C, foram reunidos 70 rabinos de Israel, para realizarem esta tradução. Por isso esta tradução é chamada de Septuaginta ou Versão dos Setenta e é representada pelo numeral romano LXX. 


REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. Págs. 24-31.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.120-21.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. 1° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 349-50.

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