19 março 2022

COMO AS EPÍSTOLAS GERAIS NOS FORMAM - Parte 2


Parte 2: As Epístolas de João

O apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago, era conhecido como o discípulo a quem Jesus amava, por ser muito próximo do Senhor. Ele escreveu o Evangelho que leva o seu nome, três epístolas e o livro do Apocalipse. 

a. 1 João. A primeira Epístola de João foi escrita entre 85 e 95 d.C. Diferente de outras Epístolas, João não se identifica como remetente, não identifica os destinatários e não há saudações. João inicia a sua primeira Epístola testificando sobre o que viu e ouviu de Jesus, a Palavra da Vida. Neste primeiro capítulo, ele fala que Deus é luz e nEle não há trevas. João fala também da universalidade do pecado e que se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar. 

No capítulo 2, o apóstolo fala de Jesus como o Advogado (Gr. Parakletos), que nos defende diante do Pai. Em seguida fala que aquele que diz que conhece a Deus, mas não guarda os seus mandamentos é mentiroso. João traz um alerta sobre aquele que odeia seu irmão. Este continua nas trevas. Em seguida, traz conselhos aos pais, aos filhos e aos jovens. Faz também um alerta sobre os últimos dias, dizendo que é já a última hora e muitos anticristos se manifestarão. João alerta que todo aquele que nega que Jesus é o Cristo é mentiroso e aquele que nega o Pai e o Filho é anticristo. 

No capítulo 3, João inicia falando sobre o grande amor de Deus que nos concedeu o direito de sermos chamados “filhos de Deus”. Entretanto, João esclarece que aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado, pois quem vive no pecado é do diabo. Neste capítulo, João dá ênfase ao amor aos irmãos. Ele explica que sabemos que passamos da morte para a vida se amarmos uns aos outros. Quem não ama, disse ele, permanece na morte. 

No capítulo 4, o apóstolo recomenda aos seus leitores que não creiam em qualquer espírito, mas provem antes se o tal espírito provém de Deus. Ele oferece um critério importante para aquela época: todo espírito que nega a humanidade de Jesus não é de Deus. Era uma referência clara aos gnósticos que negavam que Jesus tivesse vindo como homem. Na sequência João fala novamente sobre o amor a Deus e aos irmãos, relacionando uma coisa à outra. Ou seja, quem não ama aos irmãos também não ama a Deus. 

Por fim, no capítulo 5, João continua falando do amor a Deus e o relaciona à fé em Cristo como Filho de Deus. O apóstolo nos mostra que não crer em Cristo não ama a Deus. Neste capítulo, o apóstolo faz uma referência à Santíssima Trindade, dizendo que três são os que testificam no Céu e os três são um: O Pai, a Palavra e o Espírito Santo. Ele fala também sobre a Vida Eterna que está em Jesus Cristo, o Filho de Deus. 

b. 2 João. A segunda epístola de João foi escrita por volta de 90 d.C. Contém apenas um capítulo com 13 versículos. No prefácio João se identifica com o Ancião (Gr. presbyteros) e identifica os destinatários como “a senhora eleita e seus filhos”. Alguns interpretam esta expressão como uma referência à Igreja. Entretanto o mais provável é que seja mesmo uma carta pessoal do apóstolo a uma mulher cristã e seus filhos, provavelmente uma viúva, cujos filhos João teve notícia de que andavam na verdade: “Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos recebido o mandamento do Pai.” (2 Jo 1.4). 

Os temas principais da Epístola são a exortação à prática do amor fraternal e a advertência contra os falsos mestres. Como fizera na primeira epístola, João associa à obediência aos mandamentos do Senhor. O apóstolo alerta também a respeito das heresias dos gnósticos que negavam a humanidade de Jesus. Alerta também para não nos associarmos com pessoas que não trazem a Sã doutrina, nem os receber em casa pois, quem os recebe se faz participante das suas más obras. 

c. 3 João. A terceira Epístola de João é uma carta pessoal do apóstolo a um cristão chamado “o amado Gaio”, do qual não temos informações precisas, pois este era um nome comum naquela época. O Novo Testamento menciona pelo menos três pessoas com este nome, sendo um em Corinto (Rm 16.23); outro na Macedônia (At 16.29); e outro em Derbe (At 20.4). Não temos como associar o Gaio de 3 João com algum destes. Pelo contexto da epístola podemos deduzir que se tratava de um líder da Igreja. 

Nos primeiros versículos, o apóstolo faz vários elogios a Gaio, com base nos testemunhos que ouviu da sua fidelidade. Na sequência, João queixa-se de Diótrefes, que busca ter a primazia nas Igrejas e não recebe o apóstolo e espalha palavras maliciosas contra ele nas Igrejas. Por último, João elogia a postura de Demétrio, que também tinha bom testemunho das Igrejas. 


REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

LOPES, Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pág. 7-9.

STOTT, John R. W. AS EPÍSTOLAS DE JOÃO Introdução e comentário. Editora Cultura Cristã. pág. 44-48.


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Pb. Weliano Pires


18 março 2022

COMO AS EPÍSTOLAS GERAIS NOS FORMAM - Parte 1


Parte 1 - As duas Epístolas de Pedro

Depois de estudar as Epístolas Paulinas, neste tópico veremos as Epístolas Gerais, cujas instruções devem para a formação do caráter cristão. Neste grupo estão as duas Epístolas de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Tiago, a Epístola aos Hebreus e a Epístola de Judas. Estas Epístolas não foram destinadas a uma única Igreja ou pessoa em particular. Foram escritas como instruções apostólicas para várias Igrejas. Destas, apenas a Epístola aos Hebreus é de autoria desconhecida. 


a. 1 Pedro. A primeira Epístola do apóstolo Pedro foi escrita entre 60 e 63 d.C. O autor se identifica como Pedro, apóstolo de Jesus Cristo. Em seguida identifica os destinatários, que são os cristãos estrangeiros de cinco províncias romanas da Ásia Menor: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Os destinatários eram formados por judeus convertidos ao Cristianismo e por cristãos de origem gentílica. 

Logo após a saudação inicial, Pedro chama os seus destinatários de "eleitos segundo a presciência de Deus Pai". Isto significa que Deus conhece de antemão todos aqueles a quem Ele chama. Em seguida o apóstolo faz uma longa explanação sobre o novo nascimento e a santificação. Ele explica que o preço da nossa redenção não foram coisas corruptíveis, mas foi o precioso sangue imaculado de Cristo. 

No capítulo 2, Pedro alerta os irmãos a deixarem todo o engano, malícia, fingimento, inveja e murmurações e crescerem espiritualmente. Pedro fala de Cristo como a Pedra Viva, rejeitada pelos homens, mas aprovada por Deus, e recomenda que os crentes como pedras vivas sejam edificados sobre Ele, a Pedra angular. O apóstolo os chama de geração eleita, sacerdócio real e nação santa, e os recomenda a viverem uma vida honesta e irrepreensível diante dos gentios e das autoridades. 

No capítulo 3, Pedro recomenda às mulheres a submissão aos maridos, inclusive os que não servem a Deus, para que possam ganhá-los sem palavras, apenas com o seu procedimento. Fala também dos adornos que não devem ser exteriores, mas no coração. Em seguida, o apóstolo orienta os maridos a coabitarem com as suas esposas com entendimento, dando-lhes honras para que as suas orações não sejam impedidas. Ainda neste capítulo, ele recomenda aos cristãos que não retribuam o mal com o mal e que se forem perseguidos por sua fé, isso é motivo para se alegrarem. 

Na sequência, no capítulo 4, Pedro recomenda aos seus leitores que não andem mais nos pecados dos gentios que eles andaram no passado. Em seguida, alerta-os de que o fim de todas as coisas está próximo e, portanto, os cristãos devem amar uns aos outros, ser hospitaleiros e administrar aos outros, os dons que receberam como bons despenseiros da multiforme Graça de Deus.  O apóstolo alerta ainda para que os cristãos estejam preparados para as perseguições que viriam e que ninguém padeça como malfeitor e sim, por causa da sua fé. 

No capítulo 5, o apóstolo traz várias orientações aos presbíteros e se apresenta como um deles. A recomendação é para que pastoreiem o rebanho de Deus, não como dominadores, mas sendo exemplos para os seus liderados. Se fizerem assim, quando aparecer o Sumo pastor, serão recompensados. 

O apóstolo recomenda também aos jovens que sejam submissos aos anciãos. Por último, o apóstolo esclarece que Silvano (Silas) foi o redator da Epístola sob a sua supervisão. Em seguida, envia saudações e se despede.

b. 2 Pedro. Considerando que o imperador Nero, que empreendeu grande perseguição aos cristãos e foi o executor do apóstolo Pedro, morreu em 68 d.C, a maioria dos estudiosos colocam a data de 2 Pedro entre 65-67 d.C. Na saudação inicial desta segunda epístola, o apóstolo identifica-se como “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” (2 Pe 1.1). Pedro não identifica os destinatários da segunda carta, entretanto, no capítulo 3 ele diz: "escrevo-vos esta segunda carta”. Isto indica que os destinatários seriam os mesmos que receberam a primeira.

Pedro inicia esta segunda Epístola recomendando aos seus leitores que, já que Deus nos deu tudo, em relação à vida e à piedade e nos fez grandiosas promessas, eles devem acrescentar várias virtudes àquelas que eles já possuem, ou seja, crescer espiritualmente. No final do primeiro capítulo, o apóstolo faz menção às Escrituras do Antigo Testamento e diz que elas não foram produzidas por vontade de homem algum, mas os homens santos falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pe 1.19-21). 

O apóstolo dedica o capítulo dois para alertar os seus leitores acerca dos falsos mestres que iriam surgir entre eles. Pedro usa como exemplo os falsos profetas de Israel e diz que da mesma forma, surgiriam falsos mestres dentro da Igreja. Pedro cita algumas características dos falsos mestres, para possibilitar a identificação deles, quando surgirem: serão dissimulados, negarão o Senhor que os resgatou, serão avarentos e, com palavras fingidas, farão da Igreja um negócio. Pedro diz que a sentença deles não tardará e cita vários exemplos de rebeldia que foram condenados por Deus no passado: Os anjos que pecaram, os ímpios dos dias de Noé, Sodoma e Gomorra e os que seguiram o caminho de Balaão. 

No terceiro capítulo, o apóstolo faz um alerta sobre os escarnecedores que surgiriam para desdenhar da promessa da vinda do Senhor. Pedro diz que eles questionariam o fato de que desde que os pais morreram, as coisas permanecem como estão. O apóstolo esclarece que a vinda do Senhor não está demorando. É que Deus é longânimo e não quer que alguns se percam. Além disso, um dia para o Senhor é como mil anos e vice versa. Pedro recomenda os seus leitores a se prepararem para a Vinda do Senhor, procurando ser achados imaculados e irrepreensíveis em paz. Em seguida fala sobre a longanimidade de Deus, citando as Epístolas Paulinas, onde segundo ele há pontos difíceis de entender, que alguns distorcem para a sua própria condenação. Aqui, Pedro equipara os escritos de Paulo às demais Escrituras (2 Pe 3.16).  Por fim, recomenda que os cristãos cresçam na graça e conhecimento do Senhor. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

HORTON, Stanley M. Serie Comentário Bíblico I e II Pedro. A razão da nossa fé. Editora CPAD. pág. 47-50; 91-95.

LOPES, Hernandes Dias. 2 Pedro e Judas. Quando os falsos profetas atacam a Igreja. Editora Hagnos. pág. 18-19.

NASCIMENTO, Valmir. A Razão da Nossa Esperança: Alegria, Crescimento e Firmeza nas Cartas de Pedro. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.


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Pb. Weliano Pires


17 março 2022

COMO AS EPÍSTOLAS PAULINAS NOS INSTRUEM - Parte 4


Parte 4 - Instruções pastorais e pessoais. 


Neste quarto bloco das Epístolas Paulinas, falaremos das Epístolas pastorais, que são as 1 e 2 Epístolas a Timóteo e a Epístola a Tito, que são epístolas do apóstolo Paulo a dois jovens pastores, companheiros de missão do apóstolo. Nestas epístolas, o apóstolo orienta os seus filhos na fé sobre o ministério pastoral, com instruções de combate aos falsos ensinos (1 Tm 1.3,9,10; (Tt 1.5,10,11); requisitos para a ordenação de bispos, presbíteros e diáconos  (1 Tm 3; Tt 1.5-16); e sobre a conduta pessoal deles próprios como obreiros (1 Tm 4.6-16). 

Estudaremos também a Epístola a Filemon, que é uma carta pessoal do apóstolo Paulo ao seu cooperador e amigo Filemon, que pertencia à Igreja de Colossos. Paulo escreveu-lhe esta carta para interceder pelo escravo fugitivo de Filemom, Onésimo, que se converteu na prisão. 


a. 1 Timóteo. A primeira Epístola a Timóteo foi escrita por volta do ano 62 d.C., pelo apóstolo Paulo, que se identifica no prefácio, como "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa" (1 Tm 1.1). A Epístola é endereçada a Timóteo, a quem Paulo chama de "meu verdadeiro filho na fé". (1 Tm 1.2).

O primeiro assunto tratado são as falsas doutrinas.  Paulo relembra a Timóteo que o deixou em Éfeso, para que ele advertisse a alguns para que não ensinassem "outra doutrina". O apóstolo cita as questões das fábulas judaicas e genealogias intermináveis, que só produzem contendas. 

Na seção seguinte, o apóstolo glorifica a Deus, por tê-lo escolhido para o ministério, apesar dele ter sido blasfemo e perseguidor, antes de ter um encontro com o Senhor, no caminho de Damasco. Paulo diz que alcançou misericórdia, porque fizera isso por ignorância. 

No capítulo 2, o apóstolo recomenda ao jovem pastor, que se levante orações, súplicas, intercessões e ações de graças, por todos os homens, principalmente pelas autoridades, para que tenham uma vida quieta e sossegada.  Neste texto, o apóstolo lembra que Deus quer que todos os homens sejam salvos e que há um mediador entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo, homem. 

Na sequência, Paulo traz recomendações sobre os deveres das mulheres. Ele começa falando sobre as vestes das mulheres, que devem ser um traje honesto, com pudor e modéstia. Em seguida, ensina que as mulheres devem ser submissas aos seus maridos e não devem exercer liderança sobre eles na Igreja. 

No capítulo 3, Paulo fala sobre os requisitos e deveres para os bispos, diáconos e as esposas. O apóstolo traz várias exigências sobre a conduta pessoal, familiar, social e cristã dos candidatos ao episcopado. Devem ser irrepreensíveis, moderados, governar bem a sua casa, experientes e aptos para ensinar a Palavra de Deus. Os diáconos devem ser honestos, discretos, não cobiçosos, de consciência pura, bons governantes das suas casas, irrepreensíveis e monogâmicos. As esposas dos obreiros também devem ser honestas, não maldizentes, moderadas e fiéis. 

No capítulo 4, o apóstolo alerta sobre a apostasia generalizada dos últimos dias. Ele profetiza que muitos se apostatarão da fé e darão ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas demoníacas. O apóstolo alerta que estas pessoas serão hipócritas, mentirosas, de consciência cauterizada e ensinarão falsas doutrinas. 

No capítulo 5, Paulo traz recomendações de como Timóteo deveria tratar vários tipos de pessoas na Igreja: os anciãos, as mulheres idosas, os rapazes, as moças e as viúvas. No mesmo capítulo, o apóstolo fala sobre os presbíteros e como Timóteo deve tratá-los: os que presidem devem ser assalariados pela Igreja; as denúncias contra eles só devem ser aceitas se houver duas ou três testemunhas; os que pecarem devem ser repreendidos publicamente; e deve haver cautela na ordenação de presbíteros. 

Por fim, no capítulo 6, o apóstolo fala sobre as relações entre servos e senhores. Depois fala novamente sobre os falsos mestres, alertando contra a avareza e o amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males. Paulo alerta a Timóteo para que fuja destas coisas e siga as boas virtudes. Nos versículos finais da Epístola, Paulo deixa algumas recomendações aos ricos, para que façam o bem e sejam generosos. 

b. 2 Timóteo. A segunda Epístola de Paulo a Timóteo foi escrita entre 62 e 67 d.C. Além de ser considerada uma Epístola pastoral, é considerada também uma das Epístolas da prisão, pois o apóstolo a escreveu durante a sua última prisão pouco antes da sua execução em Roma, durante o governo do imperador Nero. 

Esta epístola traz as últimas palavras do apóstolo Paulo e é uma espécie de despedida. A saudação é igual à da primeira epístola. Na sequência do prefácio, Paulo agradece a Deus pela fé não fingida de Timóteo, que ele aprenderá da sua mãe Eunice e da sua avó, Lóide. 

Em seguida, no capítulo 2, ele exorta o seu filho na fé, para que persevere e fortifique-se na Graça que há em Cristo Jesus. Paulo recomenda a Timóteo que confie o ministério a homens fiéis, que sejam capazes de ensiná-lo a outras pessoas. Ele usa as figuras do soldado, do lavrador, para exortá-lo à perseverança. O apóstolo exorta a Timóteo para que se apresente a Deus como obreiro aprovado e alerta contra os falatórios dos maus obreiros, que se desviaram da verdade.

Nos capítulos 3 e 4, assim como fizera na primeira Epístola, Paulo alerta a Timóteo sobre a apostasia e a corrupção dos últimos dias. Segundo Paulo, nos últimos dias surgirão pessoas egoístas, ingratas, profanas, cruéis, sem afeto natural e com aparência de piedade. A recomendação a Timóteo é que se afaste desse tipo de gente e permaneça naquilo que aprendeu de Paulo. 

Ainda no capítulo 4 temos as palavras finais, emocionantes, do apóstolo Paulo, em tom de despedida: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé."  (2 Tm 4.7). O apóstolo sabe que o seu fim está próximo, mas segue firme com a convicção do dever cumprido. O apóstolo recomenda Timóteo que venha ter com ele depressa. Fala sobre alguns companheiros de ministério que o abandonaram, mas o Senhor o sustentou. Por fim, envia saudações e se despede.  

c. Tito. A Epístola a Tito foi escrita, provavelmente, entre a primeira e a segunda epístola a Timóteo, entre os anos 63 e 66 d.C. Paulo havia deixado Tito na Ilha de Creta, como supervisor das Igrejas ali estabelecidas. 

No prefácio, o apóstolo se identifica como Paulo, servo e apóstolo de Jesus Cristo. Em seguida, identifica o destinatário, Tito, seu verdadeiro filho segundo a fé. Paulo relembra a Tito, a razão de tê-lo deixado em Creta, que era colocar as coisas em ordem. Para isso, Tito deveria estabelecer presbíteros em cada cidade. O apóstolo coloca para Tito os critérios e as qualificações para a escolha desses presbíteros, que são praticamente os mesmos que falou para Timóteo. 

No capítulo 2, Paulo traz exortações para os velhos, mulheres idosas e novas e aos jovens. Em seguida recomenda que Tito seja o exemplo, nas boas obras, na linguagem e na doutrina. Ainda no capítulo 2, o apóstolo fala sobre a Graça de Deus, que se manifestou e trouxe salvação a todos. 

No capítulo 3, o apóstolo traz várias exortações a Tito: Sujeição às autoridades; ser bom cidadão, cumpridor dos seus deveres; não entrar em questões loucas e evitar os hereges, após a repreensão. Por último, envia saudações dos irmãos que estão com ele e se despede. 

d. Filemom. A Epístola a Filemom é uma carta pessoal do apóstolo Paulo, escrita por volta de 62 d.C. Filemom era um rico cooperador da Igreja de Colossos. A Igreja se reunia em sua casa. Filemom tinha um escravo, chamado Onésimo, que fugiu e provavelmente deve ter furtado alguma coisa do seu senhor. Paulo o encontrou na prisão em Roma e ele se converteu ao Evangelho. 

A Epístola a Filemom tem apenas um capítulo com 25 versículos. Inicia com a saudação do apóstolo Paulo ao seu cooperador Filemom, a Áfia e Arquipo, que provavelmente eram a família de Filemom, e à Igreja que se reunia em sua casa. 

Paulo faz uma série de elogios à Filemom e à sua conduta cristã. Em seguida faz a sua intercessão por Onésimo. Paulo explica que no passado, Onésimo causara males a Filemom, mas agora, ele seria útil, pois era uma nova criatura. O apóstolo se propõe a pagar qualquer prejuízo que Onésimo tenha causado e pede que o amigo o receba de volta e o perdoe. 

Por último, envia as saudações dos seus companheiros e se despede com a benção costumeira: "A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja contigo. Amém."


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Bíblia de Estudo Plenitude. 1 Ed. 2001. Sociedade Bíblica do Brasil.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pag. 418.

ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2008 pag. 282-283.



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Pb. Weliano Pires




COMO AS EPÍSTOLAS PAULINAS NOS INSTRUEM - Parte 3


Parte 3 - Instruções sobre as últimas coisas. 

Neste grupo estudaremos sobre as Epístolas Paulinas, que trazem instruções a respeito da vinda de Jesus, a Grande Tribulação, o Dia do Senhor, a manifestação do Anticristo, o Milênio e a eternidade. Esta matéria teológica é chamada de Escatologia. Vem de “Eschatos” (último) e “Logos” (Estudo, Doutrina). As duas Epístolas aos Tessalonicenses nos alertam a respeito da necessidade de estarmos preparados para a vinda do Senhor.


a. 1 Tessalonicenses. A primeira Epístola aos Tessalonicenses foi escrita por Paulo, de Corinto, entre 50 e 51.d.C. A carta foi escrita em um tom de alívio e gratidão do apóstolo, depois de receber as boas notícias da Igreja de Tessalônica, que Timóteo e Silas lhe trouxeram. Na saudação, o apóstolo identifica os remetentes: Paulo, Silvano e Timóteo. Em seguida, expressa a saudação de praxe, Graça e Paz da parte de Deus e do Senhor Jesus Cristo (1 Ts 1.1).

Na sequência, Paulo agradece a Deus pelos tessalonicenses, fazendo menção da fé, esperança e amor que havia neles (1 Ts 1.3). Paulo relembra-os de como iniciou o seu ministério em Tessalônica. Assim como falou aos Coríntios, o apóstolo relembra que o Evangelho pregado por ele em Tessalônica não consistiu apenas em palavras, mas em demonstração do poder do Espírito Santo (1 Ts 1.5).

No capítulo 2, o apóstolo faz um breve relato, de como foi a sua chegada a Tessalônica. A Igreja de Tessalônica nasceu em meio a intensa perseguição dos judeus. Paulo chegou a Tessalônica, na sua segunda viagem missionária, depois de ter passado por Filipos. Na ocasião, Paulo e Silas foram açoitados publicamente em Filipos e presos. À meia noite, enquanto eles oravam e cantavam, veio um terremoto e quebrou as cadeias de bronze que os prendiam. O carcereiro quando viu aquilo, quis se matar. Paulo gritou para que ele não fizesse aquilo, pois os presos não haviam escapado. Todo trêmulo, o carcereiro e todos da sua casa se converteram (At 16.19-40). 

Partindo de Filipos, Paulo passou por Anfípolis e Apolônia e chegou a Tessalônica. Como de costume, disputava com os judeus na Sinagoga e, por três sábados seguidos, lhes anunciou a Cristo. Muitos creram, mas alguns judeus movidos de inveja, provocaram tumulto, assaltaram a casa de Jason e Paulo e Silas fugiram para Beréia, onde continuaram pregando o Evangelho (At 17.1-14). 

No final do capítulo 2 e no capítulo 3, o apóstolo manifesta  seu desejo de retornar a Tessalônica. Ele explica que planejaram ir duas vezes, pelo menos ele e Timóteo, mas Satanás os impediu. Diante disso, enviaram apenas Timóteo, para exortá-los e confortá-los na fé. Com o retorno de Timóteo, trazendo boas notícias acerca da fé e perseverança dos tessalonicenses, o apóstolo se alegrou e ficou mais tranquilo. 

Em seguida, no capítulo 4, Paulo inicia exortando os irmãos à santidade, ao amor fraternal e ao trabalho. O apóstolo os exorta a permanecer no Evangelho, da forma em que devem andar, como receberam dele, para agradar a Deus, pois a Vontade do Senhor é que sejam santos e abstenham-se da prostiuição. Neste sentido, Paulo os alerta a viverem em santificação e honra, não enganando uns aos outros e trabalhando honestamente. 

Nos versículos finais do capítulo 4 versículos 13 a 18, o apóstolo traz esclarecimentos sobre a ressurreição dos que morreram em Cristo e sobre o arrebatamento da Igreja. Paulo explica que na ocasião do arrebatamento da igreja, o Senhor descerá do Céu com alarido, voz de arcanjo e a trombeta de Deus. Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos serão transformados e subirão a encontrar o Senhor nos ares, para estarem para sempre com Ele. 

No capítulo 5, no capítulo 5 Paulo inicia com a conjunção adversativa "mas", indicando uma continuidade do assunto anterior. Paulo diz que "não há necessidade de escrever-lhes sobre os tempos e as estações". Ele não quis dizer que isso não seria importante, mas, que não lhe foi revelado quando estas coisas aconteceriam. As palavras "tempos" e "estações",  usadas por Paulo neste texto, também foram usadas por Jesus nas últimas instruções aos discípulos. No grego, estas palavras são, respectivamente, "chronos" e "kairós". Chronos significa a extensão do tempo e Kairós significa a qualidade do tempo ou oportunidades.


Na continuidade do capítulo 5, podemos perceber que Paulo se refere não mais ao arrebatamento da Igreja e sim à Grande Tribulação. O apóstolo fala sobre o “Dia do Senhor”, que virá com o ladrão de noite e trará repentina destruição. No Antigo Testamento, a expressão “o Dia do Senhor” é usada para se referir a qualquer período em que Deus intervém para julgar a terra (Is 13.9- 11; J1 2.28-32; Sf 1.14-18; 3.14,15). No capítulo 2 da segunda epístola aos Tessalonicenses, o apóstolo explica que o “Dia de Cristo” não acontecerá, antes da apostasia generalizada e manifestação do Anticristo. O apóstolo esclarece que a Igreja não passará pela Grande Tribulação: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Ts 5.9).

O apóstolo conclui a epístola com várias recomendações finais: não retribuir mal com mal, manter a alegria, oração constante, manter a chama do Espírito, não desprezar as profecias, examinar tudo e manter apenas o que é bom, abster-se da aparência do mal e conservar a santificação plena. Em seguida, pede orações e se despede com a bênção de costume. 


b. 2 Tessalonicenses. A segunda Epístola aos Tessalonicenses foi escrita logo após a primeira, por volta de 51 d.C. Devido ao ensino de Paulo na primeira epístola sobre a Vinda do Senhor, muitos entenderam errado e achavam que Cristo já havia voltado (2 Ts 2.1,2). Outros achavam que Jesus poderia voltar a qualquer momento e não queriam sequer trabalhar para o próprio sustento (1 Ts 3.11). Paulo esclareceu que o Dia de Cristo não acontecerá antes da manifestação do Anticristo. Conforme vimos acima, o Dia do Senhor não é o arrebatamento da Igreja e sim, a Grande Tribulação que terá início após a saída da Igreja da terra (Is 13.6-9; 1 Ts 5.2,3). 

O apóstolo inicia a segunda epístola nos mesmos moldes da primeira, identificando os remetentes: Paulo, Silvano e Timóteo. Em seguida identifica os destinatários, os tessalonicenses, e em seguida, a saudação de praxe, Graça e Paz da parte de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Novamente, ele dá graças a Deus pelo progresso e constância dos tessalonicenses na fé e no amor, diante das perseguições e aflições. 

No capítulo 2, o apóstolo esclarece as dúvidas a respeito da vinda do Senhor. Paulo pede que os irmãos não se movam facilmente entendimento seja por espírito, palavra, ou por epístolas, como se “o Dia de Cristo” já estivesse perto. Isso nos leva a crer que talvez alguns se tenham deixado enganar por profecias, ou por epístolas apócrifas sobre a iminência da vinda do Senhor. 

O apóstolo explica que o Dia de Cristo não virá antes da manifestação do “homem do pecado” ou “filho da perdição”. Na sequência, o apóstolo traz algumas características deste homem: Se levantará contra tudo o que se chama Deus; e se assentará no templo, como se fosse Deus e querendo parecer Deus; a sua vinda será com a eficácia de Satanás; e fará grandes sinais e prodígios de mentira.

Entretanto, o apóstolo esclarece que há um que o detém e impede a sua manifestação. Somente após a retirada deste que o detém é que o iníquo se manifestará. Este iníquo é o Anticristo que governará o mundo após o arrebatamento da Igreja, junto com o falso profeta. O que o agora o detém é o Espírito Santo que age neste mundo através da Igreja. Quando a Igreja for retirada da terra, o Anticristo se manifestará e haverá a Grande Tribulação. 

No terceiro e último capítulo, o apóstolo traz várias exortações aos tessalonicenses Inicialmente, ele pede as orações dos irmãos, para que haja liberdade na pregação do Evangelho e o nome do Senhor seja glorificado. Em seguida, recomenda aos irmãos que se afastem daqueles que andam desordenadamente, que são aqueles que não querem trabalhar e querem viver às custas dos irmãos. O apóstolo conclui com a sua própria saudação, indicando um sinal que o identifica em todas as suas epístolas. Por último, transmite a bênção à Igreja: A Graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos.



REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil. 1 edição: 2001.

Biblioteca Bíblica / Introdução bíblica / 1 Tessalonicenses. Acesso em 17/03/2022.

Biblioteca Bíblica / Introdução bíblica / 2 Tessalonicenses. Acesso em 17/03/2022.

LOPES, Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pág. 42-44.


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Pb. Weliano Pires


16 março 2022

COMO AS EPÍSTOLAS PAULINAS NOS INSTRUEM - Parte 2

Instruções a respeito de Cristo


Continuando o nosso estudo sobre as Epístolas Paulinas, falaremos agora sobre o segundo grupo, que são as epístolas que dão maior ênfase aos aspectos da pessoa de Cristo: Efésios, Filipenses e Colossenses. 


a. Efésios. Paulo escreveu à Epístola aos Efésios por volta do ano 62 d. C. durante a sua primeira prisão em Roma. Por isso, esta Epístola também é classificada como uma das epístolas da prisão, junto com Filipenses, Colossenses e Filemon. 


Na introdução à Epístola, temos a identificação de Paulo como autor e os destinatários, que são "os santos e fiéis que estão Éfeso" (Ef 1.1-2). Alguns exegetas modernos questionam que Efésios tenham sido os destinatários desta Epístolas, pelo fato da expressão "que estão em Éfeso" não constar em alguns manuscritos e também, devido a ausência de saudações pessoais no final da Epístola, considerando-se que Paulo passou dois anos em Éfeso e tinha muita proximidade com aquela Igreja. Alguns sugerem que esta era uma carta circular para várias Igrejas ou que ela foi escrita para a Igreja de Laodicéia ou de Colossos, devido à semelhança com a Epístola aos Colossenses. 


Logo após a saudação, o apóstolo discorre sobre bênçãos espirituais da eleição, predestinação e união da Igreja com Cristo, antes da fundação do mundo, para que ela fosse santa e irrepreensível. (Ef 1.3-23). Continuando, Paulo diz que Cristo  nos trouxe da morte para a vida, estando nós mortos nos pecados e ofensas. (Ef 2.1-10). Neste capítulo, o apóstolo faz novamente a exposição da Justificação pela fé, explicando que a salvação é um ato da Graça de Deus, que é alcançada pela fé em Cristo e não por obras ou méritos humanos. 


Paulo explica também que judeus e gentios foram unidos por meio de Cristo e reconciliados com Deus, mediante o sacrifício de Cristo que desfez a separação que havia entre  ambos, fazendo-os agora um único povo que é a Igreja. (Ef 2.11-22). 


No capítulo 3, Paulo, apresenta como o apóstolo dos não-judeus e prisioneiro do Senhor (Ef 3.1-21). Paulo explica que pela Graça de Deus, foi constituído ministro do Evangelho, para anunciar aos gentios as riquezas incompreensíveis de Cristo e mistério que esteve oculto desde os séculos passados, que é a Igreja. 

Em seguida, o apóstolo fala sobre a unidade do corpo de Cristo e sobre investigação a e dons ministeriais, concedidos por Cristo à Igreja para a edificação e aperfeiçoamento dos santos.  (Ef 4.1-16). Ainda neste capítulo, Paulo fala sobre a nova vida em união com Cristo, que é oposta ao estilo de vida dos gentios que não conhecem a Cristo e vivem em trevas  (Ef 4.7—5.20)


No versículos finais do capítulo 5 e início do capítulo 6, Paulo fala sobre os relacionamentos na família, entre marido e mulher, comparando-os ao relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (Ef 5.21–6.9). Fala também dos relacionamentos entre pais e filhos e entre senhores e escravos cristãos. 


Na sequência do capítulo 6, Paulo fala sobre a armadura do cristão, usando como simbologia os equipamentos dos soldados da infantaria romana: capacete, escudo, espada, couraça e calçado (Ef 6.10-18). No final do capítulo, o apóstolo pede oração por ele, como embaixador de Cristo em cadeias, para que lhe seja dada a palavra e se despede com saudações genéricas e a bênção (Ef 6.21-24).


b. Filipenses. A Epístolas aos Filipenses foi escrita pelo apóstolo Paulo, por volta de 62-63 d.C. O apóstolo estava preso em Roma e escreveu esta Epístola, para agradecer aos filipenses pelas ofertas que lhe enviaram e para informá-los da situação dele na prisão. Na introdução, o apóstolo identifica a si mesmo e ao seu companheiro Timóteo como remetentes.  (Fp 1.1). Em seguida, informa quem são os destinatários que são os cristãos de Filipos, bispos e diáconos. 


Na sequência, o apóstolo expressa ação de graças e oração pelos Filipenses, agradecendo pela cooperação deles no Evangelho. Paulo explica também as circunstâncias em que Paulo se encontrava  na prisão e diz aos filipenses que esta.prisão, na verdade contribuiu para o avanço do Evangelho (Fp 1.12-26).


O apóstolo argumenta que muitos pregam o Evangelho com motivações erradas, entretanto, ele se alegra pela proclamação de Cristo de todas as formas. Paulo demonstra também a sua disposição para viver ou morrer pelo Evangelho. Ele diz que, embora tenha convicção de partir e estar com Cristo seja incomparavelmente melhor, fica em dúvidas se quer continuar vivendo e dando a sua contribuição para o avanço do Evangelho, ou partir para estar com Cristo. 


No segundo capítulo, Paulo exorta os filipenses, para que não façam nada motivados por partidarismo ou vanglória.  Em seguida, ele cita o exemplo do Senhor Jesus, que sendo Deus, humilhou-se, esvaziou-se da Sua glória, tomou a forma de servo e foi obediente até à morte. 


Paulo envia Epafrodito e promete em breve enviar Timóteo, como mensageiros dele à Igreja. Epafrodito estivera doente, mas Deus o curou e Paulo dá testemunho disso e recomenda que a Igreja o receba. Na seção seguinte, o apóstolo Paulo adverte os filipenses a respeito de falsos ensinos dos judaizantes, que ele chama de cães, falsos obreiros e inimigos da Cruz de Cristo. Em seguida lembra aos irmãos que somos peregrinos aqui e que a nossa Pátria está nos Céus. 


No capítulo final, o apóstolo traz vários conselhos finais à Igreja e agradece pelas ofertas recebidas. O apóstolo deixa claro que está acostumado a ter contentamento em qualquer circunstância, seja na fartura ou escassez, pois pode todas as coisas naquele que lhe fortalece, que é Cristo. Ele conclui com as saudações finais e a bênção.


c. Colossenses. A Epístola aos Colossenses também é uma das cartas da prisão e foi escrita pelo apóstolo Paulo em sua primeira prisão em Roma, por volta de 61 d.C. Paulo nunca havia visitado Colossos. Um obreiro chamado Epafras, que se converteu durante a permanência de Paulo por dois anos em Éfeso, deve ter sido o fundador desta Igreja, que se reunia na casa de Filemon. 


A introdução é idêntica à da Epístola aos Efésios. Paulo identifica a si e a Timóteo como remetentes e os destinatários, ele chama de santos e fiéis que estão em Colossos. (Cl 1.1,2). Em seguida, expressa ações de graças pela fé, esperança e amor dos colossenses. 


Após a introdução, o apóstolo faz uma profunda apresentação da supremacia de Cristo. (Cl 1.15-2.7). Paulo apresenta Cristo como criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl 1.15-17); Eterno e sustentador de todas as coisas (Cl 1.16); Cabeça da Igreja, princípio e primogênito dos mortos (Cl 1.18); apresenta-o também como aquele em habita toda a plenitude da divindade, mostrando que Cristo é Deus (Cl 1.19).

Paulo afirma que em Cristo estão escondidos todos os tesouros do conhecimento e da sabedoria, comprovando assim a Sua onisciência e atestando a supremacia e suficiência de Cristo contra a falsa filosofia  (Ef 2.3-15). 


O apóstolo defende também a Supremacia de Cristo contra o legalismo dos judaizantes, que insistiam em exigir a guarda do sábado, festas judaicas e abstinência de certos alimentos. Paulo explica que estas eram apenas sombras das coisas futuras. (Cl 2.16-17). 


Na sequência, Paulo defende  Supremacia Cristo contra o louvor e culto aos anjos. (Cl 2.18-19) e contra o ascetismo, que alguns falsos mestres ensinavam. Paulo chama estas exigências de 'não toques nisso e naquilo' são rudimentos do mundo, sem nenhum valor para o crescimento espiritual (Cl  2.20-23). 


O apóstolo ensina aos Colossenses, que se eles já ressuscitaram com Cristo para uma nova vida, devem buscar as coisas que são de cima e não as coisas terrenas. Nesse sentido, recomenda que revistam-se de termos laços de misericórdia e outras virtudes. Neste capítulo, o apóstolo traz várias recomendações sobre os relacionamentos entre os cônjuges; entre pais e filhos; entre servos e senhores; e entre os irmãos em Cristo. 


Na conclusão, o apóstolo envia várias saudações dos seus companheiros de ministério: Epafras, Lucas, Demais e dos irmãos de Laodicéia. Por último, deixa a sua própria saudação e bênção final. 


REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Bíblia de Estudo Plenitude. 1 Ed. 2001. Sociedade Bíblica do Brasil.

CABRAL, Elienai. Efésios — A Igreja nas regiões celestiais. CPAD. 1ª Edição: 1999

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 422-423.

ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2008 pág. 282-283.

Biblioteca Bíblica / Introdução Bíblica / Filipenses. Acesso em 16/03/2022.

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Pb. Weliano Pires


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