09 agosto 2022

A BÍBLIA E O ESPÍRITO DESTA ERA


(Comentário do 1º tópico da Lição 7: A sutileza da relativização da Bíblia)

A Bíblia é um Livro único no mundo. Não existe outro livro que seja igual a ela. Mesmo tendo mais de 20 séculos que o seu último livro foi escrito, a Palavra de Deus continua atual. Outras características também a tornam um livro extraordinário e divino. A Bíblia foi escrita em um período aproximado de 1600 anos, por cerca de 40 escritores, que viveram em culturas e épocas diferentes. A maioria deles não se conheceram, um não sabia o que o outro iria escrever e não sabiam que aquilo que estavam escrevendo era a Palavra de Deus. Foi escrita em três idiomas diferentes: Hebraico, aramaico e grego. 


É de se imaginar que um livro escrito nestas circunstâncias seja totalmente desconexo e cheio de contradições. Entretanto, quando estudamos a Bíblia em oração, buscando a iluminação do Espírito Santo, percebemos que há uma harmonia entre os seus livros, que ela é atual e uma fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria. Um livro assim não pode ser considerado literatura humana. Outro fator que nos mostra que a Bíblia não é fruto da mente humana é que ela não esconde as falhas e fraquezas de seus heróis e não enaltece o homem. Além disso, as suas profecias se cumprem nos mínimos detalhes. 


O espírito que impera na sociedade atual é o do pós-modernismo, que entre outras coisas nega a existência de verdade absoluta e de princípios morais. Evidentemente, teorias desse tipo se chocam frontalmente com as Escrituras Sagradas. Por isso, esta cultura busca desconstruir a Palavra de Deus e dissociá-la completamente das escolas, da cultura em geral e até das famílias. O resultado disso é a relativização da Palavra de Deus, reduzindo-a a mais um ponto de vista, entre muitos outros que existem no mundo. 


1- A desconstrução. Vivemos atualmente um período conhecido como pós-modernismo. É um movimento que teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o fim do chamado período modernista. Uma das principais características do pós-modernismo é a ausência de regras e de valores absolutos, que até então, eram consolidados. Esta tendência tem influenciado as universidades, a cultura, a literatura e os meios de comunicação. Como era de se esperar, atingiu também a fé cristã. 


Para desconstruir os valores bíblicos, os pós-modernistas usam a chamada “hermenêutica da desconstrução”. A palavra “hermenêutica” vem do verbo grego “hermeneuein”, que significa “declarar”, “anunciar”, “interpretar”, tornar compreensível”. Na Grécia antiga, Hermes era um personagem mítico que, por sua capacidade de compreender e revelar, intermediava a mensagem dos deuses aos homens. Em termos simples, hermenêutica é a arte e a ciência da interpretação. A chamada hermenêutica da desconstrução ou hermenêutica pós-moderna é um modelo interpretativo que tem o leitor e não o autor como sujeito da interpretação. 


Partindo desta premissa, não importa o que o autor bíblico escreveu sobre um determinado tema. O importante é a interpretação que o leitor moderno dá ao texto. Não se faz, portanto, uma exegese bíblica, onde se extrai do texto o significado que o autor colocou, mas, faz-se uma eisegese, que coloca no texto a própria opinião, forçando-o a dizer aquilo que se quer. O objetivo deste modelo de interpretação bíblica é desconstruir os valores judaico-cristãos. Infelizmente, muitos ‘pregadores’ ou animadores de auditórios têm seguido esse tipo de interpretação. Alguns por ignorância, outros propositalmente, para buscar apoio bíblico para as suas ideologias. 


A verdadeira hermenêutica bíblica segue várias regras para uma correta interpretação dos textos sagrados. Três pontos são fundamentais e o intérprete da Bíblia deve se atentar a eles: 

a. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Conforme vimos no item anterior, esta é a primeira e fundamental regra para a correta interpretação bíblica.

b. Os textos bíblicos devem sempre manter o seu sentido literal. Deve-se considerar também os recursos literários (poesia, figuras de linguagem, narrativas, profecia, etc.), mas é preciso ter cuidado com expressões simbólicas e alegóricas. 

c. O texto deve sempre ser lido dentro do respectivo contexto. Devemos sempre considerar que um texto é formado por uma sequência de palavras e frases, que não podem ser lidas separadamente, sob pena de se perder ou deturpar a intenção do autor. As palavras ou frases também podem ter sentidos diferentes, de acordo com o contexto em que estão situadas.    


2- O Relativismo. A palavra relativismo vem do latim, “relatus”, que significa relativo, ou que tem ligação com outra coisa. Na filosofia, esse termo se refere a alguma coisa que subsiste isolada e não pode ser considerada um absoluto por si mesma. No pós-modernismo, tudo é relativo e não há valores absolutos. Entretanto, isso só vale para os valores judaico-cristãos. Quando se trata de questionar o evolucionismo, o homossexualismo, ou o cientificismo, não aceitam dizer que é relativo e querem impor à sociedade como verdades inquestionáveis. 


No meio evangélico surgiu há algum tempo, os chamados teólogos progressistas, que querem desconstruir a visão conservadora da Bíblia. Como não conseguem negar que a Bíblia condena as práticas que o mundo moderno pratica e querem que sejam consideradas normais, estes teólogos marxistas, querem relativizar os valores bíblicos, para adequá-los às suas ideologias. 


Recentemente, um famoso pastor evangélico de São Paulo, adepto do marxismo e da chamada “teologia da missão integral” afirmou que a Bíblia precisa ser atualizada e ressignificada. Ele não se referia à atualização da linguagem, para uma melhor compreensão do texto bíblico. Mas, falava em atualizar no sentido de interpretar a Bíblia com foco no leitor atual, como vimos no item anterior, na chamada hermenêutica da desconstrução, tentando desconstruir as condenações bíblicas à prática homossexual e às orientação em relação às mulheres, numa clara defesa das bandeiras dos movimentos homossexual e feminista, dois moviventos extremamente hostis ao Cristianismo. 


A Palavra de Deus é a verdade absoluta e será sempre atual. Independente da época ou cultura, os valores bíblicos são os mesmos. Jesus disse no Sermão do Monte, que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. Já a palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus não tem erro algum e é totalmente digna de confiança.


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES,. José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 75-78.

GEISLER, Norman. Razões para crer: apresentando argumentos a favor da fé cristã. Editora CPAD. 1ª ed. 2013. pág. 118.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 636.

COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora como viveremos? Editora CPAD. pág. 441.

GUTHRIE, George. Lendo a Bíblia para a vida: Seu guia para entender e viver a Palavra de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.267).


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Pb. Weliano Pires



08 agosto 2022

Introdução à Lição 7: A sutileza da relativização da Bíblia



Conforme estudamos no primeiro trimestre deste ano, a Bíblia é a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. Por isso, não podemos, de forma alguma, relativizar os seus ensinos. Ao longo da história, a Bíblia já sofreu os mais diferentes ataques e tentativas de destruição. Mas, foram em vão, pois Deus não apenas inspirou os escritores da Bíblia para escrevê-la, como também atua na preservação da Sua Palavra. 


Atualmente, os ataques são mais sutis e partem até de quem deveria defendê-la. Há até pastores dizendo que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém; outros que dizem que ela precisa ser “atualizada”. O espírito que impera na sociedade atual é o do pós-modernismo, que nega a existência de verdade absoluta e de princípios morais. Esta cultura busca desconstruir a Palavra de Deus e dissociá-la completamente das escolas, da cultura em geral e até das famílias. O resultado disso é a relativização da Palavra de Deus, reduzindo-a a mais um ponto de vista, entre muitos outros que existem no mundo. 


Uma das principais características da sociedade atual é o chamado politicamente correto. Em regimes totalitários há abertamente a censura, onde as pessoas não podem manifestar pensamentos e idéias que sejam contrárias ao regime. Se o fizerem serão presas ou mortas. Entretanto, o politicamente correto, de forma sutil, estabelece narrativas, onde algumas ideias são consideradas “boas” e outras “ruins”. Nessa nova forma de censura, não se deve falar sobre valores cristãos nas escolas. Mas, pode-se apoiar o aborto, o homossexualismo, a legalização das drogas, o sexo sem compromisso, a prostituição, etc. A consequência disso é, naturalmente, a criminalização da opinião. 


Dentro da cultura do politicamente correto, surgem outros evangelhos, a fim de dar nova roupagem à Bíblia para adaptá-la ao pós-modernismo. Nessa perspectiva, surgem novas interpretações focadas no leitor e novas teologias como: a teologia liberal que nega os milagres da Bíblia e a relativiza; a teologia da libertação e a teologia da missão integral, que pregam um evangelho social, com viés marxista; a teologia inclusiva, que nega o pecado do homossexualismo; entre outras. O Pastor Silas Daniel abordou este tema com mais profundidade, no livro “A sedução das novas teologias'', publicado pela CPAD. 


Apesar de toda sutileza para desconstruir e relativizar a Bíblia, ela permanece a mesma, pois foi inspirada e revelada pelo próprio Deus. Conforme estudamos detalhadamente este assunto, no primeiro trimestre de 2022, quando falamos sobre “a Supremacia das Escrituras”, a Bíblia não é um livro humano, pois ela foi produzida pelo Espírito Santo, que soprou nos seus escritores o que ele deveria escrever, usando as próprias culturas e linguagens deles. Cremos na inspiração verbal e plenária das Escrituras. Isto significa que cada palavra da Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a sua totalidade também. Por isso, dizemos que a Bíblia é inerrante e infalível, pois Deus não pode errar, nem tampouco falhar. Jesus disse: “passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Mt 24.35). 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

SILVA, Antonio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 75-78.


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Pb. Weliano Pires

05 agosto 2022

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA FAMÍLIA SÓLIDA


(Comentário do 4º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrárias à família). 


Neste último tópico, estudaremos os princípios para o fortalecimento da família cristã, destacando o papel dos pais, na formação da base familiar dos seus filhos, e o papel da Igreja, no fortalecimento dos laços familiares. Cabe à Igreja a orientação bíblica sobre os princípios estabelecidos por Deus para a família. A Igreja deve aconselhar os solteiros a fugirem da imoralidade sexual e os casados a serem fiéis ao seu cônjuge e preservarem o casamento.

 

1- O papel dos pais. Nos tempos do Antigo Testamento, antes da Lei, o modelo de família era totalmente patriarcal. O pai era a autoridade máxima da casa, com autoridade inclusive para decidir condenar algum infrator à morte, como aconteceu com Judá, que  condenou a sua nora à morte por entender que ela havia se prostituído. Ela só escapou da morte, porque provou que ele era o pai da criança. Ninguém ousava questionar as ordens do pai, que era o senhor da casa. 


Os papéis eram bem definidos. Os pais tinham a responsabilidade de ensinar os filhos homens as atividades do campo, para prover o sustento da família. As mães, por sua vez, cuidavam das atividades da casa e ensinavam as filhas a fazerem o mesmo. Era de responsabilidade do pai também a educação moral e religiosa. O pai era considerado a autoridade religiosa e cabia a ele tanto ensinar, como repreender os seus filhos nas questões religiosas. Na Lei mosaica, Deus assim ordenou aos Filhos de Israel: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas." (Dt 6.6-9). 


Os melhores ensinadores para as crianças são os seus pais, desde que os seus ensinos estejam de acordo com as suas práticas. Uma criança quando é pequena confia no seu pai e o considera um herói. Se o pai ensinar e praticar a Palavra de Deus em casa, isso ficará gravado no coração dos filhos. Não é à toa que os judeus, muçulmanos e católicos seguem isso à risca. O resultado é que é muito difícil os adeptos destas três religiões abandonarem o seu credo.


Infelizmente, muitos crentes têm negligenciado esta responsabilidade para com os seus filhos. Não fazem o culto doméstico, não oram com os filhos e não lhes ensinam a Palavra de Deus. Deixam crianças pequenas diante da TV e do celular e sequer controlam o conteúdo e o tempo de uso. Quando vão aos cultos, parece que estão levando os filhos a um parque de diversão, pois levam uma infinidade de brinquedos e lanches. Não se preocupem em ensinar os filhos a ter reverência e cultuar a Deus. Se as crianças correm na Igreja, atrapalhando o culto e um obreiro chamar a atenção, tem pais que não gostam. Ora, como crianças que crescem dessa forma irão aprender a servir a Deus?!


A sociedade atual vive uma crise de valores e de autoridade em todas as áreas. Não tenho dúvidas de que a principal causa disso é porque os pais não se preocuparam em ensinar desde os primeiros anos da criança, a Palavra de Deus e os princípios morais, como o respeito ao próximo, altruísmo, respeito aos mais velhos, respeito às autoridades civis e religiosas, honestidade, respeito às leis do país, os valores familiares, etc. Enquanto isso, o inimigo não dorme e a cada dia lança os seus ataques sutis à família e aos princípios cristãos. 


2- O papel da igreja. A Igreja local é formada por famílias. Se por um lado, famílias bem estruturadas fazem uma Igreja saudável, uma Igreja que valoriza e investe nas famílias, também terá famílias saudáveis e felizes. A Igreja local é a agência do Reino de Deus no bairro e cidade onde está localizada. Portanto, é papel dela ensinar e mostrar os valores de Deus para a família, não apenas nas pregações, mas principalmente na vida dos membros. 


A sociedade atual vive completa ausência de valores. As famílias estão sendo destruídas pelo inimigo. Cabe à Igreja como sal da terra e luz do mundo,mostrar com o seu exemplo, que é possível ter um casamento feliz, onde as crianças podem crescer em um ambiente saudável e harmonioso. Entretanto, se o mundo olhar para nós e perceber que as brigas, divórcios e traições são aos que acontecem lá fora, que pessoas na Igreja separam e casam com os amantes, e que filhos adolescentes e jovens vivem brigando com os pais, seremos como sal insípido, que para nada serve, a não ser para ser pisado pelos homens. Que Deus tenha misericórdia de nós. 

 

REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

FORD, Jack. DEASLEY, A. R. G. Comentário Bíblico Beacon: Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 434.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 786.

LIMA, Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. pag. 138-140.

NICHOLSON, Roy S. Comentário Bíblico Beacon: I Pedro. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 227.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 714.

BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.109).


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Pb. Weliano Pires



A SUTILEZA DA NOVA CONFIGURAÇÃO FAMILIAR

 


(Comentário do 3º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrárias à família). 

 

Neste tópico falaremos sobre os detalhes da sutileza da "nova configuração familiar". Falaremos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e sobre a chamada sexualidade não-binária. São ideologias contrárias à Palavra de Deus, que visam destruir a família. Estas ideologias são baseadas na chamada ideologia de gênero ou "sexualidade não-binária". Esta aberração, além de afrontar a Palavra de Deus, contraria as leis da biologia, que definem os sexos apenas como macho e fêmea.  


Em vários países já foram criadas leis para casar pessoas do mesmo sexo e equipará-las ao conceito de família. No Brasil, não conseguiram criar isso por meio de leis no parlamento e resolveram, então, atentar contra a Constituição e implementar isso através de decretos do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e resolução do STF (Supremo Tribunal Federal). 


1- Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união homoafetiva, como núcleo familiar e o Superior Tribunal de Justiça determinou que este reconhecimento equivalia a casamentos e, portanto, proibiu os cartórios de se recusarem a realizar casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo. Nessa mesma época, o advogado e bacharel em teologia, Ricardo Augusto Alves Ferreira, publicou um artigo com o tema: Casamento homossexual: impossibilidade lexicogramatical. No texto, o advogado faz uma breve análise léxicogramatical do termo casamento e demonstra a impossibilidade lingüística da expressão "casamento homossexual". Após discorrer sobre o significado etimológico da palavra casamento nas línguas antigas: hebraico, aramaico, grego e latim, ele argumenta que casamento [do latim medieval casamentu]  é o ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil. Logo não pode se aplicar a pessoas do mesmo sexo. 


A própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, nos parágrafo 1⁰, 2⁰ e 3⁰, traz a seguinte redação: 


A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.


Para mudar isso, precisaria ser feita uma emenda à Constituição, com a aprovação de dois terços dos deputados e senadores. Portanto, foi mais um dos muitos ataques do STF à Constituição Federal e usurpação das competências do Poder Legislativo.  


A Igreja deve obedecer e respeitar as autoridades constituídas (Rm 13). Entretanto, esta obediência não pode ser absoluta, pois a autoridade do estado possui limites. O Estado não pode ser absolutista ou divinizado. O que mais ouvimos é que 'o estado é laico'. Sim, o estado é laico, mas os cidadãos não o são e podem expressar as suas opiniões e crenças. Segundo, Warren Wiersbe, há apenas três organizações terrenas que foram instituídas por Deus: a família, a igreja e o governo humano. As suas funções não podem se sobrepor umas às outras e não se confundem. 


O Pr. Hernandes Dias Lopes explica que, no decorrer dos séculos, a relação do estado com a igreja tem sido notoriamente controvertida. Quatro modelos principais de relação entre Estado e Igreja já foram tentados:

  • Erastianismo (o estado controla a igreja);
  • Teocracia (a igreja controla o Estado);
  • Constantinismo (o estado favorece a igreja e esta se acomoda ao estado a fim de garantir os seus favores);
  • Parceria (a igreja e o Estado reconhecem e incentivam um ao outro nas distintas responsabilidades dadas por Deus, em um espírito de colaboração construtiva).

Este último, parece o que melhor se encaixa no ensino de Paulo aqui em Romanos 13. 


Do ponto de vista bíblico, já falamos neste trimestre à exaustão, que o casamento criado por Deus é heterossexual, pois Ele criou macho e fêmea e os uniu, dizendo: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24). Portanto, Deus uniu homem e mulher. Evidentemente, se a pessoa não serve a Deus e quiser fazer o que quiser da vida, não temos nada a ver com isso e devemos respeitá-la. Entretanto, quando falamos de casamento, envolve os cartórios, a Igreja, criação de filhos, adoção de crianças, etc. 


2- Sexualidade não-binária. Durante muito tempo, os movimentos de militância homossexual, tentaram convencer as pessoas de que a homossexualidade é genética, ou seja a pessoa nasce homossexual. Entretanto, nunca houve comprovação científica disso. Ao contrário, na biologia só existem dois tipos de cromossomos sexuais:  XY e XX, respectivamente, homem e mulher. 


De alguns anos para cá, eles vem mudando a estratégia e dizem que a pessoa pode ter um sexualidade biológica (no corpo) e outra na mente, de acordo com aquilo que ela se identifica. Esta ideia é chamada popularmente de "ideologia de gênero". Os seus adeptos, no entanto, chamam-na de "sexualidade não binária". Segundo esta ideologia, uma pessoa não-binária é aquela que não se limita aos sexos biológicos masculino e feminino e acha que pode não ser homem ou mulher, que pode ser os dois, ou uma infinidade de gêneros que acreditam que existe. 


Os adeptos dessa teoria usam o termo inglês "genderqueer" para identificar as pessoas que se acham não-binárias. "Genderqueer" é formada por "gender" (gênero sexual) e "queer" (estranho, esquisito). A palavra queer foi usada inicialmente, por volta de 1920, de forma pejorativa e ofensiva aos homossexuais, como as expressões brasileiras "bicha", "viado", "sapatão" e outras. Queer é representado pela letra "Q" na sigla LGBTQIAP+ (Lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, etc.). Esta sigla começou como GLS (Gays, lésbicas e simpatizantes). Algumas categorias não se sentiam representadas e mudaram para Associação GLBT, depois LGBT, e foi aumentando. 


As pessoas não binárias classificam a sua identidade de gênero de várias maneiras, entre as quais: 

  • Agênero (ausência total de gênero);
  • Neutrois (identidade de gênero neutra);
  • Bigênero (identidade de gênero dupla ou ambígua) ;
  • Poligênero (identidade de gênero plural ou múltipla);
  • Gênero-fluido (identidade de gênero fluida);
  • Intergênero (identidade de gênero identificada como interligada a uma variação intersexo);
  • Demigênero (identidade de gênero parcial);
  • Trigênero (identidade de gênero tripla);
  • Pangênero (identidade de gênero infinita).

Esta ideologia contraria frontalmente a Palavra de Deus, que nos mostra claramente que o Criador fez apenas dois sexos: macho e fêmea (Gn 2.24). Depois, em Levítico 18, o Senhor estabeleceu o padrão sexual para o seu povo, condenando o incesto, o adultério, a prostituição, a homossexualidade e a bestialidade. 


A sexualidade não-binária contraria também a ciência. A genética humana estuda como os seres humanos herdam as características dos seus ancestrais. Estas informações são armazenadas em um molécula DNA, sigla em inglês que significa ácido desoxirribonucleico. O DNA possui estruturas microscópicas, que carregam o material genético, que são chamadas de cromossomos. Esta palavra vem de duas palavras gregas "Chroma" (cor) e "soma" (corpo). Os cromossomos sexuais são X e Y, sendo que o X vem da mãe e o Y vem do pai. Se houver dois cromossomos X, o novo ser gerado será mulher. Se forem um X e um Y, será homem. O que passar disso é coisa maligna e imaginação de pessoas que se rebelam contra Deus. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

LOPES, Hernandes Dias. Romanos: O Evangelho segundo Paulo. Editora Hagnos. pág. 422-423.

KINLAW, Dennis F. Comentário Bíblico Beacon: Levíticos. Editora CPAD. pág. 293.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 543; 545.

TAY, John S. H. NASCIDO GAY? Existem evidências científicas para a homossexualidade? Editora Central Gospel. 1 Ed. 2011. pág. 90-94.

Educa Brasil: 

https://www.educabras.com/enem/materia/biologia/genetica/aulas/heranca_e_determinacao_do_sexo.


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Pb. Weliano Pires


03 agosto 2022

FUNDAMENTOS DA FAMÍLIA CRISTÃ


(Comentário do 2º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrarias à família). 

Deus criou a família e estabeleceu princípios fundamentais para ela que são: a monogamia, a heterossexualidade e a indissolubilidade e a confessionalidade do casamento. Quando Deus criou o homem Ele disse: "Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora para que esteja diante dele." (Gn 2. 18). Depois disso, Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, retirou uma das suas costelas e dela fez a mulher. Com este episódio aprendemos que, Deus criou a mulher da mesma composição do homem, criou apenas uma mulher para cada homem e uniu pessoas de sexos opostos para se completarem. Deus também determinou que o casamento deve ser vitalício, ou seja, deve durar até a morte de um dos cônjuges. Jesus foi enfático ao dizer: "O que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mt 19.6). O apóstolo Paulo ainda falou que não deve haver nenhuma comunhão do cristão com os infiéis (2 Co 6.14).


1- O casamento monogâmico e heterossexual. Conforme vimos no tópico anterior, a família foi instituída por Deus e Ele a instituiu através do casamento. Deus realizou o primeiro casamento, depois de criar o primeiro casal. Os dois primeiros fundamentos do casamento criado por Deus são: a monogamia e a heterossexualidade. Deus criou um homem e uma mulher e disse que os dois  seriam uma só carne. A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: "monos" que significa único e "gamos" que significa casamento. Portanto, monogamia é o casamento de um único homem com uma única mulher. Este foi o projeto de Deus, quando uniu Adão e Eva. Deus não criou dois homens para uma mulher, nem duas mulheres para um homem. 


Por que, então, a poligamia era praticada nos tempos bíblicos? Conforme vimos na lição 3, quando falamos sobre a imoralidade sexual, aconteceram várias distorções na sexualidade humana, após a entrada do pecado no mundo. Nos tempos do Antigo Testamento, a poligamia era uma prática comum em vários lugares e foi tolerada entre o povo de Deus. Mas, além de nunca ter sido a vontade de Deus, ela trouxe vários problemas para quem a praticou: Jacó, Elcana, Davi, Salomão, etc. No Novo Testamento, no entanto, a monogamia além de ter sido ensinada por Jesus (Mt 5.32; 19.5,9) e por Paulo  (1Co 7.1,2), a monogamia foi exigida dos aspirantes ao episcopado (1 Tm 3.2). A monogamia, portanto, é a regra para o casamento do cristão.


O segundo fundamento do casamento criado por Deus é a heterossexualidade. O texto bíblico de Gênesis 1.27 diz: "E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." . Depois que Deus criou a mulher e realizou o primeiro casamento, Adão usado por Deus disse: "Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." No Novo Testamento, Jesus atribui esta fala ao próprio Deus, indicando que foi Deus quem usou Adão para falar estas palavras: "Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?" (Mt 19.4,5). 


Estes textos bíblicos nos mostram claramente que Deus criou apenas dois sexos: Masculino e feminino. Deus estabeleceu que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher. A biologia também só reconhece dois sexos. Não existe ordem cromossômica homossexual. Só existe ordem cromossômica de macho (XY) e fêmea (XX). A principal finalidade do casamento é a reprodução da espécie e isso só é possível entre pessoas do sexo oposto. Portanto, nós respeitamos quem quiser se relacionar com pessoas do mesmo sexo e não temos nada a ver com a vida partícula de ninguém. Mas, como cristãos, temos a obrigação de deixar claro que isso contraria a vontade de Deus para o casamento e é um pecado duramente condenado nas Escrituras  (Lv 18.22; Rm 1.26,27; 1 Co 6.10; 1 Tm 1.9,10).


2- O casamento indissolúvel e confessional. Outro fundamento bíblico para o casamento é a indissolubilidade ou vitaliciedade. Na lição 4, nós estudamos sobre “a sutileza da normalização do divórcio” e falamos exaustivamente sobre este assunto. Jesus falou claramente sobre isso no Sermão do Monte: “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” Mt 5.32). Depois, respondendo à pergunta dos fariseus sobre o divórcio, resgatou para eles o plano original de Deus para o casamento e disse: “Eu vos digo,porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mt 19.9). Segundo o ensino de Jesus, o padrão para o casamento é que ele dure até que a morte os separe. Ele coloca apenas uma exceção que é a infidelidade da outra parte. Mesmo assim, ainda há a possibilidade do perdão por parte do cônjuge traído, se houver arrependimento da outra parte.


O apóstolo Paulo, respondendo às perguntas enviadas pelos coríntios sobre casamento, fez menção a dois tipos de separação: a de um casal cristão e de um casal misto de um cristão e um incrédulo. No caso de um casal cristão, Paulo disse: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Co 7.10,11). Ou seja, um casal cristão não deve se separar. Mas, se não conseguem viver juntos e se separarem, não podem se casar de novo. Em relação a um casal misto, onde um é cristão e o outro não, Paulo orientou: “Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. …. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1 Co 7. 12, 13, 15). A orientação de Paulo aqui é que um cristão não deve abandonar o cônjuge só porque ele não é crente. Porém, não pode forçá-lo a viver junto, caso ele não queira. Neste caso, se a parte incrédula quiser separar, o crente está livre do vínculo matrimonial. 


Outro fundamento importante para o casamento cristão é a confessionalidade, que é o casamento apenas entre pessoas que professam a mesma fé. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo recomendou aos irmãos a não se prenderem a um jugo desigual com os infiéis, pois “não há nenhuma sociedade entre a injustiça e a injustiça; nem comunhão entre a luz e as trevas; e não pode haver concordância entre Cristo e belial.” (2 Co 6.14,15). Evidentemente, este texto não está falando exclusivamente do casamento e alguns até negam que ele possa ser usado para o casamento, pois, o contexto se refere à idolatria. Entretanto, um casamento entre um crente e um descrente é uma tribulação. No Antigo Testamento era proibido aos israelitas casar com mulheres estrangeiras (Dt 7.3,4), pois isso iria levá-los a servir a outros deuses. Paulo falando sobre a prostituição, disse que somos membros do corpo de Cristo e não podemos fazer os membros do Corpo de Cristo, membros de uma prostituta, pois quem se ajunta com uma prostituta, faz-se um só corpo com ela. Então, se alguém veio para Cristo e já era casado com um incrédulo, o lar é santificado por causa dele e não deve separar. Mas, o cristão solteiro, jamais deve se casar com quem não serve a Deus. 

 

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

LIMA, Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. págs. 15;18, 26..

LOPES, Hernandes Dias. Mateus: Jesus, o Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 578-582.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 479.

SPROUL, R. C. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pág. 488-489.


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Pb. Weliano Pires

02 agosto 2022

FAMÍLIA, PROJETO DE DEUS


(Comentário do primeiro tópico da Lição 6).

Etimologicamente, a palavra família vem  do latim “famulus”, que designava todo o agrupamento humano em uma casa, envolvendo o senhor da casa, a sua esposa, os seus filhos e os seus servos. No grego, a palavra usada para família é "oikos", que significa "casa", com o sentido de lar, ou agrupamento de parentes consanguíneos. Em hebraico, a palavra “mishpāḥâ” traduzida por família, refere-se a uma subdivisão de um grupo maior, um clã,  tribo ou mesmo uma nação.


1- Uma instituição divina. A família é uma instituição divina, pois foi criada por Deus. Depois de criar o primeiro homem, Deus disse que não seria bom o homem viver só e decidiu criar a mulher para ser a sua companheira. O Criador criou o primeiro casal, uniu-os e ordenou que se multiplicassem e povoassem a terra. (Gn 1.26-28). 


Quando dizemos que Deus criou a família, estamos dizendo que Ele idealizou e projetou a família e não apenas formou o primeiro casal. Numa construção, o arquiteto elabora o projeto e faz a sua planta. Os engenheiros colocam o projeto em prática e erguem a construção, coordenando a mão de obra dos operários. 


Deus foi o arquiteto da família, pois Ele criou o projeto. Foi também engenheiro e construtor, pois formou o primeiro casal e os uniu. Na conversa que Jesus teve com os fariseus sobre o divórcio, Ele falou: “O que Deus ajuntou, não o separe o homem”. (Mt 19.6b). Aqui, o Senhor reconhece que a instituição divina da família. 


Portanto, a família não é uma construção social, como dizem os inimigos da família. Não foi uma necessidade econômica do ser humano, ou uma criação burguesa para reproduzir a força de trabalho do proletariado, como dizem os marxistas. Evidentemente, os princípios estabelecidos por Deus para a família foram distorcidos após a queda da raça humana, como veremos no próximo tópico. 


2- A célula mater da sociedade. A família é também a célula máter da sociedade, ou seja, é a base para a formação do nosso caráter tanto no aspecto social como espiritual. É o primeiro grupo social com quem o indivíduo tem contato. É neste grupo social que aprendemos a nos alimentar, falar, andar, etc. A família é anterior ao estado e à própria Igreja. Pode existir família sem Igreja, mas não pode existir Igreja sem família, pois a Igreja é formada por famílias.


A destruição da família, portanto, representa a destruição da própria sociedade. Por isso, o inimigo luta para destruir a família na forma que Deus a estabeleceu. A intenção do inimigo é reduzir o ser humano à condição de animal irracional, que apenas se reproduz, mas não mantém nenhum vínculo na idade adulta e não necessita de princípios morais e de fé como o ser humano que é um ser racional, criado à imagem e semelhança de Deus. 


Deus ordenou aos filhos de Israel que transmitissem aos seus filhos a história da libertação da escravidão, os milagres e os estatutos da lei que Ele ordenou a Moisés (Dt 6.6-9). Isso nos mostra que, a intenção de Deus ao criar a família, era também proporcionar um ambiente onde as novas gerações pudessem ser ensinadas na doutrina do Senhor, para que o conhecimento de Deus não se perdesse com o tempo. Deus também prometeu abençoar a família daqueles que temem ao Senhor e andam nos seus caminhos. (Sl 128). O Salmista também falou no Salmo 127 que os filhos são herança do Senhor. Então, a família é a base da sociedade não apenas na formação do indivíduo como um membro da sociedade, mas também na formação espiritual. Infelizmente, na atualidade, a maioria dos pais não temem a Deus e, portanto, não ensinam aos seus filhos o relacionamento com o Criador. 


REFERÊNCIAS:

LIMA, Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. pág. 40-42.

BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.102.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 13-14.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 680.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus: Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 583-584.

MOUNCE, Robert H. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Baseado na Edição Contemporânea de Almeida. Editora Vida Nova. pág. 191.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 29.

CLARKE, Adam. Comentário Bíblico de Adam Clarke.


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Pb. Weliano Pires

01 agosto 2022

Introdução à Lição 6: Ideologias contrárias à família.


A família é uma instituição divina e é a célula máter da sociedade. Deus criou a família e estabeleceu princípios fundamentais para ela. A família é anterior ao estado e à Igreja. Pode existir família sem Igreja, mas não pode existir Igreja sem família, pois a Igreja é formada por famílias. 

Já estudamos neste trimestre, duas lições relacionadas à família. Na lição 3, falamos sobre a imoralidade sexual e distorções da sexualidade humana, através da fornicação, adultério e homossexualismo. Na lição 4, falamos sobre a sutileza da normalização do divórcio e destacamos que o casamento foi criado por Deus para durar até a morte de um dos cônjuges. As exceções são a infidelidade conjugal da outra parte e o abandono por parte de um cônjuge descrente. 

Nesta lição 6, voltamos ao assunto da família. Veremos os princípios da família cristã que são: a monogamia, a heterossexualidade e a indissolubilidade do casamento. Quando Deus criou o homem Ele disse: "Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora para que esteja diante dele." (Gn 2. 18). Depois disso, Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, retirou uma das suas costelas e dela fez a mulher. Com este episódio aprendemos que, Deus criou a mulher da mesma composição do homem, criou apenas uma mulher para cada homem e uniu pessoas de sexo oposto para se completarem.  

A lição traz ainda os detalhes da sutileza da "nova configuração familiar". Em vários países já foram criadas leis para casar pessoas do mesmo sexo e equipará-las ao conceito de família. No Brasil, não conseguiram criar isso por meio de leis no parlamento e resolveram, então, atentar contra a Constituição e implementar isso através de decretos do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e resolução do STF (Supremo Tribunal Federal). São ideologias contrárias à Palavra de Deus, que visam destruir a família. Estas ideologias são baseadas na chamada ideologia de gênero ou "sexualidade não-binária". Esta aberração, além de afrontar a Palavra de Deus, contraria as leis da biologia, que definem os sexos apenas como macho e fêmea.  

Por último, a lição mostra os princípios para o fortalecimento da família cristã, destacando o papel dos pais na formação da base familiar dos seus filhos, e o papel da Igreja no fortalecimento dos laços familiares. Cabe à Igreja a orientação bíblica sobre os princípios estabelecidos por Deus para a família. A Igreja deve aconselhar os solteiros a fugirem da imoralidade sexual e os casados a serem fiéis ao seu cônjuge e preservarem o casamento.


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Pb. Weliano Pires

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...