15 julho 2021

ELIAS PREVÊ A GRANDE SECA


Neste segundo tópico vamos falar sobre o surgimento de um profeta chamado Elias, na história de Acabe. Elias apareceu na história do reino do Norte, em um período de apostasia e idolatria generalizada. O casal Acabe e Jezabel buscava a todo custo, eliminar definitivamente a adoração a Yahweh. Mas, o próprio Deus entra no confronto, levantando o profeta Elias. Não temos maiores informações sobre a origem deste profeta. Sabemos apenas que ele era do povoado de Tisbe, na região de Gileade. 


1. A intervenção divina. Elias confrontou, corajosamente, a idolatria do rei Acabe, profetizando que haveria uma grande seca no país e que, só voltaria a chover, quando ele profetizasse de novo (1 Rs 17.1). As principais atividades econômicas de Israel eram a agricultura e a pecuária, que eram executadas de forma primitiva, sem irrigação, e dependiam exclusivamente da chuva. Com três anos e meio sem chuvas, inevitavelmente veio a fome e a escassez generalizada. 

Esta sentença divina humilhava o baalismo, pois, os seus adeptos criam que ele era o responsável pelas chuvas. Agora, estavam diante de uma seca terrível, determinada por Deus, que os levou à fome e Baal não podia fazer nada. O mesmo aconteceu com as pragas no Egito. Cada uma delas humilhava uma divindade egípcia, que era considerada responsável por proteger naquela área.


2. O preço da obediência a Deus. Nunca foi fácil posicionar-se a favor da Verdade em tempos de apostasia. Ser profeta de Deus em reinados como os de Davi, Josafá, Ezequias e outros homens de Deus não é muito difícil. Em muitos casos há até honrarias. Mas, ser profeta em reinados como os de Jeroboão, Acabe, Manassés, Amon, Jeoaquim, Zedequias, Herodes e outros, representa uma atividade de alto risco. Muitas vezes, paga-se com a própria vida, o preço por obedecer a Deus. 

Elias enfrentou muitas dificuldades com a falta d'água e de alimentos e com a perseguição de Acabe e Jezabel. Ele teve que fugir para Sarepta, uma cidade de Sidom, ao Norte de Israel. Mas, em todo o tempo, o Senhor cuidou dele. Primeiro ordenou aos corvos que o sustentassem (1 Rs 17.6). e, por último, uma viúva de Sarepta, que não tinha mais nada. Elias, a viúva e o seu filho passaram a depender exclusivamente de Deus.


3. Deus sempre cuida dos seus filhos. Quando Elias fugiu da terra de Israel, orientado por Deus, encontrou-se com uma viúva de Sarepta e pediu um pouco de água e um pedaço de pão. A viúva não tinha mais nada em casa, senão um pouco de farinha e um pouco de azeite, que segundo disse, usaria para fazer a última refeição para ela e para o seu filho. Depois, morreriam de fome. Elias falou que ela preparasse aquele pão e trouxesse primeiro para ele, pois,os ingredientes não iriam acabar até que Deus mandasse chuva novamente. A viúva creu e fez conforme a palavra do homem de Deus. Depois de alguns dias, o filho desta viúva morreu e Deus o ressuscitou após a oração do profeta Elias.

Esta história nos mostra que Deus cuida de nós quando somos fiéis a Ele e priorizamos a sua obra. Não importa a quantidade que temos para oferecer. Deus se compraz quando cremos e obedecemos à Sua Palavra. A viúva creu na Palavra proferida por Elias e obedeceu à sua orientação. O milagre aconteceu e ela e o seu filho foram salvos da fome. 

Este episódio, no entanto, não pode servir de justificativa para obreiros inescrupulosos da atualidade, que não querem trabalhar e exploram a boa fé das pessoas. Elias não fez isso por conta própria. Foi Deus quem ordenou que ele fizesse assim. 


Pb. Weliano Pires



13 julho 2021

O CASAMENTO DE ACABE COM JEZABEL

A nossa vida consiste em escolhas. Deus criou o ser humano e dotou-o com o livre arbítrio. Muitas pessoas pensam que Deus vai decidir por elas ou forçá-las a alguma coisa. Mas não é bem assim. Deus nos dá discernimento e nos mostra o caminho. Mas, a escolha é nossa. É preciso pensar antes de escolher, porque a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. 

1. Consequências de escolhas erradas. Acabe seguiu os caminhos de Jeroboão, que havia levado Israel à idolatria. O texto bíblico diz que Acabe "serviu a Baal e o adorou." Além de adorar a Baal, Acabe construiu um templo para Baal e um poste da deusa Aserá em Samaria (1 Rs 16.31,32). Esta idolatria toda foi consequência do seu casamento com Jezabel, que era filha de Etbaal, rei dos sidônios. 

Este casamento trágico de Acabe serve de alerta aos crentes que ainda não casaram. O casamento com ímpios nunca acaba bem. A Bíblia diz para não nos prendermos a um jugo desigual com infiéis, pois, não deve haver comunhão entre a luz e as trevas (2 Co 6.14-16). Na Lei, Deus já havia acertado para os israelitas não se casarem com mulheres estrangeiras, porque elas iriam lhes perverter o coração (Dt 7.1-4). Salomão ignorou este alerta e as mulheres estrangeiras o levaram à idolatria. Acabe seguiu o mesmo caminho. 

2. A rainha perversa. Além de ser idólatra e instituir o culto a Baal em Samaria, Jezabel era perversa e cometeu muitas atrocidades. Uma das suas primeiras maldades foi mandar matar os profetas do Senhor. Só não morreram todos, porque um mordomo do rei Acabe chamado Obadias, que temia ao Senhor, escondeu alguns profetas em covas e os sustentou com pão e água (1 Rs 18.4). 

Jezabel também ameaçou a vida do profeta Elias, após o confronto com os profetas de Baal no Monte Carmelo, quando Elias mandou matar os profetas de Baal e os de Aserá (1 Rs 19.1,2). Elias fugiu e, desiludido, pediu a Deus a morte (1 Rs 19.4). Mas, o Anjo do Senhor o amparou, deu-lhe comida, fortaleceu-o e deu-lhe novas missões. 

Acabe tentou comprar a vinha de Nabote o jezreelita. Esta propriedade de Nabote era herança dos seus pais e a lei proibia a venda. Por temer a Deus, Nabote recusou-se a vender a propriedade. Jezabel quando soube, tramou covardemente a morte de Nabote. Contratou uns homens ímpios para acusarem Nabote de blasfêmia e o povo o apedrejou. Depois da morte de Nabote, Acabe se apropriou indevidamente da vinha. (1 Rs 21).

Entre tantas maldades cometidas por Jezabel estão a prostituição sagrada e a feitiçaria (2 Rs 9.22). Depois da morte de Nabote, Deus usou a boca do profeta Elias para repreender Acabe e pronunciar o extermínio da sua descendência, que foi executada anos depois pelo rei Jeú. Elias falou que os cães lamberam o sangue de Acabe e comeriam a carne de Jezabel. (1 Rs 21.23-27). Deus é misericordioso, mas julga com rigor àqueles que insistem em permanecer na prática do mal.

Pb. Weliano Pires


12 julho 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: ACABE E O PROFETA ELIAS

 Conforme falamos na introdução ao trimestre, não seria possível estudar todos os reinados de Israel e Judá em apenas treze lições. Na primeira lição, iniciamos falando do reinado de Salomão, que foi o último a governar todo o Israel. Na lição passada falamos sobre a divisão do reino e sobre os erros de Roboão e Jeroboão. 

A partir desta lição, até à lição 8, daremos ênfase aos ministérios proféticos de Elias Eliseu, estudando também sobre os reis desse período. 

Nesta lição estudaremos o reinado perverso de Acabe, o pior dos reis de Israel. Acabe era filho do rei Onri, fundador da cidade de Samaria. Era um rei ímpio e, para piorar, casou-se com Jezabel, princesa dos sidônios, devota das divindades pagãs, Baal e Aserá. 

No primeiro tópico da lição falaremos sobre o casamento de Acabe com Jezabel. Falaremos também sobre as consequências de uma má escolha. A exemplo de Salomão, o casamento de Acabe com uma estrangeira, que não servia a Deus, foi trágico. Ainda no primeiro tópico, falaremos sobre algumas atrocidades cometidas pelo casal Acabe e Jezabel. 

No segundo tópico falaremos sobre o surgimento do profeta Elias, um profeta do povoado de Tisbe, na região de Gileade. Em obediência a Deus, Elias confrontou, corajosamente, o rei Acabe, profetizando que haveria uma grande seca no país e que, só voltaria a chover, quando ele profetizasse de novo. Falaremos sobre as consequências, muitas vezes dolorosas, de se obedecer a Deus no meio dos ímpios. Por último falaremos sobre o cuidado de Deus para com aqueles que defendem incondicionalmente a verdade e para com aqueles que crêem na provisão divina. Deus cuidou de Elias e cuidou também da viúva de Sarepta, que pensava que seria a sua última refeição, mas, com um ato de fé diante da Palavra de Deus, viu o milagre acontecer.

Pb. Weliano Pires


10 julho 2021

O REINO DIVIDIDO: JEROBOÃO E ROBOÃO

Subsídio da Revista Ensinador Cristão / CPAD


A lição desta semana abordará a divisão do reino hebreu. Entretanto, o seu pano de fundo é a importância de seguir bons conselhos e ignorar os maus. Ouvir e seguir os conselhos sábios podem nos levar a um bom caminho.

Para trabalhar esse assunto, tenha em mente os seguintes objetivos: elencar as principais causas da divisão do reino; apresentar as falhas e más decisões de Roboão; pontuar o pecado de idolatria de Jeroboão. Esses objetivos o levarão fazer a seguinte reflexão como ponto central da lição: quem é capaz de distinguir os bons dos maus conselhos é capaz de tomar decisões sábias.

Resumo da Lição

O primeiro tópico da lição nos mostra que uma das causas da divisão do reino foi a opressão de Roboão. A missão de um bom líder não é oprimir, mas direcionar os seus liderados. Roboão fez exatamente o contrário, fazendo com que uma fenda abrisse no reino.

O segundo tópico revela que Roboão não soube discernir o bom conselho do mau. Ele escolheu seguir o pior conselho naquele momento histórico e pôs tudo a perder. Naquele momento, tomar conselhos dos anciões, das pessoas mais experientes e idôneas era a coisa mais sensata a fazer. Mas o filho de Salomão procurou os conselhos mais pragmáticos, de pessoas neófitas.

Finalmente, o terceiro tópico mostra que a consequência da escolha de Roboão gerou uma grande divisão e o pecado de idolatria surgiu no agora denominado Reino do Norte. Seu líder, Jeroboão, levou as 10 tribos a praticarem o pecado de adultério espiritual, a idolatria.

Aplicação

A lição desta semana nos faz refletir a respeito do bom e do mau conselho. Atentar para o bom conselho é um princípio eterno que a Igreja de Cristo deve considerar. O Novo Testamento nos ensina que o Senhor Jesus deu para a igreja dons ministeriais: apóstolo, profeta, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11). O nosso Senhor levantou esses ofícios a fim de garantir que os membros do Corpo de Cristo cheguem à estatura espiritual de Cristo (Ef 4.13). Isso passa pelos bons conselhos.

Assim o Senhor instituiu um método legítimo de bons conselhos, de boa palavra e de boa direção. Precisamos valorizar os ministérios valiosos que o Senhor Jesus tem dado à Igreja. Que haja sabedoria na plantação de igreja, na palavra profética, no ensino exposto das Escrituras. Tudo isso contribui para o crescimento e a maturidade do Corpo de Cristo, a Igreja.

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08 julho 2021

O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO

Imagem: EBD Belas Artes

Neste terceiro e último tópico, falaremos sobre o reinado de Jeroboão. Por causa da idolatria de Salomão, Deus levantou adversários contra ele e um deles foi Jeroboão, que se tornou rei das dez tribos do Norte.


1.  Quem foi Jeroboão. Jeroboão foi um dos oficiais de Salomão, responsável pelos trabalhos forçados nas tribos de Efraim e Manassés, descendentes de José (1 Rs 11.28). Ele era da tribo de Efraim, a segunda mais populosa de Israel, depois da tribo de Judá. Era filho de Nebate e Zerua. Sua mãe já era viúva nos dias de Salomão (1 Reis 11.26). 


2. A rebeldia de Jeroboão. Durante o reinado de Salomão o profeta Aías, profetizou a Jeroboão que Deus o havia escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel (1 Rs 11.29-31). Quando Salomão soube desta profecia tentou matá-lo, mas Jeroboão fugiu, buscando asilo político no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão (1 Rs 11.40). Quando soube da morte de Salomão, Jeroboão retornou para a terra e Israel e encontrou a grande insatisfação do povo, como vimos no tópico anterior. 


3. Jeroboão, o primeiro rei do Norte. Conforme já dissemos, por causa da idolatria de Salomão, Deus permitiu a divisão do reino e entregou dez tribos a Jeroboão, que se tornou o primeiro rei do Norte. Inicialmente, os dois reinos quiseram fazer guerra, mas, Deus proibiu Roboão de guerrear contra o Reino do Norte. Neste ponto, Roboão obedeceu. 

Os reis do Norte, desde Jeroboão, não teve nenhum que fosse justo. A dinastia de Jeroboão não prosperou. Após a sua morte, o seu filho Nadabe assumiu o trono, mas, reinou apenas dois anos e foi morto por Baasa.

Baasa assumiu o trono, mas também foi mau, seguindo os caminhos de Jeroboão. Reinou 24 anos no Reino do Norte. Os reis seguintes foram uma sequência de conspirações e usurpações do reino. Somente no reinado do general Onri, pai de Acabe, deu uma estabilizada. Embora ele e a sua descendência também fossem ímpios, Onri construiu Samaria e mudou a capital do reino do Norte para lá. O reino permaneceu com a sua descendência por quatro gerações: Onri, Acabe, Acazias e Jorão. Nos dias de Jorão, Jeú exterminou toda a família de Acabe, cumprindo a profecia de Elias. 


3. Consequências da idolatria. Jeroboão teve medo que o povo ao subir para Jerusalém, sentisse saudade da unidade nacional e se unisse a Roboão. Se isso acontecesse, ele seria morto (1 Rs 12.28,29). Então, ele resolveu construir altares com bezerros de ouro, nas duas extremidades do reino do Norte, em Dã e Betel, para representar Deus e evitar que o povo subisse a Jerusalém para adorar no templo. Isso, evidentemente, violava os dois primeiros mandamentos: “Não terás outros deuses diante de mim e não farás para ti imagens de escultura” (Ex 20.1,2). Essa atitude de Jeroboão provocou a ira de Deus, que enviou um profeta para profetizar contra aqueles cultos idólatras. A idolatria de Jeroboão fez com que Deus exterminasse a sua descendência (1 Rs 14.7-16). Deus não admite dar a sua glória a outrem (Is 42.8). A idolatria é um pecado gravíssimo e é considerado um adultério espiritual.


CONCLUSÃO DA LIÇÃO


Vimos nesta lição, a divisão do reino de Israel em dois: o reino do Sul, que era formado pelas tribos de Judá e Benjamim e ficou com a descendência de Davi; e o reino das dez tribos do Norte, chamado de Reino de Israel ou do Norte, que foi liderado por Jeroboão. 

Esta divisão veio de Deus, como uma punição à idolatria de Salomão e também como forma de prevenir que todo o Israel caísse na Idolatria e ameaçasse o projeto divino de enviar o Messias ao mundo, que viria da descendência de Davi. 

Falamos também nesta lição, sobre os erros de Roboão e Jeroboão, respectivamente, reis de Judá e de Israel. Ambos foram maus reis. Jeroboão instituiu a idolatria nacional e os cultos aos bezerros de ouro. Roboão, por sua vez, praticou outro tipo de idolatria, que foi a veneração a si mesmo, com práticas egoístas e opressoras ao seu povo. Os capítulos 11 e 12 de 2 Crônicas nos mostram que Roboão foi bem por três anos, no início do reino, mas, não perseverou em buscar ao Senhor.


Pb. Weliano Pires

06 julho 2021

OS ERROS DE ROBOÃO

Como vimos no tópico anterior, a divisão do reino foi plano de Deus. Mas, as atitudes intransigentes de Roboão foram determinantes para que isso acontecesse e nos servem de exemplo. No mundo atual, muitas pessoas são avessas a conselhos. Alguns dizem até que, "se conselho fosse bom, não seria dado e sim vendido". Os jovens, normalmente, não gostam de ouvir conselhos, principalmente dos mais velhos, pois, os acham ultrapassados. Os velhos, por sua vez, acham que já tem muita experiência e não precisam de conselhos. 

1. Quem foi Roboão. Roboão era filho de Salomão com Naamá, sua esposa amonita. (1 Rs 14.21). O seu nome significa "o que aumenta o povo"É o único filho de Salomão mencionado na Bíblia e nasceu um ano antes de Salomão assumir o trono. Roboão foi o primeiro monarca do Reino do Sul. Ele começou o seu reino aos 41 anos e reinou 17 anos em Jerusalém. 

2. O bom conselho dos anciãos. Inicialmente, Roboão teve uma boa atitude. Ao se deparar com a insatisfação do povo, devido aos elevados tributos deixados por seu pai, Roboão pediu conselhos aos anciãos (1 Rs 12.6,7). Os anciãos reconheceram que a insatisfação do povo era justa e aconselharam Roboão a reduzir a carga tributária, pois assim teria o povo ao seu lado. 

3. O mau conselho dos amigos de Roboão. Após ouvir os anciãos, que conviveram com Salomão, Roboão resolveu ouvir também os mais jovens, que eram seus contemporâneos. Entretanto, o conselho dado pelos jovens foi diametralmente oposto ao dos anciãos. Eles aconselharam Roboão a responder de forma autoritária e arrogante, que iria aumentar os impostos e impor medidas muito mais severas do que as do seu pai. (1 Rs 12.14).

4. O erro de Roboão ao ouvir maus conselhos. Coube a Roboão avaliar os dois conselhos opostos que ouviu e decidir por um deles. Roboão decidiu acatar o conselho dos jovens e respondeu ao povo conforme o conselho deles. A decisão tomada por ele mostra que ele também pensava como os jovens, pois, aquele conselho era absolutamente insensato. Mesmo que não concordasse em reduzir os impostos, poderia ter proposto uma saída menos drástica e responder ao povo de forma branda, para evitar que os ânimos se exaltassem ainda mais. Esta decisão insensata de Roboão, no entanto, foi uma permissão de Deus, para provocar a revolta e confirmar a palavra que o Senhor tinha falado pelo ministério de Aías. (1 Rs 12.15).

Os conselhos são muito importantes numa administração, pois, o administrador não sabe tudo. O bom administrador precisa ser especialista em tudo. Ele só precisa ouvir quem entende de cada assunto e tomar decisões sensatas. Saber distinguir os bons dos maus conselheiros é essencial no momento de tomar alguma decisão importante na nossa vida. Até mesmo na liderança da Igreja, é importante ouvir conselhos de pessoas sábias e experientes. Um pastor que decide tudo sozinho tem mais chance de errar e quando errar terá que arcar sozinho com as consequências. 

"O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos" (Pv 12.15). 

"O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho". (Pv 13.10). 


Pb. Weliano Pires


05 julho 2021

AS PRINCIPAIS CAUSAS DA DIVISÃO DO REINO DE ISRAEL

Neste primeiro tópico da lição, vamos tratar das principais causas que levaram à divisão do reino de Israel, após a morte de Salomão. O reinado de Salomão é visto como próspero e pacífico, como vimos na lição passada. A paz em seu reino foi uma promessa de Deus a Davi, para que ele construísse o templo. Em parte, esta paz foi conquistada pelas guerras que Davi empreendeu com os seus valentes, conquistando territórios e impondo temor às outras nações. Por outro lado, Salomão com os seus acordos comerciais e os seus casamentos políticos, não necessitou de guerras. 

1. A carga pesada de Salomão. O reinado de Salomão foi muito luxuoso, com grandes investimentos em construções como palácios, estradas e o próprio templo, com muito esplendor. Isso, evidentemente, aumentou significativamente os gastos do governo. Como dizem os economistas modernos, o governo nada produz e se ele aumenta os gastos, a população paga a conta, com aumento de impostos. Para bancar o aumento de gastos, Salomão impôs ao povo uma pesada carga tributária e aumento dos trabalhos forçados. 

2. O descontentamento do povo. Como era de se esperar, houve uma insatisfação generalizada do povo com os pesados tributos impostos por Salomão. Durante a sua vida, o povo não se rebelou, embora estivessem descontentes. Mas após a sua morte, as dez tribos no Norte chamaram Roboão, filho e sucessor natural de Salomão, para uma conversa e expuseram a insatisfação com o peso dos tributos. Roboão, ouvindo o povo, pediu que lhe dessem três dias para que ele decidisse o que fazer. Primeiro, ele ouviu os contemporâneos do seu pai, que o aconselharam a aliviar os tributos, pois assim, ele teria o povo a seu favor. Em seguida, ouviu os jovens que cresceram junto com ele. Estes o aconselharam a não dar ouvidos à voz do povo, pois, se fizesse isso estaria se mostrando fraco. Segundo os jovens, Roboão deveria responder ao povo com dureza e prometer aumentar ainda mais os encargos ao povo. 

3. A intransigência de Roboão. Desprezando o conselho dos anciãos e  ouvindo o conselho dos jovens, Roboão recusou-se a aliviar a carga do povo e ainda falou com palavras duras que iria endurecer ainda mais a situação. Os jovens em sua linguagem figurada, indicaram uma atitude tirânica, aconselhando Roboão a exagerar, colocando um certo abuso em sua autoridade, prometendo ser mais rigoroso que o seu pai, dizendo que o seu ‘dedo mínimo’ era mais grosso que os ‘lombos’ (ou coxas) de seu pai. Disseram também que se seu pai os havia castigado com açoites, Roboão iria castigá-los com escorpiões. Isso era uma referência às bordas em farpas que havia nas extremidades dos chicotes. No segundo tópico falaremos mais sobre os erros de Roboão. 

4. A revolta de Jeroboão. Jeroboão era da tribo de Efraim e foi um administrador competente que serviu ao governo de Salomão. Por causa da idolatria de Salomão, Deus usou o profeta Aías para dizer que tomaria dez tribos das mãos da família de Davi e daria a Jeroboão. Quando Salomão soube desta profecia, procurou matar Jeroboão e ele teve que se abrigar no Egito por cinco anos. Após a morte de Salomão, ele retornou para a terra de Israel. Quando ouviu as reclamações do povo e a resposta dura de Roboão, ele liderou a revolta e foi constituído rei das dez tribos do Norte. A insatisfação popular foi somente um detalhe, pois, a divisão das tribos era plano de Deus, por causa da idolatria de Salomão. 

O comentarista coloca a pesada carga tributária de Salomão e a insatisfação popular como as causas da divisão do reino. Mas, a principal razão da divisão foi a idolatria de Salomão. A divisão do reino foi plano de Deus como punição pela idolatria. Deus tinha uma aliança com Davi, de que através da sua descendência, viria o Messias para salvar o mundo. A idolatria e a mistura com outros povos ameaçava o projeto de Deus. Por isso, Deus separou duas tribos para manter o reino com a família de Davi e entregou as dez tribos a Jeroboão, que também se desviou e levou Israel à idolatria nacional, como veremos no terceiro tópico.

Pb. Weliano Pires


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 02 - O REINO DIVIDIDO: JEROBOÃO E ROBOÃO

Vimos no decorrer da lição passada que Salomão foi bem no início do seu reino. Porém, ele casou-se com muitas mulheres estrangeiras, o que era proibido pela Lei de Moisés. Estas mulheres lhe perverteram o coração e o levaram à idolatria. Isso provocou a ira de Deus e Deus suscitou adversários contra Salomão. Um destes adversários foi Jeroboão, filho de Nebate, que era um administrador competente do Reino de Salomão, que era o responsável pelos trabalhos forçados nas tribos de Efraim e de Manassés, descendentes de José (1 Rs.11.28). 

O profeta Aías, segurou firmemente a capa que ele estava usando e a rasgou em doze pedaços. Em seguida falou para Jeroboão pegar dez pedaços para si e disse que o Senhor estava tirando dez tribos do reino de Salomão e lhe entregaria( 1 Rs 11.30,31). Salomão quando soube desta profecia, procurou matar Jeroboão, mas, ele fugiu para o Egito e obteve asilo político lá. O Egito era a principal potência mundial daquela época e Salomão não poderia capturar Jeroboão por lá. Cinco anos depois dessa fuga, Salomão morreu. 

No primeiro tópico da lição falaremos sobre as principais causas da divisão do reino, que foi a insatisfação generalizada do povo com os pesados tributos impostos por Salomão e a intransigência do seu filho Roboão, que ouvindo o conselho dos jovens e desprezando o conselho dos anciãos, recusou-se a aliviar a carga do povo e ainda falou com palavras duras que iria endurecer ainda mais a situação. Evidentemente, a insatisfação popular foi somente um detalhe, pois, a divisão das tribos era plano de Deus, por causa da idolatria de Salomão. 

No segundo tópico, falaremos sobre os principais erros de Roboão. Ele repetiu os erros do seu pai Salomão, agindo com intransigência e autoritarismo. Inicialmente, ele tomou uma boa atitude, que foi ouvir a reclamação do povo e em seguida ouvir os conselhos dos anciãos e dos jovens, antes de tomar uma decisão. Entretanto, no momento de ponderar sobre os conselhos ouvidos e decidir o que fazer, ele preferiu o mal conselho dos jovens. Isso causou uma revolta generalizada e dez tribos seguiram a Jeroboão e fizeram dele o primeiro rei do Norte. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre o reinado de Jeroboão. Ele era da tribo de Efraim, a segunda mais populosa de Israel, depois da tribo de Judá. Depois da divisão das tribos, Deus proibiu a guerra entre os dois reinos, pois eram um só povo. Os dois lados acataram a ordem de Deus e não guerrearam. Quando Jeroboão se estabeleceu no reino, não havia templo nem sacerdotes nas dez tribos, pois, o templo ficara em Jerusalém, que pertencia ao reino do Sul. Jeroboão teve medo que o povo ao subir para Jerusalém, sentisse saudade da unidade nacional e se unisse a Roboão. Se isso acontecesse, ele seria morto (1 Rs 12.28,29). Então, ele teve a infeliz ideia de construir altares com bezerros de ouro, nas duas extremidades do reino do Norte, Dã e Betel, para evitar que o povo subisse a Jerusalém para adorar no templo. Isso provocou a ira de Deus, que enviou um profeta para profetizar contra aqueles cultos idólatras. A idolatria de Jeroboão fez com que Deus exterminasse a sua descendência (1 Rs 14.7-16).

Pb Weliano Pires


04 julho 2021

Lição 02: O Reino Dividido: Jeroboão e Roboão


Data: 11 de julho de 2021.

TEXTO ÁUREO:

“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá.” (Pv 19.21)


VERDADE PRÁTICA:

“Os maus conselhos levam o homem à ruína, mas o conselho amoroso tem o poder de nos livrar da morte.”


HINOS SUGERIDOS: 25,131, 400 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda - feira – Pv 11.14 Ouvir sábios conselhos direciona o ser humano para decisões seguras

Terça - feira – Is 42.8 Deus é o detentor de toda glória e não a divide com ninguém

Quarta - feira – Gl 5.19-21 O Reino de Deus pertence àqueles que abandonam as obras da carne

Quinta - feira – Pv 12.15 Aquele que sabe ouvir conselhos é sábio

Sexta - feira – Cl 3.5 Toda a idolatria e concupiscência carnal deve ser abolida quando se está em Cristo

Sábado – Pv 15.22 Compreender a necessidade de ouvir conselhos conduz à sabedoria


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Reis 12.1-10,13,14,26-29


1- E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei.

2- E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito),

3- enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo:

4- Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.

5- E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.

6- E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo?

7- E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.

8- Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.

9- E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?

10- E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.

13- E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado.

14- E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.

26- E disse Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi.

27- Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e tornarão a Roboão, rei de Judá.

28- Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.

29- E pôs um em Betel e colocou o outro em Dã.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


A fim de preparar os alunos para a aplicação desta aula, comece conversando sobre a importância de se pedir orientação a Deus na hora de tomarmos as mais importantes decisões da nossa vida. Fale também sobre o cuidado e o discernimento que devemos ter diante dos conselhos que recebemos. O que vale mais, uma advertência conciliadora ou um conselho que promova a dissenção e divisão? O orgulho de Roboão foi demonstrado ao rejeitar a conciliação aconselhada pelos anciãos, preferindo uma exigência arrogante de submissão do povo. Para incentivar ainda mais a participação de seus alunos, faça a seguinte pergunta: A experiência e a prudência dos mais velhos é fator preponderante para a consideração de seus conselhos e orientações?


OBJETIVO GERAL

Ressaltar a importância de ouvir bons conselhos.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.


I. Elencar as principais causas da divisão do reino;

II. Apresentar as falhas e más decisões de Roboão;

III. Pontuar o pecado de idolatria de Jeroboão.


PONTO CENTRAL: 

Aquele que é capaz de distinguir os bons dos maus conselhos toma sábias decisões.


INTRODUÇÃO


Após a morte de Salomão em 931 a.C., seu filho Roboão subiu ao trono (1 Rs 11.43). Ele foi o principal responsável pela divisão do reino em duas partes: o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá). A fatídica história de insensatez desse rei nos mostrará as consequências de uma má decisão. Essa história nos ensina a dependermos cada vez mais de Deus em momentos que tomamos decisões importantes na vida.


I – AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO

1. A carga pesada de Salomão. Devido às alianças externas feitas por Salomão, ele não precisou se dedicar às guerras. Seu reinado foi marcado, em parte, pela paz; seu trabalho era proteger, ampliar o Estado e conservá-lo uno. Seus investimentos eram direcionados para construções e projetos arquitetônicos grandiosos, tais como templos, palácios, e tantos outros que marcaram seu governo (1 Rs 5.3-5). Contudo, para que todas essas idealizações se tornassem realidade, a população pagava impostos muito pesados (1 Rs 12.4). Além disso, com o objetivo de colocar em prática os projetos do rei, havia a obrigação do uso da mão de obra de trabalhadores de quase todas as tribos.

2. A divisão do reino. O autoritarismo do rei Salomão culminou no descontentamento das dez tribos do Norte, em contrapartida, as tribos de Judá e Benjamim, que ficavam ao sul de Israel, participavam ativamente do governo e faziam parte de sua corte. Quando Salomão morreu em 931 a.C., seu filho Roboão foi questionado pelos líderes de Israel, sob o comando de Jeroboão, sobre o aperto vivido por eles. O povo pediu para que Roboão diminuísse sua carga de trabalho (1 Rs 12.4), mas, ao contrário, seguindo o conselho dos jovens (v.10) e não dos anciãos (v.6), Roboão tornou o fardo ainda mais pesado para os trabalhadores (v.11). As dez tribos do norte, sob a liderança de Jeroboão, se rebelaram contra essa decisão e formaram um novo reino, o reino do Norte (1 Rs 12.16-20).


SÍNTESE DO TÓPICO I

A missão de um líder é direcionar seus liderados e não os oprimir.


SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO


É possível que alguns de seus alunos encontrem dificuldades no estudo da Bíblia por falta de orientação ou de um método determinado para o estudo. Às vezes estudamos muito e retemos pouco ou quase nada. Isso, em parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem e método. Dê a eles as seguintes orientações:

1. Ore ao Senhor dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto.

2. Tenha à mão todo o material de estudo: Bíblia, revista, dicionário bíblico, atlas geográfico, concordância, caderno para apontamentos etc.

3. Leia toda a unidade ou seção indicada pelo professor. Procure obter uma visão global dela; o propósito do escritor.

4. Leia outra vez a mesma unidade. À medida que for estudando, sublinhe palavras, frases e trechos-chave. Faça anotações nas margens do caderno ou revista.

5. Feche a revista e tente recompor de memória as divisões principais da unidade de estudo. Não conseguindo, abra a revista e veja.

6. Repita o passo acima.


II – OS ERROS DE ROBOÃO

1. A repetição dos erros de Salomão. Ao tomar conselho com os anciãos e com os jovens, Roboão decidiu acatar o conselho dos jovens, demonstrando total despreparo para exercer a posição em que estava (1 Rs 12.8-11). O conselho dos anciãos dizia que a solução do problema era dar às dez tribos o que pediam. Isso significaria desacelerar o projeto de expansão e desenvolvimento do reino, mas também abrandaria os ânimos agitados do povo, evitando assim a ruptura (1 Rs 12.6,7).

2. Os maus conselhos dos amigos de Roboão. Ao seguir os conselhos dos jovens, Roboão assinou sua própria sentença: as dez tribos se rebelaram e sob seu domínio ficaram apenas duas (Judá e Benjamim). Roboão deu ouvidos aos maus conselheiros e isso o levou à ruína (1 Rs 12.13).

3. O cuidado com os conselhos. Quando o orgulho se torna o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e não conseguimos discernir entre o bem e o mal; assim foi com Roboão (Pv 28.26). A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.


SÍNTESE DO TÓPICO II

Saber distinguir os bons dos maus conselheiros é essencial no momento de tomar alguma decisão importante na nossa vida.


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO


Primeiramente, Roboão consultou aqueles que haviam servido sob o seu Pai Salomão, provavelmente os que haviam sido relacionados como oficiais em 1 Rs 4.1ss. O conselho que recebeu foi para aliviar a carga dos impostos, pois aparentemente reconheciam que a queixa era justificada. Essa é a primeira afirmação direta em relação aos impostos que Salomão havia instituído; porém, essa taxação está implícita em sua organização fiscal e administrativa (1 Rs 4.7-19) e em suas disseminadas atividades de construção, industrial e comercial, entretanto, pode parecer que muitas das despesas dessas atividades eram cobertas por impostos e taxas coletados dos estados vassalos (1 Rs 10.14,15).


Embora essa queixa tivesse fundamento, ela também pode ter se originado do ciúme e da inveja, pois a maior parte do dinheiro era gasta na cidade de Jerusalém e nas de Judá, ao Sul. Os jovens da própria geração de Roboão insistiam em medidas mais rigorosas, e sua linguagem figurada indicava uma atitude tirânica; eles o aconselharam a exagerar (10), a colocar um certo abuso em sua autoridade, a exceder o rigor de seu pai na medida em que seu ‘dedo mínimo’ fosse mais grosso que os ‘lombos’ (coxas) de seu pai. Escorpiões (11) é uma referência às bordas em farpas na extremidade de um açoite.


Embora tenha procurado o conselho e outros, ele se baseou em sua própria decisão, isto é, aumentar a carga de impostos ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou um servo é uma decisão que muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.315).


CONHEÇA MAIS


“As raízes da divisão nacional. A morte de Salomão abriu caminho para um dos mais traumáticos e decisivos acontecimentos da longa história de Israel: a formal e permanente divisão do reino entre as dez tribos do norte, que doravante passaria a ser chamar Israel ou Efraim e a tribo de Judá ao sul. Embora tenha abalado a nação psicologicamente, a divisão não deve ter causado surpresa ao povo, porque as raízes políticas e ideológicas do cisma eram profundas no passado de Israel.” Para saber mais leia: História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.335.


III – O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO

1. A rebeldia de Jeroboão. Jeroboão, filho de Nebate, pertencia à tribo de Efraim, foi o primeiro rei do Norte e reinou por 22 anos em Israel. Ainda jovem, Jeroboão serviu ao rei Salomão, que se agradou de seu trabalho e o nomeou chefe dos servos da casa de José (1 Rs 11.28). Todavia, durante o reinado de Salomão, Jeroboão se rebelou contra ele, e Aías, o profeta, lhe comunicou que Deus o havia escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel (1 Rs 11.29-31). Sabendo disso, Salomão tentou matá-lo, mas sem sucesso, pois ele se refugiou no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão (1 Rs 11.40).

2. Jeroboão, o primeiro rei do Norte. Após a divisão do reino, Jeroboão foi nomeado rei pelas dez tribos de Israel e estabeleceu seu trono em Siquém (1 Rs 12.20,25). Temendo que a peregrinação dos judeus ao Templo para adoração pudesse promover a reunificação do reino, Jeroboão mandou erigir dois santuários de adoração com bezerros de ouro, um ao norte, em Dã, e outro ao sul, em Betel (1 Rs 12.28,29), a fim de evitar que o povo fosse a Jerusalém. A atitude idólatra de Jeroboão resultou no castigo divino sobre ele e sua família (1 Rs 14.7-14).

3. Consequências da idolatria. O pecado da idolatria foi um dos principais motivos dos infortúnios do povo de Israel. Deus não admite dar a sua glória a outrem (Is 42.8); por isso, o pecado da idolatria tem como consequência a separação de Deus e a maldição (Dt 11.26-28).


SÍNTESE DO TÓPICO III

O pecado da idolatria foi o responsável pela derrocada de muitos reis na história de Israel. Devemos exterminá-lo de nossas vidas.


SUBSÍDIO DEVOCIONAL


“Jeroboão temia que se o seu povo subisse a Jerusalém para adorar ao Senhor, como a Lei exigia, ele pudesse buscar, com o passar do tempo, a reunificação política. Os seus temores o levaram a estabelecer um sistema que falsificava a religião revelada no Antigo Testamento. Jeroboão escolheu duas cidades há muito tempo ligadas à adoração, Betel e Dã, como centros de adoração. Ele constituiu sacerdotes que eram da descendência de Arão, mudou as datas das festas religiosas, e ofereceu sacrifícios sobre altares levantados em Betel e Dã”.


“Este foi um abandono proposital da religião revelada. No entanto, isso tinha a intenção de imitar a verdade. As falsas religiões geralmente possuem elementos em comum com a fé bíblica. Por exemplo, muitas das grandes religiões do mundo pregam a moralidade. Porém, a fé falsificada carece de um ingrediente essencial- a presença e o poder do único Deus, que se revelou a nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.205).

 

CONCLUSÃO


Enquanto Jeroboão praticou a idolatria de forma direta, Roboão se envolveu numa espécie de veneração que, embora oculta aos olhos humanos, produz as mesmas danosas consequências. Os desejos egoístas de Roboão estavam acima da vontade de Deus, o ídolo dele era ele mesmo, sua própria vontade. Quando o crente tem Deus como seu guia, ele não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas decidirá por ouvir pessoas que lhe falem a verdade.


Q  U E S T I O N Á R I O 


1. Qual foi a postura de Roboão diante do pedido do povo para diminuir a carga de trabalho? 

Ouviu o conselho dos jovens e tornou o trabalho do povo ainda mais pesado.


2. O que pode acontecer ao ser humano na ausência de sábios conselhos? 

A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.


3. Qual rei mandou construir dois santuários de adoração idólatra? 

Jeroboão.


4. Qual foi a principal causa das desgraças do povo de Israel?

A idolatria.


5. Quem era o ídolo de Roboão? 

Ele era ídolo dele mesmo, sua própria vontade.


02 julho 2021

A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO


No início do seu reinado, Salomão tinha o nobre propósito de edificar a casa do Senhor. Davi desejou construir este templo, mas Deus não permitiu, porque ele foi um homem de guerra e matou muita gente (1 Cr 28.3). Mas, Deus prometeu a Davi que daria paz a Israel nos dias do seu filho e ele edificaria o templo (1 Cr 28.6).

Salomão não poupou esforços e não economizou recursos na construção. Fez com materiais de altíssima qualidade, pois, era para Deus e ele entendia que para Deus, devemos fazer o melhor que podemos. 

Houve duas manifestações da Glória do Senhor no templo: a primeira foi quando os sacerdotes introduziram a arca e a segunda, quando Salomão inaugurou o templo. 

1. O nobre propósito de Salomão. No início do seu reinado, Salomão temia e amava ao Senhor. (1 Rs 3.3). O propósito de Salomão era muito nobre: Ele desejava edificar uma casa ao nome do Senhor, seu Deus (1 Rs 5.5). Entretanto, é importante esclarecer que ele recebeu do seu pai, Davi, a incumbência de edificar a casa do Senhor. 

Davi comprou a eira de Araúna (ou Ornã), o jebuseu. Na ocasião, Davi havia feito um censo que desagradou a Deus e veio uma praga sobre Israel (2 Sm 24). Davi buscou a Deus em oração, pedindo perdão e Deus usou o profeta Gade para dizer a Davi que fosse a Araúna e edificasse um altar ao Senhor (2 Sm 24.18). 

Araúna ofereceu a Davi, os animais e o local para o sacrifício, mas Davi recusou, dizendo que não ofereceria ao Senhor, sacrifícios que não lhe custassem nada e comprou a eira de Araúna por cinquenta siclos de prata. (2 Sm 24.18-25). 

Esta eira é chamada em 2 Crônicas 3.1, de Monte Moriá, o monte onde Deus mandou Abraão sacrificar o seu filho Isaque, prefigurando o sacrifício de Cristo (Gn 22.2). 

Além de comprar o terreno e entregar a planta do templo a Salomão, Davi também doou uma quantidade enorme de ouro e prata para a construção do Templo de Deus. O Ev. Luiz Oliveira, do site Estudantes da Bíblia fez uma demonstração dos valores destes materiais doados por Davi para a construção do templo: 

• Ouro: 105 toneladas (quase 30 bilhões de reais, na cotação de hoje);

• Prata: 245 toneladas (1 bilhão de reais, na cotação de hoje).

O templo de Salomão foi o mais esplêndido de todas as edificações da sua época. As madeiras usadas no templo eram de cedro do Líbano, de altíssima qualidade. Toda a parte interna do templo era toda revestida de ouro (1 Rs 6.22).

2. O templo do Espírito Santo. No Antigo Testamento havia o conceito de se ter um santuário para Deus habitar entre o povo. O sentido de habitar ali era de que a Glória de Deus se manifestava, no templo.  Deus mandou que Moisés construísse o Tabernáculo no deserto: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8). Isso era simbólico e significa que a glória de Deus se manifestaria naquele lugar, pois, Deus não habita em templos feitos por mão de homens (Is 66.1; At 7.48). Deus é onipresente e não pode ficar limitado a um lugar geográfico. 

No Novo Testamento, o crente é o templo do Espírito Santo: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1 Co 3.16). Então, o templo na Nova Aliança, não tem o mesmo sentido do Antigo Testamento. Hoje, o templo nada mais é do que um local específico, para a Igreja se reunir e adorar a Deus. 

3. A glória do Senhor. O mais importante do Templo não era o seu esplendor e sim, guardar os mandamentos de Deus. Deus prometeu a Salomão que lhe daria longevidade. Mas, a promessa de Deus era condicional à obediência de Salomão, que não cumpriu a parte dele.  (1 Rs 3.14)

A Glória do Senhor se manifestou em duas ocasiões, após a conclusão do templo: A primeira, foi quando os sacerdotes levaram a Arca para o Lugar Santíssimo (1 Rs 8.11; 2 Cr 5.14). A segunda, quando Deus respondeu a Salomão na inauguração do Templo (2 Cr 7.1-3). Quando a glória de Deus se manifestava era sinal de que Ele estava aprovando o que foi feito. Quando o tabernáculo foi concluído também a glória de Deus se manifestou (Ex 40.34,35). 

CONCLUSÃO DA LIÇÃO

Salomão foi o rei mais sábio e mais rico da história. Durante o seu reinado não houve guerras. Todas as nações do mundo queriam ser amigas dele e lhe davam presentes. Mas, apesar de ser sábio, rico e temente a Deus, Salomão também cometeu alguns erros. O primeiro deles foram os chamados casamentos políticos. O resultado destes casamentos foi um desastre para o final da sua vida. As mulheres lhe perverteram o coração e o levaram à idolatria. Deus o repreendeu e disse que não lhe tiraria o reino, por causa da aliança feita com o seu pai Davi. Mas, entregaria dez tribos ao seu servo Jeroboão, nos dias do seu filho. 

Pb. Weliano Pires


01 julho 2021

A CONSOLIDAÇÃO DO PODER DE SALOMÃO


Quando Deus ofereceu a Salomão a oportunidade de pedir o que desejava que Deus lhe fizesse, ele pediu sabedoria para governar o seu povo, conforme vimos no tópico anterior. Deus se agradou de Salomão, por causa deste pedido (1 Rs 3.10) e disse que lhe daria também riquezas e glória [fama] (1 Rs 13) e prometeu longevidade, se ele andasse conforme os mandamentos do Senhor (1 Rs 3.14).

1. A glória do reino de Salomão. O reinado de Salomão foi muito próspero e famoso. Salomão herdou de Davi, seu pai, um reino de 128.000 km² de extensão territorial. Foi o maior território já conquistado por Israel durante toda a sua história. Davi foi um rei guerreiro, que conquistou territórios venceu muitos inimigos. Deus lhe prometeu que daria paz  nos dias do seu filho, para que ele construísse o templo. Então Salomão herdou um território extenso e pacífico. Além disso, Salomão dominou reinos vizinhos  e lhes cobrava pagamentos de tributos. (1 Rs 4.21). 

Salomão organizou o seu governo em doze distritos administrativos, com um oficial nomeado pelo rei. Cada um destes distritos abastecia o rei e a sua casa, em um mês do ano (1 Rs 4.7). Salomão organizou também um exército bem equipado com carros de batalhas e cavalarias (1 Rs 4.26), para garantir a segurança do reino. O abastecimento diário do Palácio de Salomão era um absurdo: três mil quilos da melhor farinha, seis mil quilos de farinha comum, dez bois gordos, vinte bois de pasto, cem carneiros, além de veados, gazelas, corços e aves (1 Rs 4.22,23); 

Salomão construiu estradas e controlava as rotas de passagem, cobrando tributos de quem passava. Construiu também um palácio real muito luxuoso, formado pela casa real no Bosque do Líbano, o Salão de Colunas e a Sala do trono (1 Rs 7.1-12). Mas, a mais famosa das suas construções foi o templo, que veremos no próximo tópico.

Fez grandes acordos comerciais internacionais (1 Rs 10.28), com Hirão, rei de Tiro, Faráo, rei do Egito, e muitos outros de várias nações. Também vinham pessoas de todos os povos para ouvirem a sabedoria de Salomão. Como vimos no tópico anterior, Salomão era muito sábio. Ele escreveu 3 mil provérbios e 1005 cânticos. Escreveu também os livros de Provérbios [a maior parte], Eclesiastes e Cantares de Salomão e os Salmos 72 e 127. As pessoas que o visitavam para ouvir os seus ensinos, lhe davam muitos presentes em ouro, especarias e pedras preciosas. Somente a rainha de Sabá lhe deu quatro toneladas e duzentos quilos de ouro e grande quantidade de especiarias e pedras preciosas (1 Rs 10.10).

Os acordos comerciais, os tributos cobrados nas estradas, os impostos cobrados do povo e os presentes que recebia, tornaram Salomão o mais rico da sua época e um dos mais ricos de toda a história da humanidade. (1 Rs 10.23). 

2. O orgulho precede a ruína. Infelizmente, a natureza humana é falha e corruptível. As riquezas e fama de Salomão lhe perverteram o coração e o afastaram de Deus. No início do seu reinado, ele manteve a humildade, sabedoria e temor a Deus. Mas, cometeu alguns deslizes e foi fazendo algumas concessões que deterioraram os seus valores. Um abismo chama outro abismo (Sl 42.7).

O primeiro erro de Salomão foi o seu casamento com a filha de Faraó, logo no início do reinado. A Lei do Senhor proibia o casamento do rei com estrangeiras e o acúmulo de concubinas, justamente para evitar que Israel adotasse os costumes de outros povos (1 Rs 3.1; Dt 17.17); 

Mas, Salomão foi além e ainda adotou os chamados casamentos políticos, casando-se com princesas de várias nações: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, etc. (1 Rs 11.1). Salomão teve 700 mulheres e 300 concubinas. (1 Rs 11.3). Estas mulheres estrangeiras lhe perverteram o coração, levando-o à idolatria. Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, Milcom, abominação dos amonitas e construiu santuários a deuses estrangeiros. (1 Reis 11.4-8).

A idolatria de Salomão provocou a ira de Deus. O Senhor lhe suscitou a Hadade, o edomeu, que era da descendência do rei em Edom, como inimigo (1 Rs 11.14). Ainda nos dias de Davi, Joabe, comandante do exército, feriu aos edomitas durante seis meses. Na ocasião, Hadade fugiu para o Egito com alguns homens e ficou abrigado por lá para não morrer. Fez amizade com o rei do Egito e casou-se com uma irmã da sua esposa. Quando soube que Davi e Joabe já haviam morrido, voltou para a sua terra. Rezom, filho de Eliada (1 Rs 11.23), que liderou um bando de saqueadores em Damasco, também perturbou o reino de Salomão. Por último, Jeroboão, filho de Nebate, que era servo de Salomão, se revoltou contra ele e depois da sua morte, liderou a revolta das dez tribos, que será o assunto da nossa próxima lição. 

Pb. Weliano Pires

AS ARMAS DO CRENTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente...