11 janeiro 2023

O AVIVAMENTO EM ATOS DOS APÓSTOLOS


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento).

Neste segundo tópico, veremos o avivamento em Atos dos Apóstolos. Este tema será estudado com mais detalhes na lição 5. Falaremos sobre o avivamento na Igreja Primitiva, destacando a promessa de Jesus de que os discípulos receberam o revestimento de poder em poucos dias, após a sua ascensão ao Céu. Em seguida falaremos sobre o cumprimento desta promessa do Mestre, que foi a descida do Espírito Santo, que aconteceu no Dia de Pentecostes. Este revestimento de poder trouxe ousadia aos discípulos para pregar o Evangelho com poder. Depois disto, eles nunca mais foram os mesmos. 


1. O AVIVAMENTO NA IGREJA PRIMITIVA. O Livro de Atos é o segundo volume de duas obras escritas por Lucas, sendo a continuidade da primeira. Não há no Livro nenhuma referência que comprove que Lucas é o autor. Entretanto, considerando que o Evangelho segundo Lucas é endereçado a Teófilo e no prólogo do  Livro de Atos, o autor faz menção ao primeiro tratado enviado a Teófilo, conclui-se, portanto, que Lucas é o autor. Além disso, alguns escritos dos pais da Igreja afirmam a autoria lucana. A data provável da composição de Atos dos Apóstolos é 62 d.C.


É provável que o livro originalmente não tivesse título. Alguns manuscritos o intitulam de “Atos” (Gr. praxeis, que descreve as realizações de grandes homens). Considerando que o Livro traz os relatos dos primeiros passos da Igreja Cristã, liderada pelos apóstolos, foi acrescentado ao título a expressão “dos apóstolos”. O título mais apropriado seria “Atos do Espírito Santo”, pois o Livro registra uma Igreja dirigida pelo Espírito Santo, que por meio dos apóstolos operou sinais e maravilhas e possibilitou a expansão do Cristianismo por todo o mundo conhecido da época. 


O livro de Atos inicia com as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, após a ressurreição e antes da sua ascensão aos Céus. Entre estas palavras do Mestre, está a promessa da descida do Espírito Santo "não muito depois daqueles dias". (At 1.5,8). Jesus deixa claro para os seus discípulos o objetivo deste revestimento de poder: Para que eles fossem suas “testemunhas”, em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra (At 1.8). A palavra testemunha, no grego é  “marturia”, que significa o testemunho de alguém a respeito de algo que viu, ouviu e tem convicção a ponto de dar a sua vida por aquela causa. É daí que a palavra portuguesa “mártir”. A virtude do Espírito Santo é tão indispensável na vida dos discípulos de Jesus, para que eles possam testemunhar do Evangelho, que o próprio Jesus ordenou que eles não se ausentassem de Jerusalém, antes de receberem a promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4).


2. A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO. Os discípulos permaneceram em Jerusalém, seguindo a ordem de Jesus, e continuaram em oração. Após a ressurreição, Jesus apareceu para mais de 500 irmãos, como disse Paulo. No capítulo 2 de Atos, temos o cumprimento dessa promessa, quando os discípulos estavam reunidos em oração, no dia de Pentecostes, a segunda festa mais importante de Israel, que acontecia 50 dias após a Páscoa. 


De repente, veio do Céu, um som como de um vento forte e impetuoso e encheu o cenáculo. Todos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas e profetizaram, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (At 2.1-4). É importante destacar que, dos mais de 500 que viram o Cristo ressurreto, só restavam 120 em oração. Isso nos mostra que o número de pessoas que querem ver milagres e receber bênçãos é muito maior que o número dos que permanecem em oração e tem compromisso com Deus. Mas, só receberam o batismo no Espírito Santo, os que perseveraram em oração.


O livro de Atos prossegue falando sobre a ação do Espírito Santo na expansão da Igreja. O Espírito Santo concedeu-lhes ousadia para proclamar o Evangelho diante das autoridades judaicas, em meio à perseguição e oposição ferrenha. Também lhes concedeu poder para operar sinais e maravilhas e dirigiu a obra missionária. Em várias ocasiões no Livro de Atos, vemos a ação do Espírito Santo, através dos apóstolos. No mesmo dia de Pentecostes, após a descida do Espírito Santo, a multidão ficou confusa sobre o que teria acontecido. 


Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se e fez um eloquente discurso, com a ousadia concedida pelo Espírito Santo, que tocou fortemente o coração dos ouvintes. Ele não precisou fazer nenhum apelo e uma multidão, comovida com aquela poderosa mensagem, veio à frente perguntar-lhe o que deveriam fazer. Pedro respondeu:

- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38). 


O resultado foi fantástico! Quase três mil almas se converteram. No dia seguinte, o número de convertidos chegou a quase cinco mil pessoas. Somente o Espírito Santo pode fazer isso. Argumentos humanos e discursos vazios não são capazes de levar uma multidão a se converter a Cristo.    


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

PEARLMAN, Myer. Atos, e a Igreja se fez Missões. Editora CPAD. Ed. 1995. pág. 9.

Comentário Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.623,24

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.


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Ev. Weliano Pires

10 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento).

Neste primeiro tópico falaremos sobre o avivamento nos Evangelhos. Em primeiro lugar, veremos o avivamento em João, cuja abordagem destoa um pouco dos outros três evangelistas, por isso é chamado “Evangelho autótico”, ou seja, com uma visão própria. Os outros três, Mateus, Marcos e Lucas são chamados de “Evangelhos sinóticos", devido à semelhança que há entre os relatos. 


Na sequência, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Mateus, que foi destinado inicialmente aos judeus, com o objetivo de revelar-lhes que Jesus é o Messias prometido a Israel. 


Depois, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Marcos, que é considerado “o Evangelho do Servo”, pois apresenta Jesus como servo, em três aspectos: vencedor, sofredor e triunfante. 


Por último, falaremos do avivamento no Evangelho segundo Lucas, que é considerado pelos estudiosos “o Evangelho do Filho do Homem”, pois dá ênfase à humanidade de Jesus, como  “o homem perfeito”. 


1. O AVIVAMENTO EM JOÃO. O Evangelho segundo João foi um dos últimos livros do Novo Testamento a serem escritos. Foi escrito entre os anos 80 e 95 d.C. Embora o nome do autor não apareça no Livro, é consenso entre os pais da Igreja, que foi o apóstolo João, filho de Zebedeu, quem o escreveu. O autor omite o seu nome no Livro e identifica-se apenas como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). Isso fortalece a tese de que João foi o autor, dada a sua proximidade com Jesus. João escreveu também nesse período as três Epístolas de João e o Livro do Apocalipse. 


João traz uma abordagem diferenciada do Ministério de Jesus, se compararmos os outros três evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas. Por isso, os teólogos chamam este o Evangelho segundo João de “Evangelho autótico”, como vimos no início deste tópico. João não faz menção ao nascimento de Jesus, nem à sua infância, como vemos nos Evangelhos sinóticos. Ele inicia falando de Jesus como o Verbo que estava no princípio com Deus e que era Deus. Fala também que o Verbo (Jesus) criou todas as coisas e sem Ele nada se fez (Jo 1.1-3). No final do Livro João diz que Jesus fez muitos outros milagres que não foram escritos em seu Livro e que os que foram escritos, foi para as pessoas creiam que Ele é o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. (Jo 20.30,31). Isto é uma proclamação inequívoca da divindade de Jesus. 


O Evangelho segundo João nos mostra que Jesus era aqui na terra, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Se por um lado, João demonstra a divindade de Jesus, afirmando que Ele é o Verbo que estava no princípio com Deus, que é Deus e criou todas as coisas, por outro lado, ele demonstra também no mesmo capítulo 1, a humanidade de Jesus: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (Jo 1.14a). A humanidade de Jesus também é enfatizada, quando João diz que ele “estava cansado do caminho” (Jo 4.6), quando ele chorou (Jo 11.35); e quando teve sede (Jo 19.28). Isso era uma defesa da humanidade de Jesus, ante as heresias dos gnósticos que negavam que Jesus veio em carne (1 Jo 4.1).


John MacArthur diz que o objetivo de João era tanto apologético, “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”, como evangelístico, “e que crendo tenhais vida em seu nome”. (20.31). De fato, o Evangelho segundo João apresenta-nos um farto material defesa da fé Cristã, no que se refere à divindade de Cristo. Além fazer as afirmações de que Jesus estava no princípio com Deus e é criador, João nos mostra também que a onisciência (Jo 2.24) e a  eternidade de Jesus (Jo 8.58), que são atributos exclusivos de Deus. Mas, o Evangelho de João também tem forte apelo evangellístico e é considerado como “o evangelho da fé”. O verbo “crer” (gr. pisteuo) é a palavra-chave em João, pois aparece 98 vezes.


A Bíblia de Estudo Pentecostal, em sua introdução ao Evangelho segundo João, mostra também sete declarações de Jesus (Eu Sou), registradas neste Evangelho, que comprovam a sua infinita superioridade e comprovam que Ele é Deus: Eu sou o pão da vida (Jo 6.35); Eu sou a luz do mundo (8.12); Eu dou minha vida, e ninguém a tira de mim (Jo 10.15,18), Eu sou o bom Pastor (Jo 10.11); Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25); Jesus promete “outro Consolador” (14.16); e Jesus declara-se “a videira verdadeira” (15.1). Há muitas outras declarações de Jesus neste livro que somente Deus poderia fazer, como Eu sou a Verdade, Eu sou a Vida, Antes que Abraão existisse Eu Sou, etc. 


João também não registrou o Sermão do Monte, as Parábolas de Jesus, nem o Sermão profético. Mas registrou sete sermões de Jesus, que revelam a sua infinita sabedoria: o Sermão de Jesus a Nicodemos, o Sermão de Jesus à mulher Samaritana (4.4-42); o Sermão em que Jesus declara-se Filho de Deus e igual ao Pai (5.19-47); O Sermão em que Jesus declara-se o pão da vida para os que nEle creem (6.22-59); O Sermão de Jesus no Templo, que causou dissensão entre os judeus (7.37-44); o Sermão em que Jesus declara-se como a luz do mundo (8.12-30); e o Sermão onde Jesus apresenta-se como o bom Pastor (10.1-21).


Os milagres registrados por João, que ele chama de sinais, também foram sete: a transformação da água em vinho em Caná (2.1-11); (a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); a cura do paralítico de Betesda (5.2-15); a multiplicação dos cinco pães e dois peixes para quase cinco mil homens (6.1-15); Jesus anda sobre o mar (6.16-21); a cura de um cego de nascença (9.1-41); e a ressurreição de Lázaro (11.1-46).


João mostra também a ação do Espírito Santo, desde o início do livro, no Batismo de Jesus (Jo 1.32,33). Depois, no diálogo com Nicodemos, João registrou as palavras de Jesus a Nicodemos, sobre o novo nascimento, que é uma obra do Espírito Santo (Jo 3.3-5). No capítulo 4, no diálogo de Jesus com a mulher Samaritana, Ele faz menção à água viva, que faz no interior da pessoa uma fonte que jorra para a vida eterna. Esta água também se refere à ação do Espírito Santo. No capítulo 7.38, Jesus disse: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior do seu ventre". No versículo seguinte, João explica que Ele estava se referindo ao Espírito Santo. Depoisb nos capítulos 14 a 16, nas últimas instruções de Jesus aos discípulos antes da sua morte, Ele faz a promessa do envio do Consolador [Gr. Parakletos], que ficará para sempre com os discípulos, após a sua ascensão. Por último, após a ressurreição, Jesus sopra sobre os discípulos e diz: "Recebei o Espírito Santo." (Jo 20.22).

 

2. O AVIVAMENTO EM MATEUS. Embora não apareça no texto de Mateus, o nome do autor ou evidências internas de quem o escreveu, desde os primórdios da Igreja Cristã, a autoria é atribuída ao apóstolo Mateus, também chamado de Levi. Mateus era um cobrador de impostos e chamado por Jesus para ser seu seguidor, estando ele na coletoria. Imediatamente, ele deixou tudo e seguiu a Jesus. Posteriormente foi chamado a integrar o colégio apostólico. O livro foi escrito por volta do ano 60 d.C. e foi destinado originalmente à comunidade judaica. 


O propósito de Mateus é revelar aos judeus e, posteriormente, ao mundo que Jesus de Nazaré era o Messias prometido a Israel. Para isso, ele inicia o livro com a genealogia de Jesus Cristo através de José, o seu pai terreno, vinculando-o à família real de Davi e a Abraão. Mateus também cita várias profecias do Antigo Testamento que se referem ao Messias e demonstra o cumprimento delas em Jesus, como o nascimento virginal (Is 7.14); o nascimento em Belém (Mq 5.2); a fuga para o Egito (Os 11.1); as palavras de Jesus na Cruz (Sl 22.1); a sepultura com os ricos (Is 53.9); e muitas outras. 


Outra caraterística do Evangelho segundo Mateus é o uso frequente das expressões “Reino dos Céus” e “Reino de Deus”, que aparecem mais de trinta vezes neste livro. Apesar de serem sinônimas, Mateus utiliza mais a expressão “Reino dos Céus”, seguindo o costume judaico de evitar fazer referências diretas ao nome de Deus, a fim de não violar o terceiro mandamento. Devido ao uso frequente destas expressões, Mateus é considerado o Evangelho do Reino ou do Grande Rei. Entretanto, Mateus deixa claro que Jesus é o Rei, mas não veio com pompas humanas. Ele é o Rei que nasceu num estábulo de animais e foi criado em Nazaré, uma pequena e pobre cidade da Galiléia. Mateus registrou também várias Parábolas proferidas por Jesus que ilustram as características do Reino de Deus. 


Mateus registrou também os dois mais importantes e extensos sermões de Jesus: o Sermão do Monte, que é um resumo dos seus principais ensinos; e o Sermão Profético, que revela acontecimentos futuros como a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., a segunda vinda de Cristo, a grande tribulação e o Juízo Final. 


No Evangelho segundo Mateus, a ação do Espírito Santo aparece também em vários relatos. Logo no início do Livro, o Espírito Santo é mencionado como o agente da concepção de Jesus (Mt 1.18). À semelhança de João, Mateus relata também a descida do Espírito Santo como pomba, vindo sobre Jesus, na ocasião do seu batismo (Mt 3.16) e na pregação de João Batista, quando ele diz que Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). No episódio da tentação de Jesus, Mateus diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). O Espírito Santo é mencionado como aquele que capacita os discípulos de Cristo para falar, quando forem conduzidos aos tribunais por causa do Evangelho (Mt 10.19,20). Jesus expulsa os demônios pelo poder do Espírito Santo. Atribuir isso aos demônios é blasfêmia contra o Espírito Santo e constitui-se em um pecado imperdoável (Mt 12.27-32). Por último, na chamada Grande Comissão, Jesus ordena aos seus discípulos para batizarem “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28.19). 


Mateus é o único evangelista que menciona a igreja como uma instituição pertencente a Jesus e edificada por Ele, que jamais será vencida pelas forças das trevas (16.18). Jesus chama a Igreja de ‘minha’ e diz ‘edificarei’. Neste mesmo texto, a Igreja é mencionada como um colegiado capaz de julgar as atitudes de um dos seus membros que se recusa a perdoar (Mt 18.17). O Espírito Santo também é apresentado como a fonte de inspiração e de autoridade para a Igreja (Mt 10.19,20; 28.18-20). 


3. O AVIVAMENTO EM MARCOS. No Evangelho segundo Marcos também não é identificado o autor, nem há evidências internas de quem o escreveu. Porém, assim como acontece com Mateus, os pais da Igreja são unânimes em afirmar que foi João Marcos, o primo de Barnabé, quem escreveu este livro. Marcos viajou com Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, mas desistiu da missão no meio do caminho. Depois tornou-se um cooperador de confiança do apóstolo Pedro e, segundo a tradição, recebeu dele as informações acerca dos discursos e obras do Senhor Jesus, relatando-os com fidelidade. O livro foi escrito entre os anos 55 e 65 d.C. e foi destinado originalmente aos cristãos romanos, ou aos cristãos não judeus. 


O teólogo Myer Pearlman lista quatro características particulares do Evangelho segundo Marcos: Sua exiguidade – é o mais breve dos Evangelhos; os atos de Jesus são enfatizados mais que seus discursos; a introdução é sucinta, pois consiste de um só versículo; e as palavras “imediatamente” e “logo” são encontradas por todo o livro. Segundo Pearlman, Marcos apresenta no seu evangelho Jesus como Servo em três dimensões: o servo sofredor, que faz milagres e, por isso, despertou a inveja e a fúria dos escribas e fariseus; o servo vencedor, que exerce autoridade sobre os demônios; e o servo triunfante, que triunfou sobre a morte e ressuscitou.


Diferente dos outros sinóticos, Mateus e Lucas, Marcos não traz nenhum relato sobre o nascimento, genealogia e infância de Jesus. Marcos inicia o seu relato, apresentando Jesus como Filho de Deus e não como descendente de Abraão e Davi, como fez Mateus, ou descendente de Adão, como fez Lucas. Na sequência faz um breve relato do ministério de João Batista e do batismo de Jesus. Ainda no primeiro capítulo Marcos registra a chamada dos primeiros discípulos. 

Na sequência, Marcos apresenta vários milagres de Jesus: a cura de um paralítico, a cura da sogra de Pedro, a cura de um leproso, a cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada, a expulsão de demônios, o apaziguamento da tempestade, a libertação do endemoninhado gadareno, a ressurreição da Filha de Jairo, a cura da mulher que tinha um fluxo de sangue, a multiplicação dos pães e peixes, Jesus anda sobre o mar, a libertação da filha da mulher cananéia, a cura de um surdo-mudo e a cura do cego de Jericó. Diferente de Mateus, Marcos dá mais ênfase aos milagres de Jesus que aos seus sermões e parábolas. Marcos registrou dezoito milagres de Jesus e apenas quatro parábolas.


A ação do Espírito Santo é descrita com muita propriedade, no último capítulo, quando Jesus aparece aos seus discípulos após a ressurreição. Depois de incumbir-lhes da responsabilidade de saírem pelo mundo, pregando o Evangelho a toda criatura, o Senhor promete que eles também iriam expulsar demônios, falar novas línguas, pegar nas serpentes, se bebessem alguma coisa mortífera não sofreriam danos e curariam enfermos (Mc 16.16). 


4. O AVIVAMENTO EM LUCAS. Lucas, o ‘médico amado’ (Cl 4.14), companheiro de missões do apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho que leva o seu nome e o Livro de Atos dos Apóstolos. Estas duas obras, parecem ser uma única obra em dois volumes, que foram endereçadas a um personagem chamado Teófilo, cujo nome significa (amigo de Deus), do qual não temos informações. Provavelmente, era alguma autoridade, devido ao tratamento usado por Lucas “potentíssimo”. A data da composição de Lucas é incerta. Sabemos apenas que foi escrito antes de Atos dos Apóstolos, cuja data de composição foi entre 63 ou 64 d.C. Lucas também apresenta uma qualidade excepcional no estilo literário, com um vocabulário rico, demonstrando excelente domínio da língua grega. 


Devido à proximidade de Lucas com o apóstolo Paulo, alguns sugerem que ele escreveu sob a supervisão do apóstolo dos gentios, ou mesmo que Paulo o tenha ditado e Lucas escrito. O certo, porém, é que Lucas não foi testemunha ocular dos fatos narrados. O prólogo demonstra que o livro foi escrito mediante minuciosas pesquisas de Lucas, consultando documentos e ouvindo testemunhas oculares do ministério de Jesus (Lc 1.1-3). 


Lucas é considerado o “Evangelho dos gentios” e “o Evangelho do Filho do Homem”. Ele apresenta Jesus como o homem perfeito e estende a sua genealogia até Adão, diferente de Mateus que foi somente até Abraão, pois escrevia para os judeus. O livro também dá bastante destaque aos gentios, relatando os casos da viúva de Sarepta (Lc 4.26); a cura de Naamã, o general sírio que venceu guerras contra Israel (Lc 4,27); a cura dos dez leprosos com destaque a um samaritano que voltou para agradecer (Lc 17.11-37); a parábola do  bom samaritano, que superou a insensibilidade do levita e do sacerdote (Lc 10.25-37); deu destaque às crianças (Lc 7.32); deu ênfase ao respeito de Jesus às mulheres (Lc 8.2; 23.27; 24.22); e aos pobres e oprimidos (Lc 7.22; 14.13; 18.22; 19.8). Apesar de possuir menos capítulos que Mateus, o conteúdo de Lucas é mais extenso. 


Uma característica marcante no Evangelho segundo Lucas, que o diferencia dos outros dois sinóticos, Mateus e Marcos, é a ênfase dada à ação do Espírito Santo, que prossegue no Livro de Atos dos Apóstolos, também escrito por ele. Só nos primeiros dois capítulos, Lucas faz sete referências ao Espírito Santo: Lc 1.15, 16, 35, 41, 67; Lc 2.25, 26, 27). 


Nos dois primeiros capítulos, ao narrar os nascimentos de João Batista e Jesus, Lucas mostra a ação do Espírito Santo desde a concepção de ambos. No caso de João Batista, os seus pais eram idosos e a sua mãe era estéril. Zacarias, pai de João Batista recebeu a visita de um anjo que lhe anunciou que ele seria pai e que o menino seria cheio do Espírito Santo. Tanto Isabel, quanto Zacarias, foram usados pelo Espírito Santo. Ela, para engravidar sendo estéril e idosa. E ele, para profetizar e compor o seu cântico que é chamado em latim de “Benedictus”. (Lc 1.67-79). 


No nascimento de Jesus, a ação do Espírito Santo também aconteceu desde a sua concepção, de forma sobrenatural. Maria era uma virgem, desposada (prometida em casamento) com José. Antes de haver qualquer ajuntamento carnal entre eles, o anjo Gabriel anunciou a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1.35). 


Vemos ainda a ação do Espírito Santo em Lucas, na vida de Simeão, um servo de Deus, que o Espírito Santo estava com ele. Em idade avançada, Simeão havia recebido uma revelação do Espírito Santo, de que não morreria sem antes conhecer o Messias (Lc. 2.67). O Espírito Santo conduziu Simeão ao templo, para que conhecesse o menino Jesus (Lc 2.27). Depois que viu Jesus, Simeão tomou-o em seu braço e também compôs o seu cântico chamado em latim de ‘Nunc dimittis”, devido às primeiras palavras do cântico em latim: “Nunc dimittis servum tuum, Domine”. (Despedes em paz o teu servo, Senhor) (Lc 2.29-32). 


Na mensagem de João Batista, temos também a menção de que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo ((Lc 3.16). No momento do batismo de Jesus, aconteceram três eventos extraordinários: o céu se abriu (Lc 3.21); o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc 3.22a); e ouviu-se uma voz vindo do céu que estava aberto (Lc 3.22b). Esta descida do Espírito Santo desta forma é uma indicação de que aquilo foi real e não apenas uma visão, como muitos poderiam imaginar. 

Lucas relata também a ação do Espírito Santo no episódio da tentação de Jesus e durante todo o seu ministério. Todo o processo da tentação de Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo. O texto bíblico nos mostra que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” (Lc 4.1). No deserto, em jejum, oração e íntima comunhão com o Pai, Jesus foi tentado por um espaço de quarenta dias. 


Na sinagoga de Nazaré também, Lucas relata que Jesus abriu o rolo do Livro do profeta Isaías e leu o início do capítulo 61, onde declara que o Espírito Santo estava sobre Ele e o ungiu para evangelizar, quebrantar os corações, proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos e anunciar o ano aceitável do Senhor, que era uma referência ao ano do Jubileu de Israel, onde se perdoava as dívidas e libertava-se os escravos. (Lc 4.15,16).


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. João: As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos. pág. 11-12; 16-17.

LOPES, Hernandes Dias. Lucas: Jesus o Homem. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.     

STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 7.

PEARLMAN, Myer. Marcos, O Evangelho do Servo de Jeová. Editora CPAD. 6 Ed. 2006. pág. 7-8.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1603-1604.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 1.

Dicionário Teológico, CPAD, p.103.


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Ev. Weliano Pires

09 janeiro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: O AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

INa lição passada vimos um panorama dos avivamentos registrados no Antigo Testamento. Falamos sobre os avivamentos que ocorreram nos dias de Moisés, nos dias de Samuel, nos dias do rei Josias e nos dias de Neemias. Claro que ocorreram muitos outros e não seria possível estudar todos eles em uma única lição. Estes e outros avivamentos do período do Antigo Testamento aconteceram de forma temporária e em um determinado local. 


Na lição desta semana, veremos um panorama geral do Novo Testamento, na forma em que ele está organizado: Evangelhos, Atos do Apóstolos, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais e Apocalipse, com vistas para o avivamento em cada um destes blocos de livros. Jesus veio a este mundo, trazendo a mensagem de Salvação para todos os que nele cressem. Após a sua ascensão aos céus, o Mestre comissionou os seus discípulos a levarem esta mensagem por todo o mundo (Mt 28.19-20; Mc 16.15,16; At 1.8). Para isto, eles necessitavam do poder do Espírito Santo em suas vidas. 


No primeiro tópico falaremos sobre o avivamento nos Evangelhos. Em primeiro lugar, veremos o avivamento em João, cuja abordagem destoa um pouco dos outros três evangelistas, por isso é chamado “Evangelho autótico”, ou seja, com uma visão própria. Os outros três, Mateus, Marcos e Lucas são chamados de “Evangelhos sinóticos", devido à semelhança que há entre os relatos. Na sequência, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Mateus, que foi destinado inicialmente aos judeus, com o objetivo de revelar-lhes que Jesus é o Messias prometido a Israel. Depois, falaremos sobre o avivamento no Evangelho segundo Marcos, que é considerado “o Evangelho do Servo”, pois apresenta Jesus como servo, em três aspectos: vencedor, humilhado e triunfante. Por último, falaremos do avivamento no Evangelho segundo Lucas, que é considerado pelos estudiosos “o Evangelho do Filho do Homem”, pois dá ênfase à humanidade de Jesus, como  “o homem perfeito”. 


No segundo tópico, veremos o avivamento em Atos dos Apóstolos. Este tema será estudado com mais detalhes na lição 5. Falaremos sobre o avivamento na Igreja Primitiva, destacando a promessa de Jesus de que os discípulos receberam o revestimento de poder em poucos dias, após a sua ascensão ao Céu. Em seguida falaremos sobre o cumprimento desta promessa do Mestre, que foi a descida do Espírito Santo, que aconteceu no Dia de Pentecostes. Este revestimento de poder trouxe ousadia aos discípulos para pregar o Evangelho com poder. Depois disto, eles nunca mais foram os mesmos. 


No terceiro e último tópico falaremos sobre o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse. Primeiro falaremos a respeito do avivamento das 13 Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Foi ele que ensinou em detalhes sobre os dons espirituais, ministeriais e de serviço. (1 Co 12-14; Ef 4.11; Rm 12.3-8). Falou também do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e outros temas relacionados ao Espírito Santo. Veremos também sobre o avivamento nas Epístolas Gerais que são: Tiago, Hebreus, 1 e 2 Pedro, as 3 Epístolas de João e a Epístola de Judas. Por último, veremos o avivamento no Livro do Apocalipse, que é o último Livro da Bíblia e tem um caráter profético e escatológico. 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023


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Ev. Weliano Pires




05 janeiro 2023

O AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 02: O avivamento no Antigo Testamento)

Este terceiro e último tópico é uma continuidade do tópico anterior, onde falamos a respeito da relação entre o avivamento e o ensino bíblico. A Palavra de Deus é o nosso parâmetro em todas as ações e doutrinas da Igreja. É ela que estabelece o padrão das manifestações espirituais, que devem ser com ordem e decência (I Co 14.40). O verdadeiro avivamento não consiste em emocionalismo e atitudes bizarras. Falaremos também neste tópico, sobre o cuidado que devemos ter com o formalismo. Se por um lado é preciso ter cuidado com as meninices e bizarrices nas manifestações espirituais, no outro extremo está o formalismo, que é o apego exagerado às regras, tentando limitar ou controlar a atuação do Espírito Santo (I Ts 5.19,20). 


1- A Palavra de Deus corrige. Muitas pessoas, do meio pentecostal e neopentecostal, pensam que não deve haver nenhum limite ou organização nos cultos. Estas pessoas agem por impulsos e emoções e dizem que é o Espírito Santo que está mandando. Nesta perspectiva, fazem todo tipo de bizarrice e bagunça durante os cultos: correm, rodopiam, pulam, fazem aviãozinho, sapateiam e caem; interrompem as pregações para profetizar; várias pessoas profetizam ao mesmo tempo, sem ninguém entender nada; falam em línguas o tempo todo, inclusive durante a pregação sem que haja interpretação; e não se preocupam se há pessoas não evangélicas no culto, nem com o barulho ensurdecedor. Chamam isso de “reteté de Jeová” e, quem ousar discordar destas práticas, é tido como frio, geladeira e até blasfemo. Um fato comum nesse meio é que, normalmente, estas pessoas não gostam de cultos de ensino, Escola Dominical e cursos teológicos. Também são insubmissos à liderança da Igreja e, quando são contrariados, abrem outra Igreja para concorrer e até proferem maldições contra os que lhe opõem.


Eu fui criado em um ambiente pentecostal e sempre fui da Assembléia de Deus. Sou de um tempo em que a Assembléia de Deus era conhecida por ser uma Igreja que orava e buscava os dons espirituais. Todos os nossos cultos começavam com um período de oração e ninguém levantava, antes do pastor tocar o sininho e dizer amém. Havia, no mínimo, um culto de oração por semana e as vigílias eram frequentes. Batismo no Espírito Santo, salvação de almas e demônios sendo expulsos eram coisas rotineiras em nossos cultos. Havia também profundo respeito e reverência pelas coisas de Deus, principalmente pelos pastores. Ninguém da Igreja ousava afrontar um pastor e desobedecer às suas ordens, mesmo quando eram exageradas e sem fundamento bíblico. 


Sempre fui pentecostal e, como tal, sempre participei de cultos de oração, círculo de oração e fui batizado no Espírito Santo em uma vigília, aos 12 anos de idade. Já vi muitas manifestações do Espírito Santo em nossos cultos, como as citadas acima. Entretanto, o que eu não via em nosso meio era o chamado “reteté”. Na Assembléia de Deus de antigamente, não havia ninguém pulando, rodopiando, caindo no chão, profetizando várias pessoas ao mesmo tempo e outras coisas que vemos atualmente. 


Uma coisa interessante que eu quero destacar aqui, é que durante todo o tempo que pertenço à Assembléia de Deus, tenho observado que os crentes mais sérios que eu conheço, que tem vida de oração e temor a Deus, não fazem estas coisas. Em contrapartida, os crentes mais carnais e tribulosos que eu conheço gostam dessas coisas e vivem no meio desses movimentos do reteté. 


O meu primeiro pastor, por exemplo, hoje tem 83 anos de vida e, por causa de problemas de saúde, está impossibilitado de pastorear Igrejas. Ele nasceu no Evangelho e foi criado na Igreja Batista. Depois de adulto, ele creu na doutrina pentecostal e mudou-se para a Assembléia de Deus, há mais de 50 anos. Sempre foi um homem de oração e um missionário nato. Mesmo com poucos recursos e, sem ajuda do ministério, abriu vários trabalhos no interior de Pernambuco, onde eu nasci e cresci. Fundou, inclusive, a Assembléia de Deus na minha cidade natal e os meus pais se converteram através da pregação dele. Era dedicado à oração, fazia vigílias nas fazendas, falava em línguas e tinha revelações de Deus. Mas nunca vi ele com reteté, pula-pula, aviãozinho e coisas desse tipo. Da mesma forma, muitos pastores como o saudoso Pr. José Leôncio da Silva, presidente da Assembleia de Deus pernambucana, Pr. José Wellington, presidente do Ministério do Belém, Pr. Antonio Gilberto, o maior e doutrinador da Assembleia de Deus, e muitas mulheres de Deus dedicadas ao Círculo de Oração, que eu conheci, nunca os vi fazendo esse tipo de coisa. 


Quando vamos para a Bíblia, também não vemos nenhum registro desse tipo de manifestação. No Dia de Pentecostes, todos foram cheios do Espírito Santo e “falavam em línguas e profetizavam” (At 2.4). Em Samaria, na casa de Cornélio e em Éfeso, há também relatos de manifestação do Espírito Santo e o texto bíblico diz apenas que eles falavam em línguas e profetizavam (At 8.17; 10.44-46; 11.15; 19.6. Não há relatos de outros comportamentos que chamam de reteté atualmente. 


A Igreja de Corinto era uma Igreja onde havia muitas manifestações dos dons espirituais. Paulo, no início da primeira Epístola aos Coríntios, disse: "De maneira que nenhum dom vos falta…". (I Co 1.7). Entretanto, era uma Igreja carnal, que tinha em seu meio várias atitudes abomináveis como partidarismo, incesto, litígio entre irmãos, acepção de pessoas até no momento da Ceia, ostentação de dons espirituais, etc. Foi a esta Igreja que Paulo dedicou dois capítulos inteiros da primeira Epístola, para ensinar sobre os dons espirituais, os capítulos 12 e 14. No meio destes dois capítulos, Paulo dedicou o capítulo 13, para falar do amor. Faz parte do mesmo assunto pois, o texto bíblico original não possuía capítulos. 


No ensino de Paulo sobre os dons espirituais, ele citou nove dons que, para efeitos didáticos, são divididos em três categorias: 

  1. Dons de revelação: Palavra da sabedoria, Palavra da ciência ou do conhecimento, Discernimento de espíritos. 

  2. Dons de poder: Dons de curar, Dom da fé e Operação de maravilhas. 

  3. Dons de Elocução: Profecia, Variedade de línguas e interpretação. 


Depois de citar estes dons e fazer uma analogia entre os dons espirituais e fazendo uma analogia com o corpo humano, onde há uma diversidade de membros que trabalham em unidade pelo funcionamento do corpo, o apóstolo apóstolo falou: Buscai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente". (1 Co 12.31). Este caminho mais excelente é o amor, que ele o coloca acima dos dons (1 Co 13.1-3). 


No capítulo 14 de 1 Coríntios, Paulo retoma o assunto dos dons espirituais, falando como eles devem ser usados no culto. O apóstolo inicia dizendo que os crentes devem buscar todos os dons, mas, principalmente o de profetizar, pois quem fala em línguas fala apenas a Deus e edifica apenas o próprio espírito. Mas quem profetiza fala aos seres humanos para a edificação, exortação e consolação. Na sequência, ele traz as orientações sobre falar em línguas e profetizar durante o culto. É importante esclarecer que falar em línguas aqui é o dom de variedade de línguas e não o glorificar a Deus em línguas que é dado a todos os que são batizados no Espírito Santo. Paulo ensina que o dom de variedade de línguas só deve ser usado no culto se houver para interpretar. Se não houver, a pessoa deve se calar, ou falar consigo mesmo e com. Deus (I Co 14.27,28). Depois, ele fala sobre a profecia e dizem que todos podem profetizar. Mas isso deve ser feito, um após o outro para que todos aprendam e a Igreja deve julgar (I Co 14.29-31). O apóstolo cita também os elementos que devem compor um culto genuinamente pentecostal: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). Em seguida ele fala da postura das mulheres no culto, que refletia a cultura da época, enfatizando a submissão das mulheres aos maridos. Por último conclui dizendo que o uso dos dons espirituais deve ser feito com ordem e decência (1 Co 14.40).


2- Cuidado com o formalismo. Se de um lado temos a falta de decência e ordem no movimento chamado “reteté”, que desvirtuam o genuíno mover do Espírito, contrariando as orientações bíblicas, temos no outro extremo, o formalismo que também é extremamente prejudicial. Mas, o que é formalismo? Não seria correto observar regras, preceitos e uma boa liturgia nos cultos? Por que o formalismo é prejudicial à espiritualidade da Igreja? 


Formalismo, segundo o dicionário Priberam, é a observação rigorosa das formalidades ou praxes; é o sistema filosófico que só considera a matéria no relativo à forma. O formalismo é também um termo usado, dentro do vocabulário da ética, para descrever o forte apego às regras externas, métodos, preceitos e formalidades, em detrimento da essência. 


Segundo o pastor Claudionor de Andrade, “o formalismo pode ser definido como a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua essência, que é a comunhão plena com o Deus Único e Verdadeiro.”. É também chamado de liturgismo e ritualismo. Os fariseus eram extremamente formalistas, pois supervalorizavam as aparências, as tradições e o ritualismo. Isso foi duramente condenado por Jesus, no capítulo 23 de Mateus.  


É importante esclarecer que não há nada de errado em observar os estatutos de uma Igreja, manter as boas tradições e seguir uma boa liturgia, respeitando os princípios exarados no Novo Testamento para o culto cristão, conforme falamos no subtópico anterior: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).  Isto não tem nada a ver com formalismo e sim com ordem e decência. O problema é quando a observância a regras, estatutos e formas litúrgicas, se coloca acima da direção do Espírito Santo, querendo limitar, impedir ou controlar as suas ações. Jesus comparou o Espírito Santo ao vento e disse “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz. Mas, não sabeis de onde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. (Jo 3.8). 


No Livro de apoio, o Pr. Eliminado Renovato diz: “No que diz respeito à busca do avivamento, é interessante não deixar que o formalismo frio, seco e sem graça impeça a busca da presença gloriosa do Espírito Santo, que é expressa por demonstrações equilibradas de adoração a Deus, num ambiente onde pode haver manifestações espirituais, tais como línguas estranhas, interpretação, curas divinas, libertação de oprimidos, unção de enfermos, salvação de almas, tudo de forma sobrenatural.” Nós pentecostais temos regras, estatutos e práticas litúrgicas. Entretanto, os nossos cultos são dirigidos pelo Espírito Santo e Ele é soberano para mudar qualquer uma destas coisas. O Espírito Santo não faz jamais, é contrariar a Palavra de Deus, pois Ele é Deus, foi Ele mesmo que a inspirou e vela por ela para cumpri-la. (Jr 1.12).


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pág. 269.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 492.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 806.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pág. 125-129.


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Ev. Weliano Pires


04 janeiro 2023

CONFISSÃO DE PECADOS E RETORNO A PALAVRA DE DEUS

(Comentário do 2º tópico da Lição 2: Avivamento no Antigo Testamento).

Neste segundo tópico, falaremos sobre a confissão de pecados e o retorno à Palavra de Deus, que são características principais de um autêntico avivamento. Para isso, tomaremos como base, o chamado de Neemias, um judeu que estava no cativeiro e era copeiro do rei da Pérsia. No cativeiro, Neemias foi informado da situação dramática em que se encontrava a sua terra. Ele, então, orou ao Senhor e Deus o levantou para reconstruir os muros de Jerusalém. (Ne 1). Em sua oração, Neemias intercedeu pelo povo, colocando-se também entre os pecadores e confessando a própria culpa (Ne 1.6). Falaremos ainda neste tópico sobre o avivamento através do ensino da Palavra de Deus. Neemias mandou que, o habilidoso escriba e sacerdote Esdras, lesse a Palavra de Deus para o povo e lhe explicasse o significado dos textos sagrados. Após ouvir a leitura e explicação da Palavra de Deus, o povo entendeu, chorou e se arrependeu (Ne 8.1-9). 

1- O chamado de Neemias. Temos poucas informações pessoais sobre Neemias cujo nome significa “Yahweh consola”. Sabemos apenas que ele era filho de Hacalias e tinha um irmão, por nome Hanani (Ne 1.1; 7.2). Nada sabemos a respeito da sua família e não há registros de que fosse uma família importante. Sabemos apenas que Neemias era copeiro do rei Artaxerxes da Pérsia. Artaxerxes era o nome grego do imperador da Pérsia. Nessa ocasião, o imperador era Artaxerxes Longímano, que governou a Pérsia de 465 a.C. a 424 a.C. O nome Longímano significa “de grande alcance” e se deu devido à sua mão direita ser mais longa que a esquerda. 

O imperador Ciro havia emitido um decreto em 538 a.C., autorizando a reconstrução do templo em Jerusalém, como vimos na lição anterior. Dois anos depois, em 536 a.C., sob a liderança de Zorobabel, 42.360 judeus voltaram para a sua terra. A obra foi iniciada e, devido à forte oposição dos samaritanos inclusive com acusações falsas, ficou paralisada por 16 anos. Depois foi retomada e, em 516 a.C., foi concluído o templo. Porém, não havia muros e a cidade estava totalmente vulnerável. Por volta de 458 a.C., o sacerdote e escriba Esdras voltou a Jerusalém com a segunda leva de judeus, a fim de avaliar as condições civis e espirituais do povo que havia voltado do cativeiro. Esdras foi enviado para ensinar a Lei ao povo e organizar o funcionamento do templo. 

Catorze anos após esta missão de Esdras, em 444 a.C, Neemias foi informado da miséria em que se encontrava a cidade de Jerusalém, mesmo após a conclusão do templo (Ne 1.1.2,3). Hanani, irmão de Neemias, veio de Jerusalém e trouxe a informação de que a cidade estava em grande miséria e desprezo, os muros de Jerusalém estavam abertos e as portas da cidade queimadas (Ne 1.3). Isso deixava a cidade completamente vulnerável aos ataques dos inimigos. No livro de apoio, o comentarista faz uma aplicação dessa situação, a uma Igreja que tem templo bonito, mas os crentes estão em total desobediência a Deus. As portas queimadas e os muros abertos podem ser comparados a uma Igreja que abre as portas para a teologia liberal e outros ensinos nocivos à vida espiritual da Igreja.

Neemias estava em uma situação confortável no Palácio do rei da Pérsia em Susã. Era copeiro do rei, um cargo de extrema confiança, pois tinha a missão de evitar que o rei fosse envenenado. Certamente, ele dava um bom testemunho, para ocupar uma função tão importante no palácio, sendo estrangeiro e de um povo dominado pelos persas. Se fosse egoísta ou acomodado, Neemias poderia ter ignorado este relatório e continuar a sua vida no conforto do palácio. Mas ele sentiu a dor dos seus irmãos e foi chorar, orar e jejuar: “E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” (Ne 1.4). 

Após esta oração, Neemias se apresentou ao rei para o seu ofício de copeiro, com o seu semblante bastante triste. O rei percebeu e perguntou por que ele estava triste daquele jeito. Isso demonstra que ele era uma pessoa agradável anteriormente, a ponto do rei perceber a mudança. Neemias contou a situação e o rei perguntou o que ele queria. Mais uma vez. Neemias orou ao Senhor e pediu ao rei que autorizasse a sua ida a Jerusalém para reconstruir os muros da cidade. (Ne 2.1-5). Imediatamente foi autorizado pelo rei a ir a Jerusalém e reconstruir os muros. 

Com Neemias aprendemos que não basta querer fazer alguma coisa para Deus. É preciso ser chamado por Ele para tal. Neste aspecto há três tipos de obreiros: o que foi chamado por Deus; o que foi colocado pelo homem; e o que se ofereceu e se autonomeou obreiro. Somente os que são verdadeiramente chamados por Deus suportarão a carga. Aprendemos também com Neemias que se Deus nos chamar para uma obra, devemos obedecer e renunciar as eventuais situações de conforto. Por último, aprendemos que mesmo sendo chamados por Deus, enfrentaremos grandes lutas e oposição. 

2- A confissão de pecados. Conforme já vimos no tópico anterior o arrependimento e confissão de pecados é condição indispensável para que o avivamento aconteça. Por isso, em sua oração, Neemias se apresentou diante de Deus como um intercessor, orando pelo povo, mas pediu perdão não apenas pelos pecados do povo. Ele incluiu a si mesmo e a sua família entre os pecadores: “[…] E faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti, também e a casa de meu pai pecamos” (Ne 1.6b). Neemias sabia perfeitamente que tudo o que o povo de Judá estava passando era por causa dos próprios pecados. Infelizmente, vivemos em uma época em que as pessoas querem culpar a Deus pelas coisas ruins que acontecem no mundo. Mas o profeta Jeremias disse: "De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos próprios pecados" (Lm 3.39).

Um grave problema do ser humano é não reconhecer os próprios pecados e tentar justificá-los, culpando outras pessoas ou até a Deus. Adão e Eva agiram assim. Quando questionados por Deus, Adão não reconheceu o próprio pecado. Ele culpou Eva diretamente pelo ocorrido e, indiretamente, culpou o próprio Deus: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi." (Gn 3.12). Eva, por sua vez, também não reconheceu o seu erro e culpou a serpente: "A serpente me enganou e eu comi." (Gn 3.13). Caim, quando questionado por Deus sobre o assassinato do seu irmão Abel, fingiu que não sabia de nada: "E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). Davi cometeu dois pecados gravíssimos, que deveriam ser punidos com a morte: adultério e assassinato. Inicialmente, ele escondeu o pecado, mas quando Deus o confrontou, através do profeta Natã. Então, ele reconheceu o pecado e pediu perdão a Deus (2 Sm 12.1-13; Sl 51). Davi não culpou ninguém pelo seu pecado e não disse que a culpa era da bela mulher de Urias, que estava tomando banho ao lado do palácio. Disse apenas: “Pequei contra o Senhor…” (2 Sm 12.13). No livro de Provérbios assim está escrito: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperar, mas o que as confessa e deixa, alcança misericórdia." (Pv 28.13). 

É importante esclarecer que confessar pecados significa admitir a culpa e não contar os pecados a um sacerdote, ou torná-los públicos. No grego a palavra confessar é “omologomen”. Esta palavra deriva de “omos” (a mesma coisa) e “lego” (dizer). Portanto, significa “dizer a mesma coisa que outra pessoa”, ou “admitir que uma acusação é verdadeira”. A Igreja Católica ensina a prática da confissão dos pecados aos sacerdotes, como condição para obter o perdão. Seguindo esta tradição, muitas Igrejas evangélicas também ensinam que o crente deve confessar publicamente os seus pecados ao pastor e até à Igreja. Por exemplo, um homem ou mulher que, num momento de fraqueza, teve desejos impuros por alguém, contar isso publicamente em detalhes! Seria escandaloso! Mas era isso que acontecia antigamente. 

Não há nenhum fundamento bíblico para isso. Na Nova Aliança não existem sacerdotes ou mediadores entre Deus e os homens, além de Jesus (1 Tm 2.5). Devemos confessar os nossos pecados a Deus, se pecarmos contra Ele e aos irmãos que ofendemos. Ou seja, se eu pecar somente contra Deus, devo pedir perdão somente a Ele. Se pecar contra a minha esposa, devo pedir perdão a ela. Caso ofenda a algum irmão, devo procurá-lo pessoalmente, reconhecer o meu pecado e pedir-lhe perdão. Antigamente, os crentes eram obrigados a irem à frente e tornar público o seu pecado, por mais vergonhoso que fosse. 

3- Avivamento pelo ensino. Além de orar e confessar os seus pecados, Neemias mandou que a palavra de Deus fosse lida e explicada ao povo de Judá: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.3). Durante sete dias, Esdras lia o Livro da Lei e explicava o significado todos os dias para o povo. (Ne 8.18). Depois que ouviram a exposição didática da Palavra de Deus, o povo entendeu e se alegrou. O resultado disso foi um poderoso avivamento. Houve grande alegria e festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução dos muros. O avivamento nos dias de Esdras e Neemias foi marcado pelo ensino da Palavra de Deus. Aliás, em todos os avivamentos ao longo da história bíblica e da Igreja, percebemos que houve ensino bíblico. Avivamento sem ensino bíblico não passa de modismos, fanatismos e até heresias. 

Infelizmente, em nossos dias há vários movimentos chamados de avivamentos, onde as pessoas são completamente ignorantes em relação à Palavra de Deus. Não frequentam cultos de ensino, Escola Dominical ou cursos teológicos, e são insubmissos à liderança da Igreja. Esse tipo de avivamento não provém do Espírito Santo, pois não produz mudança de vida e quer substituir a Palavra de Deus por supostas revelações e profecias. Não é este o propósito dos dons espirituais. A Palavra de Deus é o nosso único manual de fé e doutrina. A Bíblia é completa e suficiente e não podemos acrescentar nada a ela. Os dons espirituais foram dados para edificar, confortar e consolar a Igreja e para nos capacitar para a Obra do Senhor. Não podem ser usados para doutrinar ou liderar a Igreja. Esse papel é da Bíblia e dos pastores, respectivamente. No próximo tópico falaremos mais sobre o avivamento e a Palavra de Deus. 


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1775.

PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. Neemias. Editora Batista Regular. pág. 16-18.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 807.

Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 3016, p.50.


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Ev. Weliano Pires


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