03 janeiro 2023

PANORAMA DOS AVIVAMENTOS NO ANTIGO TESTAMENTO

(Comentário do 1º tópico da Lição 2: Avivamento no Antigo Testamento)


No Antigo Testamento há inúmeros casos de avivamentos, no âmbito pessoal e também coletivo. No livro de apoio, o comentarista cita vários deles: Durante o reinado de Davi (2 Sm 6–7); Rei Asa (2 Cr 14.1-16); Rei Josafá (2 Cr 17–20); Sumo sacerdote Joiada (2 Cr 23–24); no reinado de Ezequias (2 Cr 29–32); Governador Zorobabel (Ed 1–6); Rei Josias (2 Cr 34–35); no Esdras (Ed 1.7-10); Neemias (Ne 1–13) e o profeta Joel (1–2). No espaço da lição, que é mais reduzido, faremos um panorama de alguns exemplos de avivamentos ocorridos no Antigo Testamento e estudaremos apenas três casos. 


Quando falamos de panorama, nos referimos a uma análise não minuciosa, mas apenas uma visão genérica dos fatos. Primeiro falaremos do avivamento nos dias de Moisés. Após a morte de José, o povo de Israel foi escravizado por Faraó. Deus levantou Moisés para reanimar a fé do povo e libertá-los da escravidão. Depois, falaremos do avivamento não dias de Samuel, que nasceu e cresceu em um período de apostasia dos sacerdotes, os filhos de Eli. Deus levantou Samuel para exortar o povo ao arrependimento e julgá-los por toda a sua vida, como profeta, sacerdote e juiz. Por último, nos dias do rei de Josias, que assumiu o trono após os reinados ímpios de Manassés e Amon. No início do seu governo foi encontrado o Livro da Lei no templo e, após a leitura, o rei Josias temeu a Deus e promoveu uma ampla reforma espiritual em Judá, abolindo completamente a idolatria. 


Em todos estes casos de avivamento no Antigo Testamento, podemos perceber que há um padrão, com uma sequência de acontecimentos que precederam o avivamento: Uma crise espiritual e moral; confissão dos pecados cometidos contra Deus; humilhação, quebrantamento com oração e busca da presença do Senhor. O avivamento vem como resultado disso e é uma ação de Deus. 


1- O avivamento no tempo de Moisés. O povo de Israel teve muitos heróis ao longo da sua história. Os três maiores, que são reverenciados por todos os israelitas são: Abraão, o pai da nação de Israel; Moisés, o grande libertador e legislador do povo judeu; e Davi, o grande rei guerreiro, de cuja descendência viria o Messias. Moisés, de quem iremos tratar neste subtópico é conhecido mundialmente como o fundador do Judaísmo, que libertou o povo de Israel da escravidão no Egito. 


Analisando o avivamento nos dias de Moisés, podemos constatar o padrão citado anteriormente, com a sequência de fatos que antecederam os avivamentos no Antigo Testamento: 

a. A crise moral ou decadência espiritual. No Livro do Êxodo lemos apenas que, “após a morte de José e dos seus irmãos, levantou-se no Egito um rei que não conhecera José” e, devido ao crescimento extraordinário do povo hebreu, decidiu oprimi-los, escravizá-los e tentar impedir o crescimento da população de forma cruel (Êx 1.6-14). Diante deste relato podemos nos perguntar, onde estaria a crise moral e decadência espiritual. Entretanto, quando lemos os relatos das murmurações e rebeldia do povo deserto, inclusive com o episódio do bezerro de ouro e a idolatria e prostituição de Baal Peor, podemos concluir que este povo era idólatra e não servia a Deus no Egito. Não há nenhum relato antes de Moisés, dando conta de que o povo servia a Deus. Temos ainda a declaração de Josué no final da sua vida, que diz: "Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR."  (Js 24.15). Esta declaração demonstra que os Israelitas antes de Moisés serviam a outros deuses no Egito. 


b. Confissão dos pecados. Também não há registros de confissão de pecados por parte dos filhos de Israel nesse período. Entretanto, o texto diz que eles clamaram a Deus e o seu clamor subiu a Deus: "E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão." (Êx 2.23). Uma oração em forma de clamor, envolve arrependimento e confissão de pecados, senão Deus não atende. O profeta Isaías disse que os nossos pecados fazem divisão entre nós e Deus (Is 59.2). 


c. Humilhação, quebrantamento com oração e busca da presença do Senhor. Não temos também relatos de que houve humilhação e quebrantamento, mas o texto que citamos acima, quando eles clamaram ao Senhor deixa isso implícito. O povo suspirava e gemia por causa da escravidão. Então, lembraram-se do Deus dos seus pais Abraão, Isaque e Jacó e resolveram clamar a Ele por socorro. O clamor é uma oração não formulada ou ensaiada  É uma expressão fervorosa de fé em Deus, que demonstra confiança em Sua bondade e poder para agir em seu favor. O clamor vem de um coração contrito e totalmente aplicado na presença de Deus. Vemos muitos exemplos disso nos Salmos. 


Foi num contexto de escravidão, opressão e ameaça e genocídio que Moisés nasceu. Os seus pais eram da tribo de Levi e sabiam que haviam uma ordem de Faraó para que todos os bebês hebreus do sexo masculino fossem mortos. Quando Moisés nasceu, sua mãe o escondeu por três meses tentando, desesperadamente, evitar que ele fosse morto. Quando não conseguia mais escondê-lo, colocou numa arca, vedou-a para que não entrasse água, colocou na margem do rio e deixou a sua irmã Mirian vigiando-o de longe. A filha de Faraó o encontrou e criou-o como seu filho, tendo a própria mãe do menino como babá e amamentadora. 


Moisés foi escolhido por Deus, desde o seu nascimento para ser o libertador de Israel, embora ele não soubesse disso. O seu nascimento e a sobrevivência na infância foram milagres de Deus. O nome Moisés significa "tirado das águas" e foi dado devido às circunstâncias em que ele foi encontrado. 


A vida de Moisés pode ser dividida em três períodos de quarenta anos: 

a. Nos primeiros quarenta anos, Moisés formou-se em toda a ciência do Egito e tornou-se poderoso em palavras e obras. Tentou libertar o seu povo com as suas próprias forças, mas o próprio povo o rejeitou  (Até 7.23-28). 

b. No segundo período da vida de Moisés, dos 40 aos 80 anos, ele fugiu para Mídia, para escapar da morte. Ali casou-se, teve dois filhos e tornou-se pastor de ovelhas. Passou 40 anos aprendendo a não ser nada. Só então, foi chamado por Deus para libertar o povo de Israel da escravidão. 

c. Por último, Moisés voltou ao Egito, libertou o povo e passou 40 anos no deserto, dos 80 aos 120, liderando o povo de Deus. Tornou-se o homem mais manso entre eles e aprendeu a depender totalmente de Deus. 


2- O avivamento no tempo de Samuel. Samuel era da tribo de Levi, natural de Ramá, filho do casal Ana e Elcana. Assim como no caso de Moisés, o seu nascimento também foi um milagre. Ana, sua mãe, era estéril e, orando no tabernáculo em Siló, fez um voto ao Senhor, dizendo que se Deus lhe desse um filho ela o entregaria ao Senhor, por todos os dias da sua vida (1 Sm 1.11). Assim aconteceu e Samuel foi criado na casa do Senhor, pelo Sumo Sacerdote Eli. 


Os filhos de Eli, porém eram ímpios e profanaram as coisas de Deus, a ponto de se prostituir nas dependências do santuário (1 Sm 2.22) e comer a carne do sacrifício com a gordura, contrariando a Lei Mosaica (1 Sm 2.12-17). Os ofertantes pediam que eles esperassem queimar a gordura, mas eles diziam que se não dessem a eles, tomariam à força. Um desrespeito total para com Deus. 


Ainda adolescente, Samuel ouviu a voz do Senhor chamá-lo pelo nome e pensou que fosse Eli. Isso aconteceu por três vezes, até Eli entender que era Deus falando com o jovem Samuel. Deus entregou a Samuel profecias com dura sentença contra Eli e os seus filhos, pois, ele sabia das abominações praticadas pelos filhos e não tomou providências, sendo sumo sacerdote e juiz (1 Sm 3.1-18). 


A profecia de Samuel se cumpriu nos mínimos detalhes. Os Filisteus pelejaram contra Israel e, nessa guerra, mataram os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias. Os filhos de Eli, de forma irresponsável, levaram a Arca da Aliança para o campo de batalha, tentando fazer dela um amuleto a fim de se proteger dos inimigos. Os filisteus derrotaram os Israelitas e levaram a Arca para a terra deles. Quando soube desta notícia, Eli caiu para trás, quebrou o pescoço e morreu. A sua nora, que estava grávida, quando soube da notícia das mortes do marido, do cunhado e do sogro, teve a criança às pressas e morreu no parto (1 Sm 4.11-22).


Samuel tornou-se adulto e foi confirmado como profeta do Senhor. Foi o último dos juízes e exerceu o tríplice ministério de sacerdote, profeta e juiz. Julgou Israel por todos os dias da sua vida na transição do período dos juízes para a monarquia e ungiu os dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi. 


Nos dias de Samuel, também vemos o padrão, com a sequência de acontecimentos que precederam os avivamentos no Antigo Testamento. Primeiro a crise moral e espiritual com os filhos de Eli, como vimos acima. Depois que Samuel assumiu, de fato, a liderança de Israel, veio a confissão dos pecados. O povo pediu que Samuel orasse por eles, para que Deus os livrasse dos filisteus. Samuel recomendou que eles se convertessem dos seus pecados: “Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus.” (1 Sm 7.3). O povo atendeu a orientação do profeta, se converteu ao Senhor, confessando os seus pecados: “Então, os filhos de Israel tiraram dentre si os baalins e os astarotes e serviram só ao Senhor. E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquele dia, e disseram ali: Pecamos contra o Senhor. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mizpá.” (1 Sm 7.4,6). Por último, teve a oração e busca pela presença do Senhor: “Então tomou Samuel um cordeiro de mama, e sacrificou-o inteiro em holocausto ao Senhor; e clamou Samuel ao Senhor por Israel, e o Senhor lhe deu ouvidos.” (1 Sm 7.9). O Senhor ouviu a oração de Samuel e deu vitória ao seu povo. 


3- O avivamento no tempo de Josias. Após a morte do rei Ezequias, que foi um bom rei, o seu filho Manassés assumiu o trono e foi extremamente ímpio. Além de corrupto, era terrivelmente idólatra, a ponto de construir ídolos e altares aos Baalins dentro do templo, prostrar-se diante dos astros e sacrificar os seus filhos a Moloque (2 Cr 33.1-9).. Por causa disso, Deus o entregou nas mãos do rei da Assíria e ele foi levado ao cativeiro. Entretanto, no cativeiro, angustiado, Manassés se humilhou e orou a Deus, arrependido. Deus o perdoou e o restituiu ao trono (2 Cr 33.12-16). 


Após a morte de Manassés, o seu filho Amom assumiu o trono. Mesmo sabendo de tudo o que acontecera no reinado do seu pai, voltou às mesmas práticas idólatras e não se arrependeu como fizera o seu pai. Por causa disso, o seu reinado durou pouco e ele reinou apenas por dois anos. Deus permitiu que os seus próprios servos conspirassem contra ele e o matassem. (2 Cr 33.21-24). O povo, no entanto, se revoltou, matou os conspiradores e colocou o seu filho Josias como rei, com apenas oito anos de idade (2 Cr 33.25). 


Aos 16 anos Josias assumiu, de fato, o trono. Começou a buscar a Deus e andou nos caminhos de Davi. Josias destruiu completamente todos os ídolos e altares construídos pelos seus antecessores. Reduziu-os a pó e jogou o pó sobre as sepulturas dos sacerdotes que ofereciam sacrifícios aos falsos deuses. Queimou também os ossos destes sacerdotes nos próprios altares em que eles sacrificavam aos ídolos, cumprindo a profecia de um homem de Deus, nos dias de Jeroboão I (2 Cr 33.1-7; 1 Rs 13.2). 


Após destruir completamente os ídolos em todo o território de Judá, Josias voltou para Jerusalém e ordenou que fizessem uma reforma geral no templo, que havia sido profanado e estava completamente abandonado, e mandou reformar também os instrumentos musicais (2 Cr 34.8-13). Durante a reforma, o sacerdote Hilquias encontrou o livro da Lei que estava perdido no templo. Safã, o escrivão pegou o livro e o leu perante o rei Josias (2 Cr 34.14-16). 


Ouvindo as palavras da Lei do Senhor, o rei Josias rasgou as suas vestes, em sinal de humilhação, e mandou consultar ao Senhor, através da profetisa Hulda. O Senhor respondeu e disse que traria todas as maldições que estavam escritas na lei por causa da impiedade dos antecessores de Josias, porém, como ele havia buscado ao Senhor, seria poupado e a destruição não viria em seus dias (2 Cr 34.19-28). 


Ouvindo estas palavras do Senhor, Josias entrou no templo, leu o Livro da Lei perante todo o povo e fez uma aliança com Deus, comprometendo-se a guardar todos os seus mandamentos, conforme estava escrito no Livro encontrado (2 Cr 34.29-34). Vimos novamente a sequência de acontecimentos que antecederam o avivamento: a crise moral e espiritual nos reinados de Manassés e Amom; a conversão sincera e abandono do pecado no reinado de Josias; e a busca ao Senhor, através da profetisa Hulda. 


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pág. 159-160.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pág. 72.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1147.

SAWYER, Robert L. Comentário Bíblico Beacon I e II Cronicas. Editora CPAD. Vol. 2. pág. 473.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 768-769.


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Ev. Weliano Pires

02 janeiro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2: AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO


Na lição introdutória, falamos sobre a definição de avivamento espiritual, as condições para que ele aconteça e a necessidade que a Igreja atual tem de um avivamento. Falamos naquela ocasião, do avivamento ocorrido nos dias do profeta Ageu, alguns anos após o retorno do cativeiro babilônico. Quando falamos de avivamento na Bíblia, as pessoas logo dirigem o seu olhar para Atos 2, onde está registrado a descida do Espírito Santo sobre a Igreja Primitiva. Nesta perspectiva, fica a impressão de que no Antigo Testamento não houve avivamentos. 


No Antigo Testamento também aconteceram avivamentos, embora  a palavra avivamento não esteja presente nos relatos. Esta palavra só aparece uma vez, como vimos na lição passada, em Habacuque 3.2: “Aviva, ó Senhor, a tua obra…”. Entretanto, outros verbos são usados, com a mesma idéia, como os verbos “vivificar” (Sl 85.6; 80.18; 119.107) e “renovar” (Sl 51.10; Lm 5.21). Nesta segunda lição veremos alguns avivamentos que aconteceram na história de Israel no Antigo Testamento. 


No primeiro tópico, faremos um panorama de alguns exemplos de avivamentos ocorridos no Antigo Testamento. Primeiro, nos dias de Moisés. Após a morte de José, o povo de Israel foi escravizado por Faraó. Deus levantou Moisés para reanimar a fé do povo e libertá-los da escravidão. Depois, nos tempo de Samuel, que nasceu e cresceu em um período de apostasia dos sacerdotes, os filhos de Eli. Deus levantou Samuel para exortar o povo ao arrependimento e julgá-los por toda a sua vida, como profeta, sacerdote e juiz. Por último, nos dias do rei de Josias, que assumiu o trono após os reinados ímpios de Manassés e Amon. No início do seu governo foi encontrado o Livro da Lei no templo e, após a leitura, o rei Josias temeu a Deus e promoveu uma ampla reforma espiritual em Judá, abolindo completamente a idolatria. 


No segundo tópico, falaremos sobre a confissão de pecados e retorno à Palavra de Deus, que é a característica principal de um autêntico avivamento. Para isso, tomaremos como base, o chamado de Neemias, um judeu que estava no cativeiro e era copeiro do rei da Pérsia. No cativeiro, Neemias foi informado da situação dramática em que se encontrava a sua terra. Ele, então, orou ao Senhor e Deus o levantou para reconstruir os muros de Jerusalém. (Ne 1). Em sua oração, Neemias intercedeu pelo povo, colocando-se também entre os pecadores e confessando a culpa. (Ne 1.6). Falaremos ainda neste tópico sobre o avivamento através do ensino da Palavra de Deus. Neemias mandou que, o habilidoso escriba e sacerdote Esdras, lesse a Palavra de Deus para o povo e lhe explicasse o significado dos textos sagrados. Esdras leu o Livro da Lei desde o amanhecer até o meio dia. O povo ouviu, entendeu, chorou e se arrependeu (Ne 8.1-9). 


No terceiro e último tópico falaremos sobre a relação entre o avivamento e a Palavra de Deus.A Palavra de Deus é o nosso parâmetro. É ela que estabelece o padrão das manifestações espirituais, que devem ser com ordem e decência (I Co 14.40). O verdadeiro avivamento não consiste em emocionalismo e atitudes bizarras. Por último falaremos sobre o cuidado que devemos ter com o formalismo. Se por um lado é preciso ter cuidado com as meninices e bizarrices nas manifestações espirituais, no outro extremo está o formalismo, que é o apego exagerado às regras, tentando limitar ou controlar a atuação do Espírito Santo (I Ts 5.19,20). 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva, a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pág. 72.

COLEMAN, R. A chegada do avivamento mundial. São Paulo: CPAD, 1996, p. 18.


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30 dezembro 2022

A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL (Ag 2.5-9)


(Comentário do 3º tópico da Lição 1: Avivamento espiritual). 

No terceiro tópico desta lição, falaremos da necessidade de um avivamento espiritual com base no texto de Ageu 2.5-9. Por causa da desobediência, mesmo com muitas advertências, o povo de Judá foi entregue ao cativeiro babilônico. Após setenta anos de cativeiro Deus levantou Ciro para livrar o povo do cativeiro e autorizar a reconstrução do templo. Falaremos também dos dias de Neemias, quando o povo foi autorizado a voltar à sua terra e reconstruir o templo. Muitos se acomodaram no cativeiro e não quiseram voltar. Outros voltaram, mas queria cuidar da própria vida e não do templo. Foi preciso Deus levantar Ageu e Zacarias para trazer um despertamento. Atualmente também precisamos de um despertamento espiritual em nossas Igrejas, no Brasil e em vários países do mundo. 


1. A situação espiritual de Judá. Neste ponto, o comentarista toma como exemplo de avivamento, os dias do profeta Ageu, que foi o primeiro dos profetas que falaram aos judeus após o retorno do cativeiro babilônico. Estes profetas são chamados de "profetas pós-exílicos" e são três: Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes profetas foram usados por Deus para promover um despertamento do povo de Judá, que encontrava-se profundamente desanimado para a reconstrução do templo de Jerusalém. 


Temos poucas informações sobre o profeta Ageu, pois ele só é citado fora do seu livro em Esdras 5.1 e 6.14. Alguns eruditos o consideravam membro da classe sacerdotal. Ele profetizou por cerca de quatro meses, no sexto mês, do segundo ano do rei Dario (Ag 1.1), que não é o mesmo de Daniel 6. Este Dario dos dias de Ageu, iniciou o seu reinado em 522 a. C. Portanto, Ageu profetizou entre agosto e dezembro do ano 520 a.C. O texto de Ageu 2.3, indica que Ageu nasceu antes da destruição do templo de Salomão, que aconteceu em 586 a.C.  


O contexto em que Ageu profetizou foi de total desânimo e desilusão do povo. O Reino do Sul havia sido devastado pelos babilônios, que destruíram a cidade e o templo e levaram a maioria do povo para o cativeiro, que durou 70 anos. Os idosos e deficientes que ficaram na terra de Judá, ficaram num situação deplorável de miséria. Após 70 anos de cativeiro, Deus cumpriu a promessa de trazer o povo de volta à sua terra, como veremos no próximo subtópico. 


2. Deus usa Ciro para libertar Israel do cativeiro. Um fato muito importante a ser destacado é que cerca de 100 antes de Ciro nascer, Deus usou o profeta Isaías para fazer promessas a respeito dele, citando o seu nome e chamando-o de "meu ungido". (Is 45.1-3). Isso fez os céticos negarem que o Livro tenha sido escrito por Isaías e insinuarem que teria sido escrito posteriormente. 


Ciro não pertencia ao povo de Israel e assumiu o reinado da Pérsia em 550 a.C. e governou até 530 a.C. Em 539 a.C., Ciro conquistou a Babilônia e, logo no início do seu reinado, tomou conhecimento destas profecias a seu respeito. Sendo assim, no primeiro ano do seu reinado como imperador, em 538 a.C., Ciro emitiu um decreto autorizando os judeus a retornarem a Jerusalém e edificarem o templo (Ed 1). 


Muitos judeus voltaram para reconstruir o templo com Zorobabel e outros com Neemias, mas devido à oposição dos samaritanos e outros inimigos de Judá, inclusive com acusações falsas, a obra ficou paralisada por 16 anos. Após as profecias de Ageu e Zacarias, Deus despertou o governador Zorobabel, como líder político, e o sumo sacerdote Josué, como líder religioso, e o templo finalmente foi concluído em 516 a.C. 


3. A necessidade de um avivamento espiritual. Atualmente vemos muitos movimentos, campanhas e congressos falando de avivamento e fogo. Mas a realidade é quando é que as Igrejas Evangélicas de um modo geral, não apenas no Brasil, mas em vários lugares do mundo, encontram-se em um situação de comodismo, frieza espiritual, secularismo e, em alguns casos, até de apostasia. Isso já vem acontecendo há muito tempo, mas ficou mais evidente com a pandemia. Mesmo após a reabertura dos templos, muitos crentes não retornaram. Outros se tornaram desigrejados e não querem saber de congregar. 


Mesmo entre os que estão frequentando os templos, o comodismo, a falta de compromisso e de fervor estão por toda parte. Há ainda os que são "evangelicos nominais", que são crentes domingueiros, que vem ao templo uma vez por semana (quando vem!), mas fora do templo não vivem como cristãos verdadeiros. Muitos ditos cristãos da atualidade tem comportamentos iguais ou pior do que os de fora. O número de divórcios dentro da Igreja já se assemelha ao dos que não são evangelicos; a adultério, a fornicação e os escândalos se multiplicam entre líderes e celebridades do meio gospel. 


Na Europa, templos de Igrejas históricas, que no passado foram palcos de grandes avivamentos, são vendidos para cinemas, cassinos e boates. Para muitos analistas, a Europa hoje já é considerada pós-cristã. Os Estados Unidos, uma nação de origem evangelica, que o berço do Movimento Pentecostal e foi celeiro de muitos missionários no passado, hoje vê o número de cristãos diminuir a cada ano. Uma pesquisa do Instituto Gallup mostrou que em 2020 o número de americanos que são membros formais de igrejas era de 49%. Na primeira amostragem dessa pesquisa, feita em 1937, a população evangélica no país era de 70%. Dados recentes mostram que o número de Igrejas que foram fechadas e bem maior do que as que foram abertas. 


Necessitamos urgente de um poderoso avivamento em nossas Igrejas e no nosso país. Mas isso não virá de homens, ou através de métodos humanos. Atentemo-nos para as condições apresentadas por Deus a Salomão: humilhação, oração e busca pela presença do Senhor e conversão sincera dos pecados. Somente assim, o Espírito Santo trará sobre nós um avivamento para varrer dos nossos arraiais toda frieza espiritual, nos santificar e nos conceder ousadia para cumprir a missão que o Senhor nos ordenou: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. (Mc 16.15). 


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag.

LOPES, Hernandes Dias. OBADIAS E AGEU: Uma mensagem urgente de Deus à igreja contemporânea. Editora Hagnos. pag. 69-74.

PFEIFFER. Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pag. 423-424.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. 11 ed. 2013. pag.752.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pag. 175.

HORTON, Stanley M. Avivamento Pentecostal: As origens e o futuro do maior movimento espiritual dos tempos modernos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.09.


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Ev. Weliano Pires



29 dezembro 2022

AS CONDIÇÕES PARA O AVIVAMENTO ESPIRITUAL (2 Cr 7.13-17)

(Comentário do 2º tópico da Lição 1: Avivamento espiritual). 

Neste segundo tópico falaremos sobre as condições para que o avivamento aconteça, que são uma crise, humilhação diante de Deus, oração busca pela face do Senhor e  conversão sincera. Se fizermos isso, o caminho estará preparado para que Deus produza o avivamento. O comentarista não cita aqui o conhecimento da Palavra de Deus como condição para o avivamento. Talvez porque não aparece no texto de 2 Crônicas 7.14. A busca pela Palavra de Deus é a primeira condição para um autêntico avivamento, pois é através da Palavra de Deus que conhecemos a adquirimos a fé.  Na lição 2, ele explica isso com mais detalhes. 


1- Uma crise. No tópico anterior vimos a definição de avivamento e que uma pré-condição para que ele aconteça é uma crise. Diante de uma crise, a tendência das pessoas que não temem a Deus é entregar-se ao medo, ao desespero e se revoltar contra Deus. Entretanto, no caso das pessoas que conhecem a Deus, o Senhor pode usar esta crise para levar o povo a buscá-lo. Sendo assim, uma crise torna-se uma condição para que o avivamento aconteça.


Com base no texto de 2 Crônicas 7.14, o comentarista apresenta quatro condições para que aconteça um avivamento: a crise, a humilhação, a oração e busca pela face do Senhor e uma conversão sincera  dos pecados. Quando Salomão inaugurou o templo de Jerusalém, por volta de 1004 a.C., ele fez uma longa oração a Deus. A glória de Deus se manifestou e o Senhor lhe respondeu, dizendo que havia ouvido a sua oração e que escolhera aquele templo para lugar de sacrifício. Em seguida, o Senhor falou da possibilidade dele fechar os céus para que não houvesse chuvas, ordenar os gafanhotos para que consumissem tudo e enviar pestes sobre o povo (2 Cr 7.13). 


Esta seria uma situação caótica, pois destruiria a economia e a saúde do povo. Uma situação assim, seria semelhante ao período de pandemia que nós atravessamos recentemente. O Senhor permite que crises assim aconteçam para que o seu povo desperte para buscá-lo e promete responder. Infelizmente, mesmo em crises desse tipo, muitas pessoas não buscam a Deus. Alguns ainda murmuram e querem culpá-lo pelas crises. Mas a Bíblia diz: "De que se queixa o homem? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados". (Lm 3.39). Em tempos de crise, precisamos identificar o tipo de crise que estamos atravessando. Há crises que são permissão de Deus para nos trazer para perto dele. Outras são consequências de ações impensadas ou decisões erradas, nossas ou de outras pessoas. O apóstolo Paulo disse que tudo aquilo que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7). 


Seja qual for a origem da crise, o primeiro passo para sair dela é buscar a Deus, como veremos a seguir. Os avivamentos ao longo da história tiveram início em meio a grandes crises espirituais, econômicas, revoluções, violências e inquietações sociais. Em momentos difíceis, servos do Senhor como Charles Finney, John Wesley, Moody, Jonathan Edwards, William Seymour e muitos outros, se dispuseram a buscar a Deus e vieram avivamentos da parte de Deus. Aliás, é importante lembrar que todo avivamento genuíno é realizado por Deus e não por avivalistas e pregadores. Muitos destes homens de Deus foram, inclusive, duramente criticados e incompreendidos até pelas lideranças da Igreja da sua época, acostumados à frieza espiritual e ao formalismo. 


2- Humilhação diante de Deus. Diante de crises permitidas por Deus, a primeira condição colocada por Deus a Salomão para que venha a resposta divina é a humilhação: “...Se o meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar…”. Deus é o criador e o sustentador de todas as coisas. Ele é soberano, onipotente, onipresente e onisciente. Sendo assim, Ele não depende de nada e de ninguém para agir. Ele cria as próprias leis e não deve satisfação dos seus atos a ninguém. Diante deste Deus, cabe ao ser humano reconhecer a própria pequenez e insignificância e prostrar-se diante do Deus Todo-poderoso, humilhar-se e pedir misericórdia. 


Sempre que o povo de Israel estava em apuros por causa do pecado e se humilhava, Deus os socorria e dava vitória. Esta recomendação de se humilhar diante de Deus é dada também à Igreja. O Senhor Jesus falou aos seus discípulos que aprendessem dele , que é “manso e humilde de coração”. (Mt 11.29). O apóstolo Pedro assim recomendou aos crentes:  “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte”. (1Pe 5.6). Tiago também deu orientação semelhante: “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.” (Tg 4.10). É importante esclarecer que humildade não é sinônimo de pobreza ou de andar maltrapilho. Nem todos os pobres humildes e nem todo rico é soberbo. Há pessoas que têm uma falsa humildade e chegam até a “se orgulhar da própria humildade”. 


A palavra humildade vem do grego “tapeinos” e está relacionada ao senso de insignificância em relação a si mesmo, total dependência de Deus e preocupação altruísta e ausência de arrogância e petulância. Ser humilde é submeter-se a Deus, sem orgulho religioso. A Bíblia diz que “Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes” (Tg 4.6). Jesus contou a parábola de um fariseu e um publicano, que foram ao templo orar. O fariseu, cheio de orgulho e autojustificação, orava agradecendo a Deus pelas próprias qualidades que ele julgava ter: não era como os demais, dava o dízimo , jejuar duas vezes por semana e orava três vezes ao dia. O publicano, por sua vez, não ousou erguer a cabeça diante de Deus e, de longe, batia no peito dizendo: tem misericórdia de mim, que sou um pecador. Jesus disse que o publicano foi justificado e o fariseu não,  “porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado,e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lc 18.14). 


Em nossa geração tem muitos crentes que, influenciados pela teologia da prosperidade, acham que possuem “direitos” diante de Deus, “que tem créditos no Céu” e, arrogantemente, dão ordens, decretam e exigem que coisas aconteçam. Alguns chegam a fazer ameaças a Deus, dizendo que se Ele não fizer o que eles ordenam, rasgam as suas Bíblias e deixam de pregar. Quanta estupidez e arrogância! Deus é soberano e não se submete a ordens e caprichos de suas criaturas. Há inúmeros exemplos de soberbos que foram abatidos por Deus: Faraó, Senaqueribe, Nabucodonosor, Herodes, etc. 


3- Orar e Buscar a face do Senhor.  Depois da humilhação, o Senhor mostra a próxima condição que é a oração: “Se o meu povo […] se humilhar e orar…”. A oração é uma necessidade na vida do crente, diante das lutas, perseguições e dificuldades que ele enfrenta nesta vida. Por outro lado, a oração é um grande privilégio, pois, é através dela que nos comunicamos com o nosso Deus. O próprio Deus recomendou em vários textos ao seu povo para clamarem a Ele e prometeu responder. Um dos mais conhecidos é Jeremias 33.3, onde o Senhor diz: “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” No Novo Testamento também há várias recomendações para a Igreja orar. O apóstolo Paulo exortou aos Tessalonicenses: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). Aos Efésios, o mesmo apóstolo disse: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18). 


Não há possibilidade de haver avivamento sem oração. Infelizmente, em nossos dias, os trabalhos de oração são pouco frequentados. Até mesmo no início dos cultos, no momento da oração, vemos várias pessoas sentadas, conversando ou manuseando celulares, inclusive obreiros. Outros só chegam depois que a oração termina. Se não oram no templo, que é o local destinado exclusivamente ao culto a Deus, imagine em suas casas! Por outro lado, as festividades, onde há a presença de “celebridade gospel", quem não chegar cedo não encontra lugar. Nestas festividades, pessoas que nunca estão presentes na oração fazem muito barulho e simulam estarem “avivadas”. Porém ao acabar o evento, o avivamento vai embora. 


Junto com a oração, o Senhor diz que é preciso “...buscar a minha face”. “ Buscar a face do Senhor vai muito além de apenas fazer oração com os lábios. Significa buscar a sua presença de forma intensa. Deus falou para Abraão: “...anda em minha presença e sê perfeito.” (Gn 17.1). Enoque andou com Deus por 300 anos e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou. (Gn 5.24). Moisés rogou a Deus que a sua presença fosse com ele: “Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui.” (Ex 33.15). Precisamos buscar a Deus não apenas pelo que Ele pode nos oferecer. É preciso buscar a sua presença e andar com Ele. Para andar com Deus, no entanto, precisa estar de acordo com os seus princípios, pois não andarão dois juntos, se não estiverem de acordo (Am 3.3). Somente assim o avivamento virá. 


4- Conversão sincera dos pecados. A última condição para o avivamento é a conversão sincera dos pecados: “Se o meu povo […] se converter dos seus maus caminhos”. Quando falamos de conversão e arrependimento nos referimos a mudança de direção. Se houver humilhação, oração e busca pela presença de Deus, mas não houver abandono do pecado, a resposta de Deus não virá. Deus falou através do profeta Isaías: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida para que não possa salvar e o seu ouvido não está agravado para não poder ouvir. Mas os vossos pecados fazem divisão entre vós e o vosso Deus” (Is 59.1,2). Deus é absolutamente santo e não pode compactuar com a iniquidade. 


Todos os avivamentos, tanto na Bíblia como na história da Igreja, foram precedidos de confissão e abandono do pecado. Não pode haver avivamento onde o pecado é praticado livremente. Infelizmente, vemos em nossos dias, pseudo avivamentos, onde as mesmas pessoas que supostamente estavam “avivadas” em uma festividade na Igreja, praticando abominações ao saírem do local. Há alguns anos, um líder da Igreja em Camboriú-SC, que promovia anualmente congressos de missões com a presença de vários pregadores e cantores famosos, declarou publicamente que, pregadores pregavam lá e ele sentia o cheiro de bebidas alcóolicas no púlpito. Outros, segundo ele, saíam dos congressos e iam para motéis com cantoras também evangélicas. Mas durante as suas pregações e cânticos, sapateavam e faziam barulho. Ora isso é abominação ao Senhor! Santidade convém ao povo de Deus. Se continuarmos na prática do pecado, não haverá avivamento genuíno, haverá apenas teatro e fingimentos. 


5- Um caminho preparado. Um grande equívoco do calvinismo é achar que Deus faz tudo sozinho e o ser humano é uma espécie de marionete nas mãos de Deus. Este texto de 2 Crônicas 7.4 deixa claro que Deus faz a parte dele, mas coloca várias condições para que isso aconteça. Deus prometeu ouvir a oração, perdoar os pecados e sarar a terra, desde que haja humilhação, oração, busca pela sua presença e conversão dos pecados. É evidente que o ser humano por si mesmo não é capaz de fazer tudo isso sozinho. Mas ele precisa querer e dar espaço para o Espírito Santo agir em seu interior, levando-o ao quebrantamento e à conversão. Nesse sentido, o Espírito Santo diz: "Se hoje ouvirdes a minha voz, não endureçais o vosso coração". (Hb 3.7).


Se fizermos a nossa parte, conforme a orientação de Deus dada a Salomão, o caminho estará preparado para o avivamento. Aquele que prometeu é fiel. Jesus antes de subir ao Céu, ordenou aos seus discípulos, que ficassem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder. Mais de 500 pessoas viram o Senhor ressuscitado. Mas, no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu, só haviam 120. Isto significa que a grande maioria dos que ouviram a promessa não perseveraram na oração, para receber a promessa do Pai. Se quisermos um avivamento para a nossa Igreja e que Deus salve a nossa nação, o segredo é perseverar na humilhação, oração, busca pela presença de Deus e santidade. A resposta de Deus virá. 


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

DUEWEL, Wesley L. Fogo do avivamento: O avivamento de Deus através da história e sua aplicação para hoje. Editora Hagnos. Ed. 2015.

JÚNIOR, Richard L. Pratt. Comentário do Antigo Testamento. 1 e 2 Crônicas. Editora Cultura Cristã. Ed. 2008.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 707.

SELMAN, Martin J. Introdução e Comentário 1 e 2 Crônicas. Editora Vida Nova. pág. 269-270.

JÚNIOR, Richard L. Pratt. Comentário do Antigo Testamento. 1 e 2 Crônicas. Editora Cultura Cristã. Ed. 2008.

PFEIFER, Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. 2 Crônicas. Editora Batista Regular. pág. 16.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 707.


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